Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
11/06/2017 23h59
DIMENSÕES DA VERDADE (05) – IMPEDIMENTOS

            Há três grandes impedimentos para nossa ascensão em direção à luz: o primeiro é o personalismo destruidor, que foca na vaidade e orgulho e não consegue corrigir os próprios defeitos; o segundo são os compromissos e necessidades que sentimos com o próprio corpo, e sempre exageramos na garantia daquilo que entendemos ser necessário conquistar e manter para viabilizá-lo ao longo do tempo, inclusive com o cuidado exagerado e criminoso com os descendentes; e, terceiro, o egoísmo avassalador, frequente em todas as pessoas e grupos sociais. Chega ao ponto de duas pessoas se postarem uma frente a outra num duelo mortal, tão impregnada está neles a ideia do ponto de honra, fruto do orgulho, do egoísmo e do exagerado personalismo.

            As intuições negativas na pessoa preocupada levam à semeadura de dúvidas, perda da coragem, pensamentos cruéis e instabilidade emocional. A inspiração negativa consequente leva a ideia infeliz e constante, a sentimentos feridos e desilusão com todos.

            É devido prestar atenção das incompreensões das pessoas que partilham as ideias conosco, pois, muitos atormentados em si mesmo passam a nossos problemas com as próprias lentes que elaboraram para si.

            Outra categoria de influência negativa são os zombadores. Aqueles que ainda estão encarnados podem se apresentar como amigos e sorrir de forma acolhedora no semblante, mas por trás com falsidade e escarnecimento. Aqueles que já forma para o mundo espiritual, podem nos atingir com vibrações inferiores num assédio constante. Por isso, feliz é aquele que não segue os conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se senta na roda dos zombadores, como está escrito nos Salmos (1.1).

            Apesar de tudo devemos seguir adiante, clarear a alma com a fé, acender no coração o culto ao dever que temos para com Deus e esperar dEle a providência.

            Ao companheiros atormentados que convivem ao nosso lado, devemos meditar no contexto que se forma de prosseguir nosso caminho sem desviar de nosso objetivo espiritual, orar com paciência por nós e por eles, não revidar com a língua alguma ofensa ou incompreensão, e evoluir sempre para servir como exemplo.

            Existem pessoas que mesmo sendo fiéis em suas religiões, não conseguem enxergar as oportunidades que Deus nos tem dado, porque a fé religiosa que a pessoa desenvolve pode estar muito distante da vontade de Deus para conosco. Por isso podemos ser atormentados pelas mais diversas operações do inimigo, tanto no corpo como na alma. Podemos conhecer apenas por observar. Viver dominados por pensamentos negativos e maldosos, não podem trazer paz. A nossa mensagem para essas pessoas é para que amem como o Senhor nos ama. Ao ouvir a mensagem do Evangelho e nelas crer e procurar cumprir, estarão se libertando de toda a negatividade que tenta impedir os nossos passos.

            Se sentimos que existem perseguidores desencarnados a nos influenciar negativamente, vamos ao santuário da prece, nos refugiemos na oração, e transformemos a dor em meditação.

            Carregar alguma cruz pode ser justo e necessário, uma vez que somos imperfeitos e devemos pagar pelos erros que cometemos de alguma forma, geralmente com provação e dor. Devemos transformar a aflição e insulto em escada para alcançarmos cada vez mais a luz que vem do Céu.

            O discípulo e discipulador é aquele que carrega sua cruz como significado de tudo o que lhe identifica com Jesus. Não há vida verdadeira com Deus se não estamos dispostos a pagar nossos erros com sangue, suor e lágrimas. Esta é uma mensagem que tem sido esquecida perante o anseio de triunfalismo barato.

            Por tudo isso o Mestre ensinou... “E porque abundará a iniquidade, a caridade de muitos esfriará; mas aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mateus, 24:12-13).

