Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
15/08/2013 00h58
TRANSCENDÊNCIA MATERIAL

            No meu modo de ver, uma das lições mais difíceis ensinadas pelo Bhagavad Gita, está no Cap. 14, Versos 22-25, que trata da transcendência material. Trata das respostas que o Senhor Krsna dá a Arjuna da seguinte forma:

            “...Quem se situa transcendentalmente não tem inveja e nada deseja. Quando o ser vivo permanece neste mundo material recluso no corpo material, deve-se compreender que está sob o controle de um dos três modos da natureza material. Quando está de fato fora do corpo, então está livre das garras dos modos da natureza material. Mas enquanto não sair do corpo material, ele deverá ser neutro. Ele deve ocupar-se no serviço devocional ao Senhor para que imediatamente deixe de identificar-se com o corpo material. Quando se identifica com o corpo material, ele só age em busca do prazer dos sentidos, mas quando se estabelece em consciência de Deus, o gozo dos sentidos para automaticamente. Ninguém precisa do corpo material, nem precisa aceitar os ditames do corpo material. As qualidades dos modos materiais de cada corpo agirão, mas como alma espiritual, o eu está alheio a essas atividades. Ele não deseja desfrutar o corpo, nem deseja sair dele. Situado nessa posição transcendental, o devoto automaticamente libera-se.”

            “...O materialista deixa-se afetar pela aparente honra e desonra oferecidas ao corpo, mas o transcendentalista não se deixa afetar por essa pseudo-honra e desonra. Ele executa seu dever em consciência de Deus e não se importa se alguém o respeita ou desrespeita. Aceita tudo aquilo que é favorável a seu dever em consciência de Deus, e, à exceção disso, ele não tem necessidade de nenhum objeto material, seja pedra, seja ouro. Ele considera todos como sendo seu amigo querido que o ajuda em sua execução da consciência de Deus, e não odeia seu aparente inimigo. Ele é equânime e vê tudo num nível de igualdade porque sabe perfeitamente bem que ele nada tem a ver com a existência material. Questões sociais e políticas não o afetam, porque ele conhece a situação das revoltas e distúrbios temporários. Ele não tenta obter nada para si mesmo. Ele pode tentar conseguir tudo para Deus, mas não se esforça em nada que lhe traga benefício pessoal. Com esse comportamento, ele está em verdadeira transcendência.”

            Sei que terei extrema dificuldade em aplicar essas lições, principalmente no destaque, de não precisar do corpo material nem aceitar os seus ditames. Parece até um paradoxo existencial, como querer viver se esnobamos dessa forma o corpo? Viver sem nada desejar, sem procurar o prazer dos sentidos, não desfrutar dos prazeres que o corpo pode oferecer, não ser afetado pela honra ou pela desonra, não se importar com o respeito ou desrespeito do outro para conosco, não sentir necessidade por nada que seja material, considerar a todos como amigos e não odiar os inimigos, ver tudo com a equanimidade da justiça, não ser afetado pelos movimentos políticos, não se esforçar por nada que traga benefício pessoal.

            Agora mesmo, no momento que estou escrevendo este texto, um paredão de som é ligado logo abaixo do meu apartamento e o volume de som de baixa qualidade, de letras pornofônicas, invade o meu espaço. Sinto a raiva se agigantar dentro de mim, a falta de consideração dessas pessoas com os moradores num horário de 00:30h. A primeira vontade é ligar para a polícia e pedir que eles venham coibir o abuso, com toda a carga emocional, raivosa, que criei dentro de mim. Assim, eu perdi totalmente o foco da transcendentalidade. E apesar de tudo, ainda sou considerado uma pessoa muito paciente e tolerante! Como posso cumprir todas essas lições feitas pelo Bhagavad Gita? Também não conheço ninguém do meu círculo que tenha esse perfil, nem mesmo ao redor do mundo eu tenho consciência de tal ser. Mas, considerando a história, vou encontrar há dois mil anos uma figura com alta transcendência: JESUS CRISTO! Parece até que ele foi à Índia e estudou todas as lições do Bhagavad Gita para aplicar na sua terra natal. Todos esses itens listados pelo Bhagavad Gita eu encontro nas lições que Ele deu e ficou registrado nos Evangelhos, até o ponto mais difícil, o da crucificação, onde parece que ele dava a lição mais complexa, de não considerar o corpo material durante a tortura que sofreu até o último suspiro no madeiro. Um Mestre dessa estirpe não pode passar despercebido pelo mundo, não pode deixar de fazer discípulos por onde passasse, por onde chega a Sua história.    

