Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
31/10/2020 00h30
BEHEMOTH E O REINO DE DEUS

Na Bíblia, livro de Jó, tem uma informação interessante. Que Deus que nos criou, fez junto algo parecido com um boi, chamado de Behemoth, que tem a força nos seus lombos e poder nos músculos do ventre. Que a sua calda se move como um cedro e os nervos das suas coxas estão entretecidos. Os seus ossos são fortes como tubo de bronze e os seus membros como barras de ferro. Ele á a obra prima dos caminhos de Deus, que o fez e proveu de sua espada. (Jó: 40, 15-19)

Fiquemos a refletir: por que Deus fez conosco, no momento da criação, algo tão imponente? Tão poderoso? E que é a obra prima dos Seus caminhos? E ainda, está provido da Sua espada?

Sabemos que os livros que compõem a Bíblia foram escritos por intuição divina, mesmo que em muitos existam exageros que não está coerente com a essência de Deus. Será que este Behemoth é um desses exageros? Não existe esse ser dentro de nós? Pois fazemos dissecação do nosso organismo e só encontramos células. Células que formam tecidos; tecidos que formam órgãos; órgãos que formam sistemas; e que todos juntos formam o organismo.

Não encontramos o Behemoth!

Mas, do ponto de vista especulativo, alguns achados científicos podem justificar tal monstro. A biologia mostra que a vida se desenvolve na Terra há milhões de anos. A nossa criação feita por Deus não foi feita de forma imediata, gastou todos esses anos para se completar a partir de um processo evolutivo que inclui todos os seres vivos.

A filogenia a relação evolutiva entre grupos de organismos, espécies, populações, que é descoberto por meio de sequenciamento de dados moleculares e matrizes de dados morfológicos. Assim é formada a árvore da vida, mostrando a história evolutiva dos grupos, desde os seres unicelulares, protozoários, até os mamíferos, entres eles, nós, os humanos.

A embriogênese mostra que essa evolução que é observada pela filogenia nos corpos biológicos, existentes ou extintos, também é processada na formação dos nossos corpos individuais, como se houvesse um resgate histórico à nível da duplicação das células promovida pelo gerenciamento genético.

Mas, devemos focar nossa atenção no órgão responsável por nosso comportamento: o cérebro. Ele também sofre, como todo o organismo, os efeitos da filogenia e da embriologia. A anatomia e fisiologia mostram os locais bem específicos para cada ação comportamental e percepção ambiental. Em termos mais genéricos, temos a composição de três regiões funcionais, como defende a teoria de Paul McLean: Neocórtex, onde estão as funções intelectuais superiores; Sistema Límbico, mamífero, a camada intermediária, responsável pelo emocional; e o Cérebro Reptiliano, situado na base do cérebro, responsável pelas ações instintivas, ligadas à sobrevivência.

Com todos esses conhecimentos acumulados cientificamente, e com a observação do comportamento humano ter aspectos próximos a animalidade, podemos inferir que o monstro, o animal citado na Bíblia como o Behemoth, tem existência em nosso psiquismo, com suas energias, mesmo que não seja encontrado anatomicamente. E o local mais conveniente à sua localização é na base do cérebro, com afinidade ao passado reptiliano, com a força instintiva da sobrevivência. É esta força que pode ser identificada como a espada de Deus, garantindo a vida do organismo pela lei do mais forte.

No ambiente de relações, onde o cérebro sofisticado do homem consegue racionalizar a existência, de ser uma criatura de Deus assim como todo resto da criação, e portanto todos são irmãos, a energia do Behemoth deve ser contida para não prejudicar a terceiros e fazer a vontade do Criador, a evolução harmônica de todos os seres, no mundo material e no mundo espiritual, que é nossa referência de vida.

Assim, compreendemos a energia do Behemoth à nível da mente e que se depara com a consciência espiritual. Existem sete aspectos comportamentais que denunciam o excesso da influência do Behemoth em nosso espectro comportamental, que são identificados como os sete pecados capitais: soberba, gula, luxúria, ira, vaidade, avareza e inveja. São formas disfuncionais de comportamentos que são executados para suprir nossas necessidades de sobrevivência gerando o egoísmo, prejudicial ao próximo.

