Após a leitura do comentário da reunião anterior foi lido o texto da noite “O Companheiro”, uma fala de Jesus registrada por Mateus em 18:33. Após alguns terem comentado e outros não, observo que o foco da discussão ficou entendido que as pessoas que estão ao nosso redor é que são os nossos companheiros, principalmente aquelas que pertencem ao círculo familiar. Dentre todos os comentários um dos mais fortes foi o de M, que foi denunciado na rádio de forma anônima, por uma pessoa que dizia que ele não estava cumprindo o que determina a orientação do seu contrato com o ônibus escolar. Ele explica que leva por solidariedade algumas pessoas que vão para a academia, e isso não é permitido, por isso ele não iria a rádio rebater a denúncia. Todos ficam contrariados com essa denúncia, pois apesar de ter sido feita em cima de uma transgressão administrativa, isso foi feito no sentido de colaborar com as pessoas que se relacionam consigo, numa atitude de fraternidade, como ele sempre faz e por isso é tão querido por todos. Isso mostra que sempre existirão ao nosso lado pessoas difíceis que procurarão nos trazer dificuldades se por qualquer motivo se sentirem contrariadas. A lição de hoje é no sentido de não alimentarmos o ódio por essas pessoas, pelo contrário, procurar ajudar e rezar por elas, como o mestre ensinou. O outro relato importante foi feito por S com relação a J, o qual ela considera uma pessoa de difícil harmonização, mas que por ocasião do dia das mães, ele proporcionou um jantar no dia seguinte para lhe homenagear, uma forma dele também entender que também é considerado como um filho, já que está casado com a filha dela. F também relata de forma muito positiva a transformação que o amor proporcionou ao coração de DP, a qual nutria muito ressentimento por ele, mas neste mesmo dia das mães, ela o recebeu como um filho, com toda a harmonia, inclusive com todos os parentes que foram a sua casa, e todos ficaram maravilhados com a sua transformação. F reforça que isso é uma prova de que Jesus está correto ao orientar que devemos tratar com amor aos nossos adversários, pois o amor consegue corrigir os mais duros corações. F também cita um erro que estava cometendo e que a leitura do texto de hoje o advertiu sobre isso. Disse que depois de tanto ter tentado ajudar o seu irmão alcoólico, JB, e por ele ter desperdiçado todas as oportunidade, ele desistiu e deixou ele abandonado a própria sorte. Mas, depois que leu o texto de hoje, pensou até em trazê-lo para esta reunião, mas como N não podia vir, que é a pessoa que tem mais contato com ele, ficou para outra oportunidade. Ao término da reunião S conduziu a oração do Pai Nosso e da Ave Maria e todos nos abraçamos com fraternidade. Foi esquecida a foto coletiva, pois todos partiram logo para a alimentação trazida com a colaboração de todos.
A origem da vida começou no psiquismo de Deus. A ciência diz que tudo começou no Big-Bang, o grande estouro que deu início a formação do Universo. Não consegue explicar de onde surgiu essa energia concentrada, qual a sua natureza e porque até hoje continua se expandindo. Resolvo essa questão quando coloco a origem desse Big-Bang assim como de tudo que existe, na força onipotente e onisciente de Deus, o meu Pai transcendental. Dessa forma a energia construtiva do Pai vai formando e aglutinando a matéria e estabelecendo a ordem, daí surgindo a realidade do Ser Pensante, da humanidade.
A consciência que vai se formando desde o início embrionário, no seio mineral, para o vegetal, para o animal, vai acumulando informações atávicas devido a passagem por esses diversos reinos, até atingir a lucidez e o discernimento. É forçoso o surgimento de conflitos e distúrbios psíquicos devido a complexidade dos valores que se formam frende as diversas experiências, que sempre são diferentes de um indivíduo para o outro.
Para que não entremos em desvios que nos afastem de nossa rota evolutiva em direção ao Pai, é necessária a aquisição de conhecimentos para que venhamos a saber dos impulsos orgânicos que tendem a levar a pessoa para a satisfação dos instintos, o imediatismo do prazer e a comodidade. A pessoa deve compreender que deve se libertar dos processos carnais da sua condição animal, eliminando as paixões primitivas, a atração pelo mundo exterior e assim, as distonias emocionais.
