Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
07/09/2016 04h38
A FALÁCIA DO GOLPE

            Lendo o colunista da Revista Época de 05-09-16, jornalista e professor da ECA-USP, Eugênio Bucci, fiquei a refletir no que ele expressou do seu pensamento. Ele acredita que muita gente acha que o impeachment da ex-presidente Dilma foi um golpe, e eu acredito que ele está incluso. Mas, eu como milhões de pessoas que fomos às ruas exigir que o impeachment fosse feito, revoltados com a mentira que sofremos da ex-presidente quando era candidata, um verdadeiro estelionato eleitoral, e que dizia tudo ir às mil maravilhas no Brasil, sabendo que o desastre que o seu partido, PT, orquestrou durante o tempo que instrumentalizou a administração pública e doutrinou às escolas, inclusive à Universidade, entendemos que o impeachment foi o último recurso constitucional a nos livrar de tamanho prejuízo que sofremos.

            Sabemos que as pedaladas fiscais foi o detalhe técnico pelo qual o processo foi construído, mas a maioria da nação sabia, e as pesquisas de opinião pública demonstravam com o baixo nível de aceitação da presidente, que os motivos foram bem mais graves. Essa maioria, expressa em todo o país, sabia da destruição financeira da Petrobrás, inclusive dos fundos de pensão dos seus funcionários, tendo a ex-presidente como um dos responsáveis pelas compras superfaturadas em benefício de corruptos e corruptores, e que terminavam em caixa do seu partido político. Da mesma forma, essa maioria passou a perceber com mais clareza, depois das investigações da polícia e decisões da justiça, o quanto as instituições públicas foram sabotadas e saqueadas nesse governo. O dinheiro era desviado para alimentar os movimentos sociais e mídias diversas, inclusive com patrocínio de entes da cultura, com tanto dinheiro fácil que chegava até aos países que nutriam o mesmo pensamento anticapitalista e pró-socialismo, sem nunca pensar que estavam matando a “galinha dos ovos de ouro”.

            Sim, essa maioria, sabemos, que esses movimentos sociais que se beneficiavam e eram até acobertados em ações criminosas, como algumas invasões que foram noticiadas, irão protestar nas ruas por um direito que eles acreditam ser ético colocar acima da sociedade. Irão ameaçar como estão fazendo e ensaiando depredações de bens públicos e privados, como é a sua tática de enfrentamento. Nós, somos pacíficos, jamais iremos nos defrontar nas ruas com armas nas mãos. Todos lembram que enchemos às ruas com bandeiras do Brasil e cartazes exigindo a ética, justiça e moralidade na coisa pública, mas sempre com harmonia e respeitando o direito da coletividade, dos bens privados e a não-violência.

            Pois bem, quando somos provocados para responder se sabemos porque a ex-presidente foi cassada, a resposta está na ponta da língua, pois fomos nós os autores originais do pedido constitucional. E sabemos que o vice-presidente foi votado juntamente com a presidente para cumprir funções específicas, inclusive essa, de assumir o seu lugar no caso de vacância por qualquer motivo. E não vamos construir uma nova falácia de que essa pessoa, o vice-presidente, não tinha votos, pois seria uma prova de burrice colocar uma pessoa de outro partido na chapa sem que ele contribuísse para essa eleição.

            Portanto, queria deixar aqui essa informação ao nobre colunista e colega de universidade, que esse raciocínio errado do impeachment ter sido um golpe, que tem sido repetido exaustivamente pelos grupos beneficiados, para dar a ele uma aparência de verdade, não vai mudar a nossa forma de ver a constitucionalidade do ato, mesmo porque nos sentimos como coautores dessa ação.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/09/2016 às 04h38
 
06/09/2016 19h53
AMOR – CONDICIONAL OU INCONDICIONAL?

            Hoje acordei com um sonho na minha memória, onde sou provocado para ensinar a diferença entre o amor condicional e incondicional. Pensei, com certa demora, confesso, que esta foi mais uma orientação divina para eu repensar a pauta de meus textos e colocar neste momento a lição que Jesus veio ensinar sobre o amor e que nós, a humanidade, até agora só fazemos deturpar.

            Primeiro, vamos colocar no confronto os dois conceitos: qual deles é o mais forte, o mais amplo? O amor condicional, ou o amor incondicional? Sabendo que o amor condicional depende para sua existência de algum fator, de algum condicionante. Por outro lado, o amor incondicional não exige nenhum condicionante, simplesmente se manifesta. Fiz essa pergunta no sonho aos alunos, e não obtive resposta. Todos ficaram calados, mesmo sendo uma pergunta tão óbvia.

