Ontem, dia 10-07-14, realizamos a 20ª reunião do Projeto Foco de Luz e da Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio – AMA-PM. Compareceram as seguintes pessoas: Francisco, Edinólia, Cíntia, Davi, Adriana, Radha, Paulo, Douglas, Costa, Ana Paula, Barbara (xadrez), Derik (xadrez) e Damares. Foi distribuído o Boletim Informativo nº 1 da AMA-PM que saiu com uma tiragem de 50 impressos. Foi divulgado o nome dos associados que já estão atualizados e a súmula financeira, que conta com um saldo positivo de 287,00 reais. Foi informada a justificativa da falta de Oscar que havia se comprometido a apresentar o projeto do torneio de futebol para as crianças. Davi que havia se comprometido com o projeto de uma escola de futebol também teve que sair antes do término da reunião para fazer contato com a presidência do clube Pâmpano, ver se conseguimos fazer uma parceria para usar o clube todas as quintas feiras para a nossa reunião.
Paulo ficou responsável para levar uma proposta na próxima reunião de confecção de adesivos com finalidade de promoção da AMA-PM e de fortalecer o caixa da Associação, assim como iniciar a colocação de jovens dentro do trabalho comunitário com remuneração. As duas frases escolhidas para abrir o trabalho foram: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” e a outra “Ame ao próximo como a ti mesmo”, ambas de autoria de Jesus.
Radha ficou de convidar Stela para iniciarem o trabalho das visitas fraternas com foco nas ações de saúde. Deverá ser visto os serviços que são oferecidos pelo posto de saúde do bairro, onde funciona a Saúde da Família e o Consultório de Rua.
Ana Paula e Radha ficaram como responsáveis para irem as escolas sensibilizarem os professores e principalmente os alunos para participarem do curso de Xadrez que será conduzido pela psicóloga Letiene. Enquanto isso não ocorre Ana Paula já começa a inscrição dos jovens da comunidade interessados no projeto.
Cíntia ficou responsável para dar os primeiros passos no sentido de organizar a Oficina de Musica, com a participação das escolas também.
Clóvis e Paulo ficaram responsáveis para fazer o orçamento e a forma de ocupação de um quiosque que foi abandonado na frente dos shoppings de artesanato existentes na Avenida Café Filho.
Damares ficou responsável pelos serviços de secretaria no sentido de divulgar para todos os interessados o local e horário das diversas reuniões e ações que podemos implementar ao longo do tempo.
As 20:30h encerramos a reunião, horário previsto, fazendo todos a oração do Pai Nosso de mãos dadas e retiramos a foto para documentar o evento.
Na reunião de ontem na Casa de Caridade iniciei com um pensamento sobre as pessoas que trabalham conduzindo objetos pesados na cabeça, muito comum nas cidades do interior, como Macau, minha cidade adotiva: os cabeceiros.
Sei intuitivamente que esse pensamento pertence ao meu mentor espiritual, ao anjo da guarda que procura me proteger e orientar. Serviu como uma admoestação e ao mesmo tempo estímulo para que eu procure avançar no rumo das minhas intenções. Vou procurar reproduzir o que se passou no palco da minha mente naquela ocasião, narrado em terceira pessoa, do mentor para mim.
“Tu lembras Francisco, daquelas pessoas que trabalhavam em Macau descarregando carros ou barcos com os objetos pesados sobre a cabeça, para ganhar moedas materiais para o seu sustento e da sua família? Eram chamados os cabeceiros, pessoas rudes, sem instrução, que não podiam procurar outro tipo de trabalho, que procuravam diversos patrões de ocasião. Geralmente eram indivíduos sujos, barbudos, cabeludos, roupas precárias... ofereciam simplesmente os seus serviços braçais, a força física no deslocamento de produtos úteis para terceiros.