Como vivíamos mergulhados nessas diversas formas de egoísmo, o Pai sempre enviou no tempo e no espaço avatares, que é a descida de um ser divino à Terra na forma materializada para ajudar na domesticação do Behemoth. Foi o caso de Buda, Krisna e o maior de todos e mais próximo a Deus foi Jesus de Nazaré. Veio ensinar sobre a prática do Amor Incondicional e na construção do Reino de Deus através da reforma íntima. Isso implica na domesticação do Behemoth, pois não podemos destruí-lo, ele tem uma função importante dada por Deus. Ele pode se tornar um aliado na nossa missão espiritual.

Durante os três anos de sua missão, Jesus convocou 12 pessoas para ficarem perto dEle e observarem as ações de conteúdo moral e milagroso. Mesmo que não conseguissem entender toda a verdade que o Cristo trazia, e portanto muitos ensinamentos foram feitos na forma de parábolas, foi o suficiente para eles absorverem e escreverem os Evangelhos para disseminar a mensagem através do tempo e do espaço.

A convocação feita pelo Cristo há 2.000 anos continua sendo realizada pelas pessoas que incorporam e praticam os seus ensinamentos, na construção da família universal que leva a formação coletiva do Reino de Deus, a partir da reforma íntima, da domesticação do Behemoth de cada pessoa.

Mesmo que vivamos num meio tempestuoso, cheio de sombras da ignorância que deixa o Behemoth agindo com sofreguidão e que gera tanto mal, temos condições de portar a luz e por onde andarmos dissipar as trevas.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 31/10/2020 às 00h30
 
30/10/2020 00h29
FRASES PARA REFLEXÕES

            Determinadas frases servem como pílulas para tonificar o nosso espírito para o embate constante que ele tem com o Behemoth na arena mental. Vejamos algumas formatadas por Fabíola Fernandes, com a minha permissão de não colocar autoria nas frases, pois nem todas possuem a identificação e acreditando que os autores não se incomodarão pela omissão desse dado que poderia estar associado à vaidade. Como estou preparado para que minhas frases possam circular sem a minha autoria, voluntária ou involuntária, abro autorização na minha consciência para tal comportamento.

            O amor é uma força que transforma o destino.

            Quem olha para fora sonha; quem olha para dentro desperta.

            Entre o caminho da razão e do coração, escolha o caminho do meio, o caminho do equilíbrio.

            A religião é a crença na experiência de outra pessoa. Espiritualidade é ter sua própria experiência.

            Quando você acredita que vai conseguir, você emana energias que irão auxiliar na sua caminhada.

            No mundo haverá uma só religião e terá o nome de fraternidade.

            Busque paz para a sua mente e terá saúde para o seu corpo.

            A cura para o planeta é o amor.

            Quanto mais luz eu permito dentro de mim, mais brilhante o mundo se torna.

            Sinto muito. Me perdoe. Eu te amo. Sou grato.

            Assim como há uma força de coesão na matéria inanimada, também deve existir uma entre os seres animados, e o nome desta força de coesão entre eles é o amor.

            Se você é capaz de ser feliz quando está sozinho, você aprendeu o segredo de ser feliz.

            Parei de me explicar quando percebi que as pessoas entendem apenas no nível de suas percepções.

            Se nos julgamos melhores que os outros, por que esperamos deles melhores atitudes que as nossas?

            Quando estiver sozinho, vigia teus pensamentos. Em família, sua tolerância. Em sociedade, tua língua.

            Confiança não significa que tudo vai dar certo. Confiança significa que tudo já está certo.

            Uma vez que você encontrou o seu centro, você encontrou tanto suas raízes quanto suas asas.

            Gratidão é lembrar que todas as pessoas que cruzam o nosso caminho são necessárias para nossa evolução.

            O conflito não é entre o bem e o mal, mas entre o conhecimento e a ignorância.

            Paz não é a ausência de conflitos. É administrar os conflitos em paz.

            Não existe caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.

