Este é um assunto de grande importância para o mundo, principalmente os espiritualistas e aqueles que seguem o cristianismo: a eleição de um novo Papa, o atual Papa Francisco. Vejamos o documentário de 47m publicado no History Channel há um ano com o título: A Era de Francisco – O Papa do Fim do Mundo.
*Testemunhos de terceiros, dentro e fora do clero.
O golpe militar encontra o padre Bergoglio e os sacerdotes trabalhando dentro dos bairros marginais. Há acusações de que a alta hierarquia eclesiástica está colaborando com o regime militar.
*Porque houve um conflito com a Igreja Católica, com a sua hierarquia, porque uma parte da hierarquia foi cumplice.
Nesse contexto não foi fácil para o padre Jorge Mario Bergoglio levar adiante seu trabalho pastoral. Sua alma se debate pelo seu dever como jesuíta e o próprio sentimento de ajudar os excluídos marginais e ao mesmo tempo deve manter seus sacerdotes, a sua ordem longe da politização para não colocá-los em perigo.
Em operações rápidas os militares entravam nesses bairros, sequestravam todos aqueles que pareciam suspeitos.
*Os militares não entendiam, se fosse branco, se fosse loiro, se estava em uma vila é porque diretamente eram terroristas e tinham que matá-los.
São feitas listas com os nomes e sobrenomes. Nessas listas estão alguns sacerdotes jesuítas.
*Jorge disse aos padres que também eram jesuítas que não ficassem ali porque era altamente perigoso.
*Há diferentes maneiras de se viver sob um regime opressivo e ele tinha como líder religioso, uma responsabilidade por todos.
*Os rapazes não queriam saber de nada. Disseram que iam ficar, Jorge discutiu com eles, mas decidiram ficar. E um dia chegou uma tropa da Marinha e os levou.
Durante esses anos, Bergoglio teve que andar sobre uma linha muito estreita e arriscada.
*Jorge estava preocupado, fez uma quantidade de gestões para a liberdade deles. Eu me lembro que primeiro foi Videla que disse que tinham sido levados para uma cela.
Os sacerdotes jesuítas que tinham sido sequestrados foram liberados pelos militares e fogem do país. A personalidade do padre Bergoglio vai se formando. Aprende estratégias, faz alianças e usa sua inteligência para levar a palavra de Jesus sem que tudo isso seja considerado uma doutrinação ideológica por parte dos militares.
“São os filhos da herança que nos dizem chorem, chorem cidade distraída, cidade dispersa, cidade egoísta, deve chorar pois precisa ser purificada por suas lágrimas.”
No ano de 1983 a democracia voltou à Argentina. O governo militar deixou uma enorme dívida externa que repercutiu em todos os níveis na vida dos argentinos. Foi um tempo de reconstrução, de esperanças, mas o país ficou devastado.
Bergoglio teve que lutar com a herança que restou à pobreza e todo o valor que ela trouxe.
“Nesta cidade se exploram trabalhadores em oficinas clandestinas”.
*Ele sempre foi assim. Teve essa dedicação especial por todos e em particular pelos mais frágeis. Trabalhou arduamente o tema ligado ao tráfico de pessoas, ao trabalho escravo, da emigração, das pessoas que moravam nas vilas; os acompanha, os aconselha, os cuida, os ensina serem livres, a serem autossuficientes, a pensar.
“E na vida temos que caminhar como caminhou Jesus, deixando pegadas que marquem a história, pegadas que deixem descendência.”
Ele enfrentou o poder político da época, não uma, mas muitas vezes.
“Se nós abandonarmos a fraqueza do humilde por acreditarmos ser o que não somos, viveremos o pesadelo de um país que abandona seu destino e será nossa culpa.”
Seu caráter ia se tornando cada vez mais forte e se tornando um grande estrategista. No ano de 1992, enquanto Bergoglio esta na cidade de Córdoba como diretor espiritual e confessor da Companhia de Jesus, ocorreu um fato que iria marcar o primeiro passo de sua carreira ascendente dentro da alta hierarquia da igreja argentina.
