Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
17/03/2014 00h01
SER INSTRUMENTO DE DEUS

            Fico agora a refletir naquilo que sempre peço em minhas orações, que nem sempre realizo com regularidade: o que quero dizer quando peço para ser instrumento da vontade de Deus? É uma palavra que sai da boca para fora, sem implicar numa aceitação naquilo que estou pedindo? Se isso é um aspecto central da minha conversa com Deus, e se isso não é considerado na minha vida prática, logo que eu deixo de conversar com Ele, então se transforma numa grande insensatez. Por mais nobres que sejam meus pedidos na oração, eles têm que ser praticados na minha vida cotidiana sob pena de terminar cometendo hipocrisia. Logo com Deus e no silêncio do meu coração! É como se estivesse cometendo um crime grave na presença do juiz.

            Devo fazer um esforço intelectual para procurar entender esse paradoxo. Quando estou na frente de Deus eu sou uma pessoa diferente do momento que termina a oração? Pois quando termina a oração eu entro no mundo material e muitas vezes nem me lembro da existência de Deus, quanto mais de ser o Seu instrumento. Daí vem a explicação da minha dificuldade de orar de forma habitual.

            Por outro lado eu sei que esta é uma crítica muito dura que estou fazendo a mim mesmo, pois sei que eu programo meu comportamento para atuar como se fosse o “instrumento de Deus”, mesmo que eu não tenha consciência disso em vários momentos. É como quando estou dirigindo meu carro para algum lugar. Eu coloco ele naquela direção desejada e no percurso fico a pensar em diversos outros assuntos sem está o tempo todo focado naquela meta. Devo fazer a mesma comparação com o meu comportamento, coloco meu corpo para ser o instrumento de Deus e enquanto realizo minhas ações fico a pensar em diversos assuntos diferentes. Mas caso meu comportamento saia desse trilho, logo surge na consciência a advertência para eu corrigir a rota.

            Esta reflexão serve para tirar da minha consciência a idéia de estar sendo insensato quanto as minhas orações e a aplicação do meu comportamento. Sei que tenho dificuldades inerentes à minha própria constituição psicológica que herdei da fragilidade espiritual que ainda tenho. Por exemplo, a atenção exagerada com relação aos desejos do corpo, que me deixa fragilizado frente a gula e a preguiça. Nem chego perto de São Francisco que sabia dominar perfeitamente as exigências do corpo, ao ponto radical de nem aceitar medicação, pois ela iria fazer bem só ao corpo e seu ideal era ser a imagem de Cristo na Terra.

            Eu já tenho uma compreensão diferente do meu xará de Assis. Mesmo sabendo das imperfeições egoístas do meu corpo e das quais ainda sou refém de algumas, considero que ele é o meu grande companheiro e que é através dele que consigo desempenhar o papel de instrumento de Deus aqui na Terra. Tenho que ser apenas sensato, saber que o corpo é um ser, uma estrutura biológica do mundo material e que com ele procura se relacionar para garantir sua sobrevivência. Meu espírito é o ser portador da inteligência e que tem a missão de administrar o corpo, para que consiga a melhor forma de evolução, tanto a biológica para o corpo quanto a moral para o espírito. A minha inteligência concorda que nesse mundo das formas, nesse mundo material, nada é definitivo, tudo é passageiro. Então os bens que estão dispostos dentro deste mundo material e que tanto desejo pode causar ao meu corpo, nenhum valor tem para o meu espírito, a não ser quanto ao processo de relacionamento com outros seres humanos ou com a própria Terra. Se dentro desse relacionamento eu mostro um comportamento ético e fraterno, seguindo as duas principais leis que Jesus nos ensinou, de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, eu estou seguindo a evolução espiritual também.

            Portanto, fica bem claro nessa programação de ser o “instrumento de Deus” que o meu comportamento está sintonizado com os valores espirituais, como se existisse um GPS espiritual dentro da minha consciência apontando para corrigir qualquer desvio de rota que possa acontecer no percurso do meu caminho.

            Nesse contexto a lógica fica bem atenta para um aspecto: devo abrir mão daquilo que não posso reter (os bens materiais de qualquer natureza, pois todos são passageiros) para ganhar o que não posso perder (a chance de aperfeiçoar os meus valores morais, ser caridoso, fraterno, justo, enfim, praticar o Amor Incondicional).

Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/03/2014 às 00h01
 
16/03/2014 00h01
PECADOS CAPITAIS

            O livreto “Encontro diário Com Deus” trouxe ontem a informação sobre os sete pecados capitais encontrados na Bíblia (Pr 6: 16-19) e que achei interessante fazer uma reflexão sobre eles no estágio atual de minha vida. Diz assim o texto:

            Sete pecados capitais.

            Seis coisas detesta o Senhor, e uma sétima aborrece a Sua alma: olhos arrogantes, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que maquina iniqüidades, pés correndo apressados para o mal, testemunha falsa que diz mentiras, e o que semeia discórdia entre irmãos.

            Assim a primeira vista parece que eu superei todos os sete.

            Os “olhos arrogantes” que implica num comportamento de arrogância, parece que estou no polo oposto, no polo da humildade. Mesmo que no trabalho eu seja testado constantemente no trato com pacientes, com a firmeza de colocar alguns limites sob pena de desqualificar a excelência do que estou praticando. A arrogância pode surgir nesses momentos em que a autoridade deve surgir, mas estou sempre atento para isso não acontecer.

            A “língua mentirosa” também não tem aplicação em mim, pelo contrário, chego a ser acusado de falar a verdade de forma até inconveniente, para pessoas que ainda não tem condições de conhecê-la. Reconheço que isso é verdade, então tenho que saber como fazer esse controle de evitar falar a verdade, mas sem falar mentiras. É um aprendizado que ainda estou fazendo, mas estou pecando mais pelo excesso, excesso de verdade.

            As “mãos que derramam sangue” não tem aplicação para mim, isso nunca aconteceu e acredito que nunca acontecerá. O momento mais próximo disso ter acontecido foi quando servi ao serviço militar, mas era época de paz, portanto não fui obrigado a esse pecado.

            O “coração que maquina iniqüidades” atualmente não me atinge. Mas no passado isso aconteceu, mas nunca realizei. A minha namorada trabalhava no Hospital Naval e era assediada por alguns médicos. Passei algum tempo imaginando a forma de machucar essas pessoas. Felizmente não tive os meios necessários para isso... nem fui atrás.

            Os “pés correndo para o mal” já é um tanto amplo. Em muitas coisas da vida pode ser caracterizado como um mal, por exemplo, se embriagar., jogar, fazer sexo... existem muitas ações que podem até por motivos preconceituosos ser classificados como maldades. Mas minha consciência também está tranqüila nesse aspecto, sei que não vou atrás de nada que pertença ao mal, pelo menos a nível consciente eu garanto.

            A “testemunha falsa” está dentro do falar mentiras, então não se aplica a mim, apesar de nunca ter ficado na condição de testemunha, mas se acontecer acredito que não seja diferente. Continuarei a falar a verdade.

            E finalmente, “o que semeia discórdia entre seus irmãos” também não tem aplicação. Como eu procuro seguir a oração de São Francisco onde ele se mostra como mensageiro da paz, então minhas ações sempre procura a harmonização. Isso me deixa muitas vezes como alvo de críticas, pois quando tenho que tomar decisões levo um tempo maior resolver, avaliando com cuidado o que pode prejudicar a A ou B naquele contexto.   

            Dessa forma eu me considero aprovado nessas questões mais graves com relação a lei de Deus. Sei que tenho muito a corrigir o meu comportamento que está cheio de imperfeições, mas nada tão grave para os outros, como são esses sete pecados capitais.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 16/03/2014 às 00h01
 
15/03/2014 23h09
ACEITAÇÃO

            Hoje foi um dia que fui testado pelo Pai mais uma vez, como Ele sempre faz comigo, de forma sutil e quando eu percebo estou dentro de suas provas.

Tudo começou a partir de ontem. Fui para o consultório e no caminho o pneu do carro furou. Sabia que ia chegar atrasado para atender meus pacientes e, além disso, sujo. No momento que abri a mala para tirar o pneu de suporte, surgiu um homem da minha idade aproximada, e se ofereceu para ajudar. Apesar de estar bem trajado, tomou a iniciativa do serviço pesado e logo o pneu estava no lugar. Agradeci a providencial ajuda e fui para meu destino. Cheguei na hora prevista.

Fiquei a pensar nas pessoas solidárias que existem espalhadas no mundo, que a violência chama a atenção, pois qualquer ato de maldade logo está nos jornais. Se alguém tivesse me assaltado naquele momento, muito provavelmente estaria no noticiário, mas com certeza nenhum veículo de comunicação teria interesse de divulgar que fulano de tal me ajudou a trocar o pneu.

