Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
11/07/2024 00h01
CRISTIANISMO CÓSMICO

            Lendo Huberto Rohden no seu livro “Filosofia Cósmica do Evangelho” encontrei trechos interessantes que irei colocar aqui 3 deles para nossa reflexão, sendo este é o terceiro:



            A magnífica frase de Albert Schweitzer “O Cristianismo é uma afirmação do mundo que passou pela negação do mundo” resume lapidarmente o que entendemos por Cristianismo Cósmico.



            Quem afirma o mundo sem o ter negado é materialista e idólatra.



            Quem nega o mundo sem ter a coragem de o afirmar é asceta espiritualista.



            Quem afirma o mundo depois de o ter negado e continuando a negá-lo, internamente, pelo desapego, esse é cristão genuíno e integral, homem cósmico.



            O Verbo se fez carne para que a carne pudesse fazer-se Verbo...



            O espírito se materializou para que a matéria pudesse espiritualizar-se...



            O Cristianismo é a vida de todo cristão, é uma permanente encarnação do Verbo e uma constante verbificação da carne, uma contínua descensão do espírito de Deus ao mundo e uma incessante ascensão do mundo a Deus.



            O Cristianismo e a vida cristã, é Natal e Páscoa, encarnação e ressurreição, descida do espírito divino para dentro do homem, e subida do homem para o espírito de Deus. A manjedoura de Belém e o túmulo vazio do Gólgota, a noite do nascimento de Jesus e a noite do ressurgimento do Cristo – eis a mais breve síntese do homem cósmico!



            No meio entre esses dois extremos, porém, está a cruz, não apenas como símbolo de sofrimento, mas também, e sobretudo, como emblema da vida universal., abrangendo com suas quatro pontas o norte e o sul, o leste e o oeste, a totalidade de todas as coisas que há em todas as alturas e profundezas, em todas as latitudes dos horizontes. A cruz é o símbolo cósmico por excelência.



            Quem adora o mundo é idólatra.



            Quem odeia o mundo é desertor.



            Quem ama a Deus no mundo e o mundo em Deus é homem cósmico, crístico.



            Este é um quadro performático bem descrito de como podemos estar enquadrado na caminhada da vida. Parece que a meta mais coerente e sábia é a que nos deixa sintonizados com o Pai e considerado um cidadão do Reino de Deus, um homem cósmico, cristão.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 11/07/2024 às 00h01
 
10/07/2024 00h01
FILOSOFIA CÓSMICA DO EVANGELHO

            Lendo Huberto Rohden no seu livro “Filosofia Cósmica do Evangelho” encontrei trechos interessantes que irei colocar aqui 3 deles para nossa reflexão, sendo este é o segundo:



            É fora de dúvida que a moral pré-mística, anterior à experiência direta de Deus, é um teste e uma prova de fogo pela qual o homem tem de passar, é o vasto e doloroso deserto que medeia entre o Egito da velha escravidão e o Canaã da futura liberdade; esse Canaã é para o simples crente um país longínquo, no tempo e no espaço, ao passo que o horroroso deserto da sua renúncia diária é fato cruciantemente propinquo.



            Entretanto, segundo as eternas leis cósmicas do espírito, tempo virá em que essa moral pré-mística, difícil, se converterá numa ética pós-mística, fácil. Chegará para o crente sincero o dia em que a amarga medicina do duro dever moral passará a ser um laudo festim de suave querer espiritual, dia em que ele saberá por experiência que o “jugo é suave e seu peso é leve”. E em que poderá dizer com o Mestre: “O meu manjar é cumprir a vontade do meu Pai”.



            Quando o homem tiver atingido, através de sucessivos estágios evolutivos, as últimas alturas dessa “gloriosa liberdade dos filhos de Deus”, em que o ser-bom é o mesmo que ser-feliz, e o ser-feliz interior transborda irresistivelmente num ser-bom exterior – então saberá ele o que quer dizer “Filosofia Cósmica do Evangelho”.



            O Cristo veio redimir uma humanidade profundamente materialista, era natural que Ele insistisse muito mais na necessidade de recusar do que de usar coisas do mundo material. Quem está habituado a abusar, do mundo, como todo pecador, tem de recusá-lo radicalmente antes de o poder usar corretamente; portanto, “o Cristianismo é uma afirmação do mundo que passou que passou pela negação do mundo”.