Pois é, Francisco, tu pareces um desses cabeceiros visto aqui do mundo espiritual. Não estamos considerando os bens materiais que voce já conquistou: carros, apartamentos, conta bancária, profissão definida, emprego seguro... Não é isso, estamos considerando o teu aspecto espiritual da forma que podemos ver aqui do alto. Da mesma forma que os cabeceiros fazem aí na Terra, no mundo material, tu também procuras fazer um trabalho com o objetivo de ganhar moedas espirituais do único patrão, o próprio Deus. Mas sua apresentação espiritual também é lastimável. Tu sabes tudo que deves fazer para a limpeza e uma boa apresentação espiritual. Tens livros diversos com todas as instruções necessárias, principalmente os livros sagrados que tu bem conheces. Mas não consegues aplicar em si esses conhecimentos. Agora mesmo, estás aqui nesta reunião e sabes que tua alimentação hoje devia ser frugal para que houvesse uma boa sintonia entre nós e vós. Mas o que aconteceu? Passasses na padaria e deixou que a gula te dominasse e enchesses o prato com carne vermelha, dos teus primos mamíferos, como o mestre Ramatis já te ensinou a evitar. Tanto trabalho a fazer nas comunidades e tu ficas no repouso exagerado ou no desvio para ações prazerosas, de jogos, de passeios... Sabes que deves desviar a força do instinto sexual para o Amor Incondicional, e ainda ficas intimidado a se aproximar das irmãs prostitutas, e de temer o hipnotismo do prazer do orgasmo. Esta, Francisco, é a tua aparência espiritual para nós que somos os gerenciadores do patrão definitivo; somos teu anjo da guarda e todos os mentores do bem que tu procuras em tuas orações, pensamentos e sentimentos. Apesar de tua aparência, recebemos o teu trabalho de bom grado, pois procuras levar o Amor de forma braçal, com desgaste físico, onde é necessário, onde é preciso segundo a vontade de Deus. Sabemos que estás inscrito nas forças do Bem que atuam na Terra sob o comando de Jesus para levar a luz no meio das trevas. Por tudo isso tu mereces as moedas espirituais que procuras amealhar. Mas te advertimos, jamais poderás compor a elite do mundo espiritual com essa aparência constrangedora com a qual te apresentas ainda. Tu és para nós uma espécie de cabeceiro espiritual aqui no mundo de Deus, mesmo que no mundo dos homens tu sejas doutor e andes na elegância.”
Foi isso que aconteceu no palco da minha mente nessa reunião. Eu pensava que iria expressar esse pensamento no momento da reunião, mas por algum motivo, pela primeira vez eu não conseguia falar e lembrava como num sonho, daquela figura de porte médio e cor trigueira, com roupas de estilo aproximado ao indiano que terminava sua fala a observar as estrelas. Meus companheiros na ocasião dizem que ouviram um barulho e que partira de mim, mas que eu não lembro. Assim como murmúrios ao meu redor, chamados, choros... não sei, não percebi esses sons, não lembro de tê-los produzido.
Enfim, agora eu sei com mais precisão a minha posição na vida, tanto no aspecto material quanto no espiritual. Sei que devo me esforçar ainda mais com esse objetivo, de promover a melhora da Reforma Íntima, principalmente agindo sobre os aspectos que mais me atrapalham a evolução: gula, preguiça e sexo. Sei os caminhos para fazer isso acontecer, basta ter coragem, sabedoria e determinação. São esses três atributos que peço ao Pai, pois sei que deles ainda sou deficitário.
Jesus percorria todas as cidades e aldeias. Ensinava nas sinagogas pregando o Evangelho do Reino e curando todo mal e toda enfermidade. Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estava enfraquecida e abatida como ovelhas sem pastor. Disse então aos Seus discípulos: “A messe é grande, mas os operários são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para a sua messe.”
Ao ler esse trecho do Evangelho de Mateus (9:32-38), faço uma comparação com o trabalho que começamos a fazer, inspirados na vontade de Deus, na comunidade da Praia do Meio. Olhamos o quanto temos que fazer, quanto trabalho existe, e poucas pessoas para realizá-lo.
Mas, como discípulos aplicados de Jesus que queremos ser, devemos seguir as pegadas do Mestre. Primeiro fazer a orientação que Ele nos deu, de pedir ao Pai que envie operários para o Seu trabalho. É importante termos essa consciência. O trabalho não é nosso, não estamos com este trabalho procurando nos promover dentro de nenhuma religião ou partido político. Queremos simplesmente fazer a vontade do Pai, conforme Ele colocou intuitivamente na nossa consciência.
