Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
16/11/2017 07h15
A LISTA DE SCHINDLER

            Este é um relato de como a força do espírito pode assumir o controle do corpo e suas tendências inatas, mesmo que essas sejam muito fortes.

            Oskar Schindler era um empresário que desejava lucrar com a miséria da Segunda Guerra Mundial, explorando o trabalho escravo, forçado, dos prisioneiros judeus.

            Depois de ter se introduzido no comando militar dos nazistas, com o patrocínio de suntuosas festas, regadas com muito vinho e muita comida, conseguiu facilidades em ter à sua disposição a quantidade necessária de recursos para o funcionamento de sua fábrica. O dinheiro havia conseguido com alguns judeus abastados, que não viam nenhuma perspectiva de ficar na posse dos seus recursos.

            Com o decorrer do trabalho que realizava e os contatos que tinha no comando militar, foi tendo posse de uma quantidade valiosa de dinheiro. Ao mesmo tempo passou a perceber a precariedade da vida desses judeus, que não tinham nenhuma dignidade, e nem mesmo o respeito à vida. Podiam ser mortos a qualquer momento pelo comandante do Campo de Concentração, assim como por qualquer um dos seus subordinados.

            O fato de Schindler testemunhar essa extrema facilidade dos soldados alemães assassinarem os judeus indefesos, inclusive com mortes coletivas em câmaras de gás, permitiu uma transformação no seu modo de pensar. Mesmo mantendo a aparência externa de que concordava com o comportamento, com o sadismo dos soldados alemães, ao mesmo tempo tentava manter os judeus sobre uma auréola de proteção. Chegou a negociar com o comandante a compra de cada prisioneiro para operacionalizar a fábrica, que produzia armamentos, mas com baixa qualidade. Isso tornava necessária a compra dos armamentos de outras fábricas, o que causava cada vez mais o empobrecimento do empresário até chegar a falência total. Felizmente a guerra terminou com a rendição incondicional da Alemanha. Os judeus seriam libertados a partir da meia noite.

            Ainda restava um perigo sobre esses “operários” de Schindler, pois os soldados haviam recebido ordens de matar todos os trabalhadores. Mas Schindler fez um discurso para os seus trabalhadores judeus, com a assistência dos soldados. Disse para os trabalhadores que eles estavam livres a partir da meia noite, mas ele iria ser caçado, por ser alemão e membro do partido nazista. Também disse aos soldados alemães que o ouviam, que eles podiam matar todos os judeus como receberam ordens para isso, e consolidarem o seu perfil de assassinos, mas podiam deixar agora esse local e irem para casa com dignidade humana, sem cumprir uma ordem dessa, fria e assassina. Todos seguiram a sugestão de Schindler e se retiraram do recinto.

            Ao se despedir de todos, Schindler foi homenageado pela totalidade do galpão da fábrica, recebeu um anel de ouro forjado pelos próprios judeus, e com uma inscrição em hebraico que dizia: “Aquele que salva uma vida, salva a humanidade”. Nesse momento, Schindler percebeu o alcance de suas ações. Caiu num pranto, arrependido por ter gasto tanto dinheiro com futilidades, que poderia ter salvo mais pessoas.

            O que chama a atenção é que, sendo Schindler um oportunista sem escrúpulos de exploração da miséria humana, cheio de orgulho e vaidade, afetos e sexo em profusão, tenha tido essa mudança radical em sua vida, investindo tudo que conquistara de bens materiais para salvar a vida daquelas pessoas que não tinham nenhuma representatividade para ele. Nos faz pensar que a centelha divina que temos dentro de nós é poderosa e capaz de refrear os mais bestiais instintos que possuímos. Porém, é preciso que algum nível de compreensão da Lei Divina, da ética cósmica, essa pessoa já tenha na consciência, pronta para eclodir, e permita essa virada comportamental, pois ele foi uma exceção de quantos estavam ali vivenciando a mesma situação.     

Publicado por Sióstio de Lapa
em 16/11/2017 às 07h15
 
15/11/2017 09h48
DITADURA ATENUADA

            O Brasil apresenta uma história interessante. País que está programado para ser o “Coração do mundo e pátria do Evangelho” não possui uma verdadeira democracia, daquela que permite que os cidadãos conscientes escolham o melhor candidato para conduzir a gestão pública.

