O Amor tem capacidade de crescimento e aperfeiçoamento, porque é um fruto do espírito, e os frutos crescem. Recebemos a semente desse fruto no coração no ato da criação pela vontade de Deus. Quando o fruto amadurece podemos saborear individualmente e em todo o nosso contorno, a alegria, a paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio e contra essas coisas não existe lei, pois essas coisas pertencem á lei maior, a Lei do Amor.
Jesus na Sua missão de professor dessa forma de amar, disse que era a videira (tronco) e nós éramos as varas. Quem estivesse nEle e Ele consigo, daria muitos frutos. Queria Ele exemplificar com essa comparação, que suas lições deveriam ser colocadas em prática para que Ele como tronco pudesse nutrir as varas (nós, os galhos) para dar os seus frutos.
Essa comparação foi retomada recentemente pelo trabalho de Allan Kardec (1804-1869) que organizou o trabalho dos espíritos com o objetivo de criar as bases de um novo edifício que se eleva e que deve um dia reunir todos os homens num mesmo sentimento de amor e de caridade. Esse trabalho recebeu o nome de “O livro dos espíritos” e que recebeu a orientação dada pelos próprios espíritos para colocar na cabeça do livro a cepa de vinha que eles desenharam porque ela era o emblema do trabalho do Criador. Todos os princípios materiais que podem melhor representar o corpo e o espírito nela se encontram reunidos. O corpo é a cepa; o espírito é o licor; a alma ou o espírito unido a matéria é o grão. O homem quintessencia o espírito pelo trabalho e não é senão pelo trabalho do corpo que o espírito adquire conhecimentos.
O pastor Hagin pergunta, por outro lado, quem é simbolizado pelos ramos? O Espírito Santo? Não, nós somos os ramos. Os frutos crescem nos galhos, não no tronco da árvore. Logo, somos os galhos e sabemos que o fruto do espírito refere-se ao produto do nosso espírito humano recriado.
O fruto do Amor é produzido em nosso espírito nascido de novo, por causa da vida que adquirimos ao permanecermos na videira, nas lições do Mestre Jesus, que chegou a dizer explicitamente: “Não podem os ramos produzir frutos de si mesmo se não permanecer na videira.” O Amor é o principal fruto do espírito cristão renascido, por causa da vida que podemos ter ao permanecer com presença de Cristo em nós.
O Amor está em nosso coração e cabe a nós que o coloquemos em ação, pois senão não funcionará nem crescerá. Podemos alimentá-lo com textos religiosos e exercitá-lo na prática para o seu crescimento, porque é um fruto! É por isso que podemos aperfeiçoar-nos no amor, pois o fruto pode crescer e ser aprimorado. O fruto não é produzido plenamente maduro, não aparece de repente nos galhos, totalmente crescido e bom para o consumo. Começa como um botãozinho que precisa amadurecer ao obter vida do tronco da árvore.
O Amor posto em prática traz grandes recompensas. Ele sempre coloca a outra pessoa em primeiro lugar. Posso desejar o melhor para mim, mas quando considero as necessidades do próximo, devo colocá-las em prioridade, pois já atingi a condição de que ao amar assim estou amando a mim mesmo.
O Amor tem capacidade intrínseca de formar redes, a famosa pirâmide tão contestada no mundo financeiro. Caso eu perceba que a pessoa pela qual desenvolvo Amor está amando outra pessoa ou outras pessoas o estão amando, então o meu espírito automaticamente também passa a desenvolver Amor por essas pessoas. Não deixo minha carne governar-me, esse domínio perverteria minha mente, passaria a ser controlado por maus pensamentos, pelo ciúme, pelo sentimento de exclusão. Prefiro ser dirigido pelo Amor em meu interior e contribuir assim para a formação da família universal, do Reino de Deus.
Também sinto que passei por mais esse teste, sinto que o fruto do Amor amadurece e prospera dentro de mim, que o confesso e atuo à sua altura. Ele é revelado por mim por meio das palavras e ações. Procuro agir sempre de acordo com o sentimento divino e percebo como aumenta minha capacidade de amar, apesar das inúmeras falhas que possuo e de me sentir ainda muito longe da perfeição. Mas já tenho em meus galhos botõezinhos do fruto do Amor!
Pedro dizia que “Acima de tudo, porém, tende Amor intenso uns para com os outros, porque o Amor cobre multidão de pecados (1Pe 4:8).
