Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
XLIV
INICIO DO QUINTO EPISÓDIO
É 1935, e enquanto os nazistas dão seus primeiros passos no palco europeu, a sorte de alguns líderes aumenta... e a de outros cai. Todos estão tentando se aproximar do Führer e há muita traição. Todos lutando por posição. Joseph Goebbels está em alta com sua propaganda nazista. Hermann Göring luta contra rivais e seus próprios demônios. Mas Rudolf Hess é o maior perdedor.
O círculo íntimo parece gatos em um saco brigando entre si, e é Hitler quem segura o saco, e ele deixa a briga continuar. E agora há um novo e perigoso jogador: Martin Bormann. Astuto e implacável, ele agirá nos bastidores para minar todos eles.
Esta é a história dos capangas de Hitler, da luta pelo poder, da ambição cega e dos bajuladores que criarão um monstro e alimentarão os horrores brutais do Terceiro Reich.
O GRUPO DE BERGHOF – ALPES BÁVAROS
É 1935, Hudolf Hess, vice do Führer, recebe um pedido irrecusável de seu líder. Adolf Hitler quer que ele transforme seu retiro no campo, em Obersalzberg, no que será, de fato, sua segunda sede do governo. Será seu Berghof, sua corte na montanha.
Para não dizer “não” a Hitler quando ele pede algo, não importa sua posição no círculo, você precisa fazer.
Hess é o apoiador mais fiel e de longa data de Hitler. Como discípulo dedicado, servir seu líder é sua razão de viver.
É preciso lembrar de que Hess é servilmente dedicado a Hitler. Ele atende todos os pedidos. Intelectualmente, ele não é um completo idiota. Ele se considera o braço direito de Hitler e o arquiteto da grande visão nazista que conquistará a Europa. Mas ele não entende que, na maior parte do tempo, os membros do círculo brigam entre si, não com o mundo. E ele não está bem armado para vencer essa batalha. Ele está à deriva nesse mundo maquiavélico de disputas e posicionamento por poder.
Hess é um homem de ideias. Ele pensa mais que faz. Coordenar uma construção em Obersalzberg, mesmo para seu querido Führer, não é da sua alçada. Não é uma tarefa glamorosa. Ele é nomeadamente o vice do Führer e recebeu a tarefa de remodelar a casa para Hitler.
Hess decide delegar a tarefa. E ele conhece o homem certo para o trabalho... seu próprio vice, Martin Bormann. Ele pede a Martin Bormann para cuidar do projeto de Obersalzberg.
Essa será uma decisão muito fatídica, pois dessa delegação vem uma transferência de poder de Hess para Bormann.
Martin Bormann não é muito conhecido nos círculos nazistas nem no país. Ele não é um político refinado nem um orador. O que o destaca é sua habilidade organizacional. Se você precisar de auxílio, Bormann faz as coisas acontecerem.
Bormann é visto como um paspalho, um grosseiro. Ele não é sofisticado e há uma certa noção de classe em ação que o considera um homem bem bruto. Se Bormann entrasse aqui agora, você nem notaria. Ele não é do tipo carismático. Não é como Hitler ou Göring, nem mesmo Goebbels. É um homem quieto. Mas cuidado com o homem quieto. Ele pode ser perigoso.
Dentro de um ninho de cobras entra mais uma. Rastejando, disfarçada, sem mostrar seu veneno, atuando de forma sorrateira. O homem, Martin Bormann, uma figura burocrática que poderia servir muito bem a uma autoridade de boas intenções, de ética e moral. Mas, da mesma forma, ele atua com a mesma competência dentro do covil dos nazistas, no círculo íntimo de Hitler. Será mais um competidor dentro do balaio de gatos controlado pelo Führer.
Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
XLIII
Se Goebbels queria demonstração pública de apoio à guerra contra os judeus, a Noite dos Cristais lhe deu isso. Mas a um preço alto. O nível de destruição é alarmante. Göring está chocado. Além de ter sido deixado de fora, está horrorizado pelos saques e pela destruição de bens valiosos.
Göring era obcecado por bens materiais, então, ver tanta coisa destruída era detestável para ele. Houve 7.500 estabelecimentos de judeus destruídos. E muitos bens valiosos foram saqueados. Isso pode ser muito prejudicial à economia.
Himmler também está furioso por tudo ter saído de controle. Para ele, esse tipo de vandalismo nas ruas estava no passado do movimento nazista e não poderia acontecer com os nazistas no poder. Ele pressionou para Goebbels ser demitido. Foi um momento crítico para Goebbels. Himmler esperava influenciar Hitler para que ele desse um basta, dizer que já tinha ido longe demais.