            O segredo da saúde mental e corporal está em não lamentar o passado, não se preocupar com o futuro, nem se adiantar aos problemas, mas viver sábia e serenamente o presente.

            O apego é exatamente o oposto do amor. O amor diz: quero que sejas feliz. O apego diz: quero que me faças feliz.

            Como um castelo de areia, tudo é temporário. Construa, cuide, aproveite. E quando chegar a hora desapegue-se.

            Precisamos de tão pouco para sermos felizes. O problema é que precisamos de muita experiência para compreendermos isso.

            O Deus que habita no meu coração, saúda o Deus que habita no seu coração. Namastê.

            Namastê. A minha alma reconhece a tua. Eu honro o amor, luz, beleza, a verdade e compaixão dentro de ti, pois também habitam dentro de mim. Ao partilharmos tudo isso, não há distância nem diferença entre nós. Somos o mesmo, somos um. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 30/10/2020 às 00h29
 
29/10/2020 00h28
UMA SONDAGEM DO PAI

            Uma forma preferida de sondagem que o Pai opera comigo é através dos sonhos. Por esta forma é acionado o inconsciente sem a participação do consciente, onde as defesas do organismo estão atentas. Vejamos como foi esta última sondagem.

            Encontrei com Fulana por quem nutro simpatia, mas que não sinto dela abertura para aprofundar um relacionamento afetivo. Sentamos em algum lugar, isoladamente, e mandei abraços e beijos aos conhecidos quando nos despedimos. Ao sair, ela se volta e diz que prefere entregar o encomendado se ela recebe pessoalmente. Faz um sinal de beijos com as mãos nos lábios e aproveito para dizer que ela tem razão, que devo entregar pessoalmente os pedidos feitos. Dou um abraço prolongado nela e um beijo na face. Ela diz que prefere o recebimento de algo mais consistente, oferece sua boca e a beijo como sempre desejo. Sinto a sua língua ressequida, mas com o tempo do beijo ela vai se umidificando. Foi nosso primeiro beijo, mas de alta qualidade emocional, afetiva... nossos corpos se uniram com mais profundidade, o prazer assumiu o campo da minha consciência.

            Combinamos que nós iríamos para algum lugar sozinhos, para prolongar o momento que experimentamos. Ela concordou, mas não fez como havíamos planejado. A encontrei em outra circunstância, sentamos sozinhos em outro lugar, com uma terceira pessoa conosco. Ela explicou que não havia cumprido o prometido, pois era uma mulher casada e não teve como me explicar antes. Eu disse que nesse caso, teríamos que respeitar os compromissos anteriores que ela já tinha feito com outra pessoa, que não poderíamos aprofundar o relacionamento afetivo como eu estava pensando. A pessoa que estava ouvindo tudo se manifestou positivamente, dizendo que se sentia feliz e seguro ouvindo isso. Perguntei por sua profissão e ele disse que era médico. 

            Interpreto que este sonho foi mais uma sondagem feita por Deus em minha consciência, querendo saber até onde vai a minha liberdade de amar incondicionalmente, mesmo com a inclusão do ato sexual, que não pode ferir a ética ou a moral do próprio amor incondicional, que á a Sua essência.

            Minha consciência não acusa reprovação. Fiz tudo dentro da ética. Não forcei o primeiro beijo molhado, foi algo que veio da motivação de Fulana. Está certo que dei as condições psicológicas para isso acontecer, agi com muito afeto e libido, mas sem sinal de violência, de manipulação perniciosa. Talvez a secura que eu senti no beijo dela tenha sido a culpa pelo que ela estava dando início. Como eu não tinha tal culpa, não sabia da realidade dela, agi com naturalidade dentro da fisiologia e dos princípios do amor incondicional, aplicando a bússola do Mestre: “Fazer ao próximo aquilo que desejamos seja feita a nós.”

