O trabalho é o motor que impulsiona a vida, a evolução. Tudo em volta executa um trabalho para que tudo funcione na interdependência dos seres. Nós como seres conscientes desse processo não podemos nos esquivar de fazer o nosso trabalho. Trabalho este que tem uma característica toda especial que é a racionalidade. Temos um domínio maior sobre a natureza do que os nossos colegas de vida neste planeta. Daí termos também maior responsabilidade. O trabalho realizado traz a recompensa do salário para a sobrevivência. O salário deve ser uma conseqüência do trabalho realizado, mas não o objetivo principal. Na cultura humana isso está pervertido. É a recompensa financeira o principal motor que faz funcionar a máquina operativa humana. Daí se sobrepõe uma série de artifícios que os fortes colocam sobre os fracos para ganharem mais dinheiro do que os outros, de forma imoral e anti-ética. Até mesmo juízes que deveriam preservar ao máximo essa condição dentro dos parâmetros da moral e ética, são muitos deles os que se deixam levar pelo encanto dos grandes salários e esquece a multidão de famintos e deserdados sociais a clamarem por uma esmola do estado. Como fazer para que o trabalho de cada um seja reconhecido em sua dignidade de integrar o esforço coletivo humano e dessa forma cada um receber com justiça aquilo que seu esforço o capacita, é o grande segredo para atingirmos uma sociedade mais justa, equilibrada e harmônica.

            A verdade é uma só, é universal, não pode existir mais de uma. Então, por que existem tantas opiniões contrárias sobre um mesmo tema e que defendem verdades diferentes? Acontece que quando entramos na vida já encontramos contextos diferentes das diferentes áreas. Jamais um só indivíduo terá condições de se equiparar a outro em todos os aspectos para serem coincidentes em suas opiniões. Além desses fatores externos existem ainda os internos. A carga genética que herdamos e que irá direcionar a formação do corpo e a disposição do pensamento. A verdade única, Universal, nesse contexto fica difícil de encontrar. O que podemos fazer para evitar viver em tantos conflitos, às vezes de grande risco individual e coletivo, é desenvolver a tolerância. Isso só conseguimos alcançar se entendermos esse contexto no qual vivemos. Então a verdade do meu amigo ou adversário, pode ter em algum ponto a sintonia com o que penso. Devo avaliar constantemente se as minhas verdades não possuem em algum lugar algum erro ou paradoxo. A razão deve sempre estar atenta, conhecedora que a consciência que tenho da verdade sofre todo esse complexo efeito das circunstâncias ambientais, internas e externas. Estou firme nas minhas convicções, mas analiso a todo momento a verdade do outro para avaliar se é mais coerente que a minha e assim sendo devo ter a coragem de mudar o meu conceito que tinha até o momento de verdade. Dessa forma acredito que todos que assim agirem aproximará cada vez mais o coletivo da verdade universal.

            A compreensão da vida está sempre sob os efeitos de novas informações e vivências que fazem o burilamento dos paradigmas de vida e uma maior aproximação da verdade universal. As pessoas dentro do nosso relacionamento tendem a uma maior ou menor aproximação de acordo com a sintonia do que é escrito, falado a agido. Mesmo que por outros motivos o leitor não possa colocar em prática algum dos pensamentos do autor, mas que reconhecem a sua verdade, esse item de aparência paradoxal é fator de aproximação.

             O espaço para comentários que existe ao final de cada texto é importante para que o leitor possa interagir e fazer perguntas sobre o que ficou incoerente de acordo com sua forma de pensar, ou o que não ficou racional. Não posso desejar que todos aceitem como verdade o que estou escrevendo, mesmo porque os meus paradigmas são diferentes em algum ponto dos paradigmas dos meus leitores. É importante que o leitor considere como racional dentro do paradigma do autor. Se isso corresponde ao que o leitor pensa sobre a vida, sobre o tema que está sendo abordado, existe uma sintonia de pensamentos. Caso contrário o leitor tem todo o direito de se manifestar nos comentários e colocar a base conceitual dos seus pensamentos contrários. Essa opinião do leitor é muito importante para o autor, pois ele pode reavaliar o que escreveu e racionalizar uma nova interpretação de sua vida, de seus paradigmas, de acordo com a força dos argumentos contrários.

            Na comunicação sempre existe o emissor e o receptor. Nos relacionamentos o emissor humano e o receptor também humano passam por uma série de ruídos que podem interferir no conteúdo da comunicação até o ponto de inviabilizar sua compreensão. Todos os textos colocados neste diário sofrem esse processo. O emissor deseja o máximo de compreensibilidade para aquilo que escreve, mas não pode uniformizar o pensamento de tantos quanto os recebem. Cada um tem a sua maneira de pensar, própria, personalística, que dá o seu caráter. O que devo fazer é tornar o meu pensamento o mais transparente possível, as suas bases paradigmáticas, para o meu leitor ou ouvinte ter uma melhor compreensão do que quero dizer. Por exemplo, no dia de ontem, se eu não fizer uma melhor explicação, poucos entenderão o significado do que minhas poucas palavras queriam dizer.

            Quando passei a fazer esse diário procurei ser fiel ao título, de a cada dia colocar um texto referente a minha vida de forma mais filosófica, pinçando um aspecto do que vivenciei no dia, quer seja do cotidiano da vida ou da leitura e interpretação de qualquer texto lido e feito o paralelo com meus paradigmas. Assim, procuro não perder nenhum prazo para a colocação de textos, e quando isso acontece interpreto como uma falha nos meus compromissos. Para evitar tantas falhas devido as exigências do dia e tantos compromissos profissionais e sociais de forma geral, em alguns momentos como este dilato as circunstâncias do dia em diversos itens e deixo agendado dentro do sistema para que eu não perca nenhum item. Ontem eu não tinha nenhum agendamento para que entrasse um texto automático no dia. Ao tentar acessar o sistema com 15 minutos para o término do dia, o computador não respondeu com a velocidade esperada. Ficou travado por tempo demasiado e quando tive o acesso já estava nos minutos finais. Não podia mais fazer um texto mais elaborado e sim o mais curto possível, daí a explicação para o “POR MOTIVO DE CUMPRIR COMPROMISSO É TÃO PEQUENO ESTE TEXTO,” publicado no último minuto do dia como pode ser comprovado.

            Com esta explicação o leitor interessado tem a compreensão do que o emissor quis dizer, sem a qual a interpretação pareceria enigmática, um jogo de adivinhação. Assim pode acontecer com qualquer um item deste diário. Caso o leitor não tenha um bom conhecimento do autor, de seus pensamentos paradigmáticos, muito perderá de sua compreensibilidade, mesmo que haja também um esforço em cada texto para justificar o que é escrito.