            Desde o tempo de Colônia isso já era observado. Foi necessária a impulsividade de um príncipe regente para a iniciativa de nossa independência dos laços de Portugal. Feito imperador, conduziu os interesses da nova nação de forma conveniente, principalmente o seu filho, que se tornou o segundo imperador, Dom Pedro II.

            Infelizmente, num dia como hoje, 15 de novembro, ocorria um golpe militar sem a consciência crítica do povo sobre o que estava acontecendo, e isso para o benefício das elites. O marechal que conduziu o golpe militar, Deodoro da Fonseca, se tornou o primeiro presidente após a proclamação da República.

            Agora, “todos os cidadãos” possuíam a oportunidade de alcançarem o cargo máximo da nação, a presidência. Podiam fazer os mais diversos conchavos, de preferência acima da ética e da moral, sem a vigilância de um monarca que fosse educado exclusivamente para isso.

            Fica também claro que a chance do cidadão alcançar tão alto posto, passa pela educação e oportunidade. Não podemos imaginar que as pessoas que vivem miseravelmente nos grotões de miséria espalhados em todas as regiões do país tenham as mesmas oportunidades de quem está cursando regularmente numa escola, principalmente aqueles que estão em escolas mais preparadas e tem por trás de si uma genética política ou financeira para catalisar seu destino.

            Apesar de oportunidades tão diferentes, são essas mesmas oportunidade que podem levar uma pessoa de um antro de miséria para a cadeira de presidente. Observamos isso acontecer nas últimas eleições presidenciais, com um metalúrgico saído da miséria das condições de vida no Nordeste. Aprendeu os macetes de ação e negociação dentro de um sindicato e manipulando os interesses de um partido político pelo poder, o PT, agia sistematicamente contra tudo e todos que fosse obstáculo, com a falsa proposta de ética e combate à corrupção, favorecido por um regime militar que acusavam de impeditivo para a liberdade democrática.

            O objetivo foi alcançado, a presidência da República foi atingida, e teve início a mais perversa e deletéria ação que um grupo político pode fazer a uma nação. Na condição de gestor do estado, esse partido se tornou logo o maior corruptor. Agora, as instituições democráticas, a justiça, o parlamento, as universidades, as ONGs, os miseráveis, todos foram “devidamente beneficiados” como uma espécie de catarata da visão política, onde ninguém pudesse perceber a sangria que estava acontecendo dentro da nação, que não tinha mais a vigilância de um Monarca.

            Felizmente, tivemos a sorte de um ramo não contaminado da Justiça ter pego um segmento dessa rede corruptora, que caracterizava uma Organização Criminosa, e ter criado uma força tarefa chamada Lavajato para seguir a trilha da corrupção.

            Portanto, hoje, 15 de novembro, data mantida para o elogio da República, o regime que permite tanta força para a corrupção. Isso tudo sem a maioria dos brasileiros saberem da importância do Regime Monárquico que aconteceu no passado, e não sabem que perdemos essa condição por causa de um golpe militar que mantém até hoje os seus efeitos deletérios. Nossa democracia não consegue alcançar o jogo desses interesses políticos que se perpetuam no poder, amparados pela filosofia da República que para essa se realizar plenamente, necessitaria de homens íntegros que conseguissem resistir as tentações do poder quanto à corrupção.

            Por esses motivos acredito que, os cidadãos que já alcançaram por esforço próprio esse grau de conscientização, já que as escolas estão manipuladas pelo poder para não deixar essa verdade aparecer, sentem que vivem num regime de ditadura atenuada, onde os grupos se perpetuam no poder, se locupletam do esforço público, e cada eleição, paga regiamente pelo bolso dos cidadãos, que eles saibam ou não, mantem as mesmas pessoas, grupos ou interesses nas cúpulas do poder.

