Ao chegar a Brasília, Capital Federal, prestei atenção na forma de acolhimento que sentia em cada setor que eu me dirigia. Em todos os lugares posso dizer que o acolhimento sempre foi positivo, principalmente na casa dos amigos e nos templos religiosos. A hipocrisia de falar uma coisa e fazer outra não observei nesses ambientes. Agora, para minha surpresa e de meus companheiros de viagem, na casa que deveria ter um acolhimento superior, por ser debatido à exaustão nas campanhas políticas como a casa do povo, o Congresso Nacional, isso não aconteceu. Só a título de comparação farei algumas considerações. Por exemplo, o amigo do marido da minha sobrinha, por indicação deles, minha sobrinha e o seu marido, acolheu o nosso grupo com a maior delicadeza e atenção possíveis. Ele foi nos pegar no seu carro no aeroporto, e mesmo extrapolando o número de passageiros para o seu carro não se preocupou em pagar uma pesada multa se fosse abordado pela polícia. Nos preparou um café da manhã com todo esmero, deixou sua casa à nossa disposição, inclusive deslocou os seus filhos de um dos quartos para que o ocupássemos durante todo o período de nove dias de nossa estadia em sua cidade. Fomos nós que verificamos o desconforto que eles iriam ficar e combinamos em permanecer no hotel. Mesmo assim ele nos entregou o seu carro dizendo que iria o trabalho no carro do amigo e que isso não iria lhe causar transtorno, pois esse era o argumento que eu estava colocando para não ficar com o carro. Fomos para o apartamento com o seu carro e ele ficou de sobreaviso para qualquer necessidade que tivéssemos ligar para ele ou a esposa.
Nos templos religiosos não fomos recebidos com tanta dedicação, mas nos sentimos prestigiados da mesma forma. No templo do Vale do Amanhecer fomos abordados por um voluntário e suas auxiliares que nos levaram a todos os espaços do templo, contando as diversas histórias e explicando como funciona a irmandade.
Agora, no Congresso Nacional, tivemos a maior dificuldade de estacionar e tentamos até pegar um táxi para deixar o carro e cobrir o grande espaço que teríamos que fazer a pé e no sol. O taxista não aceitou levar nosso grupo de cinco pessoas, pois a lotação do carro era de quatro pessoas, sem contar com ele. Tivemos que ir assim mesmo a pé, e ao chegarmos na recepção encontramos um cartaz de boas vindas, mas a moça que nos atendeu disse que não podíamos entrar. Era necessário fazer um agendamento a priori, pela internet, e caso fossemos aceitos é que teríamos acesso aos espaços do Congresso Nacional. Voltamos para onde deixamos nosso carro estacionado, fazendo o mesmo percurso a pé e no sol.
Ora, se nas campanhas políticas é defendido essas instituições como a casa do povo, e nós como povo, mesmo bem instruídos e politizados, não tivemos acesso, quanto mais àqueles cidadãos que não tem noções dos direitos da cidadania. Posso considerar esse tipo de atitude uma hipocrisia que de tanto ser exercida parece ter se tornado natural. Sei que devem ser preciso os cuidados de segurança para que pessoas más intencionadas não causem estragos no bem público ou ameacem os seus funcionários. Mas algo deve ser feito para que a acolhida dos cidadãos seja feita com mais sintonia com o que é defendido na praça pública, que a hipocrisia não fermente. Principalmente no trato com aquelas pessoas que como nós viemos de lugares distantes.
Talvez eu esteja sendo muito severo nesta crítica, afinal a recepcionista nos indicou os caminhos pelos quais eu poderia me habilitar a visitar aquela casa, mas comparando com os templos religiosos eu senti uma diferença brutal. Será que é porque nos templos o modelo de comportamento é em direção à construção do Reino de Deus, onde todos são considerados como irmãos? E naquelas casas onde predomina o exercício do poder através dos partidos políticos onde somente os amigos são dignos de consideração e apreço especial? Mas não foi isso que aconteceu com meus amigos e eles com certeza não iriam agir assim com quem não considerasse amigo ou amigo do amigo?
Enfim, o Reino de Deus não terá esse perfil de falta de acolhimento. Acredito que todos serão acolhidos em qualquer lugar como irmãos, amigos por natureza. O fermento da hipocrisia deixará de existir no caldo de nossas relações coletivas.
