Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
20/08/2020 07h42
CHICO XAVIER NA PENITENCIÁRIA DE SÃO PAULO

            Tenho certa dificuldade de ver com bons olhos a comunidade carcerária. Talvez a visita que Chico Xavier fez à Penitenciária de São Paulo sirva para melhorar o meu olhar cristão, com a alguns dos meus leitores que pensam como eu. Vejamos.

Em uma entrevista concedida em Uberaba, na data de 11/03/1979, a um grupo de jovens integrantes da Juventude Espírita Abel Gomes, do Rio de Janeiro, em fraternal clima de bate-papo, Chico Xavier respondeu a diversas questões propostas.

Ao longo da entrevista, o médium narrou fatos interessantes ocorridos durante uma visita que fez à Penitenciária de São Paulo. Esclarecendo sobre a importância do livro espírita e, com aquele seu modo simples de falar, sua humildade para colocar os fatos e situações, ele comentou:

— Sabe que na Penitenciária de São Paulo, o livro está entrando muito? Já fui lá duas vezes, antes de ficar doente. A Diretoria da Casa pediu àqueles que quisessem ouvir a prece e a palestra, se inscrevessem — 542 se inscreveram. Eu estive com esses 542 companheiros. Foi um encontro tão agradável que tive vontade de passar férias na cadeia… não para ficar descansando, mas para conversar toda noite com os que pudessem conversar, mesmo na cela — porque lá têm espíritos brilhantes, maravilhosos…

P. — Na cela, há espíritos maravilhosos?

R. — Ali dentro da Penitenciária.

P — Na condição de preso, não é?

R — De presos. Desses 542, um me disse:

— “Pois é, Chico Xavier, nós somos tratados por números. Muitos são os presos e os cárceres, então têm que colocar número, n. º 3, n. º 14, isso dá muito desgosto. “ Então eu disse assim: — Meu filho, quem é de nós hoje que não é tratado por número? É número de telefone, de carro, de casa, do CEP, não sei de que, do CIC, nós ainda estamos com mais números que você. Só que agora estamos na cela ambulante e vocês estão na fixa.

Eles riram muito.

Há muita gente boa presa, nós temos que compreender a situação deles…

Carinho aos reeducandos.

P. — Chico, os espíritos brilhantes que estão lá dentro, têm a tarefa de ajudar a recuperar os outros que estão nessa situação, é por isso que estão lá dentro? Ou cometeram erros e estragaram a reencarnação?

R. — Absolutamente, e a gente tem que compreender a situação deles, porque eles todos estão com o coração na flor dos olhos, mas, pedindo entendimento.

Terminada a reunião, na hora de sair da sala, eu disse ao Diretor: Preciso ir embora, mas, antes eu quero beijar e abraçar a todos. Ele falou para mim: — “Deus me livre. Não, senhor. Você não vai abraçar, nem beijar ninguém. “ Então eu disse a ele: — Não senhor doutor, eu não viria aqui fazer prece, para depois me distanciar dos nossos irmãos. Não está certo. Haverá tempo, o senhor disse que só precisará do salão daqui a uma hora e tanto… sendo assim… eu lhe peço licença para abraçar. — “Chico, nesse salão, no outro dia, mataram um guarda de 23 anos. Afiaram a colher até virar punhal. Mataram e não se soube quem matou. Aqui tem criminosos com sentenças de 200 a 300 anos, eles podem te matar…”

— Pouco importa, vim aqui para o encontro e o senhor não me permite abraçar?

— Então você vai fazer o seguinte: você vai abraçar através da mesa. — (Deus me livre). — Tem que recuar esse povo que veio com você (umas 40 pessoas). Ficam só duas senhoras tomando nota porque seus encontros serão rápidos e nós vamos colocar 18 baionetas armadas em cima. Se houver qualquer coisa você morre também. “ Eu fiquei na frente e comecei a abraçar os 542. Eu abraçava e beijava; muitos que falavam comigo, um segredinho, podia falar assim… meio minuto. Dos 542, só um, de uns 40 anos, chegou perto de mim e ficou impassível como uma estátua. O Diretor estava ali perto de mim e eu pedi às duas senhoras que dessem a cada um, uma rosa. Quando aquele chegou e ficou parado eu disse a ele: — O senhor permite que eu o abrace? — “Perfeitamente”, respondeu-me. Então eu o abracei, mas ele estava ereto.

— O Sr. deixa que eu o beije? — “Pode beijar. “ Eu beijei de um lado, de outro, beijei quatro vezes, aí duas lágrimas rolaram dos olhos dele. Então ele disse: — “Muito obrigado. “ E foi embora. Foi o único que ficou ereto, mas chorou…, mas todos receberam o abraço.