            Estamos muito distante de alcançar essa condição espiritual que nos foi designada, de “Coração do mundo e pátria do Evangelho”, mesmo porque teria um feitio mais próximo do Reino de Deus como Jesus anunciou, e talvez isso passe pela restauração da Monarquia, como condição “sine qua non”.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 15/11/2017 às 09h48
 
14/11/2017 09h02
PARADOXO BRASIL

            O Brasil foi tomado por Organizações Criminosas de ponta a ponta de sua administração, sob os olhares opacos ou coniventes da população, que por motivos diversos não chegam a fazer um diagnóstico correto da situação e até colocam os criminosos como heróis e mesmo campeões de intenções de votos.

            Encontrei um texto no whatsapp com a pretensa assinatura de Alexandre Garcia e datado de 13-11-17, que mostra bem esse ponto de vista:

            No princípio era o caos – a frase se aplica ao gênesis do governo Temer. Quando a presidente saiu deixou inflação acima de 10%, 13 milhões de desempregados, recessão, descrença, falta de disposição de investir, só o agro negócio sustentando o país, com o comércio e indústria perdendo produção e vendas. E em menos de um ano e meio, o Brasil voltou a crescer, faz seis meses que cai o desemprego, aumentou o poder aquisitivo do assalariado, a inflação está em 2,5% ao ano, o superávit comercial vai bater recorde de 70 bilhões de dólares, os índices de confiança do consumidor, do comerciante e do industrial, na Fundação Getúlio Vargas, estão em alta. A taxa básica de juros está reduzida a 7,5% deixando os juros reais em 3% ao ano e, embora com tanta insegurança pública, os investimentos estrangeiros nos últimos 12 meses chegaram a 83 bilhões de dólares.

            Meus amigos se perguntam “Que governo é esse?”. Eu perguntaria como Francelino Pereira, que país é este? Paradoxal, pois sempre que a economia vai bem, o governo vai bem na opinião pública. Mas este praticamente, não tem popularidade alguma. Está com míseros 3% de aprovação – e menos de 3% de inflação e 3% de juros reais. Paradoxal. Ora, dirão que é a administração de Meirelles, o ministro da Fazenda e de Ilajn Golfeinj, do Banco Central, mais o novo rumo que Pedro Parente dá a maior estatal, a Petrobrás – que já foi antro de bandidagem apurada pela Lava-jato. Mas quem segura essa barra é o presidente, chefe deles.

            Não ter aprovação popular é vantagem, porque faz o que é preciso, sem preocupação de perder o que não tem. O presidente Lula, quando recebeu do seu Ministro da Fazenda Palocci o projeto da necessária reforma da Previdência, em 2006, desistiu por ameaça das centrais sindicais de se mobilizarem contra o governo. Com medo de perder popularidade, Lula desistiu da reforma e o déficit se agravou geometricamente.

            O ex-presidente disse agora, em sua campanha para 2018, que Temer gastou 14 bilhões para comprar a derrubada das denúncias de Janot. Boa parte da população acredita nisso, porque não sabe que emendas de parlamentares ao orçamento de 2017 têm que ser liberadas no mesmo ano. Nada que não estivesse no orçamento. A propósito, o Estadão mostra o cálculo do professor da FGV, Carlos Pereira, sobre os gastos políticos do governo com ministérios para partidos e emendas orçamentárias. Num índice de 0 a 100 de custo da governança, Temer tem 15, Dilma chegou a 88 e Lula a 95. Conhecedor do Legislativo, Temer governa com o Congresso e vem obtendo resultados. Ano que vem, prevê o Banco Mundial, vai aumentar a onda de crescimento que já começou nas economias avançadas e emergentes. Isso reforça o impulso brasileiro. A previsão para o Brasil é de, no mínimo, 3% a mais no PIB, ano que vem. O grande eleitor de 2018 pode ser o crescimento e o emprego.

