Como disse no texto anterior, irei agora reproduzir um trecho do livro “Maria de Nazaré”, sobre os trabalhos que ela passou a fazer no Vale das Flores, uma comunidade de leprosos.
Maria ia frequentemente ao Vale das Flores, onde viviam os hansenianos, segregados da sociedade. Eram restos de homens, mulheres e por vezes crianças, em situações terríveis. O mau cheiro causava asco em qualquer um que se aproximasse daquela gente. Os mais resistentes saíam em busca de algum alimento para os que não podiam mover-se e muitos não voltavam mais, sofrendo o apedrejamento das mãos ignorantes ou padecendo sob leis rigorosas. Maria de Nazaré sentia a necessidade de testar seu próprio coração, rente aos corações dos que mais sofriam dor e isolamento.
A mãe de Jesus começou a visitar o Vale das Flores sozinha. Até mesmo seus mais chegados companheiros não suportavam a idéia de aproximação com aquele tipo de gente, muitos já em estado de decomposição. Para aquela aproximação era necessário muito amor, o que não faltava no coração de Maria. À primeira visita, eles se assustaram, demorando-se para chegar perto daquela cândida mulher. Pensaram que era louca, pois somente loucos poderiam ir ter com eles, a não ser os contaminados pela terrível doença. Mas aquela mulher não era louca. A sua loucura era o amor por toda a humanidade. Com o decorrer do tempo, eles acreditaram que existia o amor, que havia pessoas que os amavam de coração, tratando-os como se fossem seus filhos, como o eram de Deus. Muitos já haviam perdido a fé no Senhor, devido ao abandono em que se encontravam e ante os sofrimentos a que estavam se submetendo, muitas vezes, do berço ao túmulo.
... Maria conseguiu, certo dia, reunir todos numa espécie de acampamento e lhes falou com entusiasmo, sentindo todos eles como seus próprios filhos do coração. Ao mesmo tempo, Jesus pregava aos seus discípulos, instruindo-os, na qualidade de Mestre dos mestres, quando fez um intervalo na sua fala, entrando em profunda meditação, a que todos os discípulos respeitaram. O filho de Maria apareceu à sua mãe, que falava à grande assembléia de sofredores. Maria sustou a palavra, deixando o silêncio como ambiente de respeito e suspirou com alegria.
Jesus, com leve sorriso em seus lábios de luz, disse na faixa que sua mãe registrou com facilidade:
- Mãe!... Como te quero! O meu coração se alegra, na alegria que ofertas a esses que tanto amo e que deves amar como a mim. Sinto que os teus passos marcam a tua grandeza, distribuindo esperanças aos que sofrem e paz aos atribulados! Entrega o teu coração, como fonte de esperança para os filhos do infortúnio e eterniza tua alegria para a alegria dos que te cercam!
Mãe, quando quiseres me ver, vem ao encontro destes desprezados da sociedade! Quando sentires necessidade da minha presença, vestes os nus.
Estou sempre com os que não tem teto e estarei contigo sempre, porque atendes a voz de Deus, no mundo da tua consciência. A paz te deixo, a paz te dou!...
E desapareceu deixando um perfume embriagador, que se misturou ao das próprias flores do campo, notado por todos os presentes. Maria de Nazaré saiu daquele estado de êxtase, deu um sorriso de satisfação e disse no silêncio d’alma:
-Graças a Deus!... Estou verdadeiramente no céu, mesmo pisando a terra... Como se enganam os homens e, principalmente, os sacerdotes, buscando Deus e os anjos nos templos suntuosos!
... Maria de Nazaré, na sua beleza singular, apoiada em uma grande pedra, sentia-se assentada em cadeira preparada somente para os reis. O conforto se movia no espírito. À sua frente, se encontravam em torno de três centenas de leprosos, ansiosos para ouvi-la. Todos tinham fome de amor e carência de paz. Eles, rejeitados pela sociedade, embora vivessem em comunidade, mais se toleravam mutuamente do que se amavam. Desconheciam o amor, aquele amor na sua expressão divina, de tudo dar sem pedir nada em troca.