Todos nós como seres imperfeitos que ainda somos, estamos sempre errando, pecando contra a Lei do Amor. Mas se entendemos a natureza do nosso erro e procuramos aplicar o Amor ao nosso redor, essa ação irá cobrir, anular a multidão dos nossos pecados.
Devemos ter a compreensão e a atitude de fazer desse Amor o maior alvo de nossa vida. Procuremos com sinceridade o Amor e adquiri-lo, fazer dele o nosso alvo, a nossa grande busca na vida. Quantos de nós podemos dizer com honestidade, que fizemos desse sentimento nosso grande alvo?
Afinal de contas, o Amor operando por nosso intermédio e alcançando os outros, pode transformar qualquer pessoa, até mesmo o criminoso mais vil, porque desse modo, é possível encher de ternura o coração mais endurecido. Não há quem não possa ser transformado a partir de uma atitude afetuosa.
Sei que devido a minha postura e paradigmas contrários a cultura vigente, mesmo por causa do Amor que defendo e pratico, desenvolvo muita intolerância, raiva e ressentimentos por desejos individuais não correspondidos. Sou vítima, dessa forma, de muita agressão e rejeição. Mas consigo manter o padrão do Amor vibrando em meu coração e procuro a pacificação nos momentos mais adequados. Sei que no auge de uma crise de raiva, quando a frustração dos desejos são percebidos de forma irreversível, nenhuma ação amorosa é reconhecida. Tenho que deixar o tempo funcionar e mostrar com ele a constância do Amor. Entra novamente o Amor com o papel de cobertor dos pecados, dos erros cometidos. Lentamente os sentimentos irão se harmonizando e novamente prevalece o Amor que nunca deixou de existir. Nesse caso podemos observar a essência da pacificação.
Por tudo isso foi que Jesus passou a ser considerado o Príncipe da Paz e o embaixador do Amor.
Mais uma vez eu percebo que o meu comportamento está sintonizado com mais essa faceta do Amor, procuro promover a paz ao meu redor, não sei conviver em conflito com quem quer que seja, e quando observo que isso pode prosperar com quem convive ao meu lado, prefiro morar sozinho como estou agora, desde que a Paz reine em meu lar, que eu não exclua ninguém.
Sempre que eu falar do Amor sem colocar qualquer outra adjetivação, estarei me referindo ao amor ágape, amor de Deus, amor universal, amor incondicional. Agora vem a pergunta crucial que ouço de muitas pessoas quando advogo a importância de praticar o Amor. Elas dizem que a prática desse Amor não é para nós, simples mortais, dizem que é coisa para os santos, para Jesus Cristo.
Mas concordo com o pastor Hagin, o Todo-Poderoso não pediria que fizéssemos algo impossível. Se Ele nos mandou amar uns aos outros, é porque isso é possível. Deus é Amor e podemos compartilhar esse sentimento derramado em nosso coração. Quando fomos criados Seu Amor é transmitido a nossa alma pelo Espírito Santo. O Amor aguenta firme qualquer tipo de pressão, suporta tudo e jamais se esgota, não fica ultrapassado nem chega ao fim.
Ao andarmos com a luz do Amor, nunca enfraqueceremos. Conseguiremos continuar amando as pessoas, quer a nossa natureza humana se sinta, ou não, disposta. Devemos amar o próximo com o mesmo sentimento existente no Senhor.
Quem está na prática do Amor, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses; o Amor é desinteressado. O Amor não insiste nos seus próprios direitos nem na sua própria vontade, porque não é egoísta. Não coloca a si mesmo nem os próprios interesses em primeiro lugar. Enquanto se tiver a disposição de brigar apenas pelas questões pessoais, não poderá experimentar o Amor.
Não é possível ter fé integral no Senhor até compreender e seguir Seu Amor, porque Ele é Amor, e a fé típica de Deus atua por meio desse Amor. Portanto, para crer plenamente no Pai celeste e agir segundo a fé, é preciso andar no sentimento que provém dEle.
Uma característica do Amor é que ele nunca leva em conta uma injustiça sofrida. Essa característica pode ser considerada como o termômetro do Amor. Se acusar febre é porque estamos nervosos, queixosos ou ressentidos. Sempre tomando nota do mal que foi feito. É uma boa forma de medir o Amor! Enquanto levar em conta o mal que sofre dos outros, não conseguirá viver em Amor. Mas se conseguir andar no Amor permanecerá cheio do Espírito Santo e não guardará resentimentos. Se não conseguir esquecer o mal que lhe fizeram, não poderá acreditar no melhor a respeito dos outros.
