Acordei hoje com um sonho vívido na minha mente. Por algum motivo um professor havia cancelado duas aulas, cada uma correspondendo a duas horas aulas, que não podia vir dar, e eu terminei assumindo essa responsabilidade sem dominar o assunto. A disciplina era de história, mas os alunos eram da turma de medicina, e logo eles perceberam minha dificuldade em cumprir essa tarefa. Mesmo assim fiquei matutando na melhor forma de fazer isso, e logo veio uma ideia. Eu diria a todos que a aula iria ser campal, que nós iríamos para o Campus e nos reuniríamos em frente à Cooperativa Cultural. Cada um lesse o assunto correspondente as duas aulas que nós iríamos dar em só um momento. Se cada aula corresponde a duas horas aulas, cada de 50 minutos, então teríamos a nossa disposição 200 horas aulas. Combinaria então com os alunos para nos encontrarmos as 9h e encerraríamos as 12:20h. Cada um devia ler previamente o assunto e quando nos encontrássemos as 9h cada um ou grupo de dois ou três, poderiam dizer o que iriam encenar, após acordo prévio com os colegas por celular.
Dessa forma eu garantiria que todos lessem com atenção o assunto e chegassem a decorar mesmo o trecho da sua performance nesse teatro improvisado. O desempenho de todos na performance dramática que necessariamente iria ser utilizada, serviria de mecanismo de fixação da aprendizagem adquirida. Poderia também ser usados os equipamentos comunitários adjacentes, como Reitoria, TV e Rádio Universitária como ambientação do cenário.
Estava fazendo essas elucubrações dentro do sonho quando acordei. Tudo estava vívido em minha mente, cenas, sentimentos e pensamentos, o que raramente acontece com os meus sonhos. Geralmente os esqueço, não lembro nem mesmo no momento imediato do acordar. Muito provavelmente é mais um recado de Deus para mim, mas ainda não consegui decifrar.
Sei que é uma improvisação que eu devo fazer para levar as pessoas ao aprendizagem e fixação de um assunto. Mesmo que eu não domine por completo esse assunto. Estou pensando agora... será relacionado com o meu trabalho comunitário cristão na Praia do Meio? Estou tentando aplicar um trabalho cristão sem a formação de um sacerdote cristão, ou mesmo um pastor evangélico. Sou simplesmente um acadêmico da área da saúde, um profissional da psiquiatria, como posso ensinar com tanta ênfase, profundidade e produtividade tal assunto? Mas é isso que o sonho quer passar. Eu não dominava o assunto de História ao qual fui incumbido, mas aceitei o encargo e logo estava colocando a criatividade para funcionar no melhor proveito da tarefa. Não será isso que Deus quer dizer? Que eu devo ensinar o Evangelho na prática, envolvendo alunos (associados), pessoas e instituições? Num trabalho que parece uma encenação, mas por trás tem todo um conteúdo prático e transformador?
Sim, acredito nisso! É essa a mensagem que o Pai me transmitiu neste sonho. Ele quer que eu prepare os associados da AMA-PM na condição de um professor, papel este que já desempenho. Tenho agora que preparar um roteiro onde cada um desempenhe o seu papel de evangelizador na prática e ao mesmo tempo recrutador de novos braços e corações para o trabalho a ser realizado. As instituições devem ser ocupadas, principalmente aquelas ligadas a mídia; os serviços públicos devem ser acionados no seu contexto democrático de servir a população, mas imbuído da responsabilidade de também servir ao Pai, com a compreensão de que Este é o gestor máximo de nossas vidas.
Vejo que o trabalho é enorme, as dificuldades são grandes, mas o cenário está posto, o Pai continua a enviar pessoas com o perfil de colaboradores dessa grande Seara. E o Pai confia em mim, por isso estou aqui e penso assim!
Procurando compreender o simbolismo que o Cristo nos ofertou durante a última ceia com seus apóstolos, quando disse que o pão era seu corpo e o vinho seu sangue, podemos fazer algumas considerações.
