Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
02/09/2015 23h59
O AMOR NA RELAÇÃO ADÃO/EVA

             Vou colocar dessa forma a relação afetiva exclusiva entre duas pessoas, sem a existência de nenhum terceiro, como acontecia com Adão e Eva no paraíso. Existia apenas os dois e a presença de Deus colocando os limites do que eles poderiam fazer.

            Posso imaginar que o Amor seguia o fluxo nos dois corações sem grandes dificuldades, não existiam terceiros para originar os desejos. Mas existia uma serpente, que passa a significar os desejos proibidos. Por algum motivo eu posso desejar quebrar a regra e fazer algo proibido. Com Eva foi a tentação colocada pela serpente de comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, indo de encontro aos limites impostos por Deus.

            Essa alegoria permanece até hoje no coração humano. Temos uma série de regras colocadas pela “divindade” e uma série de tentações colocadas pela “serpente”, aquilo que vai de encontro à divindade, ao Deus, ao Criador.

            Adão e Eva se amavam... é o mais provável, do que se odiarem ou serem indiferentes. Então existia uma sensação de plenitude na relação dos dois. Cada um queria o bem-estar do outro. Ora, Eva foi seduzida para experimentar um poder, uma sensação que até aquele momento ela não tivera. Ela podia estar sendo enganada para não adquirir o conhecimento. Não custava nada experimentar o que dizia a serpente. Isso não implicava na destruição ou amenização do amor que ela tinha por Adão. Pelo contrário, a descoberta que ela fizesse, tinha intenção de dividir com ele, como “de fato” aconteceu. Essa atitude de Eva demonstra o Amor que ela tinha por Adão, pois à descoberta de uma coisa boa, ela pretendia dividir com ele. Adão, por outro lado, observava a gravidade do que Eva fez, mas por ter também Amor a ela, resolveu também comer desse fruto.

            É bom chamarmos a atenção nesse ponto. Não é que o Amor que Adão tinha por Eva foi o fator decisivo e obrigatório para ser feito a ingestão do fruto, se ele de fato amasse Eva. Se Adão observou que o ato foi errado, o Amor que ele tinha por Eva não o obrigaria a agir errado. O Amor está sempre associado com a verdade, com a justiça, e jamais com o erro. Apenas posso concordar com o ato de Adão, se ele imaginou que Eva estava correta, se Eva o convenceu que estava certa. Se assim aconteceu, então o Amor estava liberado para seguir o conselho da mulher, pois por uma questão de justiça, aquele conhecimento que existia na árvore deveria ser compartilhado por eles, segundo o pensamento que desenvolveram.

            Essa perspectiva também levanta a questão de se devemos ou não acolher a vontade do Criador sem discussão, sem rebelião. Afinal Ele é a “Coisa” perfeita que nos criou ainda imperfeitos, com a finalidade de adquirirmos perfeição e corrigir os defeitos e erros provocados por nossa ignorância. Nesse ponto temos que obedecer a vontade de Deus, que como força geradora e inerente a tudo e a todos sabe muito bem para onde Sua vontade é direcionada na harmonia de tudo.

            Assim, chego à conclusão que tanto Eva quanto Adão cometeram erro em relação ao Criador, que houve o envolvimento do Amor, não na decisão, mas nas suas consequências: Eva acatou as insinuações da serpente no sentido de conquistar poder, de se igualar ao Criador, não teve até esse momento participação do Amor; porém quando sentiu que adquiriu uma coisa útil lembrou do seu companheiro e decidiu dividir isso com ele, e isso foi um ato de amor.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/09/2015 às 23h59
 
01/09/2015 23h59
APLICANDO O AMOR INCONDICIONAL

            Depois de saber o que é o Amor Incondicional, o qual chamarei simplesmente Amor, saber da sua força incomensurável e que se confunde com o Criador, resta fazer a aplicação dela na prática, superar a barreira do individualismo, do egoísmo animal para que isso aconteça. Vou levantar um caso hipotético, mas que reflete um pouco da minha história.

            O estudante do Amor, ao perceber que está de posse das principais informações teóricas, sabe que agora precisa fazer a prática.

            Um homem, uma mulher. Começa o teste. São dois seres formados por Deus, com estratégias de sobrevivência diferentes. Ambos são atraídos por seus hormônios, instintos, em busca da reprodução que atende a cada um deles, mesmo com estratégias de sobrevivência diferentes. No primeiro momento vem a mente de cada um deles as estratégias milenares de cada componente biológicos que formam os seus corpos, iguais aos demais animais da criação. Acontece que a espécie humana já atingiu um estágio de evolução biológica que possibilita o processamento neural mais sofisticado, complexo, e a sua racionalidade pode dar o salto quantitativo para deixar a evolução moral como elemento hierarquicamente superior.