Para Goebbels, a Noite dos Cristais pode prejudica-lo. Isso deu a chance de todos os seus rivais no círculo rodearem como abutres. Hitler interrompe o furor e deixa bem claro o que pensa. No fim, Hitler toma o lado de Goebbels, em uma demonstração pública de apoio a seu ministro da Propaganda.
Parece que Goebbels se safou dessa. Mas apesar do apoio de Hitler, está claro que os rivais de Goebbels o farão pagar caro. Göring reclama que os danos precisam ser pagos e que Goebbels cuidará disso.
Göring quer que Goebbels resolva. “Como arrumaremos dinheiro para pagar pelos danos? De onde virá o dinheiro?” encurralado, Goebbels mostra sua esperteza. Ele oferece uma solução simples e poderosa. Apresenta a solução mais diabólica de todas. Ele diz que os judeus pagariam, já que tinham sido os responsáveis.
Em um momento de perversa inspiração, Goebbels salva sua carreira política. Eles concordam em cobrar uma multa de um bilhão de reichsmarks dos judeus para cobrir os custos da destruição. Eles têm de pagar pelos danos causados a eles pelos Estado, o que é terrível para os judeus. É desgraça em cima de desgraça para eles.
Goebbels já sobreviveu duas vezes a um possível fim de sua carreira, apesar dos esforços de seus rivais no círculo íntimo. Mas, o principal é que suas ações estabeleceram um precedente. Os horrores da Noite dos Cristais estabeleceram o tom para uma brutalidade crescente contra os judeus. Como nazista, agora não bastava odiá-los, era preciso destruí-los. Mas eles aprenderam a fazer isso discretamente.
Eles queriam acelerar a eliminação dos judeus, tirando-os da Alemanha e pegando suas propriedades. Mas isso seria feito discretamente. As pessoas não veriam o que acontecia.
De agora em diante, Himmler cuidará da questão dos judeus. Seu ataque aos judeus será mais discreto. Mas suas brutalidades serão mais chocantes, ao lançar o partido em atos de horror sem precedentes.
Como o Estado que deveria defender seus cidadãos passa a coloca-los na categoria de criminosos ou vítimas indefesas? Tais atos arquitetados pela cúpula nazista deixa um fedor de podre na sociedade, que não é mais justa... é uma sociedade amedrontada, se fazendo de cegos para não se virem vítimas da perseguição dos malvados. No Brasil, não chega a ter essa dimensão macabra do que ocorria na Alemanha, mas também observamos a ação dos malvados com suas falsas narrativas destruindo reputações e salvando meliantes de suas merecidas punições. Felizmente aqui podemos colocar em confronto as narrativas mais próximas da verdade, e os bons que estão iludidos, podem a qualquer momento saírem da hipnose em que caíram.
Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
XLII
O chamado às armas de Goebbels é calorosamente bem recebido. Mas esse ataque aberto de violência nas ruas vai contra tudo que Himmler argumentava.
Himmler investiu muito tempo na construção de um sistema de horror discreto, operado de forma muito brutal e eficiente, mas que não era aparente ao povo. Ele acreditava que políticas antijudeus precisavam ser realizadas de forma sistemática e sem emoção, e que violência nas ruas não deveria fazer parte disso.
Goebbels não acreditava nisso. Queria um gesto. Ele queria que o povo alemão demonstrasse que compartilhava da convicção do partido de os judeus serem inimigos.
Nas horas seguintes, uma enxurrada de telegramas vai e volta entre os departamentos nazistas. A euforia é tanta que Himmler sabe que não adianta se opor. E ele sabe que tem de participar, é o chefa da Polícia alemã. A polícia precisa saber o que deve fazer, que não deve interferir, deve deixar a SA e a Juventude Hitlerista agirem.
No entanto, Himmler e seu assessor Heinhard Heydrich fazem o possível para limitar o potencial dano. Heydrich passa instruções rigorosas à Polícia de Segurança e à Tropa de Assalto da SA.
As supostas regras de ataque são rapidamente elaboradas. A ideia é de que nenhuma propriedade alemã seja saqueada ou destruída, e se algo de valor for apreendido dos judeus, não deve ser roubado, deve ser entregue às autoridades. As propriedades de judeus não deveriam ser queimadas ou destruídas, devem ser preservadas.