Estou na plena efervescência da campanha política à nível nacional, onde a eleição do novo presidente tende a envolver todos os cidadãos em defesa de um ou outro candidato, conforme suas mais diversas motivações. Conforme o que percebi ao longo do exercício do mandato do partido que se mantém no poder a doze anos, firmei a convicção do meu voto. É impossível, por mais que seja bom ou ruim um candidato ou o seu partido, que se obtenha a unanimidade das intenções do voto. Portanto, mesmo que eu esteja coberto de razão nas minhas considerações, o outro também pode ter razões nas suas considerações ao enfocar as circunstâncias por outro prisma. Como ninguém pode afirmar que é possuidor da verdade plena, a divergência de opiniões sempre irá existir dentro da política mundana que busca o poder temporal. Dentro desse contexto mundano, enquanto a pessoa não definiu o seu voto, é importante que ele receba informações as mais diversas possíveis, tanto pró quanto contra de diversos candidatos, pois assim ele terá condições de usar a sua própria consciência para firmar a sua opinião. Agora, no momento que a pessoa firma uma opinião, fica contraproducente tentar mudar a opinião dele com a nossa, entendendo que a nossa possa ser melhor que a dele, pois pode ser justamente o contrário. Melhor então respeitar a opinião dos companheiros de jornada e esperar que a urna indique, de forma democrática, para que lado pende a maioria, cujo resultado deverá ser respeitado por todos.
Esse é o jogo da política a nível mundano cuja prática é carregada de mentiras de um lado para o outro, na tentativa de demonizar ou canonizar candidatos de acordo com os interesses de quem assim procede. São formas de relacionamentos, individual ou coletivo, carregados de egoísmo, onde os amigos recebem às benesses e os adversários os rigores da lei.
Por outro lado, existe a política de Deus que está ao nosso alcance, não só nos dias de eleição, mas todos os dias que acordamos e abrimos os olhos para a vida. Nesta campanha divina para a construção do Reino de Deus, temos o grande marqueteiro, o Mestre Jesus de Nazaré. Aqui ele já definiu os princípios que deverão nortear o nosso comportamento que estão todos dentro da Lei do Amor. Desses itens que compõe a lei do Amor, os dois maiores são: “amar a deus sobre todas as coisas” e “amar ao próximo como a si mesmo”. Nesse trabalho deveremos considerar todas as pessoas que se aproximam de nós como o “próximo” ao qual devemos considerar como irmão e para o qual devemos querer o que queremos para nós. Assim, nessa forma de fazer campanha política não vamos encontrar divisão, facções, pois todos são nossos irmãos. Se não fazem a vontade de Deus que é o poder supremo do universo, a verdade integral, a sabedoria infinita, é porque não o conhecem ou não se afinaram com a Sua essência que é o Amor Incondicional. Pode ser que a pessoa seja nossa adversária, que deseje ou que planeje a nossa morte porque defendemos a vontade de Deus, mas nós não devemos nutrir o mesmo pensamento de revolta, vingança ou agressão. Caso eu não possa lhe convencer dessa parcela de verdade que chegou a minha consciência, essa mesma verdade que eu conquistei impede que eu pegue nas mesmas armas que a ignorância exibe. Posso ser martirizado em função das minhas ideias, mas jamais martirizar ninguém por causa delas. O meu papel nessa política de Deus é o de levar o esclarecimento onde existem as trevas da ignorância, em levar a minha ação de fraternidade onde estiverem os deserdados da sorte. Sei que o meu nível hierárquico nessa campanha política irá ser definido pela minha capacidade de servir, de ser humilde... Esta é a política de Deus que está ao nosso alcance em qualquer momento de nossas vidas e para a qual eu desejo convocar a todos que estejam ao meu alcance, com o exemplo que eu consiga oferecer.
Hoje é o dia que reverenciamos os professores. Reverencio o Mestre mais importante e que continua a ensinar-me, virtual e presencialmente. Virtual quando suas lições aplicadas por outros chegam até a minha consciência; presencial quando o invoco pela minha fé e Ele se coloca ao meu lado e observa o que faço e pela Sua presença na intuição corrige o que estou fazendo de errado e intui o caminho certo.
Lembro-me das lições fortes que Ele dizia sobre os fariseus e doutores da lei. Esse exageravam o sentido das leis obrigando o povo a uma sobrecarga que eles mesmos não cumpriam. Eram semelhantes a sepulcros caiados, limpos por fora e imundos por dentro. Procuravam as honras de representantes de Deus, mas não faziam o serviço que era necessário. Jesus ensinava que o Seu fardo era leve para ser carregado, comparado aquele que os fariseus ensinavam quanto a lei de Moisés. Que a paz podia ser alcançada com o cumprimento da justiça, com o aperfeiçoamento do coração e da mente do homem através da limpeza do egoísmo desagregador.