Como Jesus era um Mestre por excelência e defendia a existência do mundo espiritual e um Pai para todos nós, Ele dizia também que esse mundo espiritual era muitíssimo mais importante que esse frágil e passageiro mundo material. Ensinava que devíamos nos desapegar das posses materiais e tentações dos desejos carnais, pois isso de nada importava quando chegasse o momento da passagem do mundo material para o mundo espiritual.
Essa passagem do mundo material para o mundo espiritual que chamamos de morte, para as pessoas materialistas corresponde ao extinguir da vida, que tudo desaparece, que nada mais existe para quem morre. Porém Jesus ensina que isso não é verdade, pois o ensinamento que Ele traz mostra que a vida não se resume apenas na existência organizada e funcional de um corpo físico, e que depois que isso não é mais possível outra existência, a espiritual, será percebida com mais clareza. Por isso Ele dizia: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Queria dizer assim que os ensinamentos que Ele trazia para o mundo era o Caminho por onde devíamos seguir, que nessa trilha estava a Verdade e que iríamos perceber que a Vida nunca deixará de existir, mesmo que ela esteja descolada do laço material com a carne e passe a ter consciência de um ser espiritual. Por isso Ele afirmava, “Quem crê em mim terá a vida eterna”, pois sabia que esse corpo material era apenas um detalhe passageiro, como Ele mesmo provou com a ressurreição de Sua consciência num poderoso corpo espiritual, capaz de ser tocado e de ascender aos céus.
O Mestre sabia que não estando presente entre nós de forma material, num corpo físico, as Suas lições espirituais terminariam por perder força com o tempo corrido pelas gerações no domínio da matéria. Portanto, foi com sabedoria que Ele associou o seu corpo ao pão e o vinho ao seu sangue, no último momento que estava com todos os apóstolos. Ele criou assim um simbolismo para quem viesse a ter notícias sobre Seus ensinamentos, pudesse incorporar ao seu corpo e pensamento as características do Mestre, bastava para isso acreditar nas Suas lições.
Por isso nós, da AMA-PM e Projeto Foco de Luz, que acreditamos no Cristo e estamos procurando aplicar Suas lições na prática nesta comunidade, como assim é a vontade de Deus para todo o mundo, vamos também usar o simbolismo que ele nos ofereceu, adequando-o a nossa realidade. Iremos oferecer a cada reunião o trigo, na forma de pão, bolos ou correlatos, como correspondentes do Seu corpo; e a uva, na forma de vinho, de sucos ou correlatos, correspondentes ao Seu sangue. Aplicaremos assim, com alegria e harmonia, numa espécie de sacralização, o simbolismo que ele nos ensinou, ingerindo os frutos da Natureza para alimentar o nosso corpo material, mas com a essência forte do Seu espírito para alimentar a nossa alma. E este é o nosso principal objetivo!
Jesus, durante a última ceia com os apóstolos, sacramenta o símbolo que oficializa a relação com a espiritualidade quando fala que o pão é a Sua carne e o vinho o Seu sangue.
Da Vinci escolheu esse momento como o cenário ideal para codificar seus conhecimentos simbólicos na pintura “A Santa Ceia”, o momento em que Cristo faz para todos a revelação – quase pagã – de que identifica seu corpo com o pão e o sangue com o vinho. O pão para o cristão tem o sentido de sacrifício, sacro-ofício, comer o pão se torna um ofício sagrado. Ou seja, reconhece-se o que há de espiritualidade no trigo em Sua mão. O sacro-ofício é isso, transformar o ato prosaico em um ritual de comunicação com o divino. Ao mesmo tempo, beber o vinho ganha o sentido da remissão e lavagem de pecados. O sangue simboliza aquele que passa por todos os órgãos. Se olharmos os doze signos como as diferentes partes do corpo humano – como faz a astrologia tradicional -, o sangue é aquele que percorre e alimenta indiscriminadamente e por igual os diferentes órgãos, distribui-se igualitariamente.
Cristo coloca o símbolo à disposição dos discípulos como um caminho para a realização espiritual, um vínculo que possibilite a “salvação”. Em João 6:54, Cristo fala: “Aquele que como e a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o levarei até o último dia.” Ele mostra para todos que acham que viver no corpo é estar preso ao corpo, que lidar com o sentido simbólico no relacionamento com o material é uma maneira de escapar das limitações deste universo material.