            Quando a realidade da situação de Fulana foi esclarecida, de imediato foi feita uma correção no modo de comportar para nós dois, respeitando o compromisso anteriormente feito com outra pessoa. Esse foi o segundo momento, o primeiro foi o beijo molhado, onde a convicção correta foi testada no sentido de direcionar o livre arbítrio. Pois poderia ter sido articulado um plano para manter o prazer que tínhamos acabado de descobrir, descartando os sentimentos negativos que iríamos infligir a outra pessoa diretamente envolvida com Fulana.

            Também serve esse sonho para fazer um contraponto com uma relação acontecida na vida real, onde fui confrontado com uma realidade que foi de certa forma manipulada para justificar o meu envolvimento. Firmei os meus princípios dentro da realidade que veio à tona, utilizei a verdade em todos os momentos dentro dos limites que já haviam sido estabelecidos. Isso me deu segurança nos caminhos que estou trilhando e mostrando a forma de adaptação que as pessoas que querem conviver comigo devem decidir se podem ou não tentar esse ajustamento de conduta.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 29/10/2020 às 00h28
 
28/10/2020 00h25
VINHA DE LUZ 20 - PORTA ESTREITA

            Temos diversos caminhos a seguir conforme permitidos por Deus. Alguns fáceis, outros difíceis. Cabe à nossa compreensão sobre a vida dentro de nossa consciência, para acionar à vontade de acordo com nosso livre arbítrio.

            Lucas escreveu em seu Evangelho uma frase atribuída ao Cristo que eu não concordo muito com ela: “Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão. (13:24)”

            A porta estreita significa entrar num caminho de mais dificuldades, dores, sofrimentos... não é isso que vimos muitos procurarem, pelo contrário, são procurados os caminhos mais fáceis, de prazer, de ociosidade.

            Talvez, no momento da reencarnação, sabendo da lei da evolução e do que devemos fazer para conquistar planos mais elevados de vida, de ter que passar pela porta estreita, procuremos fazer assim, mas já encarnados, sofrendo os efeitos da carne em nosso psiquismo, não conseguimos.

            Reconheço a necessidade do sofrimento purificador, sei do sacrifício que redime, do obstáculo que ensina; compreendo a dificuldade que enriquece a mente e acho importante a lição que mostrará a luz do entendimento que me elevará nos caminhos infinitos da vida. Mas, que faço eu? Perco muito tempo na ociosidade, em caminhos alternativos que me afastam da porta estreita. Sei que tudo isso é devido este instrumento de carne que o Criador me ofertou para eu seguir minhas lições. Como um fardamento que utilizamos para ir à escola, e que devemos lavar constantemente para tirar a sujeira que absorve, mesmo assim devemos fazer com o corpo. Devo faze-lo passar pela lavagem da Reforma Íntima, tirando a sujeira do egoísmo e me tornando capacitados a evoluir na programação espiritual em direção ao Pai. Só consigo fazer a retificação dos erros e vícios do corpo se eu conseguir passar pela porta estreita em busca do aperfeiçoamento.

            O Pai acaba de me mostrar mais uma porta estreita para meu avanço espiritual. Mostrou o marketing de relacionamentos (MMN) da Polishop pelo qual posso criar a maquete do Seu Reino, um tipo de família universal. No entanto, apesar de conhecimentos suficientes já adquiridos, permaneço parado na soleira, resistindo ao sofrimento que esta caminhada irá me levar. Sempre estou procurando uma porta larga por onde transitam as multidões, tentando fugir às dificuldades e me empenhando no menor esforço.

            Temendo o sacrifício, vou à procura da vantagem pessoal; sabendo da importância de servir aos semelhantes, procuro o serviço dos outros para mim.

            Nas memórias incrustadas do passado, vou indo pelos campos evolutivos oferecidos pelo Pai, perdendo as oportunidades que as portas estreitas me oferecem de fazer algo útil, menosprezando os compromissos que deverei ter assumido.

            Será que irei necessitar de uma enfermidade, um acidente que me mutile, para que eu considere com seriedade e força de vontade a transposição pelas portas estreitas? Mas não será tarde? Não terei perdido assim a capacidade de caminhar? Nesse momento, não poderei pensar... Ah! Se fosse possível voltar!...