Estou hoje em Brasília, a capital do País onde se concentra todas as diretrizes administrativas para o Brasil. Uma cidade que foi construída sob forte inspiração espiritual, que deve ter uma destinação especial no contexto da humanidade. Estamos em plena campanha eleitoral para eleger o presidente para os próximos quatro anos. Apesar dos discursos serem dirigidos para o bem estar da população, o comportamento dos políticos tem muita semelhança com aqueles dos fariseus e doutores da lei, sobrecarregavam o povo com regras e impostos que dificultavam a sobrevivência, enquanto eles não cumpriam e faziam tudo para se perpetuar no poder.
É dentro deste contexto que eu me encontro, com essa consciência evangélica, mas com a mente ainda cheia de resquícios do egoísmo, procura de honras e fuga do serviço. Felizmente tenho ao meu lado o Mestre Jesus que sabe de minhas deficiências, mas também sabe de minhas intenções. Fico confortável, apesar de tantos defeitos que ainda possuo, pois Ele mesmo escolheu doze apóstolos cheios de defeitos para ser a elite de Suas lições.
Mas percebo que a tarefa que tenho à minha frente é enorme, pois é como se eu me movesse dentro deste sepulcro cheio de podridões onde cada um, mesmo com livros sagrados nas mãos, se preocupa apenas em caiar o exterior, as aparências comportamentais e não de limpar o coração de suas intenções egoísticas.
Assim como Jesus ensinou-me a descobrir a verdade que faz sintonia com o que existe de puro dentro de mim, através das ações e circunstâncias que o Pai coloca constantemente ao meu alcance, eu devo agir também com a simplicidade das pombas e a perspicácia das serpentes para mostrar aos meus irmãos os equívocos nos quais estamos mergulhados, no mar de egoísmo que leva ao afogamento tantas pessoas que não podem suportar o peso dessas consequências, seja pela fome, vícios, pestes, violências e guerras. Este é o serviço que sinto o Pai colocar ao meu alcance para caminhar de acordo com Sua vontade, assim como Jesus fez e que até hoje serve de exemplo para a humanidade.
Devo exigir de mim mesmo a companhia de Jesus nos diversos momentos da minha vida. Devo lembrar-me dos seus ensinamentos e procurar a sabedoria necessária para aplicá-los nas circunstâncias que o Pai me oferece. Hoje existe dentro da minha realidade, uma campanha política nacional, existe um congresso profissional, existe uma oportunidade de conhecer novos ambientes, novas pessoas, novas formas de pensar, de crer, de diversões e de ações. Em tudo isso existe a necessidade de ser colocado o tempero do sal evangélico para saborearmos a Paz e a Felicidade assim como o fermento da evangelização que terá o potencial se espalhar por todo o mundo e assim construirmos, finalmente, o Reino de Deus, como o Mestre ensinou.
Obrigado, Mestre, por Suas lições, ontem hoje e sempre, e neste Dia do Professor eu entrego a vós como oferenda de aluno que deseja ser aplicado, o meu coração recheado de boas intenções.
Esta era uma pergunta que Jesus fazia as pessoas de sua época de encarnado. Para onde Ele olhava via o pecado e a iniquidade, o orgulho e a vaidade... a hipocrisia! Parece que isso não ficou muito diferente dos dias atuais. É como se esse egoísmo que gera todas essas características comportamentais fosse uma maldição que nos acompanha desde o berço. Mas, não é bem assim. Esse egoísmo faz parte da estrutura biopsicológica com a qual o Pai nos criou desde a origem. Como tem a finalidade de preservar e manter a espécie ao longo das eras, não vamos deixar de possuí-las desde a fecundação, até mesmo antes da fecundação como podemos ver no comportamento do espermatozoide (que vence aquele que deixa os companheiros para trás) até o óvulo que deixa fecundar o espermatozoide que chega primeiro e com força suficiente para vencer as barreiras físicas.
Então, sempre que existir a formação do gênero humano a partir da criação de Deus, não iremos ver o desaparecimento desses aspectos egoístas. O que Jesus se admirava com essa pergunta “Que geração é esta?” era com respeito a força que esses instintos ainda exercia sobre a mente de adultos. Força essa que continua a existir até nas gerações do nosso mundo atual, apesar de todas as lições que o Mestre deixou e que se ensina sistematicamente nas famílias, igrejas e escolas. Geração esta a qual eu pertenço e que não sou muito diferente dos meus irmãos. Essa pergunta de Jesus Ele poderia fazer se dirigindo para mim, não como interlocutor inocente, mas como pessoa instruída, com conhecimento e fé.
Imagino a situação, já que eu O considero na minha companhia nos momentos mais diversos, nos comportamentos que exerço na solidão do meu caminho ou na companhia de alguns companheiros. Ele olha para mim com o olhar vago, como se tivesse a meditar e avaliando o meu comportamento como se tivesse avaliando o todo: “Que geração é esta?”.
