Será que existe alguma guerra coerente? Acredito que se vivêssemos dentro de um contexto humanista voltado para a conquista da angelitude, onde o bem sobrepujasse o mal, onde os homens vivessem com justiça, harmonia, e solidariedade, não deveria existir a necessidade da formação de exércitos para o país defender suas fronteiras ou agredir o pais vizinho por qualquer motivo. Como a realidade não é essa, o mal se sobrepõe ao bem no planeta, os exércitos são formados com o objetivo de ataque e principalmente de defesa. Esta é a coerência de uma guerra.
Agora, acontece outras situações onde tudo parece ser uma guerra, só que não é de um país contra outro, e sim de cidadãos contra cidadãos dentro de um mesmo país. Isso é o que acontece hoje no Brasil, onde a criminalidade cresceu tanto que parece existir uma guerra entre bandidos e polícia militar. Só que nesta guerra acontece uma incoerência. Enquanto os bandidos não tem prurido para matar civis, alvos de seus projetos criminosos, e principalmente os policiais civis e militares, os policiais, que é a outra frente dessa guerra, não pode matar os seus oponentes.
Esta é a incoerência que observamos nessa guerra moderna dentro do nosso país. Os policiais são procurados, linchados, assassinados, de forma brutal e covarde. Os policiais tentam se proteger vivendo de forma clandestina dentro da sociedade, não podem se mostrar como trabalhadores da justiça, pois correm o risco de serem emboscados em qualquer esquina.
A sociedade que esses policiais protegem, geram uma segunda incoerência. As leis são formada para proteger os bandidos, mas não se observa leis de igual impacto para proteger os militares ou as vítimas do exército do mal. Os policiais são assassinados em todos os estados, caracterizando uma perseguição cruel. Todos os dias há comunicados de morte nesse lado da guerra, as famílias enlutadas dos policiais não recebem nenhuma proteção especial, enquanto os bandidos que conseguem ser alcançados pelas leis e não são liberados por questões de idade, apoio político ou cobertura financeira, são recompensados por leis que garantem um salário regular. Enquanto isso as vítimas, que geralmente surgem do segmento que trabalha e garante o pagamento dessas leis, amargam o isolamento, o prejuízo financeiro e emocional do seu ente querido.
Onde está a inteligência de nossa sociedade brasileira moderna? Que diabos esse conceito do “politicamente correto” está nos levando? Pois já estamos literalmente presos dentro de casa, enquanto os bandidos frequentam por onde quer, armados e sem nenhum problema de consciência para eliminar quem quer que seja, dentro ou fora da prisões, descamisados ou de colarinho branco.
Parece que vivemos em mundos paralelos, considerando as pessoas que lutam diuturnamente pela sobrevivência, e outros que nem tanto.
Ficamos curiosos com a possibilidade da existência física de diferentes dimensões no Universo, onde a vida pode se processar com várias características, e esquecemos que essas dimensões existem ao nosso redor, com pessoas ao nosso lado que parece serem invisíveis para nós.
Estes mundos paralelos que quero chamar a atenção, está baseado na condição socioeconômica de cada um. Pode ser mais fracionada, mas irei considerar apenas três dimensões: os pobres, classe média e os ricos.
A classe média pode ser considerada a mais populosa, considerando que ela tem uma pequena penetração entre os pobres e os ricos. É a classe mais operosa, que produz a riqueza do pais, que emprega muitos pobres de forma indireta e direta e direciona grande parte dos lucros para os ricos, que vivem do suor de ambas as classes.
A classe média pode ter uma ligeira visão do que acontece na classe dos ricos, muitos deles transformados por força da corrupção, dos crimes de colarinho branco. Os pobres vivem na ignorância, do que acontece na classe média e quanto mais na classe dos ricos.
Algumas pessoas pertencentes à classe média, como eu, possuem um olhar mais reflexivo sobre essas duas classes que estão ao lado. Muitas vezes fico surpreendido comigo mesmo, ao observar essas pessoas ao meu lado, mas é como se não existissem. Acho que acontece isso com todas as pessoas. Passo por elas, as vezes nos observamos mutuamente, mas é como se existisse uma barreira intransponível.
Sei que o Reino de Deus anunciado por Jesus, não comportará essa distribuição das pessoas, pois isso está fora da caridade. Os desníveis entre as classes são muito profundos, e quem sofre mais com essa situação são os pobres. Estes, sem educação e sem dignidade, vivem uma luta constante para a sobrevivência. Nós, cristãos, devemos agir com caridade e isso implica descermos até onde eles estão e lutarmos pelos seus resgates, enfrentando todo tipo de egoísmo.