  • Emmanuel/Chico Xavier - Livro: Entender Conversando.

Pois é... apesar da violência que existe dentro dessas instituições, acredito que muitas almas “boas” estejam ali dentro. Mas também sei que existem muitas outras almas cristalizadas no mal, que podem fazer maldade apenas porque tem uma chance. A história de Chico Xavier me sensibilizou, mas ainda não foi suficiente para tirar de mim a ojeriza ou o medo de me expor como ele fez. Reconheço que esta é mais uma falha na minha consciência cristã, o próprio Jesus recomenda o que Chico Xavier fez. Mas, este não é o único aspecto negativo que ainda possuo e por isso estou aqui neste planeta, para quebrar as arestas negativas que ainda possuo agregadas ao espírito.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 20/08/2020 às 07h42
 
19/08/2020 00h19
DEUS, ADVOGADO E JUIZ

            Recebi um vídeo antigo de um programa de jurados conduzido pelo apresentador Sílvio Santos, onde uma das juradas fez uma pergunta que gerou uma resposta muito especial, apesar de simples, que trago aqui para nossa reflexão.

            - Sílvio, por que você sempre foi vitorioso?

            - Realmente eu costumo ter mais vitórias do que derrotas por uma razão. Quando o ser humano está com a razão, Deus é o seu advogado. Ninguém vence o ser humano quando ele tem razão. Quando o ser humano não está com a razão, Deus é o juiz e o demônio é o advogado de quem não tem razão. Quem tem razão, forte ou fraco, vence sempre. O Bem sempre vence o Mal. O Mal vence por alguns minutos, por algum tempo, mas o Bem sempre vence o Mal. E não teríamos razão para viver, mesmo que essa vida termine no pó, não teríamos nenhuma razão para viver se o Mal vencesse o Bem.

            Pode parecer simplória, mas para mim tem uma inteligência implícita, muito útil para os dias atuais, onde a guerra entre o Bem e o Mal adquire alta proporções, onde a mentira, o fake news, domina o noticiário, onde não sabemos bem onde nos situar, mesmo querendo estar do lado do Bem, podemos muito bem, estar alinhado com o Mal. O campo político estar emaranhado com esse caldo, onde o Bem as vezes usa as armas do Mal, e o Mal as vezes toma decisões bem próximas ao Bem.

            É necessário que sejamos atentos, prudentes ao analisar toda ação do nosso conhecimento. Podemos estar convictos de estar certos, mas alguém de fora, de olhar neutro, pode perceber muita incoerência com a verdade, com o Bem.

            Lembro que em 2002 eu defendia as posições políticas da esquerda e votei no Lula que se elegeu presidente pela primeira vez. Logo veio o escândalo do mensalão, onde foi descoberto o pagamento a parlamentares para eles votarem na proposta de interesse do governo. O presidente que elegi dizia que não sabia nada do que ocorria, todos sabendo que essas maracutaias tinham origem no seu gabinete, nas pessoas mais próximas, de total confiança. Isso fez com que eu tirasse o meu apoio a esse presidente e ao seu partido. Em seguida, diversos outros escândalos vieram à tona e todos os níveis da administração se mostraram comprometidos com a corrupção. O país sentia esse sangramento dos seus recursos para os bolsos e para a ideologia dos administradores de esquerda. O caso da Lavajato foi o estopim que colocou milhares de brasileiros nas ruas de todas as principais cidades, e entre eles eu, à procura de uma solução para tanto descalabro. O Congresso parecia todo contaminado pela corrupção, vários deputados e senadores com mais de um processo de má gestão ou corrupção com o dinheiro público. Enriquecimento instantâneo e vergonhoso acontecia às nossas barbas, como o filho de Lula e parece que todos estavam com rabo preso às iniquidades. 

            Dentro desse contexto, uma só voz parecia fazer eco ao nosso clamor nas ruas, a do deputado federal Jair Bolsonaro. Dessa forma ele foi eleito, inclusive com o meu voto, da forma mais bela que se pode imaginar, algo que eu sempre sonhei fazer na campanha de um simples vereador e não conseguia. Me eleger sem comprar votos de ninguém, ser eleito porque o povo tinha confiança em mim. Nunca usei dinheiro de cota partidária, diretamente. Posso ter sido beneficiado indiretamente por alguma propaganda na qual eu fui incluído.