Ao apresentar a sacramentação de um ofício cotidiano simples como ritual de religação ao sagrado, Ele cria a possibilidade de uma missa pessoal. Judas Iscariotes entregou o corpo físico do Cristo para os romanos, e Jesus está entregando seu corpo e sangue espiritual aos apóstolos, discípulos e crentes. A partir desse dia Ele não estará mais presente e disponível no corpo, mas em qualquer cálice ou em qualquer pão para quem quiser vê-lo com sinceridade. Sua energia não estará mais limitada, mas dispersa por toda a existência e disponível a qualquer um no ritual diário do pão e do vinho. Deixou de ser privilégio de poucos discípulos escolhidos, mas de quem tiver sensibilidade. A Era de Peixes, a Era do Cristo, está sintonizada com o contato incorpóreo com a espiritualidade, dependendo totalmente da espiritualidade para esse contato.
O sangue e o vinho são dois símbolos do signo de Peixes, a Era que o Cristo veio inaugurar; e o pão e o trigo são símbolos de Virgem, o signo da Terra, da Natureza, dos druidas, das bruxas, o signo que tendia a ser esquecido nessa Era. Cristo nesse momento atenta para a importância da complementaridade entre os opostos.
No trabalho da pintura de “A Santa Ceia”, Da Vinci deixou um espaço entre os apóstolos e o Cristo, um vazio que tem que ser atravessado para se chegar à unidade que o Cristo representa. Qualquer que seja o apóstolo, qualquer que sejam suas particularidades, ele tem que atravessar o vazio para chegar ao centro, ao eixo, ao eixo do universo. É a manifestação última, é a consciência do vácuo a ser percorrido até o divino.
Talvez sem perceber, ou talvez esta seja mais uma forma de representar o conhecimento do que hoje a mecânica quântica nos mostra, quando informa que o elétron tem que passar pelo desconhecido de vazio para saltar de uma camada para outra, para chegar ao centro divino que está tão longe da materialização, mesmo que seja de um simples elétron.
São esses universos diferentes, material e espiritual, que estamos cada vez mais sendo capazes de introjetá-los em nossa consciência.
Ao ler um trecho do livro de Taylor Caldwell, “O grande amigo de Deus”, deparei-me com um diálogo que aborda frontalmente umas das maiores virtudes que considero e procuro praticar: a verdade. Saul esta muito tempo fora de casa, e o pai não conseguindo suportar a solidão, suicidou-se. A questão agora era como se devia informar a Saul do acontecido.
- Não, o senhor não pode enviar esta carta – disse Aristo a Reb Isaac, a cuja casa fora chamado. – Saul bem Hillel é uma pessoa extremamente sensível. Sua carta possivelmente o destruirá e ele não deve ser destruído.
Reb Isaac, na sua dor, remorso e temor pela sorte eterna de Hillel bem Borush, quando fosse chamado perante um Deus severo para prestar contas do seu ato mortal, tinha escrito uma carta onde, contraditoriamente, deplorava o fato. Censurou Saul por sua evidente indiferença e desconsideração com o pai, o mais bondoso e terno de todos, fazendo com que este se matasse: era um julgamento da sua negligência e egoísmo filial. Filhos que amavam os pais e o demonstravam, jamais teriam tal tristeza. Mas os pais deixados a sós e abandonados numa casa vazia eram frequentemente levados, por sua mente atormentada pela ânsia e saudade, a esse ato e uma porção imperdoável dele jazia eternamente nas almas dos filhos negligentes. Quem, perguntava Reb Isaac, nessa carta impregnada de amargura, teve um pai melhor que Saul bem Hillel? Um pai que nunca se queixou da indiferença dos filhos? Não, ele foi terno demais para isso. Apenas sofreu. Reb Isaac não invocou exatamente imprecações religiosas sobre a cabeça de Saul, mas dava essa impressão. O pergaminho estava manchado pelas suas lágrimas idosas.
