07 - Há contextos culturais e religiosos que lançam particulares desafios. Nalguma sociedades, ainda está em vigor a prática da poligamia e, nalguns contextos tradicionais, o costume do “matrimônio por etapas”. Noutros contextos, mantém-se a prática dos matrimônios combinados. Nos países onde a presença da Igreja Católica é minoritária, são numerosos os matrimônios mistos e com disparidade de culto, com todas as dificuldades que comportam, em termos de configuração jurídica, de batismo e de educação dos filhos e no recíproco respeito do ponto de vista da diversidade da fé. Nestes matrimônios, pode correr-se o perigo do relativismo ou da indiferença, mas também pode existir a possibilidade de favorecer o espírito ecumênico e o diálogo inter-religioso, numa harmoniosa convivência de comunidades que vivem no mesmo lugar. Em muitos contextos, não só ocidentais, vai-se difundindo amplamente a prática da convivência antes do matrimônio ou mesmo de convivências não orientadas para assumir a forma de um vínculo institucional. A isso junta-se frequentemente uma legislação civil que compromete o matrimônio e a família. Devido a secularização, em muitas partes do mundo a referência a Deus enfraqueceu enormemente e a fé deixou de ser socialmente partilhada.
A poligamia é a união conjugal de uma pessoa com várias outras, geralmente de um homem com várias mulheres. Esta é a tendência preponderante no reino animal, o macho acasalar ou manter diversas fêmeas. É a engenharia de construção da vida promovida pelo criador entre os animais e nos quais estamos incluímos. Será que Deus errou ao deixar nós, humanos, com essa tendência instintiva e por isso é tão forte entre os homens o desejo por outras mulheres? Resisto em acreditar que Deus tenha errado nos seus propósitos. Sou mais propenso a acreditar que Ele deixou também esquematizado em nosso perfil evolutivo, o momento que o cérebro se desenvolve a tal ponto que torna permissível um processamento de informações mais elaborado e surge em função disso as condições de avaliação das condições morais.
O matrimônio por etapas considera cinco momentos: o primeiro considera a transição e adaptação que compreende os três primeiros anos; o segundo compreende a chegada dos filhos; o terceiro compreende o tempo de dez a vinte anos, onde os filhos se tornam adolescentes; a quarta etapa é a estabilização do relacionamento, quando os filhos começam a sair de casa, a síndrome do ninho vazio; e o quinto e último período é o momento de envelhecimento juntos.
O casamento pode ser considerado uma invenção cristã, tornando uma união indissolúvel, celebrada por um sacramento, substituiu antigos costumes de poligamia, provocando grande mudança nos hábitos europeus. Em 392, o cristianismo foi proclamado religião oficial. Entre 965 e 1008 eram batizados os reis da Dinamarca, Polônia, Hungria, Noruega e Suécia. Desses dois fatos resultou o formato do casamento, em princípios do ano 1000, com uma face totalmente nova. Durante o Sacro Império Germânico, que sucedeu ao Império Romano, dirigido por Oto III de 998 a 1002, houve uma fabulosa transformação das sociedades urbanas romanas e das sociedades rurais germânicas e eslavas. As uniões entre homens e mulheres eram, então, o resultado complexo de renitências pagãs, de interesses políticos e de uma poderosa evangelização.
Podemos ver assim, um esforço do cristianismo em trazer justiça à relação homem-mulher, evitando que a força física ou econômica do homem prejudicasse a mulher e seus filhos. O Estado se associa à Igreja e a partir daí o casamento civil é observado junto com o casamento religioso. Uma espécie de algema que une os nubentes, inicialmente em nome do amor, mas com o decorrer do relacionamento observamos vários desvios da meta original, do envelhecer juntos e harmônicos. Geralmente o interesse masculino diverge do feminino e os princípios de amor exclusivo que está na base dos compromissos, tanto jurídicos quanto eclesiásticos, formam o estopim para conflitos de potenciais letais.
Acredito que essa instituição, casamento, seja ainda necessária para conter os impulsos egoístas de nossa natureza animal, mas à medida que evoluirmos, que a nossa razão consiga controlar os ímpetos dos instintos, então as relações entre homem e mulher poderão ser feitas com base no amor incondicional e a família universal poderá ser assim construída.