Ciente de um potencial desastre político, Himmler tenta distanciar sua SS dos tumultos iminentes. Ele diz à SS para não usar o uniforme preto, deveriam se vestir como cidadãos comuns.
Göring não está na cidade enquanto tudo isso acontece, e com Himmler sem forças, Goebbels pode causar um caos. A violência que ele organiza será lembrada como uma das mais chocantes e selvagens na história moderna. A Noite dos Cristais.
Menos de duas horas após a morte de vom Rath, os tumultos começam. Parece que as Tropas de Assalto não receberam as regras de ataque para preservar bens de valor, em vez disso, houve total carnificina. Casas, propriedades e bens foram queimados e destruídos de toda forma. Sinagogas foram queimadas. Estabelecimentos judeus foram destruídos e saqueados. Mas não destruíram apenas propriedades, pessoas também.
Pessoas estavam sendo espancadas até a morte com porretes, machados. Foi um verdadeiro massacre, e foi sancionado pelo Estado, sem dúvida alguma. Centenas de sinagogas são queimadas. Casas e estabelecimentos são saqueados. Quase 100 judeus são mortos. Mais de 30 mil foram levados a campos de concentração. Para eles, os horrores estão só começando.
Interessante como os judeus que moravam na Alemanha se submetem a tais atrocidades. Tudo bem que não reagissem de forma violenta, da mesma forma que eles, mas que fossem para longe de tal país, cujos dirigentes incentivam as brutalidades contra eles, que não existe uma voz ponderada nesse círculo do mal, mas que partissem o mais rápido possível. Talvez o que tenha lhes segurado tenha sido o prejuízo material que iriam ter, pois não conseguiriam levar os seus bens na fuga. Se eles pudessem prever o futuro imediato, certamente isso não seria um obstáculo para reagirem.
Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
XLI
A queda de Goebbels é uma oportunidade para Himmler. Embora os planos dele sejam mais discretos, ele aproveita a chance para lutar pelo seu ideal contra os judeus.
Desde os anos 20, Hitler sonha em reunir a Alemanha com sua pátria, a Áustria. Desde que chegaram ao poder, os nazistas aplicaram pressão crescente para o governo austríaco não ficar no caminho.
Finalmente em março de 1932 tropas alemãs avançam sobre a Áustria. O país é facilmente absorvido pelo Reich alemão. Muitos austríacos recebem bem a união, mas os que se opõem são rapidamente tratados de acordo.
Himmler e suas forças da SS rapidamente estabelecem controle sobre a região, e ele age quanto aos judeus. Há quase 200 mil judeus. Himmler pretende transformar a Áustria em um campo de testes de políticas antissemitas.
A Anschluss, anexação da Áustria, deu a Himmler a oportunidade de fazer experimentos da política contra os judeus. Nos primeiros meses da ocupação, os judeus foram submetidos a uma série de coisas desagradáveis. Suas propriedades foram tomadas, seus negócios, comprados por uma pechincha. Os judeus foram humilhados. Muitos foram levados para campos de concentração.
Para Himmler e seu capanga, Reinhard Heydrich, seu antissemitismo eficiente está pagando os dividendos. A peça central da política contra os judeus na Áustria era se livrar dos judeus. Não era exterminá-los, mas se livrar deles. Encontrar modos de tirá-los do país, deixando suas riquezas, é claro. Isso foi bem-sucedido.
Em semanas, eles retiram um grande número de judeus austríacos do recém expandido império alemão. Esse sucesso consolida as reputações de Himmler e Heydrich, enquanto Goebbels, ainda em desgraça pelo caso com Baarová, tem de vê-los ficar com a glória.
Mas um incidente dramático dá a Goebbels a oportunidade de deixar sua marca na guerra contra os judeus. Um diplomata nazista chamado Ernst vom Rath é baleado e fica gravemente ferido. O atirador foi um judeu.
Himmler é o primeiro a reagir. Ele vê a agressão como o começo de um ataque total pelos judeus. Ele secretamente informa suas tropas da SS para se prepararem para a luta. Himmler faz um discurso poderoso e violento em resposta ao ataque, e diz que não são apenas os diplomatas que estão sob ameaça dos judeus, que os judeus querem matar todos os alemães, ninguém está seguro.
No partido, o entusiasmado discurso de Himmler leva a política antissemita dos nazistas a um território mais radical. E o que ele sugere que aconteça? A solução é bem simples e muito violenta. Ele diz para expulsarem os judeus com crescente brutalidade, que logo não haveria lugar no mundo para os judeus.