            Dessa forma, eu sei que o ensino é difícil, a aprendizagem e aplicação dos conhecimentos mais ainda, mas sei que o Mestre demonstrou na teoria e na prática a sua viabilidade existencial e não posso deixa de me candidatar para seguir com fidelidade todas essas lições e alcançar algum nível de transcendência com o meu esforço. Mesmo sabendo que estou ainda num nível muito materializado, onde um simples carro de som altera meu emocional e já quero partir para a agressão, perco a condição de amar ao próximo inclusive o adversário. Mas tenho boa vontade de aprender, e mesmo me arrastando eu vou tentar seguir as lições do Mestre e das inspirações do Bhagavad Gita.

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14/08/2013 07h06
DIA DA UNIDADE HUMANA

            Hoje é o dia consagrado à Unidade Humana. Podia muito bem ser o dia da Família Universal, o dia do Reino de Deus... Parece-me que são sinônimos. Vejo a opinião de Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM, (freialmir@gmail.com.br) que escreveu na Folhinha do Coração de Jesus o seguinte: “Família é coisa importante na vida. Tudo nela acontece e tudo marca para sempre. Há a festa do casamento com chuva de arroz e festa com bolo e guaraná. Chega o primeiro filho. A mãe meio perdida não sabe dar banho. E chega o tempo da escola, dos amiguinhos, das festinhas. Depois os filhos começam a voar, a ter asas livres. Aparecem os perigos. Acontece que a mãe ficou viúva e se casou com outro viúvo que trouxe duas meias irmãs sardentas. O mais velho arrebenta o dedo numa topada, o pai anda bebendo demais, a mãe contempla essa coisa louca e bela que é a sua família. Não troca por nada essa coisa chamada família. Família na mesa das refeições, família na oração, sempre família!”

            Esta é uma opinião que todos aceitam como verdadeira, como paradigmática na comunidade, na sociedade. A Unidade Humana, a Família Universal, o Reino de Deus, é apenas uma utopia ensinada por Jesus, mas que nunca podemos alcançar.

            Eu tenho uma visão diferente. Acredito que a lição de Jesus é uma pura verdade e que o Reino de Deus, a Família Universal, a Unidade Humana, está próxima e que devemos a construir a partir da transformação do meu próprio coração. Procuro seguir ao pé da letra cada lição que o Mestre deixou, eliminar o egoísmo do coração em todas as suas manifestações e aplicar o principal item da lei em todas minhas relações: amar a deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo. Dessa forma eu passo a ver a Família como o frei Almir descreveu como importante em nossa evolução, mas que representa apenas uma etapa. É como se tivéssemos saindo da barbárie, da lei do mais forte, e tivéssemos ingressado na alfabetização do amor. Estamos no Jardim de Infância, na escola de 1º grau do amor. A família como atualmente está construída, no meu modo de ver, serve para aprendermos a amar a partir de parentes significativos, a partir dos próprios pais. A força da biologia através dos instintos da sobrevivência muito nos ajuda nesse aspecto. Mas devemos dar o salto de qualidade e entrar em outro nível de ensino, no ensino de 2º grau onde, sem desprezar o amor que aprendemos a ter e distribuir com os parentes, agora podemos distribuir ao nosso entorno, com outras famílias, sem a consanguinidade, com a mesma qualidade que existia dentro da nossa família consanguínea. Este salto de qualidade para entrar em um novo nível de ensino, corresponde a um verdadeiro vestibular, onde muitos nem sentem a necessidade de se submeter e tantos outros tentam e não conseguem, alguns acham que é uma utopia e que só espíritos muitíssimos elevados podem atingir. Engano, faz parte de nossa evolução, de nosso aprendizado em direção à perfeição que Jesus tanto nos ensinou. Será com as pessoas capazes de colocar em prática o Amor Incondicional que iremos construir aqui na terra a Família Universal e assim realizar um dos itens do Pai Nosso: “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como nos céus.”