Quando falamos no amor romântico sempre estamos nos referindo ao amor imanente, ao amor associado a reprodução dos corpos materiais e portanto, associado ao mundo material. O amor transcendental, por outro lado e por definição, é aquele que transcende a dimensão material, que extrapola os interesses reprodutivos dos corpos biológicos.
Krishna é o Deus indiano que conta com o maior número de adeptos em todo o mundo, ao lado de Jesus e Buda. Ele é a oitava manifestação de Vishnu, o deus da preservação da suprema trindade hindu, ao lado de Shiva e Brahma.
Conforme as lendas, o objetivo desse Avatar era triplo: destruir as personificações da ignorância que ameaçam o equilíbrio do Cosmo; tornar o centro do desenvolvimento; e assumir o papel de liderança na grande guerra. Ele também entregaria sua mensagem filosófica no texto conhecido como “Bhagavad Gita” (Sublime Canção).
Krishna ia crescendo pouco a pouco e transformando-se em adolescente. Num dia, em que as pastoras foram banhar-se no rio Yamuna, acercou-se cautelosamente do lugar e roubou todos os vestidos, colocando-os em uma árvore próxima. Quando as pastoras saíram da água e buscaram suas roupas em vão, empenharam-se a lamentar, sem saber que decisão tomar. Mas quando viram Krishna na copa de uma árvore contemplando-as e rindo, arrojaram-se novamente no rio e, dali, pediram que ele se apiedasse delas. Krishna não aceitou levar-lhe a roupa, e sim que fossem buscar, uma a uma, com as mãos juntas, em atitude de súplica.
Esse episódio é somente uma introdução a muitos outros parecidos. As esposas e filhas dos pastores, livrando-se de sua reserva e modéstia habituais, abandonavam seus lares e ocupações para seguir Krishna ao bosque tão logo ouvissem os sons de sua flauta. Nessas ocasiões, ele dirigia-lhes amáveis reprovações, mescladas com advertências de que só por meio da meditação nele obteriam a salvação. Eram tantas as pastoras que se enamoravam de Krishna que ele não podia dar-lhes as mãos quando dançava com elas. Então, o Deus multiplicava-se em cópias precisas e cada bailarina sentia a ilusão de ter, entre suas mãos, o Deus Krishna. Quaisquer que fossem as formas que adorassem, Krishna as faria livres. Algumas o conheceram e o buscaram como filho ou como amigo, outras, como amantes, e algumas como inimigas, mas não se sabe de ninguém que deixou de alcançar suas bênçãos e o benefício da libertação.
Este é um exemplo de amor transcendental que extrapola os limites materiais, de uma pessoa exclusiva para outra. Krishna é o polo atrativo para onde tantas mulheres se dirigem em busca de se tornarem importantes, de alcançarem a liberdade da ignorância da vida, da rotina voltada para a sobrevivência do corpo e da reprodução de novos seres. Para Ele atender a tantas tem o poder de se duplicar em cópias e cada uma tem a impressão de estar com o original e mesmo assim se beneficia. Aqui, na imanência do mundo material, nós, simples mortais, não temos o poder de agir dessa forma. Se por acaso desenvolvemos o amor e nos transformamos num polo atrativo para as mulheres que podem se beneficiar dele, iremos sofrer os efeitos do egoísmo pela falta de compreensão quando nos mantemos afastados por estar perto de outra pessoa. Nessa situação é muito mais fácil de desenvolver sentimentos negativos como raiva e ressentimentos, apesar de todas se beneficiarem das ações amorosas.
Nas façanhas de sua vida, Krishna transgrediu inúmeras convenções e regras morais estabelecidas pela sociedade, inclusive algumas motivadas pela paixão, que extrapolava os limites éticos dos relacionamentos. Este é um comportamento incompatível com a atitude de um Deus, que não pode se submeter a paixões e prejudicar a terceiros.
Outra atitude pouco comum de Krishna é o fato de ter oficialmente elegido, entre as pastoras (Gopis), uma amante. Esta, esposa de um humilde camponês, chamava-se Radha. Krishna e sua amante viveram juntos momentos de intensa paixão, carregados de erotismo, descrito no livro “Gita Govinda”.
Radha é representada principalmente como uma subordinação pessoal voluntária ao seu amado Krishna, sua personalidade dissolvendo-se nele. Com os olhos fechados, a deusa segue-o para onde ele a leva, confiando completamente e abrindo mão do seu ego. Mantém duas características básicas e arquetípicas: um grande sentimento (mahabhava) e devoção ao amor desinteressado, incondicional (premabhakti).