Para conseguir isso a pessoa deve ter o empenho da vontade, de olhar para dentro de si, de identificar o que tem de fazer, e quando e como realizar. Ver o exemplo do tabagista, que enquanto não decidir parar de fumar e empenhar toda força na vontade de realizar isso, não conseguirá esse intento.
A intenção deve ser assim, lúcida no pensar, no agir e no sentir. Somente assim a pessoa pode refletir, mergulhar em si, promover a interiorização, harmonia, plenitude e assim conseguir a vivência real.
Caso a mente não seja adestrada para assumir essa parcela de responsabilidade vamos observar a hesitação, o retraimento, o seguimento da lei do menor esforço, o relaxamento dos deveres e a manutenção da ignorância.
O mundo objetivo de cada um permite o conhecimento intelectual, as experiências vivas das realizações, o esforço de interiorização, a identificação com os objetivos essenciais, e enfim, a harmonização com o contexto e o entorno, mesmo que existam problemas e conflitos originados do atavismo que geralmente impacta no próximo.
Ao atingir a consciência plena do seu desiderato, o homem passa a promover uma luta inteligente para adquirir conhecimentos. Observa qual seja a meta máxima da sua existência e tem clareza qual a finalidade da sua vida na Terra. Tudo isso está próximo das lições do Mestre e que Mateus registrou em 6:22-23: “A candeia do corpo são os olhos, de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas.”
Com esse paralelo dos olhos constituírem ferramenta indispensável para se perceber a essencialidade da vida, temos que nos desligar dos desejos transitórios do mundo e mergulhar em busca da luz interior. Devo transformar tudo ao meu redor em claridade, extirpar as trevas da ignorância e ser capaz de alcançar o reino interno da luz.
A mente deve estar lúcida para que possa descer ao abismo da individualidade, iluminar os registros sombrios das experiências passadas, e corrigir as marcas psicológicas profundas que foram geradas na luta intermitente das diversas vivências. O Dalai Lama já dizia que “uma mente lúcida e um bom coração, acompanhados por sentimentos afetivos, são as coisas mais importantes. Se a mente não se dirige aos pensamentos positivos e elevados, nunca poderemos encontrar a felicidade.”
As vivências perniciosas que sofremos no nosso caminho evolutivo, geram insatisfações, angústias e fixações perturbadoras na forma de irritabilidade, mal estar consigo mesmo, desinteresse pela vida, ideias autodestrutivas, uma expressão doentia e todo um elenco de doenças psicossomáticas.
As terapias são necessárias, qualquer uma delas que seja capaz de atingir as raízes do conflito e extirpá-los com a conscientização, liberando assim os núcleos que foram lesados e restaurando a harmonia vibratória. Devemos entender que o padrão vibratório elevado que a pessoa possui é capaz de absorver a energia positiva do meio, enquanto rechaça a energia negativa. O contrário se observa a quem possui energia vibratória baixa, absorve a energia negativa do meio e não consegue absorver a energia positiva.
Por outro lado, a luta para a elevação de nosso padrão vibratório, que implica na adoção de novos hábitos, de imediato vai levar a uma sensação de necessidade, como se a pessoa tivesse se abstendo de uma droga perigosa, sentindo cansaço, desânimo e sentindo tudo isso como uma experiência ruim. Mas se a pessoa persiste, a médio e longo prazo, os bons hábitos começam a prevalecer e se atinge uma leveza na mente, rapidez de raciocínio, lucidez espiritual e o bem estar consigo, com tudo e com todos.
A medida que as etapas desse aprendizado vão sendo vencidas, os conflitos vão sendo liberados, se consegue a aquisição de alegria, a vida se torna ideal, a morte deixa de ser um problema, e com a meditação a pessoa pode sentir que é o mesmo, dentro e fora do corpo.
A interiorização da luz traz esse benefício de ser feito cada vez mais o contato consigo mesmo, sem perder o contato com o mundo exterior, físico e social. Conseguir o equilíbrio com os valores legítimos da existência, alcançando o mundo real, transpessoal, onde é a origem de tudo.
Hoje é um dia importante para o Brasil e a sua história. Após passar pela Câmara dos Deputados, o Senado Federal aprova o pedido de impeachment da presidente e a afasta no máximo por 180 dias para se proceder o julgamento do caso.