            Tenho a intuição que depois de construirmos esta Unidade Humana em nosso planeta, estaremos capacitados para entrar em novo nível de amorosidade, uma espécie de terceiro grau, onde nossa capacidade de amar se expande as estrelas sob o beneplácito direto do Pai. Mas nisso eu não tenho condições cognitivas de nem ao menos conjecturar como poderá ser. Quem sabe, Jesus continuará com novas lições?  

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em 14/08/2013 às 07h06
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13/08/2013 10h33
COMUNHÃO E INTIMIDADE

            Quando se trata de relacionamentos, a atração não é brinquedo. É pena que haja um descompasso, quando os hormônios começam a funcionar em nosso organismo, na juventude, e motivam com energia a procura por relacionamentos, o nosso conhecimento da vida ainda é muito pequeno, quase não existe nenhuma sabedoria nos encontros que a vida nos oferece. Prevalece muito mais os valores intuitivos que trazemos de outras vivências ao longo da aprendizagem no tempo e nos ciclos das reencarnações. Dessa forma somos passíveis a cometer vários erros que na idade mais avançada jamais os cometeríamos.

            Lembro-me dos momentos em que eu era bombardeado por essa motivação na procura de relacionamentos e como eu procurava manter um limite ético para minhas ações frente ao outro que eu tivesse simpatia e desejo. Era esses sentimentos a senha para que eu pudesse avançar em busca da comunhão e intimidade. Os limites que eu me impunha era que a pessoa não fosse prejudicada em seus projetos de vida e que tivesse sentimentos equiparados aos meus. Porem, isso não era feito em profundidade, os desejos que nutríamos um pelo outro permitia apenas que avaliássemos superficialmente a viabilidade de atender esses desejos. Logo partíamos para a intimidade e o fator comunhão era de certa forma minimizada. Atingíamos o gozo dos sentidos e o pequeno nível de honestidade que havia em nossas consciências, sobre os paradigmas de cada um, justificava a manutenção da intimidade ao longo do tempo.

            Agora, a comunhão das duas pessoas, dos paradigmas existenciais de cada um, não era aprofundada e isso gerava dificuldades que se acumulavam no tempo. Hoje, mesmo com grande conhecimento adquirido, ainda assim continuo displicente no aprofundamento da comunhão antes de entrar na intimidade. O desejo continua exercendo um forte fator de pressão para que isso aconteça, mesmo sabendo que a comunhão não pode ser dispensada. A diferença é que, mesmo mantendo a intimidade quando é conveniente, hoje eu permaneço lutando para atingir um nível de comunhão em que surja a sintonia dos paradigmas e a harmonia dos comportamentos. Sei que isso é difícil, pois essa comunhão vai de encontro aos instintos diferentes que possuem o homem e a mulher, mas com a obediência as lições do Evangelho e tentando construir o Reino de Deus como é orientado, podemos vencer essa dificuldade, como bem ensinou Jesus. O objetivo final é este, o bem estar coletivo em primeiro lugar, nossos interesses egoístas, individualistas devem ser contidos e a nossa consciência operacionalizar nossa vontade em busca desse objetivo. Lembrar sempre de não tomarmos atitudes que neguem o chamado de Deus para aplicarmos mudanças saudáveis em nossas vidas e assim construir a família universal.