Cheguei a noite no apartamento comecei a refletir na cama sobre o meu comportamento, se eu estava fazendo o correto da minha vida frente a vontade de Deus, principalmente no envolvimento com as mulheres de forma ampliada, onde existe a possibilidade de convivência com mais de uma de forma íntima, o que literalmente está contra a lei humana e aparentemente está contra a lei de Deus. Com essa profunda meditação terminei dormindo sem ligar o despertador. Conseqüência, quase que perdia o transporte para o meu trabalho em Caicó. O motorista, muito atencioso, subiu até o apartamento para bater na porta. Sai apressado e não fiz nada do que precisava fazer antes da viagem, nem tomei banho, não arrumei a bolsa, não fiz esse diário logo cedo, como sempre faço.

Durante a viagem foi mais um momento de fortes reflexões sobre minha vida, da minha condição de morar sozinho, de trazer tanto sofrimento as minhas companheiras por não poderem participar da minha presença como todos os casais fazem. Por que entrei nesse caminho, entendendo que é a vontade de Deus? Ele me mostrou vários caminhos e eu aceitei este que estou dentro dele. Então a palavra chave é essa: aceitação. E para terminar a checagem de Deus sobre minhas convicções, recebo a mensagem de um colega com esse tema, que transcrevo abaixo.

ACEITAÇÃO (início da transformação)

A primeira impressão que temos quando ouvimos ou pensamos em ACEITAR , seja uma pessoa, um fato ou uma situação é de que estaremos nos submetendo ou nos subjugando, desistindo de lutar, sendo fracos.

Na verdade, se quisermos modificar qualquer aspecto da nossa vida e de nós mesmos, DEVEMOS COMEÇAR ACEITANDO, NOS ACEITANDO.

A ACEITAÇÃO é detentora de um poder transformador que só quem já experimentou sabe avaliar.

É difícil aceitar uma perda material ou afetiva; uma dificuldade financeira; uma doença; uma humilhação; uma traição.

Mas a ACEITAÇÃO é um ato de boa vontade, mente aberta,sabedoria e humildade, pois ao contrário do que muitos pensam. A vida em si, não está sob nosso controle.

As pessoas são como são, dificilmente mudam. Não podemos contar com isso. A única pessoa que podemos mudar, somos nós mesmos, portanto, se não houver ACEITAÇÃO, o que estaremos fazendo é insensato, é insano.

Ser resistente, brigar, revoltar-se, culpar, culpar-se, são reações emocionais carregadas de raiva. Raiva do outro, raiva de si mesmo, raiva da vida. E a raiva destrói, fere, desagrega.

A ACEITAÇÃO é uma força que desconhecemos, porque somos condicionados a lutar, a esbravejar, a brigar e fazer barulho.

ACEITAR é paz, entendimento, leveza.

ACEITAR não é desistir, nem tão pouco resignar-se.

ACEITAR é está lúcido do momento presente e se assim a vida se apresenta, assim deve ser.

ACEITAR é colocar-se pronto para ver a dificuldade de outro prisma. Sem o peso que colocamos ou imaginamos ter.

No instante em que ACEITAMOS, desmaterializamos situações que foram criadas por nós, soluções surgem naturalmente através da intuição ou fatos trazem as respostas ou as saídas para o problema.

Simples assim.

Tudo é movimento. Nada é permanente.

A nossa tendência natural é resistir, não aceitar, combater tudo que nos contraria e o que gera sofrimento. Dessa forma prolongamos a situação. Resistir só nos mantém presos dentro da situação desconfortável, muitas vezes perpetuando e tornando tudo mais complicado e pesado.

Quando não ACEITAMOS nos tornamos amargos, revoltados, aprisionados, frustrados, insatisfeitos, cheios de rancor e tristeza, e esses padrões mentais e emocionais criam mais dificuldades, nunca trazem soluções. E muitas vezes achamos que os outros ou as coisas são responsáveis pelos acontecimentos. E não são.

ACEITAR é expandir a consciência e encontrar respostas, soluções, alívio.

ACEITAR é o que nos leva à FÉ.

ACEITAÇÃO é um passo concreto para deixar a vida mais leve,mais alegre emais saudável.

É fundamental entender que ACEITAR não significa desistir, mas seguir adiante com otimismo.

Ter muitos propósitos a serem atingidos é uma atitude saudável diante da vida.

Estar grato, colaborar, e muito para poder ACEITAR.

ACEITAR se refere ao momento presente, ao agora.