            Então, tendo essa percepção, por que não pratico agora a passagem pela porta estreita, antes que incapacitado fique só no desejo de tornar a viver no mundo com suficiente humildade, paciência, fé e determinação de transpor a porta estreita e procurar fazer a felicidade do próximo, sabendo que assim adquiro a minha felicidade. Pois esta é a proposta do MMN, uma estratégia prática ao meu alcance, que devo transpor a porta estreita antes que seja tarde.

            Sei que eu roguei por tal porta estreita e recebi, no entanto, estou parado, com o risco de recuar do serviço justo, porque estou bem acomodado nas portas largas. 

Rogo a Deus para que me dê forças para que eu ultrapasse a soleira desta porta estreita, antes que ela se feche e eu não consiga mais. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 28/10/2020 às 00h25
 
27/10/2020 00h25
NO PRINCÍPIO...

            Nossa origem está sempre impregnada de dúvidas. A Bíblia traz uma boa explicação para isso e lendo o livro de Severino Celestino, ˜Jesus, o Messias das Nações”, fiquei inspirado em fazer este texto.

            No prólogo do Evangelho de João, foi escrito: No princípio já existia o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo estava em comunhão com Deus.

            Dito desta forma, as nossas origens têm principio com Deus e com o Verbo. Compreendendo o Verbo ser o Cristo, não entra no mérito da criação do Verbo. É como se o Verbo já existisse com Deus desde o princípio, quer dizer, ambos foram incriados, que têm as características da eternidade.

            Essa compreensão vai de encontro aos ensinamentos dos Espíritos, que dizem ser todos os espíritos criados por Deus, simples e ignorantes, inclusive Jesus que se tornaria o Cristo. 

            Então, onde está a verdade? Com João ou com os Espíritos? Sabemos que João escreveu seu Evangelho inspirado por Deus, pelo Cristo; sabemos que Kardec escreveu “O Livro dos Espíritos” como as respostas dos próprios Espíritos às suas perguntas dirigidas a diversos médiuns. Onde está a maior fidedignidade? Não é que estejamos a encontrar mentiras de um lado ou de outro, mas sim onde se encontra o maior poder de coerência dentro da racionalidade que podemos evocar. 

            Por mais que João seja honesto e quisesse escrever o que recebia como intuição divina, ele era uma só pessoa, com suas próprias convicções e entendimentos e que isso poderia desviar a intuição divina para as suas convicções pessoais. Dessa forma, observamos uma série de aberrações escritas na Bíblia por várias pessoas intuídas por Deus, como se fosse a vontade de Deus, o Que Deus realmente teria escrito se Ele mesmo pegasse o lápis e escrevesse. 

O Livro dos Espíritos, por outro lado, não é uma intuição de Kardec. Pelo contrário, ele usou de toda a racionalidade para fazer perguntas pertinentes a diversos espíritos através de diversos médiuns e só aproveitou aquilo que mostrava coerência. Dessa forma, o texto que mais se aproxima da verdade, pela força da coerência, é aquele decorrente das respostas dos Espíritos, por não está alicerçada numa única pessoa e ser passada pelo crivo da crítica a cada momento. 

Entendendo dessa forma, teríamos que fazer um corretivo das palavras de João, da seguinte forma: No princípio existia Deus, o Criador de tudo e de todos. Criou os espíritos simples e ignorantes com potencial de desenvolvimento moral e chegar ao máximo de comunhão com Ele, com capacidade plena de co-criação, como o Cristo que se tornou Verbo de Deus, filho unigênito em nosso universo.

Dessa forma compreenderíamos melhor a distinção de Deus e do Verbo que João queria explicar, mas sem deixar o entendimento de que Deus e o Verbo existia de todo o sempre. Apesar de toda a comunhão que o Verbo possa ter com Deus, ele não deixa de ser mais uma de Suas criações. Abre também a perspectiva que todos nós, espíritos encarnados e desencarnados, estamos numa trajetória evolutiva semelhante aquela experimentada pelo Cristo até chegar na comunhão plena com Deus, capaz de criar novos universos e assim ad infinitum (que não tem fim ou limite). 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 27/10/2020 às 00h25
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