- É uma carta injusta – disse Aristo ao velho rabino, cujos olhos estavam vermelhos. – Saul amava o pai. E Séfora, aquela jovem e bela matrona, também. Conheci-os bem. Também conheci Hillel bem Borush muito bem, muito mais que a maioria dos seus... amigos. Desconfiei há muito tempo de suas intenções.
Reb Isaac olhou-o furiosamente com seus candentes olhos negros.
- E não procurou convencê-lo de que precisava viver? Você, que tinha mais motivo que a maioria para honrá-lo e ser grato?
- Foi por esse motivo que não tentei – respondeu Aristo. – Senhor, não podemos concordar nesse assunto, pois nossas filosofias diferem. O que eu compreendo, o senhor não entende. O que para o Senhor é crime contra seu Deus, não o é para mim. Nem para milhões de outros. Não pedimos para nascer. Mas podemos escolher quando morrer, pois certamente um homem tem dignidade! O senhor acredita numa vida depois desta. Eu não, embora deseje ao meu querido velho amo uma existência de felicidade. Como disse Sócrates, não se deve temer a morte, pois é apenas um sono eterno e o sono não é agradável? E se há vida após a morte, não pode ser pior do que esta. Tenha piedade. Não envie esta carta a Saul nem a Séfora bas Hillel. Procurarei Saul pessoalmente e lhe direi...
- O quê? – exclamou o rabino que, agora, enxugou às claras as lágrimas recentes.
- Que seu pai esteve doente durante muito tempo. O que, o senhor tem de concordar, é verdade. Que ele não desejou angustiar e assustar os filhos e por isso evitou informá-los. O que também é verdade, embora eu o veja agora balançando a cabeça. Por isso, quando estava no jardim, calmamente debruçado na ponte, foi tomado por um violento tremor, uma última vertigem, um desmaio, e caiu nágua. Seu rosto, visto no lago, estava tranquilo e imóvel – e estava – e, consequentemente, ele não soube estar morrendo e por isso não lutou. Acreditamos, direi a Saul, que morreu ainda antes de tocar a água. Peço-lhe, não continue a balançar a cabeça. Pois o fato é que Hillel bem Borush morreu há muito, muito antes daquela tarde definitiva, na tranquilidade dos seus jardins..
- Sofismas – disse o rabino. – Vocês, gregos, vivem cheios de sofismas¹.
- Um sofisma é melhor que uma verdade cruel – replicou Aristo, esboçando um sorriso. – E conhecemos a verdade? Não. Ela jaz no coração de Hillel bem Borush, ao abrigo de olhares alheios.
- Então, por que não pode dizer a Saul, você, que é tão amante de sofismas, que Hillel morreu tranquilamente na cama e não no lago?
- Pelo fato de o mundo estar cheio de línguas ferinas. Não podemos ter certeza de que um dia, um visitante de Jerusalém, que conheça Borush e Saul, não vá dizer a este que seu pai foi encontrado no lago. Nós... precisamos ser discretos. Não diremos a ninguém o que sabemos e assim Hillel repousará ao lado da sua mulher, sem mancha. Mas Saul tem imaginação. Se eu lhe mentir e disser que seu pai morreu na cama e ele mais tarde souber que eu lhe menti, então terá a certeza de que o pai cometeu suicídio e que eu só quis poupá-lo. Não ficará agradecido e a partir daí sua vida será um sofrimento só. É isso o que deseja o senhor, seu velho mentor?
O rabino ficou em silêncio e as lágrimas tombaram dos seus olhos, embebendo-se na barba branca. Então falou, com voz rouca:
- Agora posso compreender como vocês, gregos, seduziram nosso povo em Israel, com seus sofismas e seus argumentos inteligentes.
Aristo deu uma risadinha.
- Deseja que eu lamente isso? Não. Estou satisfeito. Ouvi dizer que seus profetas eram homens sombrios, sem alegria de viver, com apenas palavras de destruição e de advertência, de ameaças e de castigo e outras coisas desastrosas. Soube que essas coisas assim profetizadas se realizaram. Mas para que devem os homens ficar apreensivos por antecipação? Todos os homens não erram e desejam as coisas boas da vida? É a sua natureza. Senhor, peço-lhe... estou vendo as palavras em sua língua: não me fale do objetivo dos profetas e do semblante ameaçador do seu Deus. Cansei de ouvi-lo de Saul, que se esforçou para me converter. O senhor e eu temos diferentes pontos de referência, que nunca se encontrarão. Mas numa coisa podemos concordar: os deuses amam os homens misericordiosos.
