Após o reconhecimento de nossa paternidade espiritual, que Deus, Criador, é o Pai de tudo que criou, principalmente a nós, seres racionais, com o propósito de crescermos e nos reproduzir, aprendemos a usar a fé racionalizada naquilo que não podemos comprovar com os nossos sentidos, mas que está amparado pela coerência e pela verdade que consideramos associada ao bem-estar de todos e de tudo.
O segundo passo para sermos construtores do Reino de Deus é termos um comportamento fraterno com tudo e principalmente com nossos irmãos de humanidade. Reconhecer que cada um deles, assim como eu, recebemos do Pai uma partícula de Sua essência e que precisamos desenvolvê-la com prioridade, para que cheguemos cada vez mais perto da divindade. Esta é a nossa missão, individual (evolução espiritual) e coletiva (construção do Reino de Deus).
Existe todo esforço da espiritualidade maior, aquela que deseja nos colocar no caminho correto e que permaneçamos nele. Por este motivo é que Moisés subiu no monte Sinai e recebeu as tábuas da lei, constando os dez mandamentos, que deveríamos seguir nos nossos relacionamentos pessoais em todos os níveis.
Em seguida veio Jesus com as Boas Novas, o Evangelho do Reino de Deus, para aperfeiçoar a lei para que possa servir como melhor orientação numa sociedade que se deseja fraterna.
Agora estamos mais propensos a seguir as orientações de Jesus, apesar de ser mais difícil que as leis de Moisés, principalmente com a tolerância, chegar a mostrar a outra face quando uma for esbofeteada, ou então perdoando sempre, aqueles males que fazem conosco.
Esta é a minha missão, praticar as lições do Evangelho a cada dia, e levar a mensagem avante, mesmo que a maioria não entenda e os poucos que entendem não estejam dispostos a colocá-la em prática.
Tenho que encontrar forma de dar início a esse projeto, a partir de dentro da minha casa e indo até as comunidades, principalmente aquela da Praia do Meio, onde já tenho a prática de um projeto cristão que está se desenvolvendo e sendo um bom referencial onde possamos aplicar o cristianismo ao lado de colegas que têm a mesma disposição.
Sei que irei precisar de mais inteligência rápida, coragem e sabedoria para discernir a verdade da mentira, tolerando e perdoando aqueles ignorantes do mal que estão fazendo e deixando com Deus a aplicação da justiça para os males que as leis mundanas não conseguem alcançar.
Dessa forma estaremos engajados no exército do Cristo e sermos os novos combatentes nessa Guerra Espiritual que se desenvolve há milênios.
Ave Cristo!
Para construir o Reino de Deus conforme as lições que Jesus nos trouxe, temos que centrar nosso pensamento em algo abstrato, sustentado pela coerência, pela lógica, de que deve haver um Criador para tudo que existe, inclusive nós. Esta é a pedra angular do nosso arcabouço paradigmático, para que possamos avançar no raciocínio.
Podemos ter dúvida sobre isso, de um criador de tudo, inclusive de nós. Mas temos que avançar no raciocínio, senão ficaremos parados, remoendo a dúvida. Para sair do marasmo, ou aceitamos a ideia de Deus, do Criador de tudo, independente do nome que queiramos dar a Ele, ou devemos encontrar outra solução e que seja mais coerente. Por exemplo, eu posso contrapor: “tudo foi criado a partir do nada”.
Coloquemos essas duas proposições uma ao lado da outra. Uma defende que tudo foi criado por uma inteligência suprema, infinita, que dou o nome de Deus e posso fantasiá-lo da forma que eu achar mais conveniente: um velhinho de barbas brancas, um ser rechonchudo, uma pomba branca, um espírito invisível... ou então o nada construindo o tudo. Parece mais racional a primeira hipótese. Fica apenas uma pergunta que não posso fazer, senão entro em uma espécie de dízima periódica: quem criou o Criador? Se existe algum autor, então Ele é quem é o Deus... mas quem criou Ele... e assim vai em pergunta e resposta ad infinitum.
Só podemos parar ou nem mesmo iniciar essa cascata de perguntas e respostas que não chegam ao término, com a fé. Eu devo acreditar em Deus, mesmo sem conseguir justificar a Sua existência, pelos argumentos da criação, de tudo que Ele fez.
Este pode ser o ponto frágil da minha argumentação racional, não saber dizer de onde veio Deus, como Ele foi criado, a partir de qual momento... Entra aqui um outro aspecto da minha racionalização: a humildade. O reconhecimento que a minha capacidade racional não é suficiente para alcançar os argumentos filosóficos que permitam justificar a existência de Deus. Parece que sendo eu capaz de fazer isso, estaria num nível acima de Deus, conhecedor de Sua estrutura existencial, de Sua personalidade e divindade. Blasfêmia!