Essa questão vem se desenvolvendo a medida que a crise política e a descoberta de corrupção se aprofunda, com as ruas sendo preenchidas de um lado e de outro das opiniões, principalmente por aqueles que desejam que o partido e a presidente saiam do poder.
Essa é uma questão delicada, pois apesar da maioria da nação defender a saída da presidente, e a minha consciência defender esta ideia, existem muitas mentes brilhantes que defendem o contrário, inclusive pessoas da minha mais alta estima. Como saber se estou certo, mesmo na companhia da maioria? Somente a Verdade poderia ser o juiz da questão e decidir pelo lado mais coerente para o bem estar coletivo.
Mas o ponto é este. Onde está a verdade?
Cada lado coloca seus argumentos com base em uma lógica que numa primeira análise estão ambas corretas. Mas isso não é possível com ideias antagônicas. Um lado deve estar correto e o outro equivocado ou tentando manipular a opinião pública.
Como podemos verificar de que lado está a Verdade? Tenho que avaliar as partes ou o conjunto? Posso avaliar a saúde do Brasil enquanto nação, sem considerar o bem estar dos seus cidadãos, ou das classes sociais? Pode o Brasil ir bem enquanto uma determinada classe social não estar bem? Parece que o lógico é defender o bem estar do Brasil enquanto nação e o bem estar de todos, em suas respectivas classes sociais.
Com esta perspectiva vamos aplicar a análise no Brasil atual. Ele enquanto nação vai indo bem? A resposta é não. Todos os seus cidadãos estão satisfeitos, em harmonia e bem estar social? Mesmo que a resposta positiva a essa questão implique numa certa utopia, pois parece que nunca alcançaremos esse estágio de harmonia entre todos os indivíduos e suas respectivas classes sociais, o que observamos no Brasil de hoje é um exacerbado conflito entre os indivíduos que tende a piorar, com cada um dentro de suas classes sociais. Mesmo identificando pessoas e classes sociais privilegiadas, como os pobres que tiveram o incremento de bolsa família e outros benefícios, e a academia, a educação, com incremento na infraestrutura universitária e no leque de opções a partir dos diversos Institutos Federais, é suficiente para compensar o desastre financeiro representado pelo prejuízo sem precedentes das estatais tão sólidas quanto a Petrobrás? Será que esse dinheiro desviado criminosamente e também distribuído sem parcimônia, vinha de um cofre secreto e miraculoso que nunca secava, ou das economias do povo, aplicadas nos diversos recursos públicos, e mesmo da sangria sem compaixão da massa trabalhadora através dos impostos mais caros do mundo?
Não quero colocar nenhum juízo de valor nesses argumentos que estou levantando. Quero apenas coloca-los como fatos que parece que são. Não quero escamotear nenhuma verdade, este não é o meu propósito, pelo contrário, meu propósito é destacar a verdade do meio de silogismos deturpados. Quando defendo o impeachment por um governo que levou o Brasil a uma crise política e financeira profunda, não quero passar uma borracha naquilo que foi feito de positivo. Mas esses aspectos positivos não podem ser tão pesados que destruam a própria nação, pois senão isso não faria o menor sentido.
Será que estou argumentando com lógica honesta, sem viés de minhas próprias convicções já direcionadas para uma conclusão, e sendo dessa forma injusto com o que foi feito de positivo pelo governo sob acusação?
Tento fazer um movimento racional e ser o advogado de defesa desse governo que está no banco dos réus. Mas quando eu faço uma relação dos atos positivos, com a cultura, as cotas, os índios, programa reuni, Institutos Federais, Universidade, fies, bolsa família, minha casa minha vida... começo a colocar argumentos que são listados como positivos e ao mesmo tempo minha consciência acusa que eles estão carregados de dolo, como a Petrobras, Mais Médicos, distribuição de renda... Enfim, não consigo estabelecer uma linha sólida de defesa.
Mas, se por outro lado, fosse chamado para atuar como promotor, ficaria numa posição muito mais confortável, e o meu primeiro item de acusação seria a falta de ética com os pobres, pois distribuíram os benefícios com a pretensa intenção de ajudar, mas com o objetivo de construir um exército de pessoas humildes, movidas pelo estômago e pelo bolso para escamotear a Verdade, a grande prejudicada.