            Esta foi minha trajetória até chegar neste ponto em que defendo até agora o presidente Bolsonaro, porque não vejo ele fazer nada de iniquidade que os seus antecessores fizeram. No entanto, pessoas da minha mais alta estima, educadas, politizadas, fazem duras críticas por eu estar apoiando um presidente dessa estirpe. Será que estou errado? Deixo aqui a reflexão para meus leitores ajudar nessa compreensão: será que eu estou tendo Deus como advogado ou como testemunha de acusação? Pois e eu considerar que estou errado, tenho que rapidamente mudar de opinião. Mas tenho que ter argumentos sólidos para isso acontecer, como aconteceu a minha posição politica, de esquerda para a direita.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/08/2020 às 00h19
 
18/08/2020 00h17
VINHA DE LUZ 14 – APROVEITAMENTO

            Paulo ao escrever em I Timóteo, 4:15, orientava para meditar nas coisas do alto, se ocupar delas para que o aproveitamento que tivermos seja manifesto a todos. 

            Depois do longo tempo de aprendizado que já passei, sei agora que minha preocupação principal será de modificar minha essência para melhor, a cada dia. Não tenho a compulsão de transformar compulsoriamente o outro, procuro entender os seus motivos, mesmo sabendo que são errados, posso dar alguma orientação, mas jamais exigir que sigam aquilo que acredito ser correto. Mesmo porque cada um escolhe um dos muitos caminhos permitidos por Deus, seja certo ou errado. Não posso afirmar que aquilo que é errado ou certo para mim, seja de igual forma para o outro. Não posso flagelar a quantos me ouvem com argumentos calorosos, azorragando costumes, condenando ideias alheias e violentando situações, esquecido de que há muitas esferas de serviço na casa do Pai.

            Aceitar a boa doutrina, decorar fórmulas verbais coerentes com o amor incondicional, com a vontade do Pai, e estender os conceitos à prática cotidiana são tarefas importantes para o aproveitamento espiritual. O serviço é essencial!

             Devo divulgar os ensinamentos preciosos que adquiri, mas sem deixar que eles sejam motivos de conflitos em face da menor alfinetada que se faça no caminho da crença. Devo tolerar os pequeninos aborrecimentos dentro dos diversos tipos de relacionamentos, onde há um verdadeiro jogo de máscaras em todas posições, principalmente nos domésticos, onde sempre estamos sendo testados.

            A palavra de Paulo é clara nesse esclarecimento. A questão fundamental é de aproveitamento de tudo quanto aprendemos sobre a Boa Nova, que possamos coloca-la na prática, ensinando a todos que estão no nosso entorno tanto pela retórica quanto, e, principalmente, pelo exemplo.

            Sei que possuímos fraquezas inatas, que mesmo sabendo muito do caminho a percorrer, não encontramos forças para aproveitar a teoria na prática. Sou um bom exemplo disso. Tenho bastante clareza sobre as exigências do mundo espiritual, obrigações necessárias para minha evolução espiritual, no entanto não tenho a produção que o Criador espera de mim. 

            A cultura doutrinária que já possuo representa uma conquista imprescindível para o correto ministério do bem, para que não por vaidade, o justo aproveitamento seja manifesto a todos. Reconheço que é imperioso eu fazer a reforma íntima, atenuar as forças incoercíveis até agora, dos instintos, de Behemoth, e me tornar digno frente ao Pai.

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em 18/08/2020 às 00h17
 
17/08/2020 00h16
PRISIONEIRO

            Como sempre acredito que Deus está ao meu lado e de alguma forma passa instruções para mim, fiquei curioso por eu ter recebido de um clube de leitura um livro que já conhecia a história através dos filmes, diversos, que assisti sobre ele. O livro, “Drácula”, é um romance de ficção gótica, lançado em 1897, escrito pelo autor irlandês Bram Stoker. Que Deus quer que eu compreenda com esse livro? Não tem um foco espiritual que elegi como a vontade de Deus. Já sei da história por tantos filmes que já assisti. Mas algo fez eu abrir o livro e folhear as primeiras páginas. Não tinha preâmbulos que sempre leio. Estrava direto no enredo. Comecei a ler e fiquei atraído pelo relato de Jonathan Harker, a pessoa que foi ao castelo de Drácula tratar de negócios e se viu prisioneiro de forças tenebrosas. À medida que eu lia comecei a entender o que Deus queria me mostrar. Eu também sou um prisioneiro, como Jonathan, de forças que não consigo vencer. 

            Jonatham estava no castelo de um vampiro, Drácula, no qual ele entrou por livre e espontânea vontade, seguindo as orientações do seu patrão. Se viu prisioneiro, não conseguia sair e tinha a sua vida ameaçada, sabia que se não encontrasse uma solução iria morrer nas mãos poderosas de seres tenebrosos, que assustavam toda a região. Parei a leitura nesse ponto, quando Jonathan previa que sua morte aconteceria no dia seguinte e fiz a correlação com minha situação.

            O meu espírito está dentro de um corpo, querendo fazer a vontade de Deus. Da mesma forma que Jonathan entrou no castelo querendo fazer a vontade do patrão.