... E Maria falou a todos eles, conduzida pelo coração:
- Meus filhos!... Não quero distância de vós! Se assim fosse, aqui eu não estaria; porém, devo falar quem sou, para justificar a minha presença neste ambiente de Deus. Sou a mãe de Jesus, sou Maria de Nazaré!...
Houve um suspense em todas as criaturas que estavam ali reunidas. Todos já haviam tido notícias do Messias e dos seus feitos; muitos deles tinham fugido, na calada da noite, para ver se encontravam o Salvador. Os que conseguiram, nunca mais retornaram ao ambiente de tristeza e desprezo onde antes viviam, nem para dar uma palavra de consolo aos que ficaram!
Tomaram um susto muito grande, renovando-lhes a esperança, ao ver a mãe do Mestre frente a frente. Seria um socorro do céu? Por aquele meio, quem sabe, se Jesus não viria até eles? Não sabiam que o Mestre já ali estivera, em corpo espiritual, abençoando-os através de sua querida mãe.
Maria passou seus grandes olhos em todos e notou que muitos deles choravam, mas de alegria, nascendo em seus corações a esperança de algum dia ver ou, pelo menos, se possível, tocar as vestes do Salvador do mundo. A mãe do Mestre, convicta, tocada pela luz do amor, falou novamente com carinho e confiança:
- Sou a mãe de Jesus, mas sou também a mãe de todos vós, na mais profunda expressão dos meus sentimentos. Este lugar em que vós encontrais é também o meu lar, porque sei que nele vou encontrar os filhos do meu carinho e aqueles que irão me compreender na posição de mãe do Messias prometido pelas escrituras sagradas. Quero vos dizer o que ouvi dEle e tenho ouvido dos anjos!
Eu quero vos transmitir o que aprendi na lida da própria natureza. Vós estais afastados da sociedade humana, mas não da sociedade divina. Para nos confortar os corações e vos ajudar a crer na bondade de Deus, existem entre vós, anjos do Senhor, como enviados dEle, em número três vezes maior do que o que representais. Compreendo as vossas necessidades e sinto o que deveis buscar.
A vida não termina no túmulo! Foi para isso e para outras coisas que o Messias chegou ao mundo: para dizer e afirmar que a vida continua depois da morte do corpo! O que passais pelas chagas é um pequeno testemunho, para mais tarde solidificardes mais fé e limpardes as mazelas da alma, pois que não soubestes aproveitar a liberdade de pensar, de falar e de fazer. Os frutos vêm depois do plantio!
Sabemos que o mundo está turvado de ódio e de maledicência, empenhado em nefastas alianças e mancomunado com as sombras. Mas Deus, sendo Pai de bondade, de amor e de justiça, não deixa seus filhos se perderem em profundos labirintos; as suas mãos de luz alcançam todas as profundidades e conseguem abençoar todas as criaturas, mesmo as mais infelizes. Jesus é o Messias prometido, como também o Salvador de todos os povos. Ele vem nos mostrar os melhores caminhos que deveremos trilhar, para não cairmos em novas tentações. Ele é a luz que afasta todas as trevas dos nossos corações!... Quem andar com Ele não perderá a direção dos céus...
Eu quero vos falar muito! Eu posso vos dizer coisas frente às quais a própria dor ficará esquecida, porque vou vos falar em espírito e verdade, como meu filho está falando aos povos de todas as nações. Ele não veio somente salvar os judeus, porém, para abraçar os gentios e samaritanos, gregos e romanos, egípcios e outros povos e raças. A humanidade irá comungar com suas idéias, porque elas são as idéias de Deus!
Eu vos peço para não vos desesperardes com tantos infortúnios! Eles são premissas de uma vida melhor e de uma paz próxima, como as trovoadas são prenúncios de chuva. Não duvideis da minha palavra, porque elas são vida, que irão modificar vossos corações no aspecto dos sofrimentos e aquele que tiver fé no coração, sem que a dúvida possa manifestar-se em seu peito, verá a luz e sentirá a cura física e espiritual de todas as suas enfermidades!