*Ele estava em uma igreja de Córdoba, nem era o vigário. O arcebispo de Buenos Aires o chamou. O cardeal Antônio, para que ele fosse um dos seus bispos auxiliares. Quer dizer, quem nomeia é o Papa, mas é o cardeal quem promove.
Em 20-05-1992, foi nomeado pelo próprio Papa Joao Paulo II, o bispo de Alca e o bispo auxiliar da diocese de Buenos Aires.
*Eu costumo dizer que ele era uma espécie de forasteiro dentro da igreja e a partir de 1992 iniciou uma carreira meteórica.
No ano de 1998, com a morte de seu superior, o cardeal Corradino, Bergoglio assume seu lugar e se torna o arcebispo de Buenos Aires.
*Mas também por ser o bispo e particularmente o bispo de uma cidade tão rica, complexa e grande como Buenos Aires, e mais tarde presidente da conferência episcopal da Argentina, sua presença no contexto latino-americano foi uma presença no governo, mas também com contato cara-a-cara, principalmente com os mais pobres, com as pessoas que mais precisavam de atenção e ajuda.
Passaram poucos anos para que Bergoglio chegue ao posto mais alto da hierarquia eclesiástica. Em 21-02-2001 Jorge Mario Bergoglio foi consagrado cardeal. Alguns meses depois, a Argentina viveria uma das maiores crises econômicas e sociais da sua história. O governo toma uma medida restringindo a extração dos depósitos bancários, as pessoas não podem mais retirar seu dinheiro dos bancos. O surto não demora a chegar. O povo sai para as ruas com o lema de que todos devem ir. A violência cresce até limites inesperados.
*Ele fala com veemência do fato que estas estratégias econômicas torna o trabalho quase superficial. Por consequência não tem escrúpulos para transformar em desocupados milhões de pessoas sem pensar nem um pouco em quanto sofrimento elas padecem.
A história do Papa Francisco é muito promissora quanto a luta pelo interesse dos pobres, marginalizados, desempregados. Muito boa a sua formação em defesa dos mais fracos. O importante também é saber quem são seus aliados. Movimentos socialistas, comunistas?
Lembro que o Papa João Paulo II, polonês, lutou bravamente contra o movimento comunista, por ser uma ideologia materialista e ateia, destruidora da pessoa humana. Foi um fato impressionante a queda retumbante do comunismo no Leste Europeu em 1989, sem derramamento de sangue. Só podemos explicar se considerarmos a ação de Deus através do Papa João Paulo II.
O Papa Francisco se aproximando desses movimentos comunistas/socialistas não estaria indo na contramão do trabalho evangélico que deveria ser seguido pelos sumos pontífices?
Este é um assunto de grande importância para o mundo, principalmente os espiritualistas e aqueles que seguem o cristianismo: a eleição de um novo Papa, o atual Papa Francisco. Vejamos o documentário de 47m publicado no History Channel há um ano com o título: A Era de Francisco – O Papa do Fim do Mundo.
*Testemunhos de terceiros, dentro e fora do clero.
Memórias de Mário Jorge Bergoglio.
“Era 21 de setembro, porque sempre me lembro disso. Saí para passear com os companheiros e passei pela igreja de Flores. Entrei e senti que tinha que entrar, essas coisas que sentimos e nós não sabemos explicar. E vi um padre andando, não conhecia, não era da Igreja, então não sei o que aconteceu. Senti como se alguém me agarrasse por dentro e aí senti que tinha de ser padre e não tive dúvidas. Não tive. Jesus não espera para que procurem por ele, ele vai ao nosso encontro”.
Depois de receber seu diploma como técnico químico e seguindo aquele chamado místico, aos 21 anos ingressa no Seminário da Companhia de Jesus para se tornar um padre jesuíta.
“Temos de estar à serviço dos outros, nos ajudarmos”.