A humildade apoia a fé, e assim fico confortável dentro desta conceituação do divino que consigo alcançar, respeitando minhas limitações. Este reconhecimento de Deus é o primeiro passo para quem se propõe fazer parte dos construtores do Reino dos céus, conforme Jesus ensinou.
O segundo passo é uma consequência desse primeiro, encarar toda as criaturas, viventes racionais, como nossos irmãos e que todos devem cumprir uma trajetória em direção ao Pai, considerando o fluxo intermitente de vidas que se realizam no campo material e no campo espiritual. Daí surge o ensinamento sui generis de Jesus, de amar ao próximo como a si mesmo, de fazer ao próximo aquilo que desejamos ser feito a nós.
Vivemos num mundo cheio de sentimentos e emoções negativas, provocadas por ideologias que buscam construir um mundo melhor. É um efeito paradoxal, contraditório, ir em busca deum mundo melhor e, no entanto, com táticas e estratégias de confronto que gera morte e destruição por onde passa.
É preciso usar o melhor que nosso racional possa oferecer para discernir qual a melhor ideologia nos oferecida até hoje que nos permita construir a sociedade ideal, com uma tática e estratégia que não seja destruidora para nossos irmãos que pensam de forma diferente.
Existem diversas ideologias construídas com esse apelo, de trazer igualdade, fraternidade e liberdade para todos, justiça social como antídoto ao nosso egoísmo inato, de usar os benefícios e poder ao nosso alcance, para fortalecer o nosso instinto de sobrevivência o máximo possível, mesmo que isso termine causando de imediato guerras e destruição e deixando cada vez mais longe o ideal da sociedade ideal.
A Universidade, como instituição capacitada e missionada para fazer uma varredoura no pensamento humano, quer seja com a técnica, ciência e arte para apontar o melhor caminho para a nossa evolução enquanto ser humano consciente da realidade da vida, material e espiritual.
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, através da Disciplina de Psiquiatria do Departamento de Medicina Clínica, do Centro de Ciência da Saúde, apresenta uma proposta de estudo do pensamento humano, daqueles que apontam para a construção de uma sociedade ideal, e que seja ética na procura da verdade que envolve esse fim. Encontrar e praticar a melhor ideologia que nos livre do caminho da barbárie, da fome, das guerras, de todo tipo de iniquidades que aprisiona o coração e a consciência humana gerando os ais diversos tipos de transtornos mentais, individuais e coletivos.
Verificamos que a ideologia cristã é a que oferece a melhor estratégia de educar o comportamento humano dentro da ética, considerando os valores espirituais e necessidades materiais. Assim sendo, é de interesse universitário aplicar o conhecimento tecnológico e científico adquirido nas diversas áreas do saber, para informar e educar o melhor caminho para a correção de nossas imperfeições comportamentais.
Iremos conduzir este projeto de forma híbrida, com aulas presenciais e à distancia, quinzenalmente, procurando colocar os principais pontos da ideologia cristã, evocando a sua realidade, aplicabilidade e consequências para o objetivo de se aproximar cada vez mais da meta de uma sociedade ideal para o contexto da justiça social e fraternidade.
Reforçamos que o intuito deste projeto não é defender nenhuma religião em particular, e sim a prática de um comportamento coerente com a ética e princípios espirituais associados ao bem-estar individual e coletivo, e que podem ser praticados em qualquer igreja ou templo religioso, dentro e fora deles. Não é necessário que a pessoa humana seja religiosa para aplicar esses conhecimentos, mas que tenha interesse em conhecer a verdade associada ao bem e a sabedoria de reconhecer erros e a coragem de corrigi-los.
- Oi, Pai, estou aqui novamente, no formato de conversar conTigo na forma de entrevista. Fiquei mais confortável dessa forma, meus pensamentos fluíram com mais facilidade. Espero que não se incomode se eu Te trato com certa intimidade, como iniciar esta conversa dizendo “oi”.
- Sim, filho, notei que você ficou mais confortável na sua conversa comigo nessa forma de entrevista. Pode continuar assim, o que eu desejo é que você consiga a intimidade que o meu filho Jesus conseguiu. Também não me incomodo se você usa informalidade comigo, sei que não é desrespeitoso e que você me ama acima de todas as coisas.
- Acabei de ler um texto agora mesmo, Pai, justo no momento que eu vinha aqui para falar conTigo. O texto falava de como Jesus se sentia quando orava sozinho, quando comungava conTigo. Compreendi logo que foi a Tua mão direcionando respostas a perguntas que eu ainda não fiz e que poderia fazer. Não foi assim?
- Sim, perfeito, isto é uma forma de sintonia comigo, de comungar suas ideias com as minhas. Pode colocar aqui o que entendeu desse texto?