O que deveis esperar mais dos homens em termos materiais? Certamente que muito pouco. Quando temos, eles, na maioria das vezes, nos tiram, bem como quando precisamos deles, eles nos desprezam, para que possamos conhecer os verdadeiros valores, os valores do espírito. Vós não sabeis a alegria que me toca neste instante! É uma alegria que vem do coração, que mesmo quem a sente não sabe explicar. Há muitas coisas do espírito que nós sabemos somente sentir. Mas anima a certeza de que todos vós estais compreendendo o que vai por dentro de mim.
Quero vos falar de muitas coisas que entendo e daquilo que ouvi de pessoas cuja conduta não deixa pessoa alguma delas duvidar. Tenho ansiedade que me ouçais e compreendais que são bem aventurados os que sofrem, pois deles está próxima a paz de consciência; que são bem-aventurados os que são renegados pela sociedade humana, porque deles é o reino da Luz; que bem-aventurados são os que estão distanciados das alegrias humanas e transitórias, porque são deles as alegrias imortais!
Sei que passam pelos vossos corações sentimentos tisnados pela incompreensão dos próprios familiares! Quantas mães aqui não se encontram, pela incompreensão, apartadas dos seus filhos, maridos e parentes? São muitas, bem sei. Quantos pais fizeram morada no Vale das Flores e não mais viram os seus filhos, mulheres, parentes e amigos, pois todos desapareceram? Essa dor profunda que somente quem ama a entende, vem fazer um trabalho maravilhoso em vossos corações, vem operar um milagre de porte grandioso em vossos sentimentos, vem transformar o apego em desprendimento e o amor em divino, aquele que universaliza todos os sentimentos! Essa dor por que passais é uma escola das mais respeitáveis, porque ainda não foi encontrada outra com tamanhos recursos de burilar as almas, iluminado-as para a verdadeira felicidade.
Estais mais próximos da luz do que os que trilham nos caminhos do erro, as vezes sorrindo por fora, mas apagados por dentro, por alimentarem o maior entrave à paz de coração: a ignorância. E foi para combater as trevas do espírito que desceu do céu o Messias, com todo o seu fulgor, com toda a sua bondade e amor, e, ainda mais, sendo o sábio dos sábios, para ensinar aos próprios sábios os caminhos do amor. Não vos desespereis!... Nunca vos desespereis em tempo algum, pois o desespero apaga a luz do entendimento e nos desvia das diretrizes da consciência reta.
Sei que de agora em diante não vai faltar assistência para os vossos corações. Outros companheiros virão com muitos recursos, como eu também estarei convosco, até que a vontade de Deus determine a modificação de minha vida. Tende confiança no soberano Senhor do Universo, que os céus virão à Terra, como se manifesta por essas flores que embelezam esses vales!
Não queirais colocar-me como diferente de vós, considerando-me uma mulher livre de sofrimentos. Eu sofro também. Sou mãe que deve confiar mais em Deus, porque meu filho, bem o sabeis, tem uma missão espinhosa na renovação do mundo, dentro de uma humanidade que tem ouvidos, mas não quer ouvir, tem olhos, mas não quer ver! Os caminhos por onde ele deve trilhar estão cheios de espinhos, lobos vorazes e dardos sem piedade. No entanto, devo sofrer menos que as outras que ignoram a verdade, porque sou consciente das luzes que já estão se derramando pela boca de Jesus, como sendo palavras de Deus.
Meus filhos, a vida na Terra é uma passagem rápida, as formas são breves. Porém, a Luz que brilha na carne com essência divina, essa vive na imortalidade, recolhendo experiências e despertando valores para o próprio conforto. A consciência tranqüila é um estímulo santo permanente, que desconhece esmorecimento, porque vive na felicidade contínua, aquela de poder trabalhar no serviço de Deus, na conscientização do amor.