Como jesuíta teve uma brilhante formação intelectual. Foi docente em literatura e psicologia e também estudou ciências humanas e teologia. Durante a década de 60 Bergoglio estava ideologicamente ligado ao peronismo, um partido liderado por Joan Domingo Peron, que desde 1955 estava banido na Argentina. Porém, apesar do banimento, na década de 60, Bergoglio foi diretor espiritual de um grupo de jovens católicos chamados “A Guarda de Ferro”, um grupo formado por quatro políticos peronistas com regras muito similares às dos jesuítas, quase militar.
*É alguém que vinha falando da unção dos pobres há muitos anos e que tomou posições muito firmes.
“E não tenham medo dos mercadores da morte que aqui bem perto estão pensando como fazer para que a morte chegue de uma maneira razoável”.
No início da década de 70 acabou o banimento e o peronismo volta ao poder. Durante esses anos, o padre Bergoglio é nomeado provincial da ordem jesuíta. Com esse vento a favor, realiza um grande trabalho social indo as zonas mais pobres de Buenos Aires para ajudar os mais necessitados.
*As pessoas da vila veem ele como alguém próprio do lugar. Trabalhou arduamente o tema do tráfico de pessoas no trabalho escravo.
“Na escola nos ensinam que a assembleia de 1813 aboliu a escravidão. Isso tudo é mentira. Existem outras escravidões”.
*Uma vez quando fui dar uma palestra na Vila, ele em um Ônibus e subiram muitos trabalhadores da própria Vila e o reconheceram. E quando ele deu uma palestra, um levantou e disse: o senhor ficou no ônibus. Isso é um sinal para nós. Realmente o consideramos um irmão.
“São submetidos e depois não cabem no sistema e são material descartável”.
*Eu conheci Jorge Bergoglio na década de 70. Naquela época eu era uma advogadazinha, ele um padrezinho. Eu estava no escritório, chegou um amigo meu com um padrezinho, porque vieram fazer uma consulta. Era um homem jovem e muito comovido pela dor dos outros. Esse era o Jorge. Vivíamos em um país em revolução.
Em 1976 ocorre um fato que mudaria drasticamente o rumo da Argentina. No dia 24 de março um golpe militar termina com um governo democrático e começa uma das ditaduras mais sangrentas da história do país.
*Foi providencial dos jesuítas desde os 73, era jovem, e era um momento muito difícil na história da Argentina. Havia uma junta militar no poder e aconteceram coisas terríveis e há muitas discussões sobre seu papel nisso.
Muito bom o comportamento do padre Bergoglio junto as comunidades. Acredito que eu teria agido da mesma forma. Agora, com o conhecimento que adquiri desde os dias de minha militância politica em partidos de esquerda, acredito que teria mais cuidado no ataque ao capitalismo, aos patrões que escravizavam os povos e favoreciam suas mortes precoces. Eu saberia que assumindo o socialismo, derrotando o capitalismo, as mortes poderiam ser bem maiores e mais rápidas e escancaradas como aconteceu em vários países que alcançaram esse nível.
Com o meu conhecimento atual, eu não iria ser filiado e militante de partidos de esquerda. Poderia trabalhar em partidos conservadores, mas com o foco em destruir a selvageria que tenta monopolizar o capitalismo. Este é o principal adversário que possuímos, o egoísmo que penetra na relação de trabalho, colocando uns como escravos de outros. É essa sistemática inerente ao capitalismo que é o nosso adversário, e não o sistema capitalista em si, que se mostra muito mais saudável do que o socialismo ou comunismo. A história confirma.
Este é um assunto de grande importância para o mundo, principalmente os espiritualistas e aqueles que seguem o cristianismo: a eleição de um novo Papa, o atual Papa Francisco. Vejamos o documentário de 47m publicado no History Channel há um ano com o título: A Era de Francisco – O Papa do Fim do Mundo.
*Testemunhos de terceiros, dentro e fora do clero.
O argentino Jorge Maria Bergoglio é o novo Papa. Na Praça de São Pedro, um anuncio especial, Habemus Papam, a multidão está reunida para saber o nome do Papa, mas a maioria está surpresa. Ninguém estava esperando o Cardeal Bergoglio.