Interessante essa circunstância, pois Aristo, ao usar um sofisma ao invés da verdade, parece estar sendo mais misericordioso do que o Rabino que quer ser verdadeiro, de acordo com o que imagina ser real.
Apesar de amante da verdade também sou mais inclinado a ficar do lado de Aristo, pois, não sendo um ato de maldade é antes de tudo um ato de misericórdia, de compaixão, pelos erros humanos. Mesmo porquê, é como Aristo argumenta, ninguém é dono da verdade, pois Hillel estava sozinho nessa ocasião, e ninguém pode dizer que a argumentação de Aristo não seja verdadeira.
Concluo dessa forma que a verdade é um meio de caminhar com segurança na vida e sintonizado com o Pai, mas devemos ser sábios em avaliar cada circunstância e somente liberar a verdade num nível que possa ser compreensível e que não acarrete prejuízos desnecessários sobre ninguém. Parece um paradoxo, o uso da verdade trazer prejuízos sobre alguém, mas o caso de Saul mostra que isso pode ser possível. Vivemos ainda numa comunidade muito simplória, que não tem comportamento superior, que se deixa abater por uma simples recusa de alguém ao seu lado fazer algo para sua contrariedade.
Nada devam a ninguém, mas amem uns aos outros, pois quem ama o próximo cumpre a lei. O amor não faz mal ao próximo, portanto o amor é o cumprimento da Lei. Andemos honestamente, como de dia, sem conflitos e bebedeiras, sem reuniões libertinas, sem brigas...
O mal que mora no homem não pode ser destruído com outro mal, e somente com paciência, fé, amor e esforço infinito pela paz e conciliação. A espada não é o substituto do esclarecimento e da justiça. A missão dos cristãos é a salvação, não a violência; Deus, não os negócios seculares; alegria espiritual, não força física; império da alma, não leis humanas. O homem que não tem primeiro conquistado a si mesmo e dominado suas paixões – por mais legítimas que sejam, é um terrível perigo para sua própria alma e a alma dos seus vizinhos. Isso não significa que um homem bom seja igual ao leite e à água. Pode ser como um bom vinho, revigorante, confortador, esclarecedor, desalterante, e indutor de camaradagem. Acima de tudo deve transmitir alegria e amor que é o coração da harmonia.
Nosso Senhor ama o homem culto, com certeza, da mesma forma que ama os iletrados, os analfabetos e os simples! Se tivermos de avançar como ordenado, não devemos apelar unicamente para os escravos e os humildes, pois o Messias falou com a força da sabedoria universal, grande conhecimento e abstração sutil, em símbolos muito mais ocultos e abstrusos que um Homero, Virgílio ou Horácio, ou qualquer dos grandes poetas da Grécia. Na verdade, como disse Ele, devemos ser tão astutos quanto a serpente e tão inofensivos quanto uma pomba, mas devemos caminhar entre os pórticos, nas acrópoles, condomínios e edifícios de aprendizado e cultura, como na sarjeta, nas vielas, na terra, na beira-mar. Não lembro do Senhor ter derrubado uma estátua ou denunciado qualquer templo, ou ofendido os incrédulos de alguma forma, com ironia, desprezo ou acusação. Nós também não devemos.
Retirei este pensamento de Paulo (“O grande amigo de Deus”, de Taylor Caldwell), e adaptei um pouco às circunstâncias da comunidade da Praia do Meio, porque vi uma bela reflexão e indicador de caminhos que devemos procurar percorrer. Sendo solidários a todos que encontrarmos pelo caminho, sem nutrir qualquer tipo de preconceito, inclusive com acesso aos condomínios de pessoas mais abastadas e à universidade, ambiente dos doutos. Como Paulo ressalta, a mensagem de Jesus está repleta de sabedoria que não fica aquém a nenhuma outra filosofia de vida.