Fazendo um paralelo com a estratégia de Jesus, devemos percorrer (andar a pé mesmo!) todas as ruas, becos e vielas da comunidade. Devemos ir a cada casa e inspirados pelo Espírito Santo curar todo o mal e toda enfermidade. Não devemos ser tímidos, sabemos que Jesus orientou aos seus discípulos no passado que fizessem assim, pois que eles tinham autoridade dada por Ele e confirmada pelo Pai para enfrentar o mal e levar a luz do Evangelho, do bem, onde existissem as trevas da ignorância.
Uma ação desenvolvida dessa maneira merece ser conhecida como uma forma de gerência da coletividade como acontece com a democracia, o comunismo, o socialismo, etc. Podemos chamar de comunitarismo cristão, pois é um trabalho realizado dentro da comunidade fomentando relacionamentos fraternos dentro da amizade que é gerada em cada contato.
Ainda existe outro fator negativo que dificulta o trabalho na messe. Os operários, mesmo poucos e com boa vontade, não são pessoas perfeitas, cada um tem suas dificuldades. Isso além de retardar o trabalho que precisa ser feito, ainda exige de cada um boa dose de tolerância.
Sei de todo o trabalho que deve ser realizado, sei das pessoas que devo contatar, das providências a serem tomadas, porém termino por deixar outras ações que se mostram mais prazerosas em primeiro plano, como por exemplo, assistir um jogo de futebol reunido com os parentes e não fazer a visita na comunidade tomando as providências de organização.
Da mesma forma que eu identifico essas falhas no meu modo de agir, mesmo sabendo do retardamento da minha missão e da responsabilidade que tenho frente ao Pai, devo também identificar essas dificuldades nos meus companheiros e a necessidade de nos tolerarmos mutuamente. Somente assim podemos conquistar algum grau de fraternidade e solidariedade dentro do grupo e de sermos capazes de entrar no trabalho comunitário com este mesmo espírito.
Devo pedir ao Pai, que Ele nos envie mais operários na comunidade, mais companheiros na minha vida, e mais força para vencer os meus defeitos e vícios.
O jogo de futebol é uma forma atual de descarrego da agressividade, semelhante a luta patrocinada pelos imperadores romanos nas arenas. O povo se mostrava muito interessado nesse tipo de divertimento onde o ser humano não tinha nenhum valor, e a massa sabia que podia influenciar na vida daqueles que se digladiavam, uma espécie de voto para decidir sobre a vida ou a morte, da ordem que partiria do imperador.
Esse divertimento, esporte, era muito valorizado pelos imperadores romanos, pois servia para eles participarem ativamente desse jogo, colocando técnicos que selecionavam e instruíam quem iria participar ativamente desse embate mortal, enquanto anestesiava a consciência dos cidadãos para não despertarem para tudo que acontecia de errado, de podre, na sociedade.
Foi somente com a vinda de Jesus, o Mestre do Amor, que esse tipo de divertimento foi desmascarado. Foi ensinada a verdade sobre a condição humana, da existência do mundo espiritual e de um Pai comum a todos e que nos transformava em irmãos. Foi mostrado que o verdadeiro inimigo, aquele mais poderoso, não é o externo que podemos destruir com nossas habilidades marciais, e sim os internos, nossos vícios e defeitos; que a pessoa mais valente e corajosa não é aquela que humilha e mata o adversário, e sim aquela que tolera e chega a mostrar a outra face quando agredida.
A inteligência humana associada à semente de Amor inerente a cada pessoa reconheceu a verdade que o Cristo ensinava e alguns se tornaram apóstolos e outros aceitaram mudar as suas vidas, fazerem a reforma íntima, para se tornarem cidadãos do Reino de Deus, como era previsto acontecer.
Após muitos sacrifícios de almas corajosas nas mesmas arenas romanas, sobre o crepitar das fogueiras ou entre os dentes dos leões, o pensamento cristão se tornou majoritário, se tornou a religião oficial do Império Romano. As arenas deixaram de oferecer o espetáculo sangrento dos gladiadores e chegamos ao século XXI depois do nascimento do Cristo, com o pensamento fortalecido nas suas lições e com as arenas transformadas agora em campos de futebol. O pensamento cristão se espalhou pelo mundo, e apesar de distorcido na maioria das pessoas tem influenciado para nos retirar da condição de animal preso às necessidades da vida material, para a condição de ente espiritual em processo de aprendizado, de controle das forças instintivas com a aplicação do Amor e de nos aproximarmos da essência de Deus.