            Bom, mas na prática, longe de todo esse arrazoado técnico, temos um homem e uma mulher que se encontram e que desenvolvem uma empatia, amizade, desejo carnal. Esses sentimentos estão presentes em ambos, e o que é bom para um é bom para o outro. Os sentimentos fluem em torno de ambos, o Amor é o grande maestro dessa orquestra de emoções. Como o Amor é o maestro, ele não deve permitir que haja qualquer desnível de benefícios/prejuízos na relação. Nenhum dos dois pode querer ser beneficiado em qualquer aspecto dentro da relação e trazer prejuízo para o outro.

            Nesse exemplo hipotético estamos colocando apenas duas pessoas que se encontram, sem qualquer influência de terceiros, de forma didática, para verificar o caminho que deve seguir o Amor sem se tornar corrompido por qualquer interesse parcial de qualquer um dos membros da relação. Até aqui podemos observar que não temos dificuldade em seguir o fluxo do Amor, pois o que devemos monitorar são as nossas próprias idiossincrasias na relação com o outro. Se eu quero ir para algum lugar, ou fazer alguma coisa que o outro não quer, ou quer diferente, então tenho que respeitar essa opinião e não exigir que ela siga meus passos ou queira o que eu quero.

            Eu digo que esse aspecto é mais fácil de administrar, pois depende da própria pessoa em controlar o seu próprio comportamento e não exigir do outro algo que ele considera correto.

            São essas questões de foro íntimo e que diz respeito exclusivamente ao par que se relaciona, que podem ser conduzidas nos trilhos do Amor, se cada um se mantiver sempre atento nos desejos inadequados que possam surgir. O diálogo é algo indispensável, para que o outro saiba o que se passa na mente do parceiro e saber até que ponto ele está se esforçando para a permanência do Amor.

            Essa é uma condição que pode ser vista na relação de Adão e Eva, não existiam outros homens e mulheres que pudessem intervir na relação. Mesmo assim ainda aconteceu a interferência de uma serpente e que conseguiu influenciar a mulher a fazer algo proibido. Essa mulher, por sua vez também induziu ao homem a fazer o mesmo, e sabemos o que aconteceu.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 01/09/2015 às 23h59
 
31/08/2015 23h59
A QUARTA DIMENSÃO

            Existem diversos conceitos sobre o amor, de como o sentir e exprimir. Como é reconhecido por todos a força positiva que dele emana, ou que dele consiste, na construção de todos os relacionamentos, é importante que seja bem esclarecida qual a melhor conceituação de amor e consequentemente, como devemos aplica-lo em nossas vidas.

            A maioria entende que o Amor Incondicional é o conceito mais puro que temos do Amor, e que serve até de entendimento, como Força Criadora, a essência de Deus que a tudo penetra, rege e administra no(s) universo(s).

            O Amor Incondicional deve ser aplicado sem a perspectiva de qualquer tipo de cobrança. É um amor que não tem nenhuma condição para que ele exista. É um amor puro sem nenhum interesse subalterno, é a aceitação total, sem empecilhos, sem desculpas. É um amor pleno, total, infinito, ilimitado.

            O Amor Incondicional deve ser visto como o verdadeiro, o puro amor. Mesmo a uma mãe, aquela a quem atribui-se o amor mais puro e verdadeiro, existe uma condição para isso: é o seu filho. Então o amor materno não pode ser incondicional, ele está “contaminado” pela condição daquele ser amado ser o seu filho. No Amor Incondicional não existe nenhum tipo de porém, não há nada que possa perturbar esse amor, nada pode diminui-lo nem aumenta-lo, pois isso significa perder a equidade com outros seres que não podem ser prejudicados pelo Amor Incondicional.

            Amar o sujeito sem nenhum questionamento, sem nenhuma exceção, para todo o sempre, em qualquer lugar e sob qualquer circunstância, desde que não acometa prejuízos a terceiros reais a terceiros, dentro da filosofia da equidade é amar incondicionalmente.

            O Amor Incondicional é portanto, extremamente raro. Mesmo as pessoas que mais demonstram amar alguém, ou fazem isso de forma passageira, vivendo o calor de uma paixão, ou o fazem quando as coisas vão bem e não há nada para se queixar, ou tem algum condicionante associado. Amar independentemente de qualquer condicionante, com justiça, deve ser a meta que cada ser humano deva alcançar para construir o Reino de Deus que Jesus anunciou.