Agora eu já posso pedir a todos vós, como mãe e companheira, para que não blasfemeis em hipótese alguma. A blasfêmia é um corrosivo da alma, que tira o sossego da consciência. Compreendo que estais afastados das criaturas que chamais de sãos; entretanto, não sabeis que muitos deles são mais enfermos do que todos vós juntos!? Quem não obedeceis às leis de Deus é enfermo de maior profundidade. Se quereis ser curados, restabeleci-vos primeiramente pelos caminhos da educação e da disciplina dos impulsos inferiores, que juntos podereis testemunhar diante dos outros no que já melhorastes.
Quantas palavras falais durante o dia neste convívio de dor? Centenas, milhares. Já atinaram sobre quantas delas são imprestáveis para a boa conduta? Já meditastes nos pensamentos que surgem em vossas mentes a todo momento, que a boca tem vergonha de transformar em palavras? Pois bem, procurai pensar nisto e começai hoje a vos modificardes! Agora mesmo, neste trabalho divino de mudança, é que as dores e os infortúnios vão sendo esquecidos como que por encanto, devido à nova posição que deveis tomar em nome de Deus, dos céus e dos anjos.
Se quereis guardar o que ouvis, podeis fazê-lo. Não existe idade que o interesse não supere; não existe condições que a boa vontade não ganhe, quando a dignidade abençoa os bons propósitos. Se sois iletrados, não vos preocupeis, pois podeis fazê-lo somente com o que ouvistes. Ainda mais, existe uma força excelente que todos sabem usar e se a quereis exercitar, é a oração, ato divino que aprendemos desde criança e que, quando velhos, jamais deixamos de praticar. A prece nos conforta e coloca Deus com mais evidência dentro de nós!
Vamos esquecer a dor! Não precisais estar no seio da sociedade judaica ou romana, grega ou egípcia, para desempenhardes um papel ante os semelhantes. Onde estiverdes, aí poder trabalhar, viver e amar, como se estivésseis nos melhores lugares do mundo. Se sois portadores dessa doença que repugna os homens, como quereis forçá-los a aceitarem as vossas companhias? É, pois, uma espécie de violência da parte dos que sofrem. Se não quereis violência para vós, como quereis para eles? Vivei juntos aqui mesmo, até o dia em que Deus determinar, que Ele não deixa seus filhos na orfandade. As suas leis justas sempre põem os iguais a se reunirem. Isso é grandioso, mas o seu amor e a sua misericórdia nos faz nivelar a todos, quando a compreensão ilumina o nosso íntimo com a luz do amor!
Esta foi a fala de Maria naquele local e naquela época. Acredito que não é preciso mais considerações para vermos como está tão atualizado no trabalho que pretendemos fazer.
Ontem, sábado, dia 26-04-14, o grupo que iniciou com o Seminário Nova Ordem Social, que passou a se denominar Nova Consciência Cristã, se reuniu no Campus da UFRN/Caicó, com as seguintes pessoas: 1) Kerginaldo, 2) César, 3) Alcides, 4) Dinelza, 5) Patrícia, 6) Francineide, 7) Vicente, 8) Elias, 9) Simone, 10) Navegante, 11) Soniete, 12) Adriana, 13) Sandra, 14) Francisco, 15) Ivânia, e 16) Eugênia.
Sandra, na condição de coordenadora dos trabalhos, abriu a reunião para cada um colocar o pensamento quanto a forma de realizar o trabalho que ficou decidido no último encontro, de fazer uma intervenção na comunidade do João Paulo II. Patrícia colocou os contatos que fez e que já tem o compromisso da participação de uma cantora e dos escoteiros nesse dia que ficou decidido ser chamado de “Encontro Fraterno”.
Após diversas considerações feitas por todos, foi decidido iniciar as atividades na comunidade no dia 17-05-14, com a denominação de”Encontro Fraterno”, uma espécie de trabalho piloto, uma preparação para um trabalho mais amplo que será realizado no primeiro sábado de junho, dia 07-06-14.