 

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em 11/06/2017 às 23h59
 
10/06/2017 23h59
FOCO DE LUZ (05/17) – NUVENS

            “E saiu da nuvem uma voz que dizia: este é o meu amado Filho, a ele ouvi.” – (Lucas, 9:35)

            O homem, quase sempre, tem a mente absorvida na contemplação das nuvens que lhe surgem no horizonte. São nuvens de contrariedades, de projetos frustrados, de esperanças desfeitas. Por vezes desespera-se envenenando as fontes da própria vida. Desejaria, invariavelmente, um céu azul a distância, um sol brilhante no dia e luminosas estrelas que lhe embelezassem a noite

            No entanto, aparece a nuvem e a perplexidade o toma, de súbito. Conta-nos o Evangelho a formosa história de uma nuvem. Encontravam-se os discípulos deslumbrados com a visão de Jesus transfigurado, tendo de si Moisés e Elias, aureolados de intensa luz.

            Eis, porém, que uma grande sombra comparece. Não mais distinguem o maravilhoso quadro.

            Todavia, do manto de névoa espessa, clama a voz poderosa da revelação divina: “Este é o meu amado filho, a ele ouvi!”

            Manifesta-se a palavra do Céu, na sombra temporária.

            A existência terrestre, efetivamente, impõe angústias inquietantes e aflições amargosas, incompreensões, intolerâncias... É conveniente, contudo, que as criaturas guardem serenidade e confiança nos momentos difíceis.

            As penas e os dissabores da luta comunitária contém esclarecimentos profundos, lições ocultas, apelos grandiosos. Não deixemos nos contrariar pelo irmão que se encontra perdido nas sombras, quer seja do egoísmo, da raiva, da vingança, do crime, das drogas, da prostituição, pois se prestarmos bastante atenção, podemos ouvir a voz sábia e amorosa de Deus fala sempre através deles, por mais negra que seja as sombras. O Pai espera que levemos a Luz que Ele nos doou. (adaptado de Caminho, Verdade e Vida – Emanuel)

            ATA DA REUNIÃO 01-07-17

            Em 01-07-17, as 19h, na casa de Paulo Henrique, foi iniciada mais uma reunião da AMA-PM e Projeto Foco de Luz, com a presença das seguintes pessoas: 01. Paulo Henrique; 02. Edinólia; 03. Nivaldo; 04. Netinha; 05. Mariza; 06. Ana Paula; 07. Jaqueline; 08. Luci; 09. Mano; 10. Auxiliadora; 11. Fernando; 12. Genilson; 13. Alcenir; e 14. Francisco. Após os 30 minutos iniciais de conversas livre, foi feita a leitura do preâmbulo espiritual acima, e em seguida aberta para as comunicações: Edinólia diz que ouviu a informação na mídia que autorizada a demolição e reconstrução do Hotel Reis Magos; Nivaldo diz que o pessoal da igreja justificou a ausência desta reunião devido a realização de um Terço que eles irão participar, e que devemos voltar ao contato com a Secretaria Municipal de Saúde para ver o espaço de nossas ações com as crianças que estão paralisadas; Francisco informa que a prestação de contas do mês de abril foi realizada como planejada nas últimas reuniões e que podemos em cada reunião quinzenal que fazemos convidar um político para estar presente, como acontecia no período eleitoral; Paulo informa da Formatura do primeiro Grupo de Curumins que irá acontecer no dia 10-06-17, na Escola Padre Monte, e da importância das deliberações que são tomadas nas reuniões serem cumpridas por quem se responsabiliza, pois ele sozinho não pode resolver tudo e nem essa é a Proposta de nossa Associação Cristã de Moradores, onde cada um deve servir ao próximo de acordo com a vontade de Deus, e não para o benefício pessoal de qualquer pessoa. A nossa prestação de contas é feita diretamente com Deus que está sempre presente em nossas consciências. Por isso é importante tomar as decisões e deixar claro a responsabilidade de quem irá realizar, sozinho ou em grupo. Também informou que espera com a arrecadação do Bingo o dinheiro suficiente para a organização da Festa Junina na comunidade; Netinha informou que já está recebendo doações para o bazar que irá acontecer no fim do ano, e da necessidade de adiar o dia do Bingo para o dia 17-06-17, pois é o dia que todos tem recebido o pagamento e podem prestar contas das cartela recebidas. Foi aprovado por todos. Às 20h30m a reunião foi encerrada, Edinólia conduziu a oração do Pai Nosso e todos posamos para a foto oficial da reunião.