            Mesmo que o atual presidente tenha feito parte da quadrilha que assaltou o país, é inegável a melhora que o país apresenta depois que ele assumiu o governo. Muitos privilégios ainda são mantidos, e ações criminosas também. Mas nunca com o impulso deletério que obtinham com os dois últimos governos. Somente a crença ideológica, a ignorância e o compadrio criminoso não conseguem ver essa mudança positiva. Claro, a mudança deve ser realizada nas próximas eleições, com novos representantes capazes de agirem dentro da ética, o que não é tarefa fácil tendo em vista o grau de corrupção que atingimos. O mais adequado seria voltarmos ao Regime Monárquico do qual saímos por um golpe militar, e os beneficiários dessa ação até hoje se locupletam pelas facilidades que o Regime Republicano proporciona.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 14/11/2017 às 09h02
 
13/11/2017 10h09
UM RESULTADO DA PRECE

            Uma consequência dos meus estudos espirituais é a valorização da prece, mesmo que eu não consiga fazer a prática suficiente. Encontrei um texto do médium Divaldo Franco na net que fala da operacionalização da prece numa ação cotidiana, que reforça a minha convicção da sua importância. Como considero um texto de “utilidade pública”, pois leva ao próximo a compreensão de mecanismos que favorecem a nossa evolução espiritual, irei transcrevê-lo neste espaço.

            A Moça Inocente de Catanduva

            Oportunamente fui pregar em Catanduva. Naquele tempo viajava-se muito em trens noturnos. Eu o tomava em Catanduva e ia até São Paulo. Era uma viagem razoavelmente confortável.

            Numa das vezes em que estive naquela cidade, ao regressar, Dona Lola Sanchez e outros confrades me levaram até a estação ferroviária. O trem saía às 22h30.

            Quando cheguei à plataforma de embarque chamou-me a atenção uma senhora camponesa despedindo-se da filha. A jovem era uma daquelas meninas bonitinhas, bem modestas, do interior, vestida com simplicidade, o cabelo liso, partido ao meio e muito mimosa.

            A mãe abraçava-a e despedia-se, beijava-a e abraçava-a de novo e a cena comoveu-me. Fiquei olhando a ternura da mãe com a filha de dezoito ou dezenove anos, mais ou menos. O trem deu o primeiro sinal de partida e me despedi dos amigos. A mocinha também subiu no trem, apressadamente.

            O vagão não estava muito cheio. Eu me sentei à janela, do lado da plataforma para acenar aos amigos, enquanto ela sentou-se do outro lado, sozinha.

            Quando a composição começou a mover-se, eu vi que da mãe partia um fluido vaporoso, como se fosse uma nuvem alongada, a ideia era de um arminho muito grosso de meio metro de circunferência, que brotava do centro cardíaco, entrava no trem e se implantava na moça.

            A medida que o veículo se movia, aquele fluido foi se afinando, quase desaparecendo.

            A mãe dava-lhe adeus e chorava; uma despedida quase trágica. A mocinha chorou um pouco e depois recostou-se, preparando-se para algum repouso, desde que a jornada seria longa: umas sete horas em média.

            A viagem prosseguiu.

            Quando chegamos a Araraquara, houve uma parada. Um rapaz entrou, daqueles tipos de conquistadores, num jeito de quem olha a pessoa e despe-a. Ele abriu a porta, entrou, olhou a todos, deteve-se na moça – o olhar dele era tão típico que me chamou a atenção. Examinou-a atentamente, ajeitou-se e foi sentar ao lado dela, que estava junto à janela.

            Passou o tempo. Fiquei distraído com outras coisas e quando percebi, ele havia passado o braço por trás da poltrona e se lhe chegara mais perto. Ela, tímida, encolheu-se um pouco.

            Eu pensei: que coisa estranha esse indivíduo! Parece-se a um desses conquistadores baratos, aliciadores de menores...

            Dentro em pouco ele já estava conversando com a jovem. Refleti, comigo mesmo: meu Deus, a coitada vai cair nas malhas desse sedutor, porque, totalmente desarmada, não saberá defender-se

            Ele parecia muito loquaz. Numa estação mais adiante, ele saltou, comprou frutas, ofereceu-lhas. Ante a gentileza, a moça ficou animada.

            Vendo a cena eu orei, temendo o que viria depois: meu Deus não deixe que ela seja seduzida – eu rogava. Recordei-me da sua mãe, e a lembrança me sensibilizou tanto que prossegui orando, pedindo a Jesus que a protegesse.