O amor comum e natural é o inverso de acreditar no melhor de todas as pessoas. Esse amor humano está sempre disposto a acreditar no pior com referência ao próximo. Há quem até procure defeito nos outros a fim de ter motivo de acusá-los ou fazer comentários indesejáveis.
O Amor está sempre disposto a sempre acreditar no melhor de cada pessoa. Deus é Amor e, portanto, está sempre disposto a pensar coisas muito boas sobre cada um de nós.
Considero que tenho passado por mais essa etapa de avaliação no meu grau de Amor, uso o termômetro em mim e não acuso febre.
Graças a Deus! Graças ao Amor!
O pastor Hagin continua afirmando, já que é tão importante o amor característico de Deus, é necessário sabermos mais sobre essa questão. Podemos compreender, é lógico, que esse amor é diferente do afeto humano, que pode transformar-se em ódio da noite para o dia. No entanto, o amor do Senhor nunca falha. O trecho ampliado de 1 Coríntios 13: 4-8 esclarece bem essa definição:
4 O amor perdura muito tempo e é paciente e benigno; o amor nunca é invejoso nem ferve com ciúmes; não se ufana, não se ensoberbece, nem se exibe com altivez.
5 Não é orgulhoso – arrogante e inchado de soberba; não é grosseiro, nem se comporta de modo inconveniente. O amor (o amor de Deus em nós) não insiste em seus próprios direitos nem na sua própria vontade, porque não é egoísta; não se exaspera, nem se queixa, nem se ressente; não leva em conta o mal feito contra ele – não presta atenção a uma injustiça por ele sofrida.
6 Não se alegra com a injustiça e a iniquidade, mas se regozija quando a justiça e a verdade prevalecem.
7 O amor aguenta todas as coisas que possam surgir, sempre está disposto a acreditar o melhor a respeito de todas as pessoas, suas esperanças não murcham em nenhuma circunstância, e suporta tudo (sem enfraquecer).
8 O amor jamais acaba, não se esgota, não fica obsoleto, nem chega ao fim. Quanto a profecia (o dom de interpretar a vontade e o propósito divinos), será cumprida e desaparecerá; quanto as línguas, serão destruídas e cessarão; quanto ao conhecimento, passará (perderá o seu valor porque a verdade divina tomará o seu lugar).
O apóstolo Paulo estava realmente inspirado pelo amor de Deus quando fez essa definição. Do ponto de vista racional, levando a perspectiva de Deus e do que Ele deseja para nós, não conseguimos fazer nenhuma correção, nenhuma crítica. Devemos agora, já que a consideramos completa, dedicar tempo para que esse amor penetre em nossas mentes e corações.
Com o amor ágape conseguimos ficar firmes em qualquer circunstância. Será fácil superar tudo com a ajuda do amor que vem do Altíssimo!
Eu sei que tento seguir essa definição de amor proposta por Paulo e explicada pelo pastor Hagin. Sei que em função disso modifiquei a minha vida radicalmente, comparada ao padrões culturais. Até aqui não encontro desvio do que é proposto como o amor e a sua aceitação e aplicação por mim.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três: porém o maior destes é o amor. (1 Coríntios 13:13)
Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. (1 João 4:8).
Eu já tenho esse conhecimento, porém a explicação do pastor Hagin fortalece o meu entendimento. Primeiro, ele faz uma crítica sobre a tradução da palavra grega ágape para caridade. É o que acontece na Bíblia que faço a leitura diária (Bíblia Sagrada. Editora Ave Maria Ltda, tradução dos originais mediante a versão dos Monges do Maredsous (Bélgica) pelo Centro Bíblico Católico, Edição Claretiana, São Paulo-SP, 1998).
Pastor Hagin explica que a definição da palavra caridade segundo os dicionários é boa vontade benevolente à humanidade. No entanto, o termo original empregado na passagem bíblica é ágape, que significa o amor de Deus. Em todo Novo Testamento, a palavra ágape fica melhor traduzida por amor. Em 1 João 4:8b, por exemplo, a Bíblia diz: Deus é ágape, ou seja, amor. O termo grego significa, portanto, o amor característico de Deus.
Em seguida ele faz a comparação dos três termos. Primeiro, a fé não consegue existir sem o amor. Ela depende dele para agir. O texto de Gálatas 5:6 diz: “Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem valor algum, mas a fé que atua pelo amor.” Pode-se perceber facilmente que o amor é maior que a fé, pois ela não consegue ser implementada de outro modo. O amor é necessário para colocá-la em ação.