No instante que você ACEITA, você se entrega ao que a vida quer lhe oferecer.

Novas idéias surgem para prosseguir na direção desejada, saindo do sofrimento.

Como dizem: a dor existe, mas como sofrer é opcional, é uma escolha.

Quer ser feliz? ACEITE!

Não se esqueça: você só pode mudar você mesmo. Só você é responsável por tudo que lhe ocorre e sente.

Muita paz por toda eternidade!  

Entendi o recado Pai. Ele me disse que eu O aceitei como Pai e que aceitei fazer a Sua vontade. Esse é o poder transformador que mudou toda a minha vida e serve de exemplo para quem se aproxima de mim. Tudo está colocado de forma clara e transparente, depende da pessoa a aceitação. Se aceitar estaremos juntos por esse caminho tão estranho que o Pai nos ofereceu, mas que á da essência do Seu coração e isso muito me honra.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 15/03/2014 às 23h09
 
14/03/2014 08h23
DIA DA POESIA

            Hoje é o dia feito para lembrar o valor da poesia em minha vida. Desde que abri os olhos pela primeira vez após sair do útero de minha mãe, não tenho lembrança se já existia na minha mente algo que eu poderia chamar de poesia. Foi um momento dramático onde eu via a luz pela primeira e era obrigado a chorar para provar que eu respirava. Talvez aí não tenha tido tanta poesia, que implica numa harmonia com o criador buscando a beleza em suas diversas formas... Talvez com esse conceito eu possa dizer que desde o nascimento existia poesia em minha vida.

            Hoje estou amadurecido, sabedor da minha condição de filho de Deus e que estou aqui na Terra com a missão de aprender e ajudar, principalmente colocando em prática as lições do Mestre Jesus.

Ontem foi o aniversário de minha filha caçula. Combinei com meus irmãos para ir jantar na casa deles e fazer uma singela recepção para ela. Eles de forma solidária compraram um bolo, presente e fizeram um jantar harmônico. Eu comprei um livro, “A arte de bem viver” e nos reunimos a noite debaixo de forte chuva que caia desde a tarde.

Não existia nesse encontro a poesia formal de se recitar versos ritmados, mas existia a poesia da vida na sua expressão prática. Era a comemoração de uma idade marcante, 18 anos, mas não existia pompa nesse momento, e sim solidariedade e fraternidade. Não existia cobranças, e sim agradecimentos.

Eu estou em pleno regime de Quaresma, praticando um regime de jejum de diversas coisas que possam prejudicar o espírito, principalmente no que diz respeito aos desejos do corpo, como alimentação e repouso inadequados, meus principais pontos de exagero. A forma de eu mensurar a evolução nesse sentido é fazer a mensuração do meu corpo regularmente para verificar a queda sistemática do peso. Ontem eu procurei conter a alimentação sólida, não exagerei na quantidade como sempre faço. No entanto não coloquei limites na quantidade de líquidos e o resultado foi que eu ganhei mais de dois quilos nessa noite. Foi uma espécie de retrocesso dentro dos critérios que eu havia estabelecido para esse período da Quaresma, no entanto havia esse momento especial no qual eu era uma das figuras centrais na condição de pai da aniversariante. Não ficaria poético eu ter permanecido a margem de todo esforço que meus irmãos fizeram para a poesia daquela noite ser mais brilhante. Foi por esse mesmo motivo que no intervalo entre o jantar e o cortar do bolo para cantar os parabéns, eu propus inaugurarmos um baralho que minha irmã havia comprado, pois sei que ela adora o jogo de cartas e que seria uma forma de gratificá-la com nossa presença mais tempo ao seu lado.

Enfim, terminamos nossa singela reunião, sem necessidade de fazer um momento sofisticado para lembrar essa passagem importante da vida de minha filha, passagem para um mundo adulto que agora ela faz parte, com todos os direitos e deveres da cidadania. A poesia que estava presente em todos os momentos do encontro serve para lembrar a existência do mundo espiritual e no qual a contagem do tempo é feita de forma diferente e cumulativa. Minha filha pode ter entrado somente agora no mundo adulto dos nossos valores materiais, mas pelos critérios do mundo espiritual ela é um ser com bastante sabedoria e inteligência, e isso é condição para entender que ela é um espírito com bastante experiência na vida, talvez com mais idade do que a maioria dos adultos que estavam presentes na sua homenagem.