Esta é a metáfora divina de um devoto que se funde com seu Deus. Por extensão, também simboliza um ser amado que se funde com o seu amor. Essa lição também pode ser encontrada na Bíblia, onde diz que a mulher deve se fundir ao homem e que deve segui-lo enquanto cabeça do casal.
Essa completa anulação do ego feminino em função dos paradigmas masculinos, aponta para o encontro da alma gêmea, o que até agora não consegui e não nutro esperanças de encontrar algum dia nesta atual existência. Talvez eu consiga ser essa alma gêmea para algum homem, quando em outra vivência eu vier como mulher para experimentar as lições que esse gênero deve passar para mim. E com certeza, essa anulação do meu ego feminino para seguir os paradigmas do meu companheiro masculino será minha grande lição e que tanto senti falta nesta atual vivência.
Reli a seguinte frase de Saint-Exupéry, escrita no livro “O Pequeno Príncipe” que me levou a novas reflexões.
“Foi o tempo que dedicastes a tua rosa que a fez tão importante.”
Perfeito!
Quando aplicamos o sentido dessa parábola às relações humanas, vamos verificar que o tempo que passamos perto de uma pessoa tem a capacidade de fazê-la muito importante, feliz... mas também pode acontecer o contrário. Mas vamos desenvolver o pensamento positivo, de que essa aproximação é carregada de amor e por isso esse tempo faz bem à pessoa.
O pensamento do autor quando escreveu a frase estava sintonizado com o amor romântico, aquele que aproxima pessoas, gera ações positivas que torna o outro importante e que gera também expectativas de que essa aproximação nunca se desfaça, a não ser nos imperativos da sobrevivência. Pode ser tolerada a ausência da pessoa amada devido ao trabalho, por exemplo, pode passar um turno, dois turnos, um dia, dois, uma semana, um mês, até seis meses, como acontece com alguns marinheiros e profissões similares que viajam ininterruptamente ao redor do mundo, ou mesmo que se deslocam para o espaço em estudos e ações nos satélites artificiais. Essa justificativa faz com que a pessoa consiga tolerar a ausência do amado sem tanta consequência emocional. Mas, imagine que essa pessoa amada não está presente por uma hora, e que nesse momento está dando também o seu amor a outra pessoa. Pronto! Esta é a senha para ser desencadeada no psiquismo daquele que se comporta dentro dos paradigmas do amor romântico, de gerar os sentimentos do ciúme que deixa surgir a raiva e o ressentimento contra os dois possíveis amantes. A pessoa que age assim não percebe que sua atitude, exercida em direção ao companheiro que se comporta com base no amor incondicional, vai provocar uma incômoda percepção de desarmonia que tende ao afastamento. E muitas vezes a pessoa não consegue perceber, que cada vez que ela manifesta o ciúme, ao invés de conseguir a aproximação do seu companheiro, gera cada vez mais o afastamento.
Por outro lado, a pessoa que ama com o paradigma do amor incondicional, não se sente atingido se a sua companheira ou companheiro divide o seu tempo com outra pessoa, qualquer que seja o período desse tempo. Sente que o tempo partilhado com essa pessoa é importante, mas se ela resolve por qualquer motivo ficar perto de outra, isso tem que ser respeitado, pois o sentimento que se tem da importância que se desenvolve pelo outro dedicar o tempo dela a si, não deve servir de algema para que essa pessoa não possa desenvolver seus sentimentos ou interesses em outra direção.
A rosa (pessoa) que pode ser eu, devo ser grato ao tempo que aquela pessoa dedicou a mim e que me fez tão importante, mas não posso exigir que essa pessoa perca os seus horizontes e mantenha a sua vida a se dedicar a mim, exclusivamente, sem qualquer outra criatividade ou oportunidade de afetos que a vida possa lhe oferecer. Afinal, eu devo compreender que fui beneficiado por essa dedicação, e não posso pagar tamanha bondade para comigo com a exigência de uma exclusividade que irá podar o potencial do meu benfeitor. Devo aproveitar a importância com a qual fui beneficiado, para deixar o meu benfeitor livre e ao mesmo tempo procurar a compensação com outros afetos, se assim eu tiver essa necessidade.