            Dentro do meu corpo existe um monstro, um ser mitológico, chamado de Behemoth, segundo a Bíblia (livro de Jó). Esse monstro está a serviço do corpo, e não do espírito. Por mais que meu espírito queira fazer a vontade de Deus, a força de Behemoth me impede. Os desejos e instintos que ele joga na minha mente, palco onde se defronta com meu espírito, geralmente ganha dos meus propósitos espirituais. Esta é a minha condição de prisioneiro, vivo dentro de um corpo, fazendo a vontade dele, expressa nos sete pecados capitais, e não na minha, de fazer a vontade de Deus. 

            Eis o recado que Deus quis passar para mim. Não adianta eu orar para Ele me ajudar, se eu não encontro forcas dentro de mim para vencer o Behemoth. O tempo está passando, o corpo, que deveria ser instrumento para a vontade de Deus, termina dominando as ações e fazendo tudo que lhe dá prazer, inclusive se reproduzir e está pronto a formar outro corpo e subjugar novo espírito que venha lhe administrar.        

            Já não tenho tanto tempo para administrar esse corpo, quanto o tempo que já administrei. A cada dia se aproxima a hora do meu desencarne e o trabalho espiritual que o Pai me confiou não é concluído. Estou cercado de seres amados, encarnados e desencarnados, que torcem por minha vitória, de deixar a condição de prisioneiro e administrar o corpo que me foi confiado sem obedecer a tudo que ele quer, principalmente naquilo que é incoerente com os propósitos espirituais.

            Mas não desistirei. Mesmo sabendo da minha condição, permanecerei lutando para vencer o Behemoth, para o domesticar e ser o meu ajudante nos projetos espirituais, e deixar de ser o seu vassalo nos seus projetos materiais, individualistas, egoístas. 

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em 17/08/2020 às 00h16
 
16/08/2020 00h13
CARTAS DOS MAHATMAS

            O Dalton traz outro texto interessante para nossa reflexão. Vejamos.

TELEGRAFIA PSÍQUICA OU MEDIUNIDADE

O Maga-Chohan é o chefe dos mahatmas da região transhimalaica, sendo conhecido como 'o senhor da civilização', um dos três grandes adeptos que formam o "Triângulo da Grande Hierarquia". A carta do Maha-Chohan a ser mostrada na sequência representa um dos mais belos e importantes capítulos da história da formação da ST (Sociedade Teosófica) e trás, ainda, uma mensagem extremamente oportuna e edificante para a humanidade de hoje.

As cartas dos mahatmas, especialmente os mestres Koot Hoomi e Morya, dirigidas a alguns teósofos nos primórdios da organização da Sociedade Teosófica, quando se desenrolava o último quartel do século XIX, algumas colecionadas e publicadas em livro por Alfred Percy Sinnet e outras por C. Jinarajadasa, constituem, em seu conjunto, talvez a obra mais polêmica e difícil da literatura teosófica.

(...) Além das comunicações no plano astral, geralmente durante o sono, os mestres houveram por bem instruir alguns estudantes e discípulos por meio de bilhetes e cartas trocados entre eles, num processo chamado de precipitação.

O misterioso processo de troca de correspondência com o mestre dispensava obviamente entrega pelo correio. Às vezes, mal o estudante terminava de escrever e eis surgia no verso do papel a resposta do mestre. Quando explicava esse processo ao Sr. Sinnet, o Mestre Koot Hoomi expressou-se assim: "Devo pensar bem, fotografando cuidadosamente cada palavra é frase no meu cérebro antes que possa ser repetida por precipitação. " 'Precipitação', significa dizer que a resposta do próprio papel da carta ou mesmo uma nova carta podia surgir como que do nada na frente do destinatário.

Blavatsky aprofundou um pouco mais essa explicação, dizendo que:" O trabalho de escrever as cartas em questão é efetuado por um tipo de telegrafia psíquica; os mahatmas raramente escrevem suas cartas de forma usual. Uma conexão eletromagnética, por assim dizer, existe no plano psíquico entre um mahatma e seus chelas, um dos quais age como seu secretário. "

Curiosamente, qualquer que viesse a ser o chela a escrever manualmente a carta transmitida psiquicamente pelo mestre, a letra do documento era sempre igual à do mestre. Não está explicado como a carta era materializada, ou precipitada, na frente de seu receptor, isso devia envolver um processo ou tecnologia que a humanidade ainda não estava preparada para entender.

Este texto foi divulgado pelo Portal do Amor, do Humor, da Cultura, do Discernimento e da Consciência, no site Consciencial. Traz informações de como será nossa comunicação no futuro quando o nosso grau de consciência coletiva se aproximar daquele dos mahatmas.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 16/08/2020 às 00h13
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