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em 10/06/2017 às 23h59
 
09/06/2017 23h59
OVELHA DESGARRADA

            Para seguir as lições do Cristo necessitamos de muita coragem e discernimento. Mesmo que já tenhamos conhecimento do Evangelho e da importância de aplica-lo para a nossa evolução espiritual, sempre ficamos temerosos e fazemos apenas o trivial ao nosso alcance.

            Sabemos que é importante a solidariedade, a compreensão do nosso irmão que sofre, que entrou pelos caminhos errados e agora emaranhado nos cipoais dos erros sofre a punição da justiça e o ódio de muitos que se sentem prejudicados. O Mestre nos ensinou que não devemos desamparar esses irmãos perdidos, são como as ovelhas que se afastam do redil e não conseguem mais voltar. É preciso que o pastor vá à sua procura e a traga nos braços, se necessário for.

            Temos o caso de uma “ovelha” política que se perdeu nos caminhos da corrupção e foi alcançada pelo braço da justiça. A polícia foi até sua casa e o levou escoltado para a cadeia. Muitos se juntaram nos apupos à sua saída do apartamento onde mora e podemos imaginar o grau de sofrimento que ela passou nesse momento, inclusive seus parentes. Seus crimes se tornaram públicos, sua moral caiu ao chão...

            Que podemos fazer num caso como esse, sabendo que essa pessoa faz parte da família universal, que é minha irmã e que precisa de solidariedade? Nesse momento é importante usar a bússola comportamental que o Cristo nos ensinou: “Fazer ao próximo aquilo que gostaríamos que fizessem conosco”. Então, ficando eu no lugar dele, sabendo os crimes que cometi, que eu gostaria que fizessem comigo? Gostaria que eu fosse compreendido em minhas argumentação, mesmo que eu tivesse entrado por um caminho errado, que eu tivesse a chance de me recuperar, de pagar pelo erro cometido. Gostaria de ser esclarecido sobre as leis espirituais da mesma forma que hoje eu tenho a compreensão, para que eu tivesse uma tomada de decisão sintonizada com a lei do Amor.

            Pensando dessa forma, não posso tergiversar, tenho que procurar esse irmão e oferecer minha solidariedade na forma de levar à luz da Verdade, os caminhos que o Cristo nos apontou e realçar que a vida real não se processa aqui no mundo material, onde tudo serve de escola ou de hospital dentro de nossas necessidades. Levarei a chance dele refletir sobre o mal que fez e procurar um caminho para se redimir. Ele irá aprender a partir do meu comportamento, uma nova forma de servir, sem esperar recompensa material e sempre sintonizado com o nosso Pai que quer que todos tenham chance de recuperação de seus erros.

            Muitos dizem que essa pessoa tinha consciência do mal que praticava durante tantos anos, em cargos importantes na estrutura da República, que não é um inocente e que não tem nenhum interesse em se arrepender de algo que lhe parece correto fazer, de corromper os vários níveis de relacionamento em busca de benefícios pessoais para si, sua família ou seu grupo político. Sim, pode ser que essas pessoas que pensam assim tenham razão, mas nós, enquanto cristãos, não podemos deixar de fazer a nossa parte.

            Devemos levar a luz do Evangelho e ensinar a forma de evolução que todos estamos submetidos e deixar que essa pessoa, essa ovelha desgarrada do redil do Cristo, tenha oportunidade de rever suas ações. Depois, ela não poderá se justificar: “mas ninguém nunca me explicou que a vida se processa dessa maneira...”.

