POR MOTIVO DE CUMPRIR COMPROMISSO É TÃO PEQUENO ESTE TEXTO,
Duas primas que são contrárias à verdade. Sabemos que a verdade é um fator importante para a construção da harmonia. Toda mentira ou omissão que cobre a verdade, um dia o tempo se encarrega de descobrir. Surge inevitavelmente o conflito acrescido dos juros desde o tempo que a confiança não imaginava da existência da verdade tão bem oculta. A mentira ainda é mais ostensiva que a omissão nesse encobrimento ou disfarce da verdade. Mas, dentro da realidade da vida, nem sempre essas duas primas podem ser consideradas como negativas. O próprio Jesus Cristo, o maior modelo moral de humanidade que possuímos, também usou da omissão no trabalho que Ele veio fazer aqui em nome do Pai. Ele tinha uma capacidade de pensar e sentir muito mais evoluída do que qualquer pessoa do seu tempo e de todos os outros que temos conhecimento. Portanto, ele sabia que no decorrer da sua missão, a conseqüência de seus sermões, ensinos, curas e acusações sobre o mal que era praticado, era a morte como um criminoso, pregado numa cruz. Como ele poderia dividir essa informação com aqueles que o amava, com sua mãe, por exemplo? Certamente a dor que ele iria causar falando sobre essa verdade, seria enorme para ela. Valeria a pena? Preferiu omitir essa informação de todos e evitar um sofrimento desnecessário, antecipado. Assim também podemos praticar a omissão de preferência e em caso excepcional a mentira, desde que tenha por trás esse objetivo nobre, evitar sofrimento desnecessário àqueles que amamos. Enquanto a verdade está coberta com o objetivo de evitar o sofrimento a quem amamos, devemos trabalhar os conceitos que acreditamos corretos na consciência daqueles que os consideram errados. Devemos mostrar os aspectos positivos da nossa forma de pensar, e da incoerência do comportamento do outro quando quer impedir que o nosso pensamento e ações sejam expressos. Com paciência, humildade, tolerância e amor, faremos emergir a verdade gradativamente, de forma harmônica sem conflitos intransponíveis.
A harmonia é um dos grande objetivos na vida, se quisermos viver felizes. Não é um objetivo fácil, tendo em vista as inúmeras variáveis que surgem em nosso campo comportamental, principalmente no que se refere aos relacionamentos. Nesse caso, cada um dos elementos do relacionamento possui uma mente repleta de estratégias, conceitos e preconceitos com os quais dirigem suas vidas. É praticamente impossível encontrar uma pessoa que se adapte inteiramente aos paradigmas de vida da outra. O que podemos fazer é esclarecer o máximo quais são nossas interpretações do mundo e como desejamos nos comportar na vida. Então, cada um fará os seus ajustes de controle do próprio comportamento e de tolerância pelo comportamento do outro para viabilizar uma relação harmônica. É necessária a honestidade plena nesse acordo mútuo, para não criar logo de cara conflitos que inviabilizem a harmonia. Às vezes pode haver más interpretações de frases, de colocações que são feitas, que batem nos acordos previamente feitos e logo surge a desarmonia. Então, quando o esclarecimento da questão é feita, volta-se então ao patamar da tolerância, da arena da convivência harmônica dentro dos limites conhecidos e respeitados. Este é um processo que se arrasta ao longo da convivência onde a verdade é peça fundamental.
Nossa linha base de humor nunca é uma reta perfeita. Tem sempre os seus momentos de baixa (tristeza) e os momentos de alta (alegria). Em casos de transtornos mentais isso pode ficar exagerado, momentos de baixa chegam à depressão com potencial de auto-destruição e momentos de alta chegam a euforia, mania, com potencial de destruição também. Quando colocamos o fator espiritual em nossa vida, observamos que essas flutuações de humor agora são melhor gerenciadas e o conceito de inferno (depressão) e céu (euforia) podem ser melhor trabalhados por nossa consciência. Nada melhor para exemplificar isso, que uma pequena história oriental:
“Um dia um samurai procurou um velho sábio para que esse lhe explicasse o significado de inferno e de céu. O sábio olhou-o de alto a baixo e disse:
- Como queres, um homem porcalhão como tu, barbado, sujo, imundo, portando uma espada enferrujada pendurada num cordão, querer saber de coisas tão sublimes?