Parece que Himmler é quem liderará uma guerra discreta contra os judeus. Mas Goebbels logo retomará a iniciativa. Em nove de novembro, chefes nazistas estão em um jantar de aniversário quando Hitler recebe uma péssima notícia. Vom Rath morreu.
Hitler discursa completamente furioso, e há relatos de que ele disse: “Retirem a polícia. Os judeus precisam sentir a raiva do povo alemão.” E o que isso significa? Para alguns, significa que isso é uma autorização para um ataque. É permissão para algo acontecer. É o incentivo que Goebbels necessita. Ele viu como uma oportunidade para avançar com a pauta antissemita e melhorar seu perfil ante os rivais.
Goebbels declara guerra contra os judeus. Mas sua guerra não será em particular, feita pela SS de Himmler, será nas ruas, e o povo alemão deve participar. Ele tem a chance de se redimir perante seu querido Hitler, então, ele fala ao público e os coloca em um verdadeiro frenesi, dizendo que todos os judeus são culpados, os alemães precisam se defender. Ele quer começar uma carnificina.
Paulo escreveu em Romanos (14:19) uma frase importante para a aplicação prática do Evangelho: “Sigamos, pois, as coisas que contribuem para a paz e para a edificação de uns para com os outros.”
Vejamos como é difícil este trabalho de evangelização no sentido de a prática ser realizada. Os ensinamentos de Paulo, que visam a prática do Evangelho, até hoje é necessária. Esta vitória imediata no Evangelho no espírito dos povos não mostra ser possível, pois quase dois mil anos são passados e ainda continuamos a Evangelizar com as mesmas palavras de Paulo e o conselho não é seguido na prática. Apesar de tudo, também verificamos uma melhora da conduta humana, pois se antes a vida humana não tinha nenhum valor, eram jogados na arena para lutarem até a morte ou serem trucidados pelas feras, sob o aplauso da plateia.
Toda transformação é lenta, principalmente quando estamos focando as massas. A cada geração que surge para o trabalho evangélico ser realizado, parece que temos de iniciar tudo novamente, pois nascemos sob o signo do Behemoth, o monstro carregado de instintos de autopreservação da nossa vida, cheio de egoísmo, como seria de esperar, mas que foi criado por Deus, para nossa proteção. Isso está muito presente na psicologia de massas. A transformação é vagarosa e difícil.
Não acontece o mesmo, porém, na esfera particular do discípulo. Cada espírito possui o seu reino de sentimentos e raciocínios, ações e reações, possibilidades e tendências, pensamentos e criações. Neste plano, o ensino evangélico pode exteriorizar-se em obras imediatas. Bastará que o aprendiz se afeiçoe ao Mestre. Reconheça a verdade de Suas lições, e procure agir como Ele agia. Construiremos assim o Reino de Deus dentro de nossos corações, o Reino Interior. Isso é importante como primeiro passo, o passo seguinte é fazer extrapolar este Reino Interior que se caracteriza como o Reino de Deus, para o nosso redor, trazendo justamente isso, paz e edificações de uns para com os outros.
Enquanto o trabalhador espia questões do mundo externo, o serviço prático estará perturbado. De igual maneira, se o discípulo não atende às diretrizes que servem à paz edificante, no lugar onde permanece, e se não aproveita os recursos em mão para concretizar a verdadeira fraternidade, seu Reino Interno estará dividido e atormentado, sob a tormenta forte.
Não nos entreguemos, portanto, ao desequilíbrio de forças que prevalecem ao nosso redor em homenagens ao mal, através de comentários alusivos à deficiência de muitos dos nossos irmãos, cujo barco ainda não aportou à praia do justo entendimento, mesmo que suas palavras possam ferir nossa sensibilidade, ou que nossa autoridade moral seja desafiada pela ignorância travestida de sabedoria.
O caminho que temos à frente é infinito e recheado de armadilhas, de falsas narrativas, do hálito do mal ao nosso redor, mas o Pai vela por todos.
Auxiliemos e edifiquemos, sejamos como sol que ilumina a todos, mesmo aqueles que se recusam à luz da verdade, e sempre estão cobertos por um guarda sol de prepotência.
Se somos discípulo do Senhor, aproveitemos a oportunidade na construção do bem, da família universal. Semeando paz, colheremos harmonia; santificando as horas com o Cristo, jamais conheceremos o desamparo.