Os ricos, são os predadores por natureza. Conseguiram os recursos para se manterem no topo, de forma lícita ou ilícita, construíram todo um aparato legal para manter o status quo e cada vez mais fortalece-lo. Isso é o que gera muita insatisfação no seio da sociedade e proporciona a criação de políticos populistas com pretensões absolutistas, de criação de um estado comunista ou socialista.
O esforço que o Cristo fez para vir à Terra e nos deixar as lições do Amor, foi com o objetivo que tivéssemos a compreensão desses mundos paralelos e pudéssemos colocar os primeiros tijolos para a edificação do Reino dos Céus.
Ainda no caminho de reflexão sobre os textos encontrados na net sobre o comportamento do ex-presidente Lula, coloco agora uma carta aberta atribuída à médica Marise Valéria Santos (CRM 77.577-SP):
Bom dia, Luiz Inácio!
Sabe, Luiz, tal como você, também sou de origem humilde. Minha mãe lavou muita roupa e fez muito crochê para me criar. Depois, minhas irmãs cresceram e foram ser tecelãs numa indústria em Bauru...
Estudamos em escola pública. Naquele tempo nem calçado tinha. Ganhava roupas usadas e me sentia uma rainha. Com muito custo estudamos, Luiz Inácio!
Desde os 5 anos eu já ajudava em casa para minhas irmãs trabalharem e minha mãe também. Com 12 anos comecei a trabalhar fora, como doméstica, depois metalúrgica, até que terminei meu colégio e ingressei numa universidade pública.
Luiz Inácio, nunca fiz cursinho, nunca fui incentivada, levantava às 4 e ia dormir uma da manhã; tomava vários ônibus.
Caminhava muito, comia pouco, vivia para os estudos e, engraçado, nunca perdi um ano, nunca perdi uma aula e, graças a Deus, em 1983 me formei em medicina. Fiz especialização, me casei e junto com meu marido luto para dar o melhor para minhas filhas.
Hoje sou preceptora em uma Universidade, ganho tão pouco que é uma vergonha ser médico neste país... depois que você quis brincar de presidente, as coisas pioraram ainda mais, mas o que se há de fazer?
Agora, vem cá: você é pobre e não teve condições de estudar??? Não me engana com esse rosário... mas não mesmo!
Sua mãe era analfabeta? Empatamos. A minha também, eu ensinei ela conforme ia me alfabetizando até aparecer o Mobral – desculpinha esfarrapada essa sua heim???
Eu engoli você esses 8 anos, com suas gafes, seus roubos, (e como sei de coisas. Conheço o Palloci...) e sempre fiquei na minha, quieta, porque é um direito seu... Mas hoje, ao ligar a televisão e ver você, hipocritamente, chamar a todos os brasileiros de burros e incompetentes, lamento, mas foi a gota d’agua! ...
Não julgue os outros por você. Não me compare à sua laia... Sou apolítica, mas sou brasileira, e em momento algum o senhor fez por merecer todo carinho que essa gente lhe dá.
Luiz Inácio, falar que o povo brasileiro não teve inteligência suficiente para decidir a eleição, creia, foi a pior frase que você poderia ter dito... Posso até concordar que 48% não teve inteligência porque vive na ignorância, na mesma que você julga que o povo brasileiro tem.
Eu só espero que essa sua frase, dita num sorriso de quem já tinha bebido todas, ecoe de norte ao sul do país e acorde esse povo que, como eu, lutou muito para chegar onde está... Que, como eu, não aguenta mais pagar impostos para o senhor e sua corja gastarem com sabe-se lá o que.
Foi mal, Luiz Inácio... muito mal mesmo!
Uma brasileira.
“O que me preocupa não é o grito dos sem ética, dos sem caráter, dos corruptos, dos sem vergonha. O que me preocupa é o silêncio dos bons”.
Esta carta tem mais características de ser fabricada pela mente de alguém de que ser real. Posso estar enganado. No entanto, descreve a condição de muitos brasileiros, inclusive a minha, que veio de uma situação precária, onde tive que trabalhar desde a mais tenra idade para garantir a minha sobrevivência, morando com minha avó, pois minha mãe não tinha condições de garanti-la.
Fui educado com muita dificuldade e ainda adquiri uma educação baseada em fatos distorcidos pelos donos do poder, arregimentados sob o rótulo de republicanos.