Fala do novo Papa. - Irmãos e irmãs, boa noite. Vocês sabem que o dever do Conclave é dar um Bispo à Roma. Parece que os meus irmãos cardeais foram busca-lo lá no fim do mundo, mas estamos aqui.
* Os cardeais eleitores tiveram muita coragem, que diante da crise do pontificado, diante o choque da renúncia, não tiveram medo, não elegeram o Cardeal da Cúria e sem, justamente sair da Europa.
* A surpresa positiva de ter justamente um latino-americano, essa talvez não fosse a grande surpresa, mas, sim um Papa que se chama Francisco. Sim, essa foi uma linda surpresa.
* As apostas eram 70 para 1. Diziam, absolutamente que não podiam acreditar.
* Uma grande emoção, mas também um grande espanto. Confesso que quando estava na Praça e eu ouvi seu primeiro nome de batismo, Jorge Mario, eu compreendi em seguida que se tratava do meu irmão jesuíta, é o padre Bergoglio, e me surpreendi muito porque nós estamos acostumados a nos ver como os servidores do Papa.
A alegria não oculta surpresa de todos. O destino da Igreja está nas mãos de um papa jesuíta e latino-americano, rompendo a hegemonia de séculos de papas europeus. Um papa que não figurava como favorito em nenhuma previsão.
Papa Francisco - Antes que o Bispo abençoe o povo, eu peço que vocês rezem ao Senhor para que me abençoe. A oração do povo pedindo a bênção pelo seu Bispo. Façamos em silêncio esta oração de vocês por mim.
*Foi uma surpresa que traz novos ventos frescos de simplicidade, de proximidade.
*Estou muito, muito emocionado. O Papa sul-americano, da Argentina e Brasil, sua irmã, uma beleza, tudo certo.
*Gostei muito, uma grande impressão. Eu sou católico e me chamo Francisco como ele. Minha garota é ortodoxa, mas o Papa Francisco é a pessoa certa para ver que mudou tudo, porque ele fala do coração para o coração.
Mas, quem é o Papa Jorge Maria Bergoglio, de onde vem, qual é sua origem, que caminhos o conduziram ao Vaticano, como chegou a estar hoje na pele e na alma do Papa Francisco à serviço espiritual dos católicos do mundo inteiro?
A designação deste novo Papa chama a atenção dos fiéis do mundo todo. Para pouquíssimos o nome de Jorge Mario Bergoglio é familiar. Só alguns conhecem de verdade quem é aquele cardeal latino-americano proveniente do fim do mundo.
E há muito mais perguntas que respostas sobre o homem que se tornou o Papa Francisco. Enquanto a notícia percorre o mundo entre a alegria e incerteza de milhões de católicos, o Papa Francisco começa a escrever sua história através das primeiras ações que realiza como Sumo Pontífice. Esses primeiros sinais surpreenderam mundo, tanto ou mais que sua eleição.
O catolicismo como conhecemos, fala muito de símbolos.
Tudo é mediante o significado de imagens e gestos. Logo depois do Habemus Papam, Francisco se nega a viajar na limusine do Vaticano e vai em um furgão com os cardeais. Vai pessoalmente pagar a conta do albergue que tinha se hospedado até o Conclave. Despreza o discurso em latim que tinham preparado para sua primeira missa por uma homília simples e direta, olhando no rosto dos presentes e em italiano. Despreza todos os velhos símbolos do poder imperial. Ele não fala sentado no trono, ele fala de pé como vigário. Decide não habitar o luxuoso apartamento papal alegando que é escandaloso morar em um lugar onde cabem 300 pessoas. Despreza o famoso calçado vermelho papal e continua vestindo seus velhos sapatos pretos.
*Antes de sair à sacada da Praça de São Pedro quando tentavam fazer o tipo de parafernália elaborada que acompanharia o Papa, ele não quis e disse “o carnaval acabou”. Ele não via somente como uma maneira de se vestir.
Essas simples ações para muitos são sinais de como poderá ser o rumo que o seu papado seguirá e o rumo que a igreja deve tomar.
*Muita gente não gritava “Viva o Papa”, eles gritavam “Obrigado, obrigado, obrigado”, porque sentia a necessidade de um papa humano.