Dessa forma nós reconhecemos que dentre todas as nações, o Brasil é considerado o país onde existem mais pessoas que seguem a religião católica apostólica romana, aquela que se propõe a continuar os ensinamentos do Cristo a partir de sua origem. Além disso, possui um número crescente de outras formas de seguir essas lições, nas variadas denominações evangélicas, nas antigas religiões africanas como a Umbanda, e nas recentes formas de compreensão transcendental como nas doutrinas esotéricas, principalmente o espiritismo. Possui um povo miscigenado, sem a índole belicosa contra países irmãos e excessivamente tolerante com as misérias que os governantes infligem sobre si. Por tudo isso é considerado o “Coração do mundo e a pátria do Evangelho” onde o Espírito cristão pode comandar o novo tipo de governo, o imperialismo cristão, que deve levar ao Reino de Deus.
Por nossas habilidades também nos tornamos a Pátria do Futebol e nesta data, onde acontece a Copa do Mundo em nossas arenas, enfrentamos a Alemanha com um resultado muito curioso. Para muitos aconteceu uma catástrofe, com o placar “humilhante” de 7 x 1 para a Alemanha. Depois de fazer essa digressão chego a ter outra perspectiva desse resultado: não foi uma grande derrota, foi uma grande vitória!
Eu considero que o Brasil, sendo o “Coração do mundo e a pátria do Evangelho” enfrentou a seleção do país que melhor representa o pensamento racista, anti-cristão, que levou milhares de pessoas a morte nos campos de concentração durante a última guerra mundial. O Brasil foi trucidado dentro da arena pelo futebol gladiador dos alemães, onde não existe a compaixão, a verdade, a fraternidade. Ali a vitória é o objetivo, o fim, pelo qual se fazem todos os meios, mesmo que seja fingindo uma dor ou causando uma lesão incapacitante ou mortal no adversário. O Brasil já possuía uma seleção frágil, mesmo assim chegou até este dia, pois era importante que mostrasse para o seu povo e para todas as nações, a incoerência que existe entre a forma como esse tipo de esporte é praticado e o pensamento prático que o cristão deve exibir: verdade, tolerância, honestidade, fraternidade.
A nação brasileira com esse resultado de 1 x 7 nas mãos tem uma oportunidade de ouro para refletir sobre o comportamento inerente ao futebol comparando ao que se espera de uma pessoa cristã. O dinheiro derramado de forma escandalosa na construção dos estádios, nas diversas formas de corrupção que não permite uma saúde, educação e segurança dignas aos cidadãos, devem vir à luz da consciência. O Evangelho agora tem, sobre os escombros da arrogância futebolística tupiniquim, a oportunidade de ficar nas mãos de cada brasileiro e cada um usar o sapato não para chutar o corpo do adversário, mas para se dirigir a casa de cada irmão que sofre e necessita do apoio de todos nós, seja aqui ou além.
Houve uma derrota humilhante sim, do arrogante e malicioso que não queremos ser; houve uma vitória onde podemos demonstrar nosso comportamento de humildade e mostrar que a verdadeira coragem, força e alcance da felicidade é com a aplicação do Amor em todas as suas dimensões, que muito além de sermos a Pátria do Futebol, nós somos a Pátria do Evangelho!
O tema do casamento, das relações íntimas que levam a geração da família é o meu foco existencial, a missão que Deus colocou em minha consciência para que eu pudesse colaborar com a evolução do ser humano.
Reconheço dois grandes legisladores inspirados por Deus, Moisés e Jesus. Cada um deles sintonizados com a sua época falaram da vontade de Deus e ensinaram a lição intuitiva de como deviam ser os relacionamentos.
Observo que das lições e legislação que Moisés deixou, Jesus fez um avanço cerca de 2000 anos depois para ajustar à mentalidade da época.
Jesus dizia o seguinte: “Ouvistes o que foi dito aos antigos: não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher já adulterou com ela em seu coração. Foi também dito que todo aquele que rejeitar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo: todo aquele que rejeita sua mulher a faz tornar-se adúltera, a não ser que se trate de matrimônio falso; e todo aquele que desposa uma mulher rejeitada comete um adultério.”