Hoje consigo ter uma melhor percepção dos fatos atuais e pretéritos, e reflito o quanto vivia iludido. Parece aquela fábula de Platão da “caverna”, onde todos consideravam como realidade as sombras que viam projetadas na parede da caverna. Depois que um deles conseguiu sair desse tipo de hipnose, foi ao mundo exterior e descobriu a verdade, voltou para informar e foi ridicularizado pelos companheiros como lunático. Assim, às vezes podemos nos sentir quando queremos transmitir um pouco da verdade que descobrimos através do véu de mentira que nos encobre.
Mas, para a construção do Reino de Deus, como Jesus anunciou, devemos agir dentro dos princípios da Justiça e por isso devemos lutar para limpar o egoísmo de nossos corações e agir com solidariedade com nossos irmãos que ainda estão presos à ignorância da “caverna” para que todos possamos todos sair à luz da Verdade.
Li outro texto que circula na net, atribuído a Gabriel Tebaldi, graduado em história pela UFES que diz o seguinte:
Nunca entre num lugar de onde tão poucos conseguiram sair, alertou Adam Smith. A consciência tranquila ri-se das mentiras da fama, cravou o romano Ovídio. Corrupção é o bom negócio para o qual não me chamaram, ensinou o Barão de Itararé.
E na contramão de todos está alguém que abriu mão de si mesmo pelo poder. Lula construiu uma história de vida capaz de arrastar emoções e o levar à presidência. Agora, de modo desprezível, o mesmo Lula destrói-se por completo. Não é preciso resgatar o triplex, o sítio ou os R$ 30 milhões em “palestras” para atestar a derrocada do ex-presidente. Basta tão somente reparar a figura pitoresca na qual Lula se tornou.
O operário milionário sempre esbanjou o apoio popular e tomou para si o mérito de salvar o país da miséria. Contudo, junto disso, entregou-se aos afetos das maiores empreiteiras, não viu mal em lotear a máquina pública, nem constrangeu-se de liderar uma verdadeira organização criminosa.
Sem hesitar brincou com os sonhos do povo e fez de seu filho, ex-faxineiro de zoológico, um megaempresário. Aceitou financiamentos regados a corrupção, fez festas juninas pra magnatas e mentiu, mentiu e mentiu. O resultado, enfim, chegou: ao abrir mão de si mesmo, Lula perdeu o povo.
Pelas ruas, o ex-presidente é motivo de indignação e fonte de piadas. Lula virou chacota, vergonha, deboche. Restou-lhe a militância do pão com salame e aqueles que tratam a política com os olhos da fé messiânica.
Seu escárnio da lei confirma sua queda. Lula ainda enxerga o Brasil como um rebanho de gado, e não percebe que está só, cercado por advogados que postergam o seu coma moral. Enquanto ofende o judiciário e todos aqueles que não beijam seus pés, Lula trancafia-se na bolha de quem ainda acredita que meia dúzia de gritos e cuspes podem apagar os fatos.
O chefe entrou num mundo sem saída, trocou sua consciência pelo poder e corrompeu-se até dissolver sua essência. Lula morreu faz tempo. Restou-lhe apenas uma carcaça podre que busca a vida eterna no inferno de si mesmo.
A essência do texto é verdadeira, mas o conteúdo, do meu ponto de vista, tem distorções. Não é que o Lula tenha aberto mão de si mesmo, que tenha alterado a sua personalidade quando chegou à presidência. Ele já era aquilo que mostrou o que era, apesar de sempre negar os crimes que cometeu. O que acontece é que muitos, incluindo eu, não conhecia esse personagem suficientemente, nem eu que votei nele na primeira vez quando não se elegeu e na segunda quando se elegeu, nem alguns dos seus colaboradores mais próximos que deixaram a sua liderança e o seu partido assim que perceberam quem de fato ele era.
Não é que ele tenha aberto mão de si mesmo, alguém que se destruiu por ter se envolvido com o “canto das sereias” do poder. Ele já possuía todos os requisitos para envolver aqueles que não conseguiam alcançar os malefícios das aparentes bondades que ele comandava, ou se envolviam como comparsas dentro dos crimes. Desde os pobres conquistados com as mais diversas bolsas, os parlamentares, com os mensalões, os empresários com os contratos superfaturados, os sindicatos e associações com a facilidade de recebimento de verbas, membros da cultura com projetos polpudos, a academia com as vagas, bolsas e construções de infraestruturas nos diversos campi e Institutos, até os tribunais sendo preenchidos com pessoas mais vocacionadas a quem lhe “tinha feito o favor” do que à nação com a qual deveria ter o respeito e responsabilidade.
Foi essa massa de beneficiados, conscientes ou inconscientes dos seus crimes, que gerou a “popularidade” do criminoso, que extrapola o bom-senso, quando o lado íntegro da justiça sentencia aqueles envolvidos, inclusive o chefe, e defendem com unhas e dentes, muitas vezes de forma radical e violenta os argumentos rudes e sem consistência.