Resolvemos todos ir até a comunidade conhecer o local. Para mim foi uma grande surpresa. Pensava que eu iria encontrar um bairro mais estruturado, mas é uma favela um pouco melhorada. Fomos logo rodeado por diversas crianças e um senhor que se aproximou com aparência embriagada, sujo. Conversei um pouco com ele que disse morar sozinho e que uma das meninas que estava perto de nós era sua neta, fato que a garota confirmou. Observamos a casa de apoio onde o trabalho seria realizado, duas casas coladas uma na outra. Casas normais daquela comunidade. Na frente um espaço livre, irregular e com mato que deveria ser trabalhado na limpeza para poder ser utilizado.
Aquilo tudo não era nada do que eu pensava!
Eu pensava que o bairro já era estruturado, com várias escolas, igrejas... Com mais de um espaço tipo auditório que pudesse ser feito as atividades... Ali não caberia nada do que eu imaginava! Fiquei a pensar que nós quando queremos fazer a vontade de Deus, não é a nossa vontade que está em ação, e sim a vontade de Deus. A comunidade que eu imaginava estava dentro dos meus planos, a comunidade que eu encontrei é que estava nos planos de Deus. Aquela comunidade parecia mais aquela citada na Bíblia para onde iam os leprosos e que de lá não podiam sair para interagirem com a sociedade dita normal. Será que não seria assim? Será que a lepra existente atualmente e que equivale aquela do passado não é a condição da miséria humana, da ignorância da dignidade, da indigência de recursos? Quem devia se adaptar de imediato a essa situação seria eu!
Assim fiz. Passado o primeiro instante de frustração passei logo a imaginar como trabalhar com esse povo que não tinha um mínimo de organização, de infra-estrutura, de perspectivas? Teríamos que fazer tudo a partir do zero. O trabalho de assistencialismo que estava sendo proposto deve ser realizado, mas a ênfase maior deve ser dada por todos ao trabalho de conscientização, de evangelização.
Como foi dito na reunião antes de sairmos, o bem deve se organizar e usar toda a inteligência para se confrontar com o mal e sem usar as armas dele, do mal, procurar levar à luz as consciências, mesmo que associado a isso tenhamos que promover a multiplicação dos pães e peixes como Jesus fez. Nossa multiplicação de pães e peixes será a sopa que iremos oferecer. Atenderemos o estômago daquelas pessoas e esperamos que ele, o estômago, dê liberdade para a mente pensar nas nossas palavras, nas lições do Cristo que levaremos através do Evangelho e de nossa prática, nosso próprio comportamento.
Temos que ter o mapa daquela comunidade para irmos a cada rua e procurar identificar consciências que tenham pelo menos uma chispa de luz brilhando em sua mente, para que sejam convidadas a se integrarem ao nosso trabalho. Feito isso temos que ter a humildade de reconhecer que o nosso trabalho envolve a doação do nosso tempo, algumas vezes dos nossos recursos, sem nenhuma outra perspectiva de recompensa, a não ser de saber que somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai e que Ele espera que sejamos todos amigos. Ele espera que nossos títulos acadêmicos ou cargos sociais sejam colocados de lado no processo de formação de amizades. Ele espera que tenhamos a humildade de sentar para aprender com eles o que eles sentem, esperam e o que acham de nossas atividades junto a eles.
Ao fazer essas considerações vem a minha mente o trabalho que Maria se propôs a fazer no Vale das Flores, uma comunidade composta de leprosos e que estavam abandonados e hostilizados pela comunidade dita normal. Assim também era essa comunidade denominada João Paulo II. Colocarei para o próximo texto neste diário, o que Maria falou para aquela comunidade para avaliarmos o quanto parece ser o que devemos ouvir ou ler quanto o trabalho que queremos fazer, como filhos obedientes ao Pai.
A coerência é um dos atributos cognitivos mais importantes para direcionarmos a vida e aplicar o livre arbítrio para onde consideramos correto. Procuro seguir a coerência daquilo que considero correto, mesmo que isso traga algum tipo de prejuízo, emocional ou material. Foi devido a essa coerência que aceitei a paternidade divina, que aceitei a missão de colaborar na construção do Reino de Deus através de uma família modificada, ampliada, com características fraternas e não egoístas. Isso me deixou muito afastado dos princípios culturais aceitos por minha comunidade.