            E até o presente dia é muito mais importante proclamar o Evangelho do recusar do que o Evangelho do usar, porque o abusar é ainda o grande pecado original desta humanidade profana. É até perigoso recomendar a um abusador do mundo que use esse mundo, porque ele confundirá fatalmente o uso correto com o abuso incorreto a que está habituado; e o seu complacente egoísmo facilmente lhe fará crer que é um homem cósmico, quando não saiu ainda das baixadas do homem telúrico.



            Isto, todavia, não invalida a nossa tese de que o Cristianismo é, em sua íntima essência, a religião do uso, ou seja, da afirmação do mundo – naturalmente para os que já se libertaram da velha escravidão do abuso das coisas materiais.



            É mais fácil recusar radicalmente o mundo do que usá-lo corretamente. Só quem é perito no recusar é que pode ser mestre no usar. O homem cósmico tem de passar pela escola ascética da disciplina espiritual, a fim de atingir a “gloriosa liberdade dos filhos de Deus”. Esta é a Filosofia Cósmica do Evangelho.



            Ser competente no recusar para se tornar mestre no uso das coisas materiais, parece ser uma boa tarefa para alcançar um nível mais alto de evolução espiritual.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 10/07/2024 às 00h01
 
09/07/2024 00h01
FÉ E VIDA

            Lendo Huberto Rohden no seu livro “Filosofia Cósmica do Evangelho” encontrei trechos interessantes que irei colocar aqui 3 deles para nossa reflexão, sendo este é o primeiro:



            Para alguém que tenha experiência de Deus, tem de crear em si mesmo um ambiente propício, tem de realizar no seu interior uma espécie de atmosfera ou clima em que a a delicada plantinha desse encontro com o Infinito possa brotar e medrar.



            Esse ambiente favorável consiste essencialmente em dois fatores básicos: fé e vida.



            Fé – Deve o homem, antes de tudo, sintonizar com a realidade de um mundo invisível, embora ainda não tenha dele experiência direta. Essa fé é uma espécie de permanente atitude de humildade, sinceridade, receptividade, um senso de vacuidade ou nulidade do próprio ego físico-mental, unido a ansiosa expectativa e certeza de uma plenitude que lhe possa e deva advir de fora. Esse “de fora” é uma locução provisória, porque, de fato, a plenitude divina não vem de fora do homem; vem do mais profundo abismo dentro dele, vem do íntimo centro próprio do homem, não desse homem periférico, físico-mental, que ele conhece habitualmente, mas vem das incógnitas profundas do seu Eu espiritual, divino, que lhe é tão desconhecido e tão “longínquo” como a presença da energia nuclear dentro dum átomo não desintegrado. Para o principiante não há mal em que ele pense que a revelação de Deus e o Reino de Deus lhe venham de fora, das alturas do céu, embora esse “céu” esteja dentro dele e essas “alturas” sejam as mais profundas profundezas do seu próprio ser. Mais dia menos dia, na sua jornada ascencional, esse homem saberá – não já com surpresa, mas com espontânea naturalidade – que esse “fora” é o seu “grande Além-de-dentro”, a quintessência da sua própria alma, o seu Cristo interno, “reino de Deus dentro dele”, reino esse que ele tem de realizar conscientemente em sua vida, clamando sem cessar “venha o teu reino”. Como poderia vir o que não estivesse nele?



            Vida – Fé vivida! A fé nunca passará a ser experiência direta de Deus se ficar no terreno meramente intelectual ou teórico; é indispensável que ela se encarne na vida total do homem, ou, no dizer de Santo Agostinho, que se torne “fé que atue pelo amor”. Quando o homem sintoniza toda a sua vida individual e social pelo conteúdo da sua fé, quando vive o que crê, como se já possuísse experiência direta de Deus, então essa fé concretizada em amor universal desabrochará em experiência imediata do mundo divino, porque encontrou ambiente e clima propício ao seu desenvolvimento.



            O crente torna-se, então, um ciente, um sapiente, um vidente.



            Já não crê simplesmente – sabe!