Não é que ele tenha trocado sua consciência pelo poder; ele usou o poder para exercitar na prática a sua consciência, corrompendo com mentiras ou com cooptações quem dele se aproximava, que não conseguia perceber o crime que estava ocorrendo ou que tinha uma consciência parecida com a dele, que não se incomodava de praticar o mesmo tipo de crime do chefe.
Sei que estou entrando numa seara de julgamentos na qual nós, cristãos, somos advertidos sobre isso, pois da mesma forma que julgarmos, nós também seremos julgados. Mas, podemos atentar ao que Pedro nos advertiu em 1 Pedro 5:8 – “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar”.
Circula na net outro texto interessante que faz comparações importantes para nossa reflexão e tomada de consciência quanto o caráter de alguns de nossos políticos:
“Diamantina, interior de Minas Gerais, 1914.
O jovem Juscelino Kubitschek, de 12 anos de idade, ganhas eu primeiro par de sapatos. Passou fome. Jurou estudar e ser alguém. Com inúmeras dificuldades, concluiu o curso de Medicina e se especializou em Paris. Como presidente modernizou o Brasil. Legou um rol impressionante de obras. Humilde e obstinado, era (e ainda é) querido por todos.
Brasília, 2003:
Lula assume a presidência. Arrogante, se vangloria de não haver estudado. Acah bobagem falar inglês. “Tenho diploma da vida”, afirma. Para ele basta. Meses depois, diz que “ler é um hábito chato”. Quando era sindicalista, percebeu que poderia ganhar dinheiro sem estudar e sem trabalhar – sua meta até hoje.
Londres, 1940.
Os bombardeiros são diários, e uma invasão aeronaval nazista é iminente. O primeiro-ministro Winston Churchill pede ao rei George VI que vá para o Canadá. Tranquilo, o rei avisa que não vai. Churchill insiste: então que, ao menos, vá a rainha com as filhas. Elas não aceitam e a filha entra no exército britânico como tenente-enfermeira e sua função é recolher feridos nos bombardeios. Hoje ela é a Rainha Elizabeth II.
Brasília, 2005.
A primeira-dama Marisa Letícia requer cidadania italiana – e consegue. Explica, candidamente, que quer um futuro melhor para seus filhos.
Washington, 1974.
A imprensa americana descobre que o presidente Richard Nixon está envolvido até o pescoço no caso Watergate. Ele nega, mas jornais e o Congresso o encostam contra a parede, e ele acaba confessando. Renuncia nesse mesmo ano, pedindo desculpas ao povo.
Brasília, 2005.
Flagrado no maior escândalo de corrupção da história do país, e tentando disfarçar o desvio de dinheiro público em caixa 2, Lula é instado a se explicar. Ante as muitas provas, Lula repete o “eu não sabia de nada”, e ainda acusa a imprensa de persegui-lo. Disse que foi “traído”, mas não conta por quem.
Londres, 2001.
O filho mais velho do primeiro-ministro Tony Blair é detido, bem embriagado, pela polícia. Sem saber quem ele é, avisam que vão ligar para seu pai busca-lo. Com medo de envolver o pai num escândalo, o adolescente dá um nome falso. A polícia descobre e chama Blair, que vai sozinho à delegacia buscar o filho. Pediu desculpas ao povo pelos erros do filho.
Brasília, 2005.
O filho mais velho de Lula é descoberto recebendo R$ 5 milhões de uma empresa financiada com dinheiro público. Alega que recebeu a fortuna vendendo sua empresa, de fundo de quintal, que não valia nem um décimo disso. O pai, raivoso, o defende e diz que não admite que envolvam seu filho nessa sujeira...
Nova Délhi, 2003.
O primeiro-ministro indiano pretende comprar um avião novo para suas viagens. Adquire um excelente, brasileiríssimo, BEM-195, da Embraer, por US$ 10 milhões.
Brasília, 2003.
Lula quer um avião novo para a presidência. Fabricado no Brasil não serve. Quer um dos caros, de um consórcio franco-alemão. Gasta US$ 57 milhões e, ainda manda decorar a aeronave de luxo nos EUA. Do Brasil não serve.”
Não podemos julgar nossos irmãos, isso deve ser papel da Justiça. Mas podemos andar como Jesus ensinou, “simples como as pombas e prudentes como as serpentes” e isso implica em saber fazer comparações para melhor identifica o caráter de quem está ao nosso lado e pede votos para nos representar.