            Devido a essa dificuldade inerente a aplicação do Amor Incondicional em nossos relacionamentos, tem-se a ideia de que isso só seria alcançado por homens santos que chegaram a Terra enviados por Deus, como o próprio Jesus, por exemplo, ou Buda, Madre Tereza, Gandhi, etc., que ensinaram e foram exemplos.

            Por esse motivo é que existem correntes espiritualistas que defendem o futuro da humanidade dentro da prática do Amor Incondicional e dessa forma ocorrer a evolução para o entendimento coletivo e um nível de existência onde todos compartilhem a vida com fraternidade e justiça.

            Ao atingir essa condição de plenitude do Amor Incondicional em nossos relacionamentos, teremos alcançado a libertação dos grilhões biológicos, instintivos, que nos deixam amarrados aos interesses materialistas, de sobrevivência, característico da terceira dimensão, comum a todos os seres vivos que conosco dividem a experiência de serem educados na Terra. Passaremos a viver numa quarta dimensão onde o mundo espiritual de onde surge a motivação para aplicarmos a Lei única de Deus e que é veiculada pelo Amor Incondicional.

            Estes são os paradigmas que nossa consciência coletiva irá alcançar por força da Lei do Amor que deve superar todos os obstáculos externos que o homem apresenta para atingir esse nível, principalmente os obstáculos internos representados pelos instintos egoístas de sobrevivência animal característicos da terceira dimensão. A nossa meta consciencial é dar um salto de qualidade e alcançar a quarta dimensão onde prevalece o Amor Incondicional e nossa relação íntima com Deus.

            Certamente que dentro desse arrazoado existam algumas correções ou distorções que devem ser percebidas e corrigidas pelo coletivo, mas me parece que a direção global de nossa evolução seja nesse sentido: procurar conhecer e desenvolver o Amor Incondicional em todos os relacionamentos com a sanção da maioria dos seres conscientes e que já perseguem a evolução moral com mais empenho.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 31/08/2015 às 23h59
 
30/08/2015 23h59
VERDADE E PRECONCEITO

            Estou a cada momento procurando corrigir meu comportamento no sentido de aproximação maior com a verdade. O que atrapalha muito esse movimento são os preconceitos que formo em torno de algo que penso ser a verdade. Para superar essa barreira devo usar a inteligência, a coerência, a lógica.

            Foi assim que aconteceu comigo na reflexão sobre o Amor incondicional, na sua forma mais pura, na forma que mais se aproxima de Deus e que se confunde com a Sua essência. O próximo passo seria a aplicação desse conceito teórico à prática.

            Ao fazer a aplicação do amor incondicional à minha prática relacional, encontrei o forte preconceito do amor romântico, do amor materno, paterno, etc., como formas importantes do amor. Parece que ninguém percebe que essas formas de amar estão todas condicionadas, e dessa forma colocadas antagonicamente ao amor incondicional.

            O exemplo patente para isso foi a formação da família nuclear, célula-máter da sociedade, com base no amor romântico ou outros interesses menores. Quanto a isso foi formado um forte preconceito que estabelece a superioridade dessa forma de amar e de se relacionar. Ao tentar aplicar o amor incondicional, eu vejo a necessidade de manter livre a minha forma de amar, sem exclusivismo, por qualquer um dos membros da relação conjugal. Pronto! Cheguei a um conflito, estou em oposição a um preconceito, defendendo uma verdade que também pode ser falsa. Poderia assim estar criando outro preconceito com bases falsas. Mas se eu estou no caminho da verdade, então o preconceito da superioridade da família nuclear deve ser destruído.

            Existe uma lição dada pelos espíritos, que quando um princípio novo tem de ser enunciado, isso se dá espontaneamente em diversos pontos ao mesmo tempo e de modo idêntico, senão quanto à forma, quanto ao fundo.

            Se portanto, eu tentar formular um sistema excêntrico, baseado unicamente em minhas ideias e com exclusão da verdade, posso ter a certeza de que tal sistema conservar-se-á circunscrito e não prosperará, por não ter o apoio da lógica e da coerência com a verdade.

            Não é pelo fato de que estou convicto da minha verdade que ela seja realmente verdadeira. Posso estar dentro de um grande erro. Não posso em nenhum momento me arvorar como árbitro supremo da Verdade e passar a dizer: creia em tal coisa, pois sou eu que estou dizendo. A minha opinião não passa, aos meus próprios olhos, de uma opinião pessoal, que pode ser verdadeira ou falsa, visto que não sou mais infalível do que qualquer outra pessoa.

