Recebi do site do escritor espiritualista, Dalton Campos Roque, um texto retirado e editado por ele, na sua página www.consciencial.org, do site https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/principios-e-dogmas-a-etica-e-o-leito-de-procusto.htm. Vejamos o que é escrito, para nossa reflexão.
Princípios e dogmas pessoais, a ética e a inteligência
Muitas pessoas, ao defenderam posições extremadas que ferem o bom senso mais elementar ou que não admitem a possibilidade de avaliar possíveis exceções em determinados casos, alegam, geralmente, que estão apenas seguindo seus princípios éticos.
Tal conduta pode dar a entender que as pessoas capazes de ponderar caso a caso ou de levar em conta as circunstâncias são relativistas sem princípios. Ora, o fato de termos princípios não implica necessariamente que tenhamos de ser dogmáticos. Ou seja, achar que existem verdades absolutas válidas para toda e qualquer situação.
Princípios éticos são ideais regulativos a que “nada de empírico pode corresponder”, como dizia Kant. São modelos ideais que nos ajudam a definir metas possíveis, mesmo sabendo que os ideais em si mesmos jamais poderão ser realmente alcançados.
Um engenheiro que projeta trens sabe que se conseguir reduzir o atrito entre o trem e o trilho, obterá trens mais velozes com menor consumo de energia, mas sabe igualmente que um trem sem atrito é impossível, pois os trens viajam em um meio físico e não no vazio.
No caso de princípios éticos não é diferente. Precisamos de valores ideais, como justiça ou igualdade, para nos orientar em direção a sociedades mais justas e igualitárias, mesmo sabendo que uma situação de justiça ou igualdade absoluta é impossível. Pois nós, seres humanos, estamos sujeitos a contingências e limitações que sempre podem nos levar a cometer erros em nossos julgamentos e ações, levando-nos a tratar alguém de maneira injusta ou desigual.
Mas isso não significa que devemos ficar de braços cruzados frente às injustiças, pois se elas não podem ser eliminadas, pelo menos podem ser reduzidas – e quanto mais trabalharmos para isso melhor será a vida de todos.
O leito de Procusto - Limitação mental é viver dentro da caixa.
Algo bem distinto é desconsiderar os limites que a realidade nos impõe e obriga-la a se adequar aos nossos ideais, como fazem os dogmáticos. Para eles a pureza de seus princípios e a cega observância dos mesmos é tudo o que importa – e qualquer ponderação é vista como fraqueza ou traição a ser combatida.
Uma bela ilustração disso pode ser encontrada na mitologia grega: Procusto é um bandido que assalta viajantes e os obriga a se deitar em seu leito de ferro. Caso a vítima seja maior que o leito, Procusto amputa o excesso de comprimento: se é menor, estica. Como nenhuma pessoa é exatamente do tamanho da cama, ninguém sobrevive.
De modo semelhante agem aqueles que tentam obrigar a realidade a se adequar as suas crenças, aos seus imperativos morais, pouco lhes importando o sofrimento ou até mesmo a morte de outras pessoas.
Muitos usam como subterfúgio para seus atos o argumento de que seguem a vontade de algum deus igualmente intransigente e sanguinário. Mas será que pode existir um deus assim? Um deus que castiga seus filhos, ao invés de compreendê-los e amá-los? Ou será que pessoas ou grupos dogmáticos querem na verdade obrigar o próprio Deus a se deitar em um leito de Procusto?
Assim seguem os intransigentes em seus dogmas políticos, em seus purismos doutrinários, em suas “verdades relativas de ponta”, em sua intransigência dogmática, seja qual for: religiosa, cética, materialista, política, econômica, etc.
Excelente texto! Importante fazermos a vigilância íntima para evitar cairmos no dogmatismo de emparedar nossas convicções como se verdade absoluta fosse. Sofro o impacto emocional de alguns amigos que desenvolvem a forte convicção política que estão certos e que estou totalmente envolvido nas mentiras que existem do outro lado. Não seria melhor nós, amigos que somos, deixarmos de lado o dogmatismo de nossas convicções e avaliarmos com neutralidade os fatos sem contaminação de narrativas tendenciosas?