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em 09/06/2017 às 23h59
 
08/06/2017 23h59
DIMENSÕES DA VERDADE (04) – TORMENTO

            A mediunidade é conceituada como a comunicação que podemos ter com os seres do mundo espiritual, que pode ser sutil, normal, ou pode ser ostensiva, anormal, de acordo com critérios estatísticos. O que é importante sabermos é que todos possuímos mediunidade, quer seja sutil na forma de intuições, quando se pensa ser fruto apenas de nossa imaginação, quer seja ostensiva, quando a dúvida de ser devido a inteligências extracorpóreas fica mais atenuada. Essas informações que recebemos do mundo espiritual, quando estamos sintonizado com as energias do Amor, devem ser guardadas dentro de uma espécie de cofre forte do nosso psiquismo, sempre pautado por uma conduta reta, seguindo o Evangelho cristão.

            Parece existir uma relação dessa mediunidade com o tormento que podemos sofrer devido o nosso passado delituoso. Quanto maior a ostensividade da mediunidade, maior a dívida que devemos pagar, além dos tormentos que funcionam como estímulos de fora para excitar nossos instintos para os desvios de rota, muito bem expresso nos sete pecados capitais (gula, ira, vaidade, luxúria, preguiça, inveja, avareza) incluindo o uso de drogas lícitas e ilícitas.

            O Evangelho funciona como autoterapia com a indicação para se obter a paz íntima, o modo de usar se faz com o serviço edificante, geralmente no trabalho voluntário junto a associações ou comunidades carentes, e o efeito colateral que pode acontecer é da pessoa desenvolver a prepotência, se sentir superior aos irmãos com dificuldades e sair do caminho reto.

            Além de usar o Evangelho em nosso próprio proveito, também podemos usá-lo para ajudar os outros, ao companheiro aflito que necessita de uma palavra de carinho, ao passante atribulado que precisa de entendimento dos seus tormentos, ao amigo amesquinhado que precisa de doação de um pouco de pensamento superior, e do homem de mente desalinhada que precisa da nossa solidariedade. Podemos entender assim que, o “ide” de Jesus não é um chamado, e sim uma ordem.

            Quando estamos engajados no trabalho do Bem, o salário que recebemos é a ajuda para sairmos do Pantanal que o nosso passado nos lançou, de arrefecer os tormentos de ontem que teima em seguir nossos passos, e os tormentos de hoje que examina a força de nossa fé. Nesse caso o trabalho serve de oração poderosa para servir de companheira inseparável para que os tormentos não tenham acesso à mente nem guarida no coração.

            Chico Xavier já nos advertia para que “não nos aborreçamos com o trabalho que a vida nos confia, uma vez que, através dele é que atingiremos a promoção justa na escala de valores da vida real”.

            A natureza da nossa mediunidade, sutil ou ostensiva, deve estar sempre sintonizada no Bem. Devemos desenvolver um filtro especial para os registros especiais que chegam à nossa consciência, reconhecendo que os irmãos tanto encarnados como desencarnados caminham pelas mesmas dificuldades, mas que devemos sempre operar na sintonia do Bem, compreendendo a todos, justos e injustos, felizes e infelizes, pois todos são nossos irmãos e destinados ao mesmo objetivo, que é o nível de angelitude. Portanto, o irmão, criminoso que seja, devemos sondar a possibilidade dele rever sua posição e entrar no exército do Cristo, disposto a pagar com o trabalho e a aplicação do Amor a multidão de pecados que haja praticado.

            Lembremos da questão 629 do Livro dos Espíritos: “Moral é a regra do bem proceder, isto é, de distinguir o Bem do Mal. Funda-se na observância da Lei de Deus. O homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a Lei de Deus.”