Assim, verifico que a frase do nobre escritor Saint Exupery sinaliza apenas um aspecto superficial, do tempo que uma pessoa gasta com outra, e que a faz importante. Devemos aprofundar as consequências da dedicação desse tempo para ambos os participantes, para não transformar quem o dedicou num escravo e quem se beneficiou num dependente emocional.
“Uma das maiores pobrezas da cultura atual é a solidão, fruto da ausência de Deus na vida das pessoas e da fragilidade das relações. Existe também uma sensação geral de impotência em relação a realidade socioeconômica que, muitas vezes, acaba por esmagar as famílias. Isso sucede pela crescente pobreza e precariedade do trabalho, por vezes vivida como um verdadeiro pesadelo, ou por uma fiscalidade por demais pesada, que certamente não encoraja os jovens ao matrimônio. Não raramente, as famílias sentem-se abandonadas pelo desinteresse e pouca atenção por parte das instituições. As consequências negativas do ponto de vista da organização social são evidentes: da crise demográfica às dificuldades educativas, da fadiga de acolher a vida nascente ao sentir a presença dos anciãos como um peso, até a difusão de um mal estar afetivo, que, por vezes, termina em violência. É responsabilidade do Estado criar as condições legislativas e de trabalho, para garantir o futuro dos jovens e ajuda-los a realizar o seu projeto de fundar uma família.”
Essa ausência de Deus na vida das pessoas é um fato, apesar da maioria se declarar como crente na existência dEle, mas pouquíssimas pessoas procuram seguir a Sua vontade. Daí vem a solidão e a fragilidade das relações.
Eu sei que moro sozinho, mas não em solidão. Tenho comigo sempre a presença do Pai e de todos aqueles espíritos que vibram em sintonia com meu pensamento. Sei que aqui na Terra material não encontrei ainda nenhuma pessoa que sintonize com a minha vibração mental, em seguir determinado caminho para servir a Deus. Não encontrei aquela mitológica “alma gêmea”. Essa condição deixa fragilizada minhas relações, não da minha parte, mas por parte das minhas companheiras que sintonizam com o amor romântico e não com o amor incondicional. Isso implica que elas se afastam quando percebem meu tempo e interesse em outra direção, o ciúme domina o pensamento e o afastamento com requintes de raiva e maldade se tornam visíveis.
A miséria socioeconômica de milhares de pessoas é uma decorrência dessa família nuclear que cresce em torno do egoísmo na comparação com outras famílias também nucleares. Essa condição não permite um relacionamento harmônico no interior das famílias ou nas relações de umas com as outras. A lição que Jesus nos trouxe é importante para quebrar esses paradigmas do egoísmo e construirmos famílias solidárias com base na amor incondicional.
O desinteresse e pouca atenção das instituições, que são formadas por homens que pertencem a uma determinada família nuclear, vai gerar o sentimento de abandono das pessoas, de se sentirem esmagadas pela sociedade. A crise demográfica produzida pela ignorância das responsabilidades que cada pai deve ter com a geração de seus filhos, serve apenas para coloca-los como palha seca na fogueira dos egoísmos nas suas mais diversas formas e que consomem o vigor e o potencial humano.
Como extinguir essas labaredas, se continuamos a privilegiar a família nuclear na estrutura do amor romântico, se é ela que gera todas essas condições nocivas? Temos que partir corajosamente para o estudo minucioso do que Jesus quis nos ensinar quando falava do amor incondicional, da família universal e do Reino de Deus.
Sei que não é fácil, pois procuro fazer isso com o máximo de justiça e coerência possível e não vejo nenhuma compreensão quanto aquilo que eu digo, quanto mais com aquilo que tento praticar. Pelo contrário, vejo surgir ilhas de ressentimento e claras ironias ao meu redor. Atacam o meu comportamento sem entenderem os meus princípios. Mas não culpo ninguém, talvez o problema maior é que eu não seja um bom professor.
O cérebro equivale a um computador no seu trabalho de processar informações. Um computador especial que possui elevados recursos que não sabemos ainda quais são, um mecanismo complexo que apenas estamos tateando no seu conhecimento e que não permite até o momento um acesso tecnológico à sua engenharia biológica. Dentro do cérebro surge um campo, chamado mental, onde emergem os pensamentos que, disciplinados e educados, podem usar a razão e a lógica para desenvolver a dedução (parte de um caso específico para a teoria) e indução (parte de uma teoria para o caso específico). Se eu considero que o mundo espiritual é um fato real habitado por inteligências desencarnadas, então eu deduzo que posso entrar em contato com essas personalidades, ouvir seus conselhos e até escrever livros através delas; se eu tenho em algum momento visto ou ouvido uma personalidade que não está encarnada, então posso induzir que ela habita uma dimensão que está além dos meus sentidos físicos, e que qualquer pessoa no mundo pode passar a qualquer momento pela mesma experiência.