Ao ler o livro “Jornal Nacional – a notícia faz história”, de Memória Globo, de Jorge Zahar Editor Ltda. 2004, vejo no terceiro parágrafo do prefácio que tem o título – A Pura Verdade, escrito por João Roberto Marinho, vice-presidente das organizações Globo e presidente do Conselho Editorial, que diz o seguinte:
Foi o que Roberto Marinho fez ao longo de toda a sua vida, tendo ao seu lado os irmãos, Ricardo e Rogério Marinho. E é exatamente o que meus irmãos, Roberto Irineu e José Roberto, e eu procuramos fazer até hoje. Desde o começo, meu pai buscou profissionais competentes, não importando o matiz ideológico. “Os comunistas de Roberto Marinho” não são apenas parte do folclore político, mas a prova de que, para meu pai, importava mais a capacidade de trabalho do que as divergências do pensamento. Ao lado disso, assim como A Noite, de Irineu, O Globo, de Roberto Marinho sempre foi mais voltado para a notícia do que para o debate pseudo-intelectual, muitas vezes estéril, tão em moda nos jornais do início do século XX. Ele tinha a convicção de que a um jornal não cabe formar opinião, mas oferecer ao leitor as informações relevantes para que ele forme suas próprias opiniões. Isso nunca significou abdicar de suas opiniões, mas estas tinham seu lugar adequado nos editoriais do Globo.
É este jornalismo que não conseguimos ver nas organizações Globo, pelo menos hoje. Onde estão tantas ações positivas feitas pelo atual governo federal que não constam de suas pautas? Onde estão as informações relevantes necessárias para formamos nossas opiniões independente da tutoria de quem quer que seja?
Esta forma de tratar a notícia nos dias de hoje, é como se fosse colocada em destaque a Mentira vestida com as roupas da Verdade, da parábola que vimos no texto anterior. A Verdade continua circulando entre a gente, mas como fere ao pudor, por se mostrar nua e crua, muita gente vira o rosto, o raciocínio, e prefere seguir as narrativas que chegam travestidas da Verdade.
Porém, temos uma alternativa hoje, no florescer das redes sociais com tantos canais de comunicações. Podemos ir em busca daquelas fontes que mais se adaptam à verdade conforme intuímos e verificamos pela razão, lógica e coerência. Por exemplo, como aceitar uma fonte que tenta desconstruir um governo que, por sua vez, tenta desconstruir toda uma rede de corrupção que ainda infesta nosso país? Confesso que me sinto, ao ter contato com narrativas tendenciosas, como se tivesse sendo puxado pela orelha para atender a vontade de um padrasto que tem intenções muito diferentes do meu verdadeiro pai. Assim, acredito, existem muitos como eu.
Encontrei uma parábola do século XIX, dita no Youtube por René Schubert, sobre a verdade. Fui no Google e encontrei uma página “Spin Inominável”, do Natã Campos que aborda a questão e que colocarei aqui para nossas reflexões.
Spin Inominável
SPIN, acrônimo para Sistema Poético Informativo Nato: poético ou patológico, tanto faz : inominável: que não recebeu nome fixo ou cujo rosto ou nome ou arqétipo ou tipo permanente não se conhece ou talvez não exista " (...) que não pode ser designado por um nome, que não tem nome por não se poder definir ou qualificar (...) " : Periodicidade: mensário : Base: o sincronário spin .
14/06/2019 - A verdade Saindo do Poço, Obra de Jean-Leon Gérôme (pintor e escultor francês que fez o citado quadro, 1896).
FORMA: A Verdade Saindo do Poço, Jean-Leon Gérôme
Na imagem, a Verdade, com seu chicote, à procura da Mentira para um acerto de contas...
Segue artigo de Natã Campos
De acordo com uma lenda do século XXI (sic), a Verdade e a Mentira conheceram-se um dia. A Mentira diz à Verdade: “está muito bonito hoje”.
A Verdade olha à volta dela e levanta os olhos para o céu, o dia foi realmente bonito. Passam muito tempo juntos até chegar à frente de um poço. A Mentira diz à verdade: ” a água é muito agradável, vamos tomar banho juntos! ”
A Verdade mais uma vez desconfiada toca na água, ela era realmente agradável. Despem-se e põem-se a nadar.
De repente, a Mentira sai da água, põe as roupas da verdade e foge. A verdade furiosa sai do poço e corre por todo o lado para encontrar a Mentira e recuperar as suas roupas. O mundo vendo a Verdade toda nua vira o olhar com desprezo e raiva.
A pobre Verdade volta para o poço e desaparece para sempre escondendo a sua vergonha.