Mas continuarei a estudar os argumentos apresentados pelo governo que por ora se afasta, quanto as ações praticadas com o intuito de ajudar a nação, pois se estou errado, em algum momento, em algum ponto da análise, irei encontrar e entender a Verdade que eles veem e eu até agora não consigo enxergar.
Em 11-05-16, as 19h, na Escola Estadual Padre Monte, teve início mais uma reunião do Projeto Foco de Luz e AMA-PM, com a presença das seguintes pessoas: 01. Paulo; 02. Edinólia; 03. Maria Queiroz; 04. Felipe; 05. Ana Paula; 06. Damares; 07. Francisco das Chagas; 08. Nivaldo; 09. Leandro; e 10. Francisco Rodrigues. Após a primeira meia hora de conversas aleatórias foi lido o texto evangélico com o título “O Companheiro”, uma frase de Jesus escrita por Mateus no seu evangelho (18:33). Em seguida foi lida a ata da reunião anterior que foi aprovada pelos presentes. COMUNICADOS: inicialmente foi discutido por todos sobre a ocupação da Escola Olda Marinho, que poderíamos estar saindo do nosso foco quando estamos nos reunindo em outro bairro. Foi lembrado que o nosso foco é seguir a vontade de Deus, seguindo as lições do Mestre que Ele nos enviou. Não podemos forçar para estarmos juntos de quem demonstra não nos querer. Devemos “bater as sandálias” como o Mestre ensinou e irmos em direção a quem nos queira. A direção da escola Padre Monte colocou de imediato o desejo de trabalhar conosco e podemos imaginar que assim seja a vontade de Deus. Devemos agir com firmeza para as ações comunitárias positivas sejam realizadas em qualquer lugar sem deixar que a posição inconsequente de qualquer pessoa, funcionário ou não, obstrua os trabalhos que Deus deseja que sejam feitos, como a educação das crianças utilizando a estrutura da escola com o apoio da gerência superior da Secretaria de Educação, como é o caso.
Paulo diz que recebeu doação de 18 kg de feijão através de Manu de Olinda para ser distribuído na comunidade. Apresenta também o ofício que recebeu como resposta da CAERN quanto o esgoto a céu aberto no entorno da escola Padre Monte, mostrando que não é o setor competente para resolver o problema e citou três repartições mais responsáveis e para as quais enviou a demanda. Foi entregue esse ofício a Damares para enviar um ofício a essas três repartições e assim acompanhar a demanda. Maria Queiroz avisa que a reunião com os pais que estava prevista para a próxima sexta, dia 13-05, foi adiada para outra data a ser agendada, pois o convite aos pais não foi devidamente expedido. Informa que a programação do São João na escola, no dia 18-06, de 16h as 20h, continua sendo mantido e que existe espaço para uma barraca da AMA-PM no evento. Edinólia avisa que a Festa de São João bancada pela AMA-PM dentro da comunidade não pode contar com a tesouraria, devido a despesa que teve com a última festa do Natal. Paulo continua vendo a realização desses eventos dentro da comunidade como positivo, desde que exista uma comissão que realize. Ficou acertado que a AMA-PM poderá colocar barracas em qualquer festa que acontecer na comunidade, desde que seja permitido, e prestigiará todos eventos juninos realizados. Davi sugere que seja colocada a barraca da AMA-PM na festa que irá ser realizada no mesmo espaço que fizemos no ano passado. Damares sugere que se faça uma sondagem para ver a viabilidade da AMA-PM fazer o São João fora de época no mês de julho. O balanço da tesouraria que iria acontecer nesta semana, ficou adiada para a semana seguinte, devido a greve dos ônibus. Francisco ficou de ver junto com o advogado quais os prazos para publicação de Edital para fazermos novamente a reunião e eleição para constituir oficialmente a AMA-PM. Também coloca a possibilidade da compra de um carrinho de cachorro quente no valor de 3.000,00 reais, pronto para o trabalho. Paulo e Nivaldo ficou de sondar na comunidade qual a pessoa que possa ser beneficiada com essa ação que a AMA-PM pode apoiar. Leandro informa que a Academia Pré-militar aniversaria no próximo dia 11-06 (sábado) e que fará um evento à tarde, por trás do Hotel Reis Magos. A AMA-PM ficou de colaborar com o bolo e o cachorro quente. As 20:30h a reunião foi encerrada, Damares conduziu a oração do Pai Nosso, posamos para a foto coletiva e degustamos o lanche oferecido pela escola.