Ele sabe da minha disposição de seguir os seus passos, obedecendo a vontade do Pai. Sabe o grau de conhecimento que possuo sobre o mundo espiritual. Sabe que estou consciente da natureza da minha formação e quais são os caminhos evolutivos que devo seguir para o meu aperfeiçoamento. Sabe que eu posso ficar na companhia de quem desejar, inclusive a dEle, basta para isso O invocar nos meus pensamentos e garantir com a fé a Sua presença. Mas, apesar de tudo isso, o meu comportamento tende para a frivolidade do mundo, gasto tempo com jogos, passeios mundanos e comentários vazios de significados e cheios de ironias maliciosas... e ainda assim considero-me como um filho dileto do Pai, somente por ter em momentos fugazes essa compreensão. Não chega nem um pouco aquele comportamento que Jesus exibiu no Seu desiderato, sempre focado nos objetivos de Sua missão, onde os momentos alegres com comentários vazios de significados eram mínimos.
Tenho que ficar mais focado na minha missão, no trabalho que o Pai e o Mestre esperam de mim. Tenho que estar mais tempo com a companhia dEle; tenho que forçar a minha mente para sair da programação mundana e entrar na programação espiritual onde os caminhos de Deus sejam apontados como o presente que Ele nos dá a cada dia.
Hoje está programado para a visita ao Congresso Nacional. Sei que existem motivos variados para entrar nos interesses mundanos, já que estamos em pleno período eleitoral. Como transformar toda essa demanda carregada de egoísmo em atitudes evangélicas carregadas de amor e compreensão pelos erros e acertos dos irmãos?
Espero que o Pai me inspire e que o Mestre fique em minha companhia por esses caminhos.
Um pequeno trecho das lições que Jesus deixou me traz profundas reflexões. Foi relatada por Lucas (11:27-28) da seguinte forma: - Enquanto Ele assim falava, uma mulher levantou a voz do meio do povo e lhe disse: “Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos que te amamentaram!”. Mas Jesus replicou: “Antes bem-aventurados aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a observam!”.
Esse ouvir a Palavra de Deus que Jesus ressalta é chamando a atenção da tendência da maioria em simplesmente passar os olhos sobre os textos, ou ouvir com displicência, o que impossibilita a compreensão e a vivência da Verdade apresentada.
Posso me considerar superficial quando faço da Palavra de Deus apenas matéria de conversa a Seu respeito. Sou chamado a observar com atenção essa Palavra da Boa Nova e permitir que ela me leve à conversão, que eu aplique-a na prática em todos os meus relacionamentos.
Sinto que esta conversão já começou a ocorrer comigo. Lentamente o meu repertório comportamental está assumindo um novo visual. Antes na Academia onde tenho o meu trabalho eu investia o meu tempo na atualização da Psicofarmacologia, um curso de pós graduação que complementa minha formação médica, mas passei cada vez mais a aprofundar-me no estudo de temas espiritualistas. Reconheci a sabedoria de diversos autores não encarnados e a existência do mundo espiritual, a sua posição hierárquica superior ao mundo material e as principais linhas de evolução no contexto da vida. Reconheci a existência onipotente, onisciente e onipresente do Pai, na Sua expressão como Amor Incondicional, e do dever de obediência às Suas diretrizes para a minha vida no contexto da evolução da Natureza.
Quando Jesus chega e passa a ensinar como se relacionar com o Pai, como obedecer a Sua palavra e fazer a Sua vontade, não posso ficar apenas com essa leitura, debate, discussão ou qualquer outra atividade, baseada nela ou em torno dela, como se isso já fosse o dever cumprido. A palavra de Deus, entendida como tudo aquilo que se refere ao sentimento e aplicação do Amor Incondicional é a essência da vida, e por isso, só sendo vivida é compreendida e justificada.
Cada vez que essa compreensão fica mais clara na minha consciência, mais adquiro motivação para colocar na prática os valores do Amor Incondicional, realizar sem subterfúgios os princípios do Evangelho.
De início se aplica nas relações domésticas, em pequenas ações do cotidiano que surgem como oportunidades, e hoje essas ações começam a se difundir na comunidade de forma mais ampla, com o potencial de aglutinar pessoas que se sentem também chamadas pelo Pai, como acontece no trabalho que realizo na Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio.
Somos superficiais quando fazemos da Palavra de Deus uma conversa a seu respeito e não uma conversão em função da qual nos colocamos em obediência à Sua vontade.
Assim, sob a chancela do que o Cristo ensinou, somos superficiais quando deixamos a palavra de Deus permanecer somente à nível de conversa, de discussão, de retórica, mas somos bem-aventurados quando a colocamos em prática.