Desde então, a Mentira viaja por todo o mundo vestido como a verdade, satisfazendo as necessidades da sociedade, e o mundo não quer em nenhum caso ver a Verdade nua.
Quadro: “A verdade saindo do poço” Jean-Leon Gérôme, 1896.
NATÃ CAMPOS Sou Aprendiz de Liberdade e busco ser melhor pai, melhor marido, melhor amigo, melhor profissional e te desafio a buscar a melhor versão de si mesmo todos os dias. Amante da música e sempre em busca de conhecimento que agregue valor. Empreendedor Digital, Palestrante e Psicoterapeuta.
A parábola para por aqui, mas René Schubert diz no vídeo que há outro final.
Mas há outro final dessa parábola que diz o seguinte: a Verdade, quando voltou ao poço, recusou-se a vestir-se com as roupas da Mentira e por não ter do que se envergonhar, a Verdade saiu nua a caminhar pelas ruas e vilas. E é por isso que desde então, aos olhos de muita gente, é muito mais fácil aceitar a Mentira com as roupas da Verdade do que a Verdade nua e crua.
Qual final você prefere?
O primeiro final é verdadeiro, assim como o segundo. Mas sou mais simpático ao segundo final, prefiro ver a Verdade andando pelas ruas, nua e crua, do que presa dentro de um poço.
Casado por 20 anos, fui abandonado por minha mulher. Ela não tolerava mais as minhas saídas com as amigas, com meus namoros, permitidos por mim e condenados por ela. Nós desenvolvemos paradigmas de vidas diferentes. Ela acreditava e praticava o casamento com a fidelidade do amor exclusivo; eu acreditava no amor incondicional e praticava a fidelidade ao amor inclusivo. Isso implicava que ela só se permitiria a ter relações afetivas, com ou sem sexo, comigo; isso implicava que eu me permitia a ter relações afetivas com ou sem sexo, com tantas mulheres que o Pai colocasse no meu caminho e que houvesse sintonia e condições de realização entre nós.
Frente a tamanho conflito de interesses, fizemos o máximo para convivência juntos, até me sujeitei a passar 8 anos morando com ela e sem a procurar para o sexo, pois ela já se incomodava com essa situação. Vivíamos assim durante esse tempo como “bons amigos” que eu queria ser e que ela tentava se esforçar.
Mas, infelizmente, chegou o dia que para ela foi a “gota d’água”: colocou-me para fora de casa de forma agressiva, violenta, com palavras duras e definitivas: “Vá embora para longe de mim, fique perto de suas raparigas para as quais você dá mais valor”!
Não havia mais possibilidade de acordo. Submisso sai de casa levando apenas o básico para a minha caminhada, não fazia questão pelos bens materiais. Procurava apenas ser justo naquilo que não causasse tanto transtorno emocional.
Fiquei assim por anos, conduzindo a minha vida como eu imaginava que deveria viver, praticando o amor incondicional ensinado pelo Cristo e dentro dele o amor inclusivo que permitia eu me aproximar das mulheres do meu entorno com postura afetiva, sem preconceitos e com respeito, jamais penetrando em terrenos que levassem prejuízo ao próximo.
Em um dia de chuva fina, quando caia a tarde e subia a noite, eis que me vejo em frente ao trabalho dela. Olho aquelas estruturas por onde antes eu caminhava e ia lhe pegar para levar para casa, antes passando no self-service para almoçarmos.
No dia seguinte, refletindo sobre o ocorrido, resolvi escrever para ela e colocar como nunca dantes eu fizera o que ia em meu coração.
Sabe onde em estava ontem?
Ontem, quando as luzes da cidade começaram a se acender mais cedo pois o tempo chuvoso acionou precocemente os dispositivos de iluminação artificial... quando as nuvens não permitiram ver as estrelas que já estariam brilhando sobre nós, inclusive aquela que sempre me guia, a Estrela d’Alva, aquela que desperta em mim a oração da Ave Maria, da proteção que tanto preciso... eu estava em frente ao prédio que tu trabalhas.
Sei que você não estava lá, mas as memórias sim. Não importava com as lágrimas que rolavam pelo meu rosto, pois pouca gente circulava naquele momento, não tinha tanta luz, e as gotas da chuva que molhavam meu corpo disfarçavam muito bem o pranto silencioso pela face.