Assim a vida vai se desenvolvendo dentro das diversas circunstâncias que o Pai oferece e que nós podemos optar pela melhor, tanto no mundo material que todos percebem e são submetidos, quanto no mundo espiritual que muitos não tem conhecimento ou não acreditam. E dessa forma cada um faz a poesia com a beleza plástica dos relacionamentos que se desenrolam pela eternidade.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 14/03/2014 às 08h23
 
13/03/2014 07h27
LIÇÕES PRA JOSÉ

            Refleti muito num trecho que li do livro “Maria de Nazaré” onde o patriarca dos essênios aconselhava José quanto as suas preocupações em desposar Maria, a mando dos sacerdotes do Templo. Como sempre, eu vejo nos trechos que me chamam mais a atenção, uma forma do Pai se comunicar comigo. Procurei ver qual a relação que essas lições dirigidas a José podiam ser aplicadas a mim. Colocarei agora esse trecho da fala de Pai Muni, o venerável dos essênios, que procura orientar José nas suas atribulações, para ver se serve para me instruir para fazer a vontade de Deus:

            - Meu filho, disseste uma verdade muito grande neste momento: que ela, a nossa Maria de Nazaré, vive em mundo diferente do teu... Justamente, ela vive em outra faixa, em que ainda não podes viver. Mesmo assim, podes esforçar-te para viver ao lado dela, como companheiro de todos os instantes. É do nosso feitio desejarmos coisas para nós, muito mais do que merecemos e, por vezes, nos gloriamos de conquistar o que ainda nos chega por empréstimo misericordioso.

            Procura a humildade e faze o melhor, para que possas conquistar a sua atenção. Se souberes viver bem junto a ela, ganharás um dos maiores prêmios da vida, que é o prêmio que tanto procuras: a paz de consciência. Conquista-a tu mesmo; luta contra os teus impulsos, que os maiores inimigos do homem moram dentro dele. Se fores feliz por dentro do coração, serás feliz por fora, disto eu não tenho dúvidas. Serás um homem perseguido constantemente, não pelos sacerdotes, nem pelos ladrões de ouro e prata, porque não tens esses valores transitórios, mas serás perseguido pela tua natureza inferior, por um exército de divisões do mal, que te procurarão por todos os meios, para te fazer perder nos caminhos que aceitaste para a tua redenção.

            Estás ocupando um lugar, José, que terá o devido reconhecimento dos homens e mesmo dos teus companheiros, a que deves servir. Isso, para o teu coração, é bom, porque estarás livre do ciúme e da inveja, do escárnio e mesmo de ser morto pelos perseguidores. Deus quer de ti uma boa companhia para essa mulher, que Ele mesmo colocou ao teu lado. É hora de te redimires, meu filho! E redimir-te por amor à causa de Deus. Deves sentir-te feliz por teres sido escolhido para colaborar para que o Filho da Luz encontre meios na Terra, de servir com mais eficiência a todas as criaturas. Muitos desejariam o teu lugar, por verem nele a melhor das oportunidades de redenção, de dar sem exigir, de aprender na escola do dia a dia, de construir a sua própria consciência, limpando-a da sujidade milenar que a todos afeta.

            Quero de abraçar e desejar-te felicidade nos caminhos por onde andares. Nada deves temer, porque pessoa alguma te procura para tirar-te a vida, mas procura-te aquele que haverá de vir como estrela de primeira grandeza espiritual. Maria será assediada pelas investidas das trevas, pelo que sente e vai sentir no coração, como mãe de um ser que transcende todos os nossos ideais. Não estás ao lado dela para desfrutar das coisas da Terra; é necessário que morram, José, os teus instintos inferiores, para que cresça em teu coração a luz de todas as virtudes celestiais. Se o tempo que usas não for aproveitado no sentido do Amor puro, terás caminhos longos para percorrer, talvez sem companhias que te sirvam de reforço nos momentos de sofrimento.

            Nós te desejamos a paz, mas aquela que encontra no trabalho a fonte de serenidade e na vida reta, todos os alimentos que a alma desejar, ao ingressar para a vida na eternidade. Sê forte, meu filho! Levanta-te e anda, para que o tempo não fique em vão. O teu dever te espera e Deus há de te inspirar sobre o que deves fazer!

            Assim foram colocadas essas lições que considero de grande profundidade e que o Pai certamente deseja que eu faça um paralelo com as coisas e circunstancias da minha vida, desde o momento que decidi ser instrumento da Sua vontade.    

Publicado por Sióstio de Lapa
em 13/03/2014 às 07h27
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