Mas os sinais de uma nova Igreja trouxeram incerteza em alguns setores e muitos se perguntaram: quem é esse estrangeiro que os cardeais trouxeram do fim do mundo? Como foi seu trabalho pastoral durante mais de 50 anos em um país tão agitado e em transformação como a Argentina?
*Jorge sempre foi um homem simples. Eu me assustaria se tivesse mudado. Graças a Deus, Jorge continua sendo o mesmo.
Jorge Mario Bergoglio é o filho mais velho de uma família de imigrantes italianos e nasceu no dia 17-12-1936, no bairro de Flores, na cidade de Buenos Aires. A uma Igreja emblemática que á a de São José de Flores, onde ele fez uma confissão quando era adolescente.
O Papa Francisco assumiu a liderança da Igreja Católica com ímpetos de mudança desde o primeiro dia. São mudanças que satisfazem os fiéis, de humildade e fraternidade como ensinava o Cristo. Ao longo dos séculos a Igreja Católica terminou por assumir a pompa dos imperadores romanos que acolheram o cristianismo como a religião oficial. Ficou muito distante da humildade dos primeiros dias. O próprio Francisco de Assis se deparou com essa realeza dentro da religião e procurou reerguer a Igreja como foi visto nos sonhos. Mas o Vaticano continuou com o seu luxo e os papas com suas mordomias. O Papa Francisco chega para mudar de forma impetuosa, mas ao fazer isso ele acusa todos os seus antecessores de conviverem dentro de tanto luxo, mordomias, parecendo até um carnaval. Acredito que ele poderia ter agido da mesma forma, mas encontrando palavras para atenuar o comportamento dos papas que o antecederam. Da forma como foi feita, deixaria muito constrangimento se todos estivessem vivos, como acho que se sentiu Bento XVI.
Mas, como seria o comportamento de Jesus nesse contexto?
Este é um assunto de grande importância para o mundo, principalmente os espiritualistas e aqueles que seguem o cristianismo: a eleição de um novo Papa, o atual Papa Francisco. Vejamos o documentário de 47m publicado no History Channel há um ano com o título: A Era de Francisco – O Papa do Fim do Mundo.
*Testemunhos de terceiros, dentro e fora do clero.
No dia 11 de fevereiro de 2013, o mundo desperta com uma notícia que surpreende a todos. O Papa Bento XVI, o líder espiritual de quase 1,2 bilhões de pessoas no mundo renuncia. O mundo católico chora por sua decisão e está surpreso. Desde Gregório XII no ano de 1415 a igreja não teve um Papa que renunciasse.
Bento XVI diz que está esgotado. Entre incertezas e especulações, o Vaticano anuncia que antes da Páscoa haverá um novo Papa.
Na noite de 13 de março de 2013, milhares de fiéis estão congregados na Praça de São Pedro, esperando a decisão dos Cardeais reunidos em conclave. Os olhos do mundo observam a chaminé onde a fumaça ainda é negra. De repente, as 19h40 a fumaça muda de cor. Agora é branca e os sinos anunciam que a igreja tem um novo líder. O escolhido é o Cardeal argentino Jorge Mário Bergoglio. A notícia surpreende a todos. O nome dele não estava nas previsões e pouquíssimos o conheciam.
Hoje, descobriremos quem é esse novo líder mundial que desde o primeiro minuto do seu papado parece marcar o começo de uma nova era: a era de Francisco, o Papa do Fim do Mundo.
O Vaticano é um pequeno Estado de apenas 44 hectares com 900 habitantes. É o coração de uma das religiões com mais seguidores do mundo. É o lar do seu líder espiritual, o Papa.
Há séculos um Papa substitui o outro após a morte do seu antecessor, porém a situação hoje é muito diferente. A poucos quilômetros da Praça de São Pedro, o Papa anterior Bento XVI está vivo e habitando na casa de descanso de Castel Gandolfo.