            Fiquei a imaginar: certamente ela é uma mocinha que vai tentar a vida em São Paulo, ameaçada de cair nas armadilhas de um sedutor profissional. Fiquei orando, pedindo por ela.

            De repente, entrou um Espírito vestido à espanhola, à antiga, tipo sevilhana, uma mantilha de renda, um vestido longo, muito bonito. Ela era uma Entidade veneranda. Olhou para mim e para o par.

            - A tua prece foi ouvida – falou-me.

            Dirigiu-se para os dois e começou a aplicar passes na moça. Eu, então, mentalmente, dizia: não é nela; é no homem. Afaste-o dela!

            O Espírito olhou-me, sorriu e continuou aplicando passes na moça. Terminou, fez-me uma saudação e desapareceu.

            Eu fiquei frustrado, pensando que algo estava errado.        

            De súbito, porém a moça deu um soluço, teve um engulho e vomitou no homem, atingindo-o de alto a baixo.

            O homem deu um salto e gritou:

            - Miserável! Veja o que fez! E saiu furioso tentando limpar-se.

            A moça, muito sem jeito, virou-se para mim e justificou-se:

            - Veja, eu nunca enjoei.

            Tirei um lenço, dei-o para ela e entendi a técnica que o Espírito usara. Sentei-me ao seu lado, para bloquear o lugar e perguntei-lhe:

            - Minha filha, você está doente?

            - Não senhor, de repente me deu uma coisa... logo aquele rapaz, tão delicado...

            - Você o conhece?

            - Não senhor.

            - Você está indo para onde?

            - Estou indo para São Paulo – explicou-me – para trabalhar como dama de companhia numa casa e, aquele rapaz, muito educado, veio dar-me o endereço de uma tia dele que recebe moças como pensionistas. Ele estava até me oferecendo um emprego melhor, porque ele tem a missão de contratar moças para trabalhar e a tia recebe-as. Ele estava explicando-me quando aconteceu isto. O que é que eu faço agora?

            - Você vai ser dama de companhia – respondi-lhe. Este rapaz é um aliciador de moças para a loucura do sexo desregrado.

            Expliquei-lhe o que era e ela ficou surpresa.

            - Mas não é possível, ele é tão delicado, respondeu-me – Falou até que estava apaixonado por mim, que nunca tinha visto uma moça tão bonita como eu, que me queria levar a casa da tia, a fim de defender-me dos “lobos” que existem em São Paulo.

            - Você vai fazer exatamente como sua mãe lhe mandou – aconselhei.

            Fiquei-lhe ao lado até que chegamos a São Paulo.

            Quando saltamos, segui com ela. Neste momento, vimos o rapaz descer do trem, todo sujo, a roupa branca com enormes manchas cor de café. Olhei-o e perguntei-lhe sorrindo:

            - Está melhor?

            Ele deu uma resposta a seu tipo e foi-se, enquanto eu fiquei a reflexionar na forma como os Espíritos agem.

            Com sua atenção despertada desde o início da viagem, Divaldo registra as más intensões do homem que toma lugar junto à jovem. Nesse momento, Divaldo utiliza a prece em benefício dela. A resposta ao pedido não se faz esperar. A técnica de ajuda que os Espíritos amigos adotam é digna de registro. É que nem sempre nos é dado avaliar ou entender como se processam os atendimentos. Nas ocorrências do cotidiano, o homem, não raras vezes, se revolta contra certos fatos que, em geral acontecem para seu próprio benefício. Se a Benfeitora Espiritual tivesse aplicado o passe no homem, visando retirá-lo do lado da moça, sempre haveria a possibilidade que ele voltasse à carga. Agindo diretamente sobre a jovem, da forma como aconteceu, o homem retirou-se revoltado e com asco. Isso o afastou de vez.