O hábito de pensar leva ao desenvolvimento de ideias elaboradas, que são entendíveis à nível de córtex cerebral, são digitadas no subconsciente e sofrem a fixação no inconsciente.
Os conteúdos psíquicos do subconsciente são armazenados como memórias, algumas vezes na forma de recalque, processo ativo de manter no subconsciente emoções, desejos, lembranças ou afetos passíveis de entrarem em conflito com a visão que o sujeito tem de si mesmo ou na sua relação com o mundo. Termina por ser construído neste espaço mental a vida psíquica propriamente dita, com os sentimentos e os padrões social e moral. Este conteúdo do subconsciente pode aflorar em situações como os sonhos e nas neuroses, que representam fixações perturbadoras.
O alicerce do subconsciente, representado pelos frequentes padrões de pensamento, é quem estabelece a conduta do indivíduo, seu relacionamento interpessoal e a vivência existencial.
Os painéis do subconsciente sinalizam para a mente os diversos estados da alma, da saúde, doença, felicidade, amargura. Quem está por baixo dessa sinalização são as enfermidades representadas pelas somatizações, o bem estar ou alegria, o pessimismo ou o medo. A mente, através do consciente, recebe do meio interno e externo as impressões subjetivas (imaginação, vontade, intuição, memória) e objetivas (proveniente dos sentidos, audição, visão, etc.), respectivamente. Entre o consciente e o subconsciente está o crivo da razão, local onde se toma as decisões, se aceita ou rejeita os conteúdos, a porta estreita para o subconsciente. São armazenados neste espaço do subconsciente as ações involuntárias como pulsação e respiração, a memória completa, inclusive aquela que não está registrada pelo consciente, o raciocínio que obedece as ordens da consciência, os impulsos e sensações, os paradigmas da vida. Aqui no subconsciente não se julga, pensa ou decide. Simplesmente obedece e executa e automatiza as funções e atos repetidos.
Os desejos originados do subconsciente são os motivos de condutas, de ideias selecionadas, provindas do arquivo de experiências. Neste arquivo se encontram patologias degenerativas, rastros de infecções por vírus e bactérias, e os vícios em geral: drogas, sexo, jogo, doces, tecnologia, etc. A vontade, apoiada na ética e na moral cristã é quem pode fazer o enfrentamento dessas forças subconscientes e direcionar o comportamento para outra direção.
O empenho pessoal derivada de uma consciência que almeja o êxito, vontade e saúde, é quem deve mobilizar a vontade para o caminho do altruísmo, da evolução do espírito. Porém, surgem muitas queixas, de que a vontade é débil, que se é vítima do infortúnio ou de um destino perverso. O conhecimento adquirido no autodescobrimento vai reconhecer que todas essas dificuldades que existem para a vontade alcançar suas metas, reside nos desejos que afloram do subconsciente, causados pelas ações negativas e comportamento enfermiços do passado. É imprescindível que a vontade tenha forças para produzir hábitos saudáveis.
Um programa personalizado deve ser elaborado e é quem vai definir o sucesso ou fracasso de alcançar a meta. Deve se privilegiar as atitudes positivas, que induzem um bom efeito, uma boa vibração. Deve se insistir na renovação dos valores e perseverar na ação. A potência da ideia aceita como saudável deve prevalecer sobre as arquivadas e que comandam os acontecimentos.
A aquisição de valores capitaneada pela força de vontade é um processo longo dentro de um projeto bem elaborado. A realização positiva deve ser procurada com frequência, assim como o bom direcionamento, a auto indução para o bem e o pensamento vitalizado pela consciência da imortalidade do espírito e é a ele que se deve dar preferência dentro do trabalho evolutivo.
Para o triunfo do projeto o auxílio divino é importante, mas o empenho pessoal é imprescindível. A pessoa deve desenvolver o seu potencial, manter o Self lúcido, fixar as aspirações superiores no subconsciente e começar a ascensão consciente e inconsciente.