Os meus olhos embaçados viam apenas a rampa que no passado tu descias ao meu encontro. Eu estava ali como testemunha, molhado pela chuva. A lâmpada dos postes fazendo a projeção das gotas que caiam. Alguém correndo aqui, acolá, tentando se livrar da chuva com seus oportunos guardas chuva.
A minha mente, sintonizada no passado, via você descendo pela rampa, riso largo no rosto, silhueta juvenil e sensual, um olhar claro e feliz ao sintonizar com o meu. Era como se o meu corpo molhado tivesse contemplando a cena à distância. Eu pegava a sua mão, a enlaçava pelos ombros, beijava seus cabelos e íamos em direção ao self service para almoçarmos. Enquanto o casal se afastava em plena felicidade, eu, o observador, sentia o fluxo das minhas lágrimas aumentarem. Eu chorava por mim e por ti. Minhas lágrimas, simplesmente, tentavam limpar o sofrimento de minha alma. Perguntava que tipo de encantamento era esse que deixava duas pessoas que se amam e querem viver juntos para sempre, de repente separados por fortes emoções que impedem uma simples aproximação?
Então, minha querida (permita que eu te chame ainda assim, e mesmo que não permitas, eu já o fiz, pois faz parte da minha essência: te amar), esta é a pergunta que faço para ti: sabe onde eu estava ontem?
Imagino que você poderia me responder assim, cheia de raiva:
“Sim! Sei sim! Estava com suas putas, se alegrando com elas, lamentando o tempo que perdeu comigo, me iludindo, dizendo que me amava. Rindo do amor que despertou em mim, mas que nunca considerou; se regozijando dos sonhos que me roubou e que nunca mais tive coragem de produzir outros. Não quero saber de sua vida mundana, do seu egoísmo, de não querer ficar nem perto do filho especial que construímos juntos. Sim, você tem razão, não quero que me chame de “querida” pois é hipocrisia. Querida é quando se quer ficar junto de uma pessoa, e você somente quer o mundo que lhe oferece tantas outras que você pode chamar da mesma forma, de querida. Sim, viva sua vida de orgias e prazeres com tantas quantas se aproximem de você e inadvertidamente caiam em sua rede. Não procures saber se eu sei por onde tu andas, pois eu sei muito bem!”
Esta era a carta que eu nunca enviei e a resposta que eu nunca recebi.
Este é um mundo que se forma em outra dimensão e que nós habitamos com perspectivas diferentes.
Em um momento único, um transe, uma espécie de sonho, nós podemos vislumbrar um pouco dele.
Vi assim os mundos opostos que passamos a viver, pela ótica da minha imaginação.
Eu, sozinho, arrodeado de tantas pessoas, distribuindo amor de diversas formas, aos diversos gêneros, como essência de minha missão na Terra, lamentando o grande amor que ela representava para mim na realidade e que hoje consigo manter apenas nos sonhos, de forma solitária, sem a participação dela.
Ela, sozinha, com tantas dificuldades emocionais, mágoas, ressentimentos, falsas compreensões da realidade, da percepção do mundo mental que habito, imaginando que nunca a amei, sem saber que eu a amei muito mais do que ela me amou.
Agora, ela nunca iria aceitar que naquela tarde/noite chuvosa eu encontrei com ela, que a levei pela mão, com dedos entrelaçados; que senti seu perfume, me embalei no seu riso, e com sua voz me acariciei. Que não existia mais ninguém naquele espaço que sempre é tão cheio, de carros, de pessoas; de vendedores, de transeuntes apressados ou carregados. Éramos somente nós. A chuva que me molhava do meu observatório, não conseguia evitar o brilho do sol pelo nosso caminho, da beleza das flores rústicas e singelas que eram as testemunhas do que acontecia. Sim, minha querida, que pena que você não possa penetrar na magia do nosso olhar ao se encantar um pelo outro, como eu me encantei, como eu viajei no brilho da tua alma, que no meu mundo ela, tua alma, está sintonizado com a minha.
Encontrei Angélica num sonho, foi uma viagem que pedi ao Pai. Não sei qual a intensão d’Ele ao ter me colocado dentro de tal dimensão ao invés de me ter proporcionado uma viagem pelo Cosmo, como fez na noite anterior e que tanto eu havia gostado. Mas, enfim, essa experiência foi muito mais marcante, é tanto que estou aqui tentando explicar o que aconteceu, o que não fiz com a viagem no Cosmo.