            Também devemos lembrar que as influências nocivas estão ao nosso redor, aqui no mundo material como, principalmente, no mundo espiritual. Temos exemplos dessas influenciações nocivas no próprio Evangelho: Herodíades que ficou fascinada pelo Batista e terminou patrocinando a sua decapitação; uma pessoa que estava na Sinagoga e foi induzido a contestar o Cristo – “que temos nós contigo?”; Maria de Magdala que sofria as influenciações negativas relacionadas ao sexo; um pai angustiado que procurou o Cristo devido o filho sofrer influenciação que o deixava a gritar e espumar; e o próprio Judas, discípulo próximo do Mestre, que terminou sendo seduzido por mentes perturbadas.

            A mediunidade é oportunidade de sublimação, naquele médium falante para evitar os erros persistentes, no médium escrevente para aliviar das angústias interiores, no médium curador para socorrer a alma em perigo, e do médium que enxerga para possibilitar a visão dos seus dramas íntimos.

            Podemos resumir que as finalidades da mediunidade é servir de elo entre os dois mundos, uma comprovação e antevisão do mundo espiritual, um aprendizado com os desencarnados, a oportunidade de servir com mais profundidade espiritual levando ao aperfeiçoamento do espírito, e ter a oportunidade de sublimar os erros cometidos.

            Existe um grupo de pessoas que são alvos preferenciais das influências negativas, que são os políticos. Uma vez que essas pessoas devem refletir o pensamento social nos tribunais de justiça, nas cadeiras legislativas e nos cargos executivos, a sintonia com o Bem, seguindo a ética, o Amor, é fundamental. Porém, como estamos ainda mais perto da animalidade do que da angelitude, as influências negativas sintonizam com nossos instintos e abrem a possibilidade de obsessões que podem se tornar verdadeira epidemia.

            Os médiuns intuitivos que fazem parte da maioria da população, devem conhecer e praticar o Evangelho do Cristo como forma de se contrapor a essa situação de confronto que representa uma verdadeira batalha espiritual. Devemos nos apiedar de quantos passam por nossas vidas, oferecer nosso coração, doar a nossa prece em favor dessas almas mais atormentadas que nós, e agradecer a Jesus por ter vindo até aqui nos trazer as lições da Verdade, os caminhos da Vida e praticar o Amor como forma de vencer as tormentas.

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em 08/06/2017 às 23h59
 
07/06/2017 23h59
DIMENSÕES DA VERDADE (03) – SERENIDADE

            Os obstáculos que encontramos pelo caminho são motivos para o desequilíbrio de nossas emoções. O trabalho incessante na luta pela sobrevivência, a sede de conforto para o repouso do corpo, a ânsia de prazer para justificar a existência e a procura de metas injustificadas, como a fama e a fortuna, são todos exemplos desses obstáculos que emergem na consciência e por eles podemos ficar desequilibrados. São sintomas dos desequilíbrios emocionais, a ansiedade e perda da produtividade, a defensidade e busca de culpados para nossos erros, sentimento de menos valia e de impotência, emoções exageradas na alegria ou na dor, depressão e melancolia.     

            Podemos observar que a meta da grande maioria dos seres humanos é de viver bem, atendendo os desejos e apelos da moda; fazem concessões rápidas ao corpo, como o uso de drogas lícitas e ilícitas; e em função disso há todo um empenho na busca ávida do prazer. Temos como exemplo dessa situação tanto o alpinista que gasta muita energia para alcançar a fama de ter conquistado o topo da montanha, da mesma forma que o alpinista social que vai subindo na hierarquia pisando sobre qualquer pessoa que atravesse em seu caminho.

            Essa situação egoísta é alimentada desde a escola, onde a educação é dirigida para o triunfo fácil, onde se pode antegozar o sabor da vitória em conluio social; a instrução é voltada exclusivamente para o vencer, sem qualquer tipo de escrúpulo nessa escalada, mesmo que na teoria possam ser veiculados através de temas éticos.