Em segundo lugar, Hagin diz que a fé não funciona sem a esperança, que é preciso ter esperança em algo antes de sua fé dar substância a ela, e para isso se apoia em Hebreus 11:1 – “A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê.” Ele explica que se não tem esperança em coisa alguma, sua fé não poderá funcionar, porque não terá um objetivo em favor do qual deva crer em Deus. Sem a esperança ela é inoperante.
Estes dois sentimentos, fé e esperança, no meu modo de ver, estão intimamente associados, e ambos dependem do amor. Agora eu também tenho algumas observações a fazer no pensamento de Hagin, que está alicerçado na fé do que eu penso. Hagin diz que esses sentimentos não podem existir um sem o outro. Eu penso que eles estão tão ligados que é impossível dissociar um do outro. Eu tenho fé no que digo aqui, acredito que eu esteja certo, tenho esperança que eu esteja certo. Não vejo nessas considerações sentimentais, da fé e esperança, a necessidade da força do amor, são elucubrações cognitivas para as quais basta a procura do seu derivado, a verdade.
Outro exemplo: vou para a parada de ônibus com fé que ele passe no horário, isso está misturado com a esperança. Ele não passa no horário, minha esperança junto com a fé se desloca para um horário mais distante, os fatos mostram que ele está atrasado. O sentimento do amor não tem nenhuma influência no decorrer desses fatos, tem sim, influência na geração de emoções negativas dentro de mim. Caso eu não tenha amor, vou ficar revoltado com a situação, não considerarei qualquer circunstância que possa ter causado o atraso.
Então, nas questões corriqueiras da vida a fé e a esperança estão sempre operando e é bom que o amor esteja presente para uma maior harmonia nos relacionamentos que se formam ao nosso redor a cada momento. Mas acredito que o objetivo de Hagin não tenha sido esse, de tratar das coisas corriqueiras da vida e sim da parte filosófica mais importante, do sentido do universo e do significado da nossa vida dentro da natureza, como ela deve se conduzir no processo evolutivo. Dentro dessa perspectiva, esses três sentimentos parecem ser os dínamos universais com toda a implicação nos objetivos individuais.
Reconhecendo o amor de Deus, o amor ágape, o amor incondicional, como a maior força do universo, a essência do próprio Deus, e que todos a possuímos como semente no ato da criação, resta fazer o nosso esforço pessoal, usando o nosso livre arbítrio para conquistar sua maturação dentro de nós, como o mais belo fruto do espírito. Nesse sentido surgem a fé e a esperança como as duas pernas que nos farão engatinhar, caminhar ou correr em busca dessa maturação do amor dentro de nós. Se tiver fé em tudo que desenvolvi nesse texto, tenho a esperança de que posso correr em busca de meus objetivos espirituais, se eu tenho dentro de mim a energia do amor suficiente e necessária, então o meu livre arbítrio irá operacionar minha vontade para que eu destrua todo e qualquer tipo de egoísmo dentro do meu coração, pois são os principais adversários do amor.
Então, resumindo o que aprendi nesta avaliação, devo procurar absorver do Pai e distribuir com benevolência e fartura todo o amor que for possível eu administrar. Sei que o Pai é magnânimo na distribuição do amor, que a fonte jamais irá secar, mas depende de mim a correta distribuição daquilo que é da Sua essência e que Ele me oferta sem reservas.
Ontem mesmo, na hora de voltar para casa, entrei em conflito com essas forças presentes dentro de mim. A gula fez com que eu comprasse alimentos de forma exagerada. A consciência acusou o fato e no mesmo trajeto eu doei a metade para as garotas que fazem programa nas imediações do meu apartamento. Senti o fluxo do amor incondicional para elas e também o reconhecimento delas por esse tipo de amor, pois da primeira vez que fiz esse gesto de doação, houve a tentativa de sedução, de condicionar o bem recebido a uma troca sexual. Desta vez não houve essa tentativa, apenas o agradecimento e troca de sorrisos fraternos. Considerei que a força da gula foi usada pelo amor incondicional para fazer o bem sem esperar recompensa. Reconheci que já tenho dentro de mim uma quantidade de amor ágape capaz de fazer essa transformação no comportamento. Sinto que estou no caminho certo, pois todo o meu corpo, carne, instintos, agora sabem, que eles podem até influir no meu comportamento em algum instante, mas logo que a consciência entre em ação, vai dar carta branca ao amor incondicional para fazer o que é preciso.