Uma fonte importante que alimenta esses paradigmas que desenvolvi, são os livros espirituais, principalmente a Bíblia e dentro dela, com bastante ênfase, nos livros do Novo Testamento. Tenho o Mestre Jesus como o meu mentor, irmão maior, comandante na batalha contra as trevas. Ele não deixou nada escrito, foram seus apóstolos, as pessoas que testemunharam Suas palavras e Suas ações, ou que tiveram conhecimento através de outras pessoas, que escreveram bastante sobre seus ensinamentos práticos e teóricos. Acatei com a máxima coerência o desenvolvimento do Amor como a força principal existente no Universo e que se confunde com o próprio Deus. A partir daí, sempre seguindo a coerência do pensamento e das aulas sobre a natureza do Amor, reformei e construí novos relacionamentos baseados sobre uma nova lógica, a lógica do Amor Incondicional. É tão forte essa lógica que todos estranham a direção anômala que tomou o meu comportamento, mas ninguém encontra argumentos para apontar erros que force outra tomada de posição, de comportamento.
Mesmo assim, essas leituras que sempre estou fazendo, que servem para confirmar ou consertar o meu pensamento dentro da coerência do surgimento de novas verdades, ou seja do descobrimento de verdades já existentes e que jaziam cobertas pela capa da ignorância.
Foi assim com a gravidez da virgem Maria. A lógica mostra que uma virgem não pode gerar um filho. A geração do filho depende da união do gameta masculino com o feminino. Isso é o que ensina a Biologia, que veio trazer luz ao conhecimento da reprodução. Mas, ao ler o livro “Maria de Nazaré”, vejo dentro dele uma explicação da possibilidade de Maria ter gerado o filho sem o gameta masculino. Ela foi escolhida pelo poder espiritual para gerar um filho cujo espírito era de natureza muito superior aos espíritos humanos de sua época. Foi necessária a intervenção do Poder Divino, na escolha de Maria, quanto espírito bem avançado, e na sua aceitação para se deixar manipular por essa força Divina, e o seu gameta feminino se acoplar com essa força e gerar o Messias. Não tenho os detalhes de como isso aconteceu, acredito que quem contou essa história também não tenha o domínio dessa minúcia. Mas foi colocado um argumento que apesar de eu não conhecê-lo a fundo, não é repudiado pela lógica e é aceito pela coerência.
Agora, encontro outro trecho do Evangelho, em Atos dos Apóstolos, que parece ferir a coerência: Enquanto ainda falavam dessas coisas, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: “A paz esteja convosco!”. Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito. Mas ele lhes disse: “Por que estais perturbados e por que essas dúvidas nos vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho”. E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés.
Sei pelo estudo dado pelos próprios espíritos, que o espírito é uma energia sutil difícil de ser conceituada e que é manifesta através do perispírito, uma estrutura semimaterial, mas que não consigo perceber com meus olhos físicos. Caso o que foi escrito no Evangelho através da fala de Jesus está correto, que foi isso que Ele realmente disse e não erro de interpretação ou de tradução, devo fazer um esforço para encontrar a coerência entre a verdade dita pelos espíritos e essa frase dita por Jesus, de que não era espírito porque tinha carne e ossos. Isso justifica a ressurreição do corpo de Jesus, mas a ressurreição é algo totalmente fora da lógica e da coerência com os estudos e a verdade encontrada até o momento. Como um corpo que se deteriora, que já havia sido digerido em parte pelas bactérias, de repente se recompõe da mesma forma que antes? E as bactérias que já haviam digerido parte do corpo e que podiam ter se reproduzido em bactérias filhas... Toda essa cadeia biológica retrocederia para atender os critérios da reencarnação? Não consigo encontrar coerência!