Posso interpretar essas lições de Jesus comparando o Evangelho com a lei antiga de Moisés, a qual foi escrita nas tábuas de pedra, nos 10 mandamentos. Jesus veio ensinar a interiorizar essa lei, ao dizer que não basta realizar o ato do adultério, basta lançar sobre a mulher um olhar de cobiça que o pecado foi cometido. Desse modo a nova lei de Jesus não anula a lei de Moisés, mas atingirá o mal em sua raiz, no coração e não somente quando se manifesta nas atitudes externas.
Procuro absorver essas duas leis, a primeira de Moisés e a atualização feita por Jesus. Comparo agora com a missão que o Pai colocou em minha consciência, dentro do contexto moderno. Observo a necessidade de outra atualização dessa lei, transcorrido mais 2000 anos da atualização feita por Jesus.
Não quero dizer com isso que sou um espírito da estirpe de Moisés ou Jesus, reconheço minha inferioridade espiritual. Mas por outro lado também reconheço o esforço que faço para ser um aluno aplicado, tanto nas lições que Eles deram quanto na vontade do Pai colocada em minha consciência. Reconheci a existência do Paráclito, do Espírito Santo em minha consciência, conforme Jesus ensinou que Ele viria. Aceito a orientação dEle em nome do Pai e é por isso que eu me atrevo a colocar um texto com essa dimensão transcendental, de tentar atualizar um ensino e uma legislação milenar e de inspiração divina.
Vejo que a intenção do artigo da Lei “Não cometerás adultério” relaciona-se com o “não matar”, pois o adultério, à semelhança do homicídio, lesa a pessoa enquanto subtrai ao legitimo cônjuge aquilo que é considerado um bem que lhe é próprio. É inevitável a conclusão que posso chegar, de que o cônjuge, principalmente a mulher como é sempre citado nos textos, é equiparado a um objeto do qual o homem pode dispor. Essa lição particular de Jesus não retira da mulher essa condição de objeto, mas Ele disse com toda veemência que o artigo mais importante da lei é “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.” Com a aplicação desse artigo eu posso corrigir as incoerências que eu observo nos outros artigos.
Ora, se eu observo que trato a minha mulher como um objeto e não quero isso para mim, então eu tenho que corrigir minhas atitudes. Passo a considerar ela como um ser humano igual a mim, com necessidades e desejos, que ela precisa ser respeitada em sua dignidade. Sei que pela lei da Natureza criada por Deus os desejos de envolvimento íntimos com terceiros podem surgir, são os instintos da sexualidade. Quando Jesus diz que “todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher já adulterou com ela em seu coração”, isso é muito forte. É forte porque essa “cobiça” que Jesus citou está muito próximo do “desejo” sexual inscrito na fisiologia animal que somos todos nós, na forma de instintos que o Pai criou, e que não posso evitar.
A lei necessita de mais uma atualização frente a nova compreensão que temos da vida, da existência desses instintos e do papel deles na Natureza. Seguindo o modelo didático de Jesus, posso dizer assim: “Foi dito aos antigos para não cometer adultério, nem mesmo por pensamentos de cobiça. Eu, porém, digo, tu tens o desejo sexual na tua fisiologia instintiva, mas deves aprender a usar essa força dada por Deus para trazer benefícios ao próximo da mesma forma que gostarias de ter, sem prejudicar a terceiros, obedecendo sempre a lei do Amor Incondicional.”
Quando eu pratico essa atualização da lei, quando pratico o Amor Incondicional, o amor romântico perde a força egoísta que possui e o casamento perde o sentido na formação da família tradicional que deixa de ser nuclear para se tornar ampliada e cada vez mais próxima da família universal, do Reino de Deus.
Deve ficar também muito claro, que essa transformação da estrutura familiar só pode ser possível com a aplicação do Amor Incondicional em todos nossos relacionamentos, principalmente os íntimos. Enquanto isso não é possível, o tradicional casamento com sua legislação dura se torna ainda necessária, enquanto o homem continua sua luta para livrar os instintos divinos que recebeu do Pai da carga de cobiça originada do egoísmo animal.