            Enquanto o homem não tem essa experiência direta da Realidade divina, a sua moral é difícil e sacrificial, é um permanente “carregar a cruz”. Sintonizar a sua vida moral com uma norma apenas crida, mas não vivida como real – isto é imensamente difícil e doloroso, pelo menos em muitos casos, como no preceito de amar os inimigos e fazer bem aos que nos fazem mal.



            Importante este ensinamento, pois nossa tendência é esperar que esse Reino de Deus venha das alturas celestinas. O máximo que consegui integrar à minha narrativa é que tudo inicia da transformação do meu coração, do egoísmo exagerado para o altruísmo incondicional. Mas vejo muita coerência em procurar no meu interior, na mais profunda profundeza, o Reino de Deus pelo qual eu aspiro e sintonizar toda minha vida individual e social pelo conteúdo desta fé.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 09/07/2024 às 00h01
 
08/07/2024 00h01
BATALHA DA LUZ

            Na guerra espiritual que se estende por milênios estamos dentro de uma batalha que parece ser decisiva, entre as forças das Trevas demoníaca e a Luz divina.



            Estou engajado no exército da Luz, comandado pelo Cristo, que nos orienta a clarear as Trevas com a força do amor, do perdão substituindo a vingança, da pureza e da humildade no lugar da luxúria e da prepotência.



            Sentimos que o Mestre, nosso comandante, está sempre presente quando nos reunimos em Seu nome. A mansidão e a misericórdia serão sempre os nossos instrumentos fraternos nesta batalha espiritual.



            Iremos à casa de um irmão dentro da comunidade com estratégias de amor e energia numa perfeita identificação com os princípios do Evangelho. Solicitaremos o apoio de todos os membros da comunidade para que sejam organizados grupos de vibração, oração e ação em favor dos irmãos mais necessitados.



            Procuraremos direcionar as instituições públicas e privadas, com seus trabalhadores e seus talentos, especialmente os que já se sintam vocacionados para servir ao próximo conforme a vontade do Criador.



            Esperamos ser fortalecidos com as bênçãos do alto, em forma de inteligência, sabedoria e coragem, criando um padrão de ondas mentais como um canal por onde fluam as energias do amor e da abnegação, dentro de um contexto tão parecido com os gloriosos dias do martírio, onde os cristãos perseguidos pelas Trevas, mas iluminados pela Luz divina, entravam cantando hosanas nas arenas romanas perversas, para o sacrifício, trucidados sob as presas das feras ou incendiados nos postes como tochas humanas.



            Hoje temos a facilidade da internet, das redes sociais, quando a Verdade pode ser vista com mais facilidade pela maioria das pessoas de bom coração, de todas as procedências, de todas as etnias, de todos os gêneros, que se associam ao Cristo, e mais uma vez, os testemunhos se tornam necessários.



            Os instrumentos das Treva são eles agora de outra ordem, com características mais sutis e mais perigosas, pois usam das palavras e narrativas do bem para falseá-las na prática do mal. Eles hipnotizam as mentes mais fragilizadas para se manterem no poder e continuar a garantir a pobreza do povo embrutecido. Entretecem habilmente a prepotência com a justiça, a caridade com a truculência, a verdade com a mentira, e criam correntes e algemas para manterem centenas aprisionados e milhares apavorados dentro de suas casas com indecentes tornozeleiras eletrônicas, que tentam intimidar e aprisionar de todas as formas os combatentes do lado da luz, os bons servidores do Cristo.



            Esta é a nossa provação dentro desta Batalha onde estamos cercados pelas Trevas. Não nos esquivaremos das provações que o amor exige, de fidelidade à Luz que o Cristo nos trouxe. Não temeremos aos conchavos dos maus e suas façanhas, porque acima deles brilha a Luz da Verdade.



            Sabemos que o Mestre não deixa aqueles que O amam e obedecem ao abandono ou ao esquecimento. Estamos na batalha confiantes. Teremos conosco os anjos que nos ajudarão na recuperação moral dos afetados, despertamento dos adormecidos na indiferença, e fortalecimento dos laboriosos e lutadores devotados.



            Teremos um cuidado especial para atrair para as falanges do Bem, os extraviados que se envolveram no engodo de transformar-se em inimigos de Jesus.