Como essa frase não encontra coerência dentro do meu arcabouço cognitivo, lógico, prefiro não a considerar e deixar guardada num porão da minha consciência. Não posso acusar de frase mentirosa, pois não sei dos conhecimentos que os apóstolos tinham e muito menos do Mestre Jesus, se realmente Ele falou assim. Prefiro guardar essa informação que não apresenta coerência no seu lugar específico, no baú das frases e assertivas sem coerência. Continuo afirmando que não posso dizer que elas são mentirosas, mas que a minha inteligência, conhecimentos e sabedoria não consegue encontrar a lógica para ela, por mínima que seja. Talvez amanhã eu possa encontrar argumentos que a resgate desse baú, como aconteceu com a gravidez da virgem Maria.
Ontem, dia 24-04-14, fizemos mais uma reunião do projeto de Extensão Universitária Foco de Luz. Contamos com as seguintes pessoas: Francisco Rodrigues, Edinólia Rodrigues, Paulo Henrique, Ana Paula, Ivanaldo Irineu, Marivan Silva, Anilton Cabral, Clóvis Costa, Damares Batista e Maria Estela. Foram abordados os seguintes assuntos:
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES E AMIGOS DA PRAIA DO MEIO – Paulo apresentou a ata de fundação da Associação foi indicado o nome de Paulo, Oscar e Ezequiel para formaram uma Junta Diretiva Provisória para convocar uma Assembléia Geral para o dia 08-05-14, com a finalidade de oficializar a Junta Diretiva Provisória que irá organizar os associados e promover a diretoria definitiva o mais breve possível. Será feito um Edital de convocação que será divulgado nos jornais e locais de fácil acesso para a comunidade. Na próxima 3ª feira, dia 30, as 10h, Paulo irá ao HUOL para atualizarmos a ficha de sócio da Associação com a finalidade de começar logo a construção do corpo de associados.
HOTEL REIS MAGOS – Foi entregue a Junta Diretiva Provisória da Associação o Projeto de Reconstrução do novo hotel Reis Magos, pelo seu proprietário, Senhor Zezito. Ele se mostra satisfeito por perceber que os interesses da comunidade coincidem com os seus e pretende se reunir conosco na primeira oportunidade. Lastima que esse projeto no valor de 130 milhões de reais que ele apresentou a Prefeitura no ano passado não tenha sido aprovado. Os membros da Associação presentes a reunião também lastimaram tão grande perda e que a própria comunidade não teve consciência da dimensão do prejuízo.
ESCOLA OLDA MARINHO – O professor Adailson foi até a Secretaria de Educação com os ofícios emitidos pela Direção da escola solicitando trabalhos de recuperação há mais de ano e que até o momento não foi atendido. Foi sugerido que a diretora fizesse um novo ofício anexando os ofícios anteriores e que no momento da entrega fosse marcado uma audiência com a Secretaria, junto a direção da escola, Projeto Foco de Luz e Associação de Moradores.
PROJETO BOLA NA REDE – Clóvis explicou eventos religiosos que irão acontecer a partir de amanhã. Damares ficou de participar do evento do dia 25-04-14. Clóvis sugeriu que fosse implementado um Fórum Permanente como este que nós estamos realizando.
OCORRÊNCIA POLICIAL – Clóvis relata as ações impróprias do Aquárius, um barzinho que promove todo fim de semana festas onde é observada a presença de menores fazendo uso de álcool. Neste fim de semana passado uma garota foi abusada e ainda tinha em sua companhia duas menores. Foi avaliado a possibilidade de conversarmos com o proprietário e fazermos um ajuste de conduta que beneficie a todos.
LÍDERES DE RUA – Foi colocada a necessidade de começarmos a organizar a comunidade em torno dos líderes de cada rua, começando com os presentes. Ficou assim distribuída essa liderança de forma provisória, até ter sido oficializada a nova diretoria da Associação:
Avenida Café Filho Francisco Rodrigues
Travessa Brasil Ivanaldo Irineu
Rua Feliciano Dias Anilton Cabral
Travessa 25 de dezembro Marivan Silva
Rua do Motor Clóvis Costa
CONVITES ESPECIAIS – Foi decidido que devíamos fazer convites especiais para participação de nossas atividades a pessoas com trabalhos já realizados ou sejam referência por serviços prestados. Foi citado o nome de Marinho Chagas e o de Sombra, que deveriam ser contatados entre outros, de forma especial.