            A prece é o meio mais eficaz quando se deseja ser útil, especialmente quando nos faltem quaisquer outros recursos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 13/11/2017 às 10h09
 
12/11/2017 09h20
VISITANDO A HISTÓRIA

            Tem um livro muito elogiado atualmente no mercado, Sapiens – Uma breve História da Humanidade, do escritor judeu Yuval Noah Harari, que faz no início um breve relato de nossa história a partir do Big Bang. Apesar de sua aclamação no público leitor, inclusive meu amigo Ivo e meu filho Marcelo fizerem bons elogios do conteúdo e da qualidade literária, percebo que não existe no conteúdo o contexto do qual eu valorizo e coloco como foco principal dos meus estudos e prática comportamental: a espiritualidade.

            Por esse motivo irei transcrever (em itálico) aqui o início do primeiro capítulo dessa obra, incluindo dentro dele os conteúdos que eu colocaria se de fato eu fosse o autor.

            Há cerca de 13,5 bilhões de anos, a Matéria, a Energia, o Tempo e o Espaço surgiram naquilo que é conhecido como o Big Bang. A história dessas características fundamentais do nosso Universo é denominada Física. Deus criou simultaneamente o princípio material e o princípio inteligente, ambos dentro dessa suposta explosão, e sem individualização. O princípio material passa a ser objeto da física enquanto o princípio espiritual, incluído intrinsecamente dentro da matéria, passa a ser objeto da metafísica.

            Por volta de 300 mil anos após o seu surgimento, a matéria e a energia começaram a se aglutinar em estruturas complexas, chamadas átomos, que então se combinaram em moléculas. A história dos átomos, das moléculas e de suas interações é denominada Química. Aqui, o princípio material passa a se individualizar nas diversas formas que vai assumindo. O princípio inteligente, devidamente acoplado, acompanha essa evolução da matéria, mas ainda sem individualização.

            Há cerca de 3,8 bilhões de anos, em um planeta chamado Terra, certas moléculas se combinaram para formar estruturas particularmente grandes e complexas chamadas organismos. A história dos organismos é chamada de Biologia. Não só no planeta Terra, mas em diversos outros planetas da imensa criação da Inteligência/Poder Superior, vamos encontrar esse fenômeno acontecendo. O princípio inteligente que vem acompanhando a evolução da matéria, começa agora a sua individualização. Podemos ver um reflexo disso no comportamento dos cardumes, onde cada peixe é um indivíduo, mas ainda se comportam como um todo no deslocamento no seio das águas.

            Há cerca de 70 mil anos antes, os organismos pertencentes à espécie Homo sapiens começaram a formar estruturas ainda mais elaboradas chamadas culturas. O desenvolvimento subsequente dessas culturas humanas é denominada História. Podemos observar a plena individualização do princípio material e espiritual e o curso evolutivo de cada um deles. Observamos com clareza a evolução material onde está situado nossos corpos biológicos, bem demonstrados pelos trabalhos de Darwin e a antropologia. O Princípio Espiritual, agora individualizado como Espírito, que recebe o nome de alma quando incorporado num corpo biológico, tem oportunidade de acompanhar esse fluxo evolutivo, passando por minérios, plantas e animais até a posição cognitiva superior existente no homem, de reconhecer a existência e a importância do Espírito.

            Três importantes revoluções definiram o curso da História. A Revolução Cognitiva deu início à História, há cerca de 70.000 anos. A Revolução Agrícola a acelerou, por volta de 12.000 anos atrás. A Revolução Científica, que começou há apenas 500 anos, pode muito bem colocar um fim à História e dar início a algo completamente diferente. O Espírito começa a ser educado em todas as regiões do globo, pela presença intuitiva e muitas vezes físicas de diversos avatares, sendo o principal deles Jesus Cristo, que chegou a dividir o nosso calendário, antes e depois dEle. Após 2.000 anos de sua vinda, de tentativa de expandir seu Evangelho e de aplicar suas lições, reconhecidas por todos como um roteiro inatacável de evolução espiritual, precisamos colocar em prática a renovação da mente, a mais importante das revoluções, a Revolução Íntima de transformas os nossos valores instintivos associados ao egoísmo da preservação e reprodução do corpo, em valores morais associados à fraternidade da realização da vontade do Criador, no sentido da capacitação de cada alma/Espírito se aproximar da Sua essência e se capacitar na administração dos novos mundos que são criados a cada momento.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 12/11/2017 às 09h20
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