            Unidos mental e emocionalmente seremos um exército diferente, uma nova Ordem de Cristo, combatendo com as armas da compaixão e do esclarecimento, da misericórdia e do amor.



            Ave Cristo!   


Publicado por Sióstio de Lapa
em 08/07/2024 às 00h01
 
07/07/2024 00h01
CRISTO E FREUD

            Cristo e Freud são duas personalidades significativas em nosso mundo. Cristo tem mais penetração, de forma ampla. Freud tem mais penetração, de forma restrita, em alguns meios, principalmente nos mais científicos, especialmente naqueles que tratam a psicologia, da saúde mental. Não é que estejamos sempre pensando neles e no que eles nos ensinaram, mas as suas lições que ficaram serviram para nortear grande parte de nossas ações, no campo individual ou coletivo.



            Um detalhe chama a atenção em quem trabalha dentro da academia, que tem por dever olhar o funcionamento da universalidade de forma prática, realista, com o apoio dos recursos da ciência e da nossa cognição independente de quaisquer preconceitos. Este é o meu campo, a Universidade. Vejo com meu pensamento e comportamento o reflexo da Academia. Por exemplo, com minha cognição independente, dentro da Academia, é meu dever avaliar tudo que existe ao meu redor e considerar o que positivo e negativo para a nossa condição humana, principalmente as diversas ideias construídas ao longo do tempo pelas mais diversas personalidades, nos diversos cantos do mundo, com suas diversas intenções e contextos. O conjunto dessas ideias que formam as diversas ideologias servem para orientar o nosso comportamento, conforme elas conseguem apoio cognitivo suficiente para assumir os cargos de poder.



            É da mais alta importância que consigamos escolher a melhor ideologia para que possamos construir uma sociedade ideal, por isso a intenção de seguir sempre os princípios da Verdade é o Caminho mais seguro para alcançarmos uma Vida com bom nível de harmonia individual e coletiva.



            Dessa forma, meus estudos levaram a minha conclusão atual de que a melhor ideologia a seguir é o Cristianismo. Também considero importante os ensinamentos de Freud quanto o funcionamento da mente. Comparando um com o outro, posso ver a enorme importância que o pensamento do Cristo trouxe para a humanidade, sem isso invalidar as lições de Freud. Mas, investigando o meu psiquismo, vejo como me sinto desconfortável em algumas situações quando conduzo comigo uma agenda com a foto do Cristo. Tal sentimento não aconteceria se na agenda tivesse a foto de Freud, daria até um ar de respeitabilidade, cientista, ao invés de um ar de carola, beato, papa-hóstia. Percebo bem os preconceitos formados e o quanto eles nos alcançam cognitivamente.



            Vejamos um aspecto que o Cristo ensinou e que Freud reproduziu nos estudos psicológicos com a aura da ciência. Cristo ensinou que temos um só Criador, que todos somos irmãos e que devemos nos amar uns aos outros. Freud ensinou que a mente está dividida em três instâncias, id, ego e superego. Observamos a amplidão do ensinamento do Cristo que envolve a humanidade, toda a criação. O ensinamento de Freud se dirige ao indivíduo, a uma da criaturas. O ponto de convergência das duas é a mente, um cérebro que acolhe os dois ensinamentos.



            Cristo tem seus ensinamentos amparados por uma serie de profecias e livros que compõem a Bíblia. Diz que o homem foi criado do barro, matéria e que Deus construiu um monstro dentro de si, o Behemoth, para cuidar da existência e permanência do corpo. Esse monstro energético que existe dentro de nós com essa função extremamente egoísta, é o id, a instância inconsciente que existe dentro do nosso psiquismo, que nos motiva a praticar os sete pecados capitais ensinados na Igreja.



            Cristo ensinou que devemos amar ao próximo como se fosse a nós mesmos, conforme a vontade do Criador. Esta é a figura que representa a instância do superego para Freud, uma força acima da minha biologia e que devo obedecer com a instância do ego, do meu livre arbítrio. Se consigo colocar toda a dimensão do trabalho do Freud dentro dos ensinamentos que o Cristo nos trouxe há dois mil anos, por que os preconceitos me fazem sentir desconfortável quando conduzo a imagem do Cristo e não a de Freud?


Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/07/2024 às 00h01
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