O caso persiste na resistência da paciente pela adesão ao tratamento. Todo o espaço é aberto, o convite é feito para participar de atividades que ajudam na compreensão do psiquismo, na preocupação que a mente gera e as doenças que são causadas em função disso.
É um caso que pode ser enquadrado no diagnóstico de esquizoafetivo, mas além desse rótulo que se possa fazer sobre uma pessoa em “sofrimento psíquico” para usar um eufemismo muito usado pelas mentes da reforma da Assistência Psiquiátrica.
Bem que o termo não deixa de trazer uma verdade, pois uma mente doente não deixa de trazer sofrimento à pessoa, o erro é querer que esse sofrimento tenha se instalado sozinho, sem ter por trás uma doença ou um transtorno como os defensores de reforma acreditam e chegam até a minimizar a importância da psicofarmacologia nesse processo.
Mas voltando à nossa paciente... parece que sua mente doentia está sintonizada com a mente daqueles que defendem a não existência de doenças mentais, pois toda a argumentação que eu faço e a família aprova, pois convivem com os problemas que a paciente provoca, inclusive o risco de suicídio, ela nega e rejeita o uso da medicação que poderia atenuar o seu sofrimento. Como ela imagina que não tenha transtorno ou doença mental, que todo os seus problemas estão localizados à nível de doença física, ela não aceita os psicofármacos. Por isso o sofrimento tende a se aprofundar, pois ele não tem existência autônoma, e sim, estão associados a uma doença que posso registrar como hipótese o transtorno esquizoafetivo.
Neste momento o clímax dessa luta contra a doença é fazer a paciente reconhecer a sua existência e assumir o protagonismo de sua recuperação. Enquanto isso não acontece a doença evolui cada vez mais, a paciente não percebe, mas sua família sim. Por esse motivo a família aceita a sugestão de colocar a medicação disfarçada na alimentação para ver se evita a internação que parece cada vez mais próxima.
Tenho espaço para falar com ela semanalmente em três locais diferentes. No consultório médico nas quintas feiras, no grupo de estudos espirituais nas terças feiras, e no curso de Autodescobrimento realizado na Cruzada dos Militares Espíritas nas sextas feiras. Dessas alternativas, apenas o consultório médico ela comparece, mesmo assim sempre mostrando que seu interesse maior é descobrir que tipo de doença física ela tem e que nenhum médico chegou para explicar para ela.
A última vez que veio ao consultório na companhia da mãe, ela sempre colocava como importante a doença clínica que ela era portadora e que nenhum médico chegou a explicar para ela, apesar dos inúmeros exames que já fizera e que está agora pedindo mais uma vez.
Para reforçar a empatia no trato médico-paciente, aceito pedir uma bateria de exames clínicos e verificar novamente se eles irão acusar alguma doença. Mas, faço também duas receitas com dois psicofármacos e disse da importância de tomar esse dois medicamentos, que não iria alterar os resultados dos exames que ela iria fazer. Notei que ela recebeu essas duas receitas sem nenhum entusiasmo e logo depois ao indagar da família sobre o uso da medicação, foi dito que ela não tinha iniciado ainda. Por esse motivo a família resolveu dissolver os comprimidos e colocar dentro da alimentação.
Sei que para nós que estamos fora da doença é mais fácil vê-la e identifica-la como tal, do que a própria pessoa que está afetada pela doença, pois a própria mente que deve fazer esse reconhecimento é quem está doente e certamente suas funções psíquicas estão alteradas, entre elas a capacidade de fazer diagnósticos e de usar o senso crítico de forma racional.
Estamos na fase em que a família coloca escondido a medicação dentro da alimentação. Isso já aconteceu uma primeira vez e foi o passo decisivo para abortar o recrudescimento de uma crise. A paciente não teve conhecimento da participação dos remédios na sua recuperação, e talvez isso tenha sido uma falha, não ter feito esse esclarecimento quando sua mente estava mais lúcida.