- Sim, Pai, entendi que nos momentos de isolamento, de meditação e de fé que devo ter conTigo, é a melhor técnica, para adquirir a inteligência e a sabedoria, que tanto eu peço, a fim de lidar com os conflitos ordinários da vida. Serve também para me apossar da coragem, que também tanto peço, para a necessária solução dos mais altos problemas de natureza moral e espiritual. Aprendi que é importante eu sempre procurar me afastar do barulho dos diversos tipos de interesses que existem ao meu redor, e no isolamento posso entrar em sintonia com conTigo, como fazia Jesus. Posso assim, fazer uma sondagem junto conTigo dos mais diversos problemas da vida, na busca de reservas novas de sabedoria e energia, para enfrentar as múltiplas demandas do serviço social; de estimular e aprofundar o propósito supremo da vida, ao sujeitar minha personalidade integral à consciência do contato conTigo; de lutar por alcançar métodos novos e melhores de ajustamento às situações sempre mutantes da existência nesta vida; de efetuar aquelas reconstruções vitais e os reajustes nas atitudes pessoais, que são tão necessárias ao discernimento elevado, de tudo que é real e que vale a pena; e de fazer tudo isso com foco na Tua vontade, que desejo fazer mais do que a minha vontade. Compreendi que isso relaxará a minha alma e renovará minha mente com a luz divina. Adquirirei aquela coragem que tanto quero e que capacita para enfrentar valentemente os problemas, com a compreensão que oblitera o medo debilitador e com a consciência de união conTigo, Pai. Assim poderei ter a segurança necessária para atrever-me a ser como Tu, Pai. Aprendi tudo isso Pai, e confesso que fiquei atordoado, principalmente no ponto de me atrever ser como Tu... como posso eu fazer isso?
- Eis a resposta para o teu pedido constante junto a mim de inteligência, coragem e sabedoria. Esta é a forma de conquistares tudo isso, e o que te assusta é a consequência dos frutos que irás colher se semeares com dedicação essas sementes. Lembra do Mestre Jesus que te enviei para ensinar essas coisas. Ele não está presencialmente contigo, mas tu sabes que ele, assim como eu, sempre estarei contigo se seguires as lições, pois o roteiro que te foi ensinado a trilhar é o meu próprio caminho.
- Sim, Pai, reconheço que esse texto que recebi com este conteúdo, são as sementes que devo semear em meu coração e adubar com o meu comportamento. E não terei medo de mais adiante recolher os frutos que vingarem. Obrigado, Pai, e Ave Cristo!
A questão de nossa paternidade tem pelo menos três níveis: nossos pais biológicos (pai e mãe), nossos pais ancestrais (Adão e Eva), e nosso Pai espiritual (Deus).
Quanto aos pais biológicos não temos a menor dúvida, no meu caso principalmente (Antônio e Maria). Poderia ter ocorrido um erro na maternidade e termos sido entregue a outros pais, acidental ou criminosamente. Mas no meu caso isso não seria possível, pois o meu nascimento se deu em casa, assistido por uma parteira que com todo esforço me puxou da escuridão do útero para a luz da realidade terrena. Até hoje tenho a marca dos seus dedos na minha cabeça.
Quanto aos meus pais ancestrais a coisa fica mais confusa com relação a Adão e Eva. Será que eles existiram realmente? É mais fácil aceitar a teoria de Darwin, de Evolução das Espécies. Justifica a nossa existência a partir de um ser unicelular (tipo ameba) que foi se sofisticando (coacervados) até passar pelos primatas e atingirmos a condição humana.
O terceiro nível de paternidade, Deus, o Criador universal, se torna mais fácil. O nosso racional exige que descubramos a fonte que gerou tudo. Esse Criador só pode ser Deus, ou por qualquer nome que queiramos identificar de acordo com o método que imaginamos. Pode ser chamado de Caos, de Big-Bang, etc.
Fazendo essas reflexões e considerando a doutrina da Santa Igreja Católica, iremos observar algumas incoerências. A crítica que se faz ao pecado original, de Eva e Adão terem comido a fruta proibida, e dessa forma terem nos gerado, fez com que eles perdessem e nós também, a comunhão aberta que havia com Deus.
Acontece que, se não fosse esse pecado original, não teríamos existido e esta discussão aqui neste espaço não estaria havendo. A incoerência leva a pensar que exista outra explicação mais ajustável à ordem das coisas. Isso não implica que tenhamos que destruir toda estrutura do edifício paradigmático no qual funciona a consciência. Simplesmente deixo uma interrogação na incoerência e continuo com meus paradigmas, que neste caso não foram prejudicados na essência. Continuo considerando verdadeiros os três níveis de pais, o biológico, o ancestral e o Criador, colocando agora simplesmente uma interrogação nos pais ancestrais, esperando uma melhor explicação para o comportamento de Adão e Eva no seu relacionamento com Deus e com a conexão do pensamento darwiniano, da origem e evolução das espécies.
Essa forma de pensar, aprender e ajustar meus paradigmas se aplica a qualquer assunto da vida, e, portanto, me sinto flexível em direcionar meu comportamento em direção a verdade e evitando caminhos que se mostram incoerentes ou contrário a minha forma de pensar e agir.