PRÓXIMA REUNIÃO – Por motivo da próxima quinta feira ser feriado, 1º de maio, a próxima reunião ficou marcada para o dia 08-05-14 onde possivelmente ocorra a Assembléia para oficializar a Junta Diretiva que irá organizar os sócios para a eleição da nova diretoria
A reunião foi encerrada as 19:30h com a orientação de que as atividades da comunidade seriam divulgadas sempre que fossem realizadas, através da mídia.
A vinda de Jesus ao mundo foi um fato revolucionário, que mesmo o mais impertinente ateu vive sob sua influência na contagem dos dias no calendário, antes e depois do Cristo. Porém isso é um fato muito simplório, o de viver essa realidade cristã apenas nos seus efeitos do calendário. Jesus veio para implementar uma Nova Ordem no mundo, num mundo que privilegia a natureza material e ignora o mundo espiritual. Jesus veio para dizer da existência do mundo espiritual, que é esse mundo o principal para a evolução de nossas vidas, e que sua principal lei é o Amor e que se confunde com o próprio Deus, criador do mundo, das coisas, dos seres.
Esta é a Nova Ordem que Jesus ensinou em nossas consciências, que devemos privilegiar o mundo espiritual e deixar subordinado todos os nossos instintos e valores materiais aos princípios do Amor Incondicional. Fazendo isso com firmeza e honestidade, iremos transformar a família nuclear de características egoístas em família universal com características fraternas.
A dificuldade que a maioria das pessoas apresenta é de acreditar que esse Jesus que tanto Amor ensinou entre nós, que teve uma vida dedicada aos irmãos e ensinando sobre a paternidade divina, que o Seu Reino não era deste mundo, continue vivo entre nós após a sua morte física. Muitos não acreditam nesse mundo espiritual, nem mesmo tendo conhecimento de provas científicas que o confirma e que já foram colhidas. Para eles é uma realidade totalmente fora de uma lógica racional, onde tudo se mede, se pesa, se reproduz. Não aceitam essa nova ordem que Jesus anunciou e que passou a viver e a ensinar.
Eu confesso que fiquei muito tempo dentro dos valores da Academia e não aceitava uma informação que não tivesse o carimbo de “aceito” pela Ciência. Mas a dúvida nunca se afastava da minha mente, pois os argumentos científicos não conseguiam destruir a paternidade divina do mundo. O máximo que a minha inteligência alcançava, ajudada por cientistas de todas as áreas, era com a explosão inicial do “Big-Bang”, do início da formação de todo o Universo. Mesmo assim ficava um enorme vácuo do que viria antes do “Big-Bang”... Se fosse outro Universo que havia se contraído até um minúsculo ponto super-carregado de energia, de onde viria esse outro Universo? Assim, virava um círculo vicioso.
O conceito de Deus como Criador do Universo e responsável por nossas vidas, assim como foi ensinado por Jesus, veio fechar as lacunas de minha compreensão e forçar a uma humildade que eu não possuía. A de que a minha inteligência é limitada e que jamais poderá alcançar a inteligência do Criador. Então, necessariamente eu não terei condições de alcançar a verdade total da existência. Eu posso apenas vislumbras frestas de luz nessas trevas de ignorância.
Hoje vivo de forma mais confortável, sem tantas dúvidas quanto a minha existência, minha origem e destinação. Aceitei a nova Ordem que Jesus ensinou e procuro cada vez mais me torna um cidadão do Reino de Deus. Dentro dessa nova forma de cidadania eu também tenho meus deveres e direitos. Tenho o dever de obedecer ao meu Pai divino, assim como tenho dever de obedecer aos meus pais biológicos. O meu Pai divino colocou na minha consciência uma missão que devo fazer com a ajuda de mulheres que se tornem sensibilizadas ao projeto, seja pelo desejo sexual que se converte em Amor Incondicional, seja pelo próprio desejo delas de fazer a vontade dEle e que reconhece na minha missão uma boa oportunidade para isso.