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em 13/08/2013 às 10h33
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12/08/2013 09h25
SOB INFLUÊNCIA

            A doutrina que os espíritos trouxeram para nós através do trabalho laborioso e criterioso de Allan Kardec, nos dá a informação de que tomamos a maioria de nossas ações sob a influência dos espíritos, sejam boas ou más de acordo com nossa sintonia mental. Isso quer dizer que, mesmo eles nos influenciando no campo vibratório mental, os nossos próprios pensamentos devem sintonizar com eles para que a influência possa ser posta em ação. Além dessa influência sutil, existe outra influencia mais objetiva e mais pragmática que se realiza através de nossa vontade direta. Por exemplo, beber ou não beber bebidas alcoólicas. Eu posso ter uma infinidade de influências sutis na minha mente, mas quem irá decidir se bebo ou não, será a minha vontade depois que eu fizer a devida deliberação consciente de todos os prós e contras.

            Com a minha vontade, no uso do livre arbítrio, eu posso ficar sob influência do álcool ou qualquer outra droga. Posso dirigir um carro ou qualquer outro veículo que pode resultar em tragédia. Dependendo do grau de comprometimento da coordenação mental e motora, a lei prevê punições de acordo com a situação específica, sejam elas: dirigir intoxicado, incapacidade de manobrar, dirigir sob a influência de álcool e/ou outras drogas, etc. Infelizmente, todo ano milhares de pessoas morrem, são feridas ou presas devido à combinação da direção com o álcool e outras drogas.

            Paulo instigou os cristãos em Éfeso, como seguidores de Jesus, a viverem sob outra influência. No livro de Efésios 5:18, o apóstolo disse: “Não vos embriagueis com vinho, que é uma fonte de devassidão, mas enchei-vos do Espírito.”

            Infelizmente, assim como hoje, embriagar-se era uma prática comum entre os povos dos tempos antigos. Um bêbado não tinha mais controle sobre suas palavras e ações. Mas Paulo aconselhava para que ao invés disso se enchessem do Espírito, de ficarem em Cristo, controlados e influenciados pelo Espírito Santo. O encher-se com o Espírito gera vida e alegria interior através da adoração e agradecimento a Deus – não a destruição e morte trazidas pela embriagues.

            O Baghavad Gita também aponta no mesmo sentido, no cap. 14 verso 20: “Mesmo no corpo, alguém pode permanecer em plena consciência de Krsna (Deus). Embora alguém esteja dentro deste corpo material, através do seu progresso em conhecimento espiritual, ele poderá se livrar da influência dos modos da natureza. Mesmo neste corpo, ele poderá gozar a felicidade espiritual.”

            Também em Apocalipse 4:11 existe um apelo à nossa compreensão lógica para se manter em consciência de Deus, cheios do Espírito: “Tu és digno Senhor, nosso Deus, de receber a honra, a glória e a majestade, porque criaste todas as coisas, e por Tua vontade é que existem e foram criadas.”

            Esse esforço para que nos enchamos do Espírito de Deus e ficarmos sob a Sua influência, ao invés de permanecer na influência dos prazeres da natureza, como o uso de álcool e outras drogas, poder, dinheiro, injustiça e outras mazelas da sociedade é uma luta constante. Há 215 anos, em 12-08-1798, as igrejas de Salvador estavam cobertas com manuscritos colados que diziam assim: “Animai-vos, povo, pois está para chegar o dia em que seremos irmãos e iguais!” As notícias dos ideais da Revolução Francesa – Liberdade, Igualdade e Fraternidade – e da independência norte-americana se espalhavam aqui aos poucos. A população pobre, vítimas da escravidão e do mando senhorial, rebelou-se na Capitania da Bahia, sob a liderança de alfaiates e soldados. Eles queriam independência, república, livre-comércio e fim da escravidão. A repressão do governador D. Fernando de Portugal e Castro foi brutal. 49 presos e, em novembro do ano seguinte, quatro enforcados. Quatro “Tiradentes” baianos hoje pouco lembrados: Luiz Gonzaga, João de Deus, Manoel Faustino e Lucas Dantas (Chico Alencar, Br-500, um guia para a redescoberta do Brasil, Ed. Vozes).     

            Assim, tudo aponta para que a vontade de Deus seja realizada, somos chamados a antecipar na terra a vida do céu centrada em Deus, a construção do Reino de Deus.