O samurai enraivecido sentiu o sangue lhe avermelhar a face e num ímpeto de ódio sacou da sua espada, levantou-a disposto a decepar a cabeça do impertinente.
Foi quando o sábio, sem alterar o tom de voz ou o ritmo de suas ações, disse:
- Isso é o inferno.
O samurai parou a espada no ar. Num relance avaliou que estava prestes a decepar aquele homem que teve a coragem de lhe dar uma lição tão profunda, com o risco da sua própria vida. Guardou a espada e com arrependimento no olhar disse:
Perdoe, senhor, pela brutalidade que eu queria cometer, por minha impulsividade, agressividade, intolerância...
O sábio mais uma vez sem alterações no seu gesto e voz, disse:
- Isso é o céu.”
É esse estado de espírito que cada um desenvolve dentro de sua mente, do seu coração, que nos deixa a viver no céu ou no inferno. Para quem já tem Deus no coração e na mente, tem um grande aliado para transformar os piores momentos que podem nos levar ao inferno e nos trazer de volta ao céu que é o nosso lugar. Agradeço a Deus pela ajuda que Ele me dá, nos momentos mais difíceis, pedindo perdão a quem ofendo e com coragem de realizar as coisas necessárias, por mais difíceis que elas pareçam.
Servir é divino! Foi uma das últimas lições que Jesus deixou conosco, ao lavar os pés dos seus discípulos com sublime humildade. Mostrou a natureza do serviço em sua acepção mais simples e no entanto tão cheia de significados. Hoje na nossa vida moderna, existem diversas formas de servir: arrumando a casa, fazendo alimentação, dando lições, cuidando de doentes... uma infinidade! Mas uma de nossas ações não me parece cair bem nessa conceituação de serviço. É a ação sexual. A não ser quando ela é desenvolvida em caráter profissional, quando uma pessoa se dispõe a causar prazer ao outro em troca de dinheiro, posição social, recursos materiais ou mesmo por altruísmo. Assim, acredito, possa ser um serviço, está no campo material. Mas quando é desenvolvida de forma natural, quando dois seres sintonizam no amor e no desejo, se entra no campo espiritual. O prazer recíproco que ambos obtém é da mesma natureza, não cabe o conceito de servir um ao outro. É um momento mágico onde a exaltação do amor é tamanha que surge o prazer carnal cobrindo o corpo de ambos. Como pensar nesse momento sublime que alguém está servindo a outro? Há um amálgama de corpos, de almas, onde a causa do prazer que um recebe é a mesma que o outro dá. É um sexo divinizado. No serviço há sempre um beneficiário para aquela ação que praticamos, um despende esforço e o outro é beneficiado desse esforço. No sexo divinizado dentro da mesma ação que promovo o prazer, também recebo ação que me dá prazer na mesma intensidade. É esse equilíbrio que tira o conceito de serviço, onde sempre é observado alguém ser beneficiado de uma maneira diferente do outro. Quando Jesus lavou os pés dos discípulos, Ele os beneficiou, pois tiroou a sujeira que poderia ser causa de mau odor e até doenças; por outro lado Jesus também se beneficiou, pois estava cumprindo a vontade do Pai, de fazer aos outros o que gostaria que fizessem a si. São benefícios diferentes genrados por uma só ação, a do executor. No sexo divinizado o mesmo benéfico que um recebe o outro recebe também. Os dois são executores. Então, é um equívoco alguém que pretende fazer o sexo divinizado depois comentar que “não serve mais para o outro” por qualquer motivo. Passa a idéia que estava fazendo o sexo profano, que estava “servindo” a alguém por algum benefício que não fosse o prazer da mesma qualidade. Mas tudo pode ser também devido a contaminação cultural. A pessoa pode muito bem ter feito o sexo divinal com todas suas características de equilíbrio e no entanto, no contato com a cultura vigente, com as pressões que recebe do dia-a-dia, imaginar que tenha sido usada ou abusada. Nesse caso a mente dar um salto automático do plano divinal para o infernal... e tudo pode acontecer!