Angélica estava casada com uma pessoa do meu convívio. A mesma atração que eu tive por ela nos primeiros dias que eu a vi nesta minha dimensão material, eu voltei a sentir por ela nessa dimensão onírica. Aconteceu o mesmo com ela, mas diferente do que acontecia comigo, que estava solteiro, ela estava casada e tinha que respeitar o marido dentro dos compromissos assumidos por eles. Sem considerar a probabilidade de agressão e até uma fatalidade, se descoberto uma traição conjugal, pois a cultura permitia os assassinatos em nome da honra.
Portanto, o amor que surgiu entre nós, no seu estágio mais forte da paixão, não podia se expressar. Os nossos olhares, fugazes, em algumas oportunidades, era o máximo de expressão que esse amor poderia ter. Qualquer forma de comunicação poderia ser descoberta e a tempestade acontecer. Nem uma orientação eu poderia dar, por exemplo: dizer para ela aparentar um comportamento sempre hostil com o marido, para ele desistir do relacionamento e pedir o divórcio. Ou então, se mostrar sempre apegada, colada, com ciúmes, sufocando, para que ele se incomodasse e tivesse o mesmo comportamento de pedir o divórcio.
O diálogo, explicando a situação, que seria o mais adequado entre pessoas maduras emocional e espiritualmente, não se aplicava a ele. Era uma pessoa bastante materializada, bruta, que entendia a parceira como mais uma das suas posses materiais e qualquer comportamento fora daquele padrão, que fora prometido na igreja, seria uma afronta pessoal, uma desonra que mereceria a correção com sangue, mesmo que se tratasse de um amigo, como nós nos considerávamos.
Talvez esta tenha sido a intenção do meu Pai. Saber como eu me comportaria dentro de uma situação dessa, com a base do Amor Incondicional que eu digo possuir. Pois bem, vamos ao teste.
Sei que o Amor deve estar acima dos preconceitos, agir com liberdade, fazendo ao outro aquilo que quero que seja feito comigo. No caso de Angélica estávamos sintonizados, ambos sentíamos o Amor um pelo outro, mas tinha o obstáculo do marido que possuía outros paradigmas dentro de uma animalidade muito forte. A pessoa mais prejudicada era Angélica, ela era a prisioneira e que corria risco de vida com a tentativa de liberdade ou de expressar o seu Amor. Poderíamos deixar tudo como estava, se eu interpretasse que esse era o caminho mais coerente com o Amor. Eu teria forças para fazer isso, tenho certeza. Mas acontece que minha consciência apontava o contrário. Eu teria que encontrar formas desse Amor que sentíamos não ser assassinado pelas forças dos preconceitos, da ignorância da lei de Amor do Criador. Esta é a essência do problema que eu percebia está colocado em minhas mãos.
Lembro de um detalhe do sonho, o marido de Angélica querendo demonstrar externamente o afeto que tinha pela esposa, deu de público um valor considerável em dinheiro e o cheque seria recebido dentro de uma solenidade com muita gente e muitas fotos, num ambiente tipo uma exposição de arte. Eu era um dos convidados e via Angélica posando para fotos, sem tanta alegria, em quadros que evocava a serenidade, enquanto o marido estava em outros quadros que representava prazeres mundanos. Depois, em outro momento tumultuoso, eu a via levantando acima da cabeça das pessoas um desenho feito à mão onde mostrava uma casinha isolada, numa vereda por entre árvores, como se tivesse indicando um local de encontro.
Acordei com essa sensação. Um coração apaixonado, querendo libertar a amada cujo coração também me espera, numa dimensão muito diferente desta que vivo, não sabendo como retornar, como nos comunicar.
Acredito que a comunicação dela ou do Pai para mim, deva acontecer através dos livros que o Pai coloca à minha disposição. O teste do Pai deve implicar na memória. Se o amor que desenvolvemos nessa dimensão é tão forte quanto imaginamos, a comunicação deve ser reconhecida na leitura de qualquer livro. Então voltarei aqui e também testareis a memória dos meus leitores, colocando o prosseguimento dessa saga que não sei até onde irá ou se terá prosseguimento. Dependo exclusivamente do Pai para me dar as comunicações e de mim para lembrar a que se destina. A mim me compete ficar na expectativa, na vigilância e dizer ao Pai que aceitei o desafio. Que estou disposto a libertar Angélica e viver um romance interdimensional, respeitando a lei do Amor Incondicional.