            Eu posso aceitar o convite de um colega e passar a semana com ele, fazendo uso de bebidas alcoólicas e experimentando a sua influência. Agora, será que ele terá condições de passar a semana comigo, enchendo a sua alma com o Espírito de Deus e experimentar Sua influência?

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em 12/08/2013 às 09h25
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11/08/2013 00h01
COMPLETAR A MISSÃO

            Paulo sempre tem bons exemplos para nos dar. Eu sempre tento aprender as suas lições e aplicá-las em minha vida.

            Atos 19 registra que uma multidão raivosa e ignorante se reunira em Éfeso exigindo a cabeça de Paulo, pois ele havia afirmado “...que os deuses feitos por mãos humanas nao são deuses de verdade. E está conseguindo convencer muita gente...” (v. 26).

            Os ourives de Éfesos ganhavam a vida vendendo imagens de Ártemis, também conhecida como Diana. E a cidade toda levou a teologia “irreverente” de Paulo para o lado pessoal. Mas o resoluto apóstolo não viu a multidão ensandecida como uma ameaça; ele os viu como um campo missionário. Nos versículos 30 e 31 vemos que Paulo tentou aparecer diante do povo, mas foi impedido pelos amigos, preocupados com ele.

            Por que Paulo iria querer falar com aquela gente exaltada? Mais adiante, em Atos 20, mais uma vez vemos Paulo mergulhado numa situação perigosa (vv. 22-23). Ele disse “...Agora constrangido pelo Espírito vou a Jerusalém, ignorando a sorte que ali me espera... prisões e sofrimentos estão me esperando”. Mas acrescentou triunfante: “Mas eu não dou valor a minha própria vida. O importante é que eu complete a minha missão e termine o trabalho que o Senhor Jesus me deu para fazer. E a missão é esta: anunciar a boa notícia da graça de Deus” (v. 24).

            O desdém de Paulo com a sua própria vida se sustentava firmemente no reconhecimento de que continuaria correndo até completar a corrida. Se cruzasse a linha de chegada em Éfeso ou em Jerusalém, lhe era indiferente. Ele poderia falar da graça de Jesus Cristo a multidão. Paulo nao temia a opressão daquela multidão porque Jesus reinava em seu coração.

            Paulo conseguiu compreender qual era a sua missão, depois de ter cometido erros graves como perseguir a cristãos e até a morte por apedrejamento de Estêvam. Foi necessário Jesus ter intervido de forma explicita para que a “ficha caisse”.

            Também cheguei a compreender a minha missão depois de também ter cometido erros graves como de ter sido cumplice na morte de seres através do aborto, quando eu defendia que a mãe era senhora do seu corpo e que podia descartar o filho se assim o desejasse. Felizmente chegou a minha compreensão de forma lenta e gradativa o erro que eu estava cometendo, mas a aplicação do amor incondicional era o meu movimento correto. Compreendi que era essa a vontade de Deus, independente do ato sexual que podia estar envolvido.

            Hoje tenho a compreensão dessa missão que é uma espécie de continuação daquela de Paulo, quando divulgava a Boa Nova, do Reino de Deus que se aproximava. Hoje, a maioria das pessoas conhecem o Deus único e da sua vontade de que estabeleçamos o Seu Reino na terra. É preciso agora fazer a prática do amor incondicional para o cumprimento dessa missão. Porém sofro dificuldades, da mesma forma que Paulo sofria horrores quando mostrava que imagens feitas pelo homem não podia ser um Deus infinitamente poderoso, pois isso mexia nos interesses materiais da massa. Da mesma forma acontece comigo, quando denuncio que a família da forma que está construida jamais alcançará o nível da fraternidade universal, do Reino de Deus, logo os interesses materiais, egoístas, individualistas despertam e sou bombardeado com todo tipo de agressões, desde as mais sutis, até aquelas mais explícitas.

            Mas tenho que seguir o exemplo de Paulo e por cima de qualquer dificuldade tenho que ser destemindo o suficiente para o cumprimento dessa missão. Tenho que entender que a resistência que irei e que já estou sofrendo, é o meu campo missionário.

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em 11/08/2013 às 00h01
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