Quais foram os verdadeiros motivos que levaram Bento XVI a renunciar? Existem muitas hipóteses: “Decidi renunciar ao ministério que o Senhor me confiou no dia 19-04-2005. Fiz isso com absoluta liberdade pelo bem da Igreja. Tenho consciência da gravidade desse ato, mas também sei que não estou preparado para desempenhar o ministério petrino com a devida força requerida.” Trecho da carta de renúncia lida por Bento XVI.
*Para mim a questão era muito simples. Com sua usual qualidade de coerência e sinceridade, disse que não se sentia muito bem, não tão forte, particularmente nos últimos tempos.
*Bento XVI não renunciou só por motivos de saúde, pelo coração, pelo reumatismo. Na verdade, por lado racional, ele tinha decidido que não queria viver uma velhice de grande sofrimento como João Paulo II, mas por outro lado, a sua decisão se acelerou pelas crises que se multiplicaram dentro da Igreja.
*Eu não acho que seja justo dizer há uma situação interna de crise.
*Crise com o mundo islâmico, crise com o mundo hebreu, crise com o mundo da ciência. Até a grande explosão do Vaticano, os documentos mostram uma cúria dividida, notas de capitais, ações, falta de transparência dentro do Banco do Vaticano.
Os arquivos revelados falam da corrupção em licitações imobiliárias do Estado pontifício, ações irregulares do Banco do Vaticano, inclusive um complô para assassinar Bento XVI.
O culpado por essa infiltração interna de documentos é o seu mordomo Paulo Gabrielli.
*A renúncia do Papa foi uma renúncia potente, um gesto potente que impulsionou todo um sistema de poder. Eles se opõem a quem prejudica a imagem da Igreja, que está contra a sujeira da Igreja e se encontrou com a sujeira dentro da sua própria casa.
Já no século XIII, devido as lutas internas, o Papa Celestino V habilitou a renúncia papal no direito canônico em meio a escândalos. e se se fez uso desse direito.
*Com certeza o Papa Bento XVI teve a intuição, eu diria quase revolucionária, de pensar que havia chegado a hora de uma mudança. Mostrou que o papado é um serviço e também reconheceu os seus próprios limites, dizendo em latim e muito solenemente, que reconhecia a sua incapacidade de administrar bem a sua missão.
No dia 28-02-2013, a renúncia se torna efetiva. Milhões de fiéis lamentam a queda de seu líder espiritual e fixam seus olhares no Vaticano. Aí será escolhido o novo Papa.
Como a maioria dos Cardeais se encontra na Itália para acompanhar Bento XVI no último dia do seu papado, o conclave é convocado somente 12 dias depois.
Milhares de fiéis chegam à Praça de São Pedro. Antes de entrarem, os cardeais colocam as mãos sobre a Bíblia e juram manter o segredo de tudo o que aconteça ali. Os 115 cardeais de todo o mundo ficam separados em um recinto fechado sobre o mural de Miquelângelo, o Juízo Final, dentro da Capela Sistina
Os olhos de milhões de fiéis do mundo estão fixos na chaminé. Logo começam as votações. Depois de quatro votações e os cardeais ainda não entraram em um acordo. O novo Papa deve ter dois terços de votos ou dois terços mais um.
Passaram 25 horas desde que o conclave começou e a fumaça continua sendo negra. Na praça se une pessoas do mundo todo com o mesmo desejo: conhecer quem será seu novo líder espiritual. De repente, faltando 20 minutos para às 8h da noite do dia 13-03-2013, as pessoas começam a notar uma mudança na cor da fumaça. Muitos não conseguem acreditar, mas logo os sinos começam a tocar e não há mais dúvidas.
Depois de quase 26 horas e cinco votações, no dia 13-02-2013, às 19h40m, o mundo conhece o nome do novo Papa. Anunciou Hobbies Gáudio Magnum: Habemus Papam (Temos Papa). Nome Jorge Mario Bergoglio.
O escolhido é o Cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, um sacerdote da Companhia de Jesus.
O novo Papa é escolhido num momento de grandes problemas sociais que acontecem ao redor do mundo. Problemas que não exclui nem mesmo o Vaticano, a moradia do Papa. Inclusive com informações circulando nas redes sociais que este é o último Papa. E também as críticas que surgem dentro da Igreja sobre o comportamento do Papa Francisco, que se distancia dos ensinamentos de Jesus.