            O espírito é considerado dentro da cultura atual apenas um enigma a mais, ninguém imagina que ele deveria ser o foco de uma educação salutar voltada para a evolução moral, com a máxima prioridade. Uma educação que deveria ser feita sem viés ideológico, dirigida para apresentar ao aluno o conhecimento da Verdade tal como ela é, e a partir daí a pessoa possa tirar suas conclusões; que possa estudar a essência da dor humana; que seja capaz de fazer a renovação do íntimo, retirando das entranhas as forças que estejam fora de sintonia com o Amor Incondicional; procurar sempre vencer a sombra da ignorância, mesmo que a Verdade esteja sendo veiculada por aqueles que considera adversários do seu pensamento; focar na vitória sobre si mesmo, e não na vitória sobre o adversário. Conseguindo seguir essas instruções, a pessoa vai construindo em torno de si a serenidade necessária para a paz do espírito.

            A Serenidade está presente no espírito bem ordenado para o Bem, que desenvolveu uma tranquilidade interior. Tudo isso nasce de uma educação disciplinada, do exercício do dever, de uma instrução esclarecida, e de um conhecimento ampliado. Devemos lembrar as palavras de Marco Aurélio: “Sejamos como o penhasco contra o qual as ondas batem. Permaneça firme e domine a fúria da água ao redor.”

            Existem crenças errôneas que dificultam o alcance da Serenidade, como entender que é necessário conforto, independência econômica, estabilidade conjugal, saúde, falta de problemas e silêncio. Tudo isso pode ser importante, mas não é suficiente por si só para sustentar um estado de Serenidade no âmago do ser. Emanuel ensinava que: “Irmão, tenha fé e perseverança que Deus te auxiliará e protegerá. Sintonize as forças positivas através da oração e do trabalho no Bem. Procure se melhorar a cada dia e, então, encontrarás a paz e a harmonia necessária ao teu bem estar moral. Com fé, paciência e coragem encontrarás o caminho da luz e da Serenidade.”

            Ao nosso redor está toda a beleza de Deus, basta termos olhos de ver um simples raio de sol, uma estrela que brilha, o colorido das flores; ou ouvidos para ouvir o sorriso de uma criança, a chuva no telhado, o farfalhar das folhas. Tudo mostra o poder e a beleza do Pai e só depende de nossa disposição para usar os recursos biológicos e psicológicos que Ele nos deu.

            No Evangelho escrito por Mateus temos uma lição dada por Jesus para nos trazer Serenidade. “Não vos afadigueis por possuir ouro ou prata, ou qualquer outra moeda em vossos bolsos. Não prepareis saco para a viagem, nem calçados, nem cajados, porquanto aquele que trabalha merece ser sustentado. Ao entrardes em qualquer cidade ou aldeia, procurai saber quem é digno de vos hospedar e ficai na sua casa até que partais de novo. Entrando na casa saudai-a assim: que a paz esteja nesta casa. Se a casa for digna disso, a vossa paz virá sobre ela, se não o for, a vossa paz voltará para vós. Quando alguém não vos queira receber, nem escutar, sacudi, ao sairdes dessa casa ou cidade, a poeira dos vossos pés. Digo-vos em verdade, no dia do juízo, Sodoma e Gomorra serão tratadas menos rigorosamente do que essa cidade.”

            Sei que é difícil aplicar essa lição, pois fomos acostumados desde a infância a cuidar dos nossos interesses imediatos, e não esperar a graça de Deus sobre o nosso trabalho edificante. Mas acredito que, à medida que formos evoluindo no estudo e aplicações das lições do Mestre, isso irá ficando mais natural dentro do nosso comportamento. Afinal o Reino de Deus é feito como se edifica um prédio, tijolo por tijolo com a argamassa do cimento. O Reino, iremos edificar coração por coração, com a argamassa dos relacionamentos afetivos.

            Nos momentos de dificuldades, lembremos da Serenidade do Mestre Jesus, que cumpriu Sua missão sem companheiros que se identificassem com Sua mensagem de Amor, mas manteve sempre a Serenidade, abençoando os infelizes, amando os algozes. Demonstrou que a Serenidade com paz íntima é conquista do espírito, independente dos apelos do mundo.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/06/2017 às 23h59
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