            Também não é porque um princípio me foi ensinado, que deva exprimir a Verdade, mas porque foi aceito por minha lógica e coerência e recebeu a sanção da concordância. Quando diversas consciências atingiram essa mesma convicção, chega o momento de anular as teorias contraditórias e se formar outro preconceito mais aproximado da Verdade.

            Assim, uma verificação universal desse novo princípio constitui uma garantia para a superioridade do novo princípio. É aí que vamos encontrar o critério da Verdade. É nesse duelo de novos princípios com preconceitos que vamos em direção à Verdade. É com a adesão de consciências livres, capazes de processar de forma independente todas as informações para se chegar a uma conclusão, que será atingida as condições de quebra de preconceitos falsos. Ao se atingir a universalidade dos princípios novos, qualquer contraproposta teórica que se divorcie da verdade, não prosperará.

Aquele que queira se opor a essa corrente de princípios já estabelecidos pelo reconhecimento da Verdade dentro deles, não terá êxito.

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em 30/08/2015 às 23h59
 
29/08/2015 23h59
ÉTICA DO PATRIARCA

            Escreveu Voltaire em seu “Dicionário Filosófico”, uma crítica sobre o patriarca Abraão. Aquele que se tornou pai da religião cristã, judia e mulçumana.

            Pois não é que Abraão com a idade de 135 anos, foi com a sua mulher, Sara, bem mais jovem que ele, 65 anos, para outras paragens bem distantes, obedecendo a ordem de Deus? Mas ele resolveu tirar proveito da beleza da mulher apresentando-a como irmã.

            O rei enamorou-se da “jovem” Sara e presenteou o presumido irmão com muitas ovelhas, bois, burros, mulas, camelos e servos. Essa é uma prova que esse povo era poderoso e civilizado, pois ao invés de tomar à força a mulher desejada, recompensa magnificamente os irmãos que vinham oferecer as irmãs aos reis de Mênfis.

            Tinha a “jovem” Sara 90 anos, segundo as Escrituras, quando Deus lhe prometeu que Abraão, que então tinha 160 anos, lhe daria um filho. Abraão que gostava de viajar, tomou o caminho do deserto de Cades, acompanhado da mulher grávida, mas sempre jovem e bonita. Como aconteceu com o rei egípcio, enamorou-se também de Sara um rei do deserto. O pai dos crentes pregou a mesma mentira que no Egito: fez passar a esposa por irmã. O que mais uma vez lhe valeu ovelhas, bois e servos. Pode-se dizer que graças a sua mulher, Abraão se tornou riquíssimo.

            Eis uma forma de agir, segundo Voltaire e as Escrituras, que mostra a ética de um povo. Certamente o exemplo de Abraão não era um caso isolado entre seus conterrâneos. Foi isso que Voltaire fez questão de focar. Uma ética que procura ser justificada pelos estudiosos das sagradas Escrituras. Não posso me colocar na posição de magistrado e julgar um povo pelo que está escrito há tanto tempo, sem conhecer outras circunstâncias que poderiam ter influenciado. Apenas sei que essa ética, comparada com a que defendemos na atualidade, é muito diferente. Sei que muitos hoje se comportariam como Abraão naquele tempo, se chegada fosse essa condição. Também posso imaginar que, se eu fosse colocado nas condições de Abraão, mas tendo a consciência que tenho hoje, eu não teria agido como o patriarca. Da mesma forma que pessoas mais firmes na ética que eu teriam agido.

            Isso mostra que existe uma evolução ocorrendo na consciência das pessoas e isso é que vai proporcionar a evolução do planeta como um todo, de campo de provas e expiações para campo de regeneração.

            Talvez não seja a importância de uma só pessoa o fator determinante, como tenho a tendência de imaginar, que eu sou o elemento ético que vai fazer a diferença no contexto coletivo. Parece mais lógico que o contexto coletivo é quem vai determinar a evolução do planeta e não a presença de uma só pessoa. Uma só pessoa pode ter a importância de servir como modelo para que o coletivo se dirija para ele a partir de cada decisão individual.

            Dentro dessa perspectiva consigo perceber a posição da minha influência dentro do campo relacional ao meu alcance. Sou instruído pelos exemplos positivos que são ensinados na escola, principalmente pelas lições do divino Mestre de Nazaré, e ao mesmo tempo procuro levar à frente essas lições no campo prático, mostrando dentro de minhas relações que este é o melhor caminho.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 29/08/2015 às 23h59
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