Mas, vejamos o resto do documentário que foi feito de forma neutra, acredito, colocando em primeiro plano o lado positivo do Papa.
A família espiritual é bem diferente da família biológica. Na família biológica observamos uma forte tendência ao egoísmo, em privilegiar os parentes consanguíneos em detrimento dos outros. Existe uma hierarquia a partir do pai/mãe que se estende aos filhos, netos, bisnetos, etc.
Na família espiritual existe um só Pai, o Criador de todos. Jesus veio nos ensinar sobre essa paternidade em nome do nosso Pai, explicando que era o filho de Deus e que todos somos irmãos em função disso. Explicava que o laço que nos une não é o de sangue, biológico, material, e sim o laço espiritual com origem em Deus, nosso Pai comum.
Com essas explicações passamos a entender que Deus, o Criador, o Pai espiritual prevalece sobre qualquer família biológica, sanguínea, material ou cartorial.
Os documentos que possuímos é quem faz a identificação dos parentes biológicos ou cartoriais. E quem faz a identificação dos parentes espirituais? Jesus deu a dica, com uma lição dura que envolveu seus parentes biológicos, mãe e irmãos. Quando sua mãe e irmãos foram à sua procura e o encontrou reunidos com apóstolos e demais pessoas que ouviam suas lições, ao ser informado que sua família, sua mãe e irmãos estavam lhe procurando, ele respondeu de forma a ensinar esse detalhe hierárquico entre a família biológica e espiritual, mais ou menos assim:
- Quem são meus irmãos e minha mãe, minha família, são aqueles que fazem a vontade do Pai.
Foi uma resposta chocante para todos, principalmente para sua mãe e irmãos. Jesus estava os humilhando somente porque se considerava o filho de Deus? Talvez tenha passado essa ideia na cabeça de todos. Alguém muito ligado aos pais biológicos poderia ter saído da reunião revoltado. Não há relato de que ninguém chegou a sair da reunião, mas o constrangimento ficou.
Agora, 2.000 anos após esse ministério de Jesus, que suas lições ganharam o mundo através dos Evangelhos e daqueles que se consideram cristãos, a hierarquia superior da família espiritual ainda não se consolidou como a principal, de acordo com a hierarquia. Continua prevalecendo a família biológica, principalmente a família nuclear, com toda a carga de egoísmo que existia no passado.
Muitos missionários atuais, que levam o ensinamento da família espiritual, não a praticam como ensinam. Apenas Jesus foi fiel no ensinamento, chegando a não casar, abandonar sua casa, sua mãe e irmãos, para ensinar o que o Pai lhe ordenou e salvar todos os irmãos espirituais, não só os parentes.
Refletindo sobre essa situação, fico tentado a considerar Jesus como o meu pai espiritual, já que foi ele quem me introduziu na família espiritual através de seus ensinamentos que considero como impecável. Pensando assim, e agindo como Jesus, que agia como Deus, passa a ser considerado uma nova hierarquia dentro da família espiritual. Se considero Jesus como meu pai, então sou neto de Deus. Se vou ensinar a alguém da forma que Jesus me ensinou e essa pessoa passa a agir da mesma forma que eu, então essa pessoa é minha filha espiritual, neta de Jesus e bisneta de Deus... e por aí vai.
Posso ser considerado como prepotente, como Jesus deve ter sido quando colocou sua família biológica abaixo da família espiritual. Que eu estou tirando a paternidade direta de Deus. Mas será que Ele se incomoda com isso? Será que considerando assim, não vai fortalecer o meu compromisso com a família espiritual, já que eu me coloco como modelo bem próximo ao meu discípulo, ao meu “filho” para o qual tenho que ser exemplo?
Existe algo parecido no meio acadêmico. Costumamos dizer que os professores que nos acompanham nas atividades de pós-graduação são os nossos pais acadêmicos. E isso não leva nenhuma desonra para os pais biológicos ou para Deus.