            Prosseguindo com a explicação, a pergunta seguinte se tornava mais complicada: como saber que estou agindo, nos diversos níveis de relacionamento interpessoal, dentro dos princípios do amor incondicional?  Não esperava de nenhum dos alunos essa resposta, já que aquela anterior, bem mais fácil, ninguém havia respondido.

            Disse então, que o Mestre Jesus havia nos ensinado como nos comportar dentro da lei do amor incondicional, sem riscos de desvios: bastava amar a Deus, enquanto Natureza, em todas as suas dimensões, material e espiritual, acima de todas as coisas; e amar ao próximo como a si mesmo, isto é, não querendo fazer ao próximo aquilo que não queremos para nós, e, principalmente, fazer ao próximo aquilo que gostaríamos que fizessem a nós.

            O silencio dos alunos, sem nenhum tipo de contestação, dava pistas de que eles estavam aceitando a lógica da argumentação. Então prossegui. - Muito bem, falava de forma didática, procurando levar a mente dos alunos pelos caminhos da minha racionalidade.

            Vamos agora imaginar o relacionamento conjugal, que é o relacionamento mais íntimo que podemos observar e portanto essa questão do amor deve ficar bem na superfície com fortes raízes na profundidade das emoções.

            Vamos imaginar que o casal teórico e em estudo é adepto do Amor Incondicional. Eles se amam sem esperar do outro qualquer tipo de recompensa, a recompensa de cada um pelo fato de amar alguém, é o próprio sentimento de amor que ele sente sair de si para o outro no sentido de aperfeiçoar aquela alma e de colaborar com a sua evolução, tanto material quanto espiritual.          

            Agora vamos imaginar que um dos indivíduos que compõe o par conjugal, de companheirismo, encontra outra pessoa e desenvolve por ela uma simpatia mútua. Tão profunda que justifica o relacionamento íntimo que cada um passa a desejar. Não há mentiras, esse novo parceiro sabe da cognição daquela nova amizade, que ela tem uma relação de companheirismo com outra pessoa, que vivem muito bem dentro da filosofia do amor incondicional e que nenhum pretende quebrar o relacionamento em função de qualquer outra pessoa. Mesmo assim essa terceira pessoa está decidida a ter essa experiência íntima, pois sente que vai ser útil para os seus sentimentos, que melhorará a sua qualidade de vida, mesmo que não tenha possibilidade de se manter ao longo do tempo.

            Chega nesse ponto a avaliação crítica. Qual seria a conduta dessa pessoa que tem um companheirismo baseado no amor incondicional com o seu par? Deve evitar o aprofundamento da relação afetiva e até do relacionamento sexual? Sabendo que essa ação será satisfatória tanto para si quanto para a nova amizade que construiu? Caso ele não tenha esse relacionamento por impedimento de qualquer natureza, ele não está cumprindo a bússola comportamental do Cristo: fazer ao próximo o que deseja para si.

            Nesse contexto podemos concluir que a relação afetiva com uma terceira pessoa, dentro dessas circunstâncias, deve ser realizada para que os princípios do Amor Incondicional sejam cumpridos. Mas como ficará o companheiro que está observando à distância esse novo relacionamento? Como essa pessoa também cumpre os princípios do amor incondicional, irá se sentir feliz por seu companheiro ter tido oportunidade de uma nova relação afetiva, e ficará grata aquela terceira pessoa que proporcionou isso e que indiretamente a deixou feliz, pelo seu companheiro.

            Esta dimensão relacional entre duas pessoas ainda não tive oportunidade de observar, nem na vida real nem na ficção. Sempre o amor condicional, na forma do amor romântico é quem prevalece com toda sua carga de egoísmo e de exclusivismo, causando as mais dolorosas reações emocionais que podem atingir o desenlace fatal.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 06/09/2016 às 19h53
 
05/09/2016 23h59
MEDICINA, SAÚDE E ESPIRITUALIDADE

            O curso Medicina, Saúde e Espiritualidade é oferecido semestralmente como disciplina optativa aos alunos da UFRN, principalmente os alunos de graduação do curso de Medicina. Este curso é desenvolvido com a participação dos professores voluntários, das diversas instituições e orientações religiosas.

            Este curso tem o objetivo geral de integrar de forma compreensível os conhecimentos técnicos e científicos na área da saúde, com os conhecimentos teóricos da filosófica espiritual conhecidos nas várias religiões. Contribuir e ampliar o ensino universitário, discutindo os vários conceitos religiosos e suas relações na saúde como instrumento terapêutico.

            A primeira aula é uma roda de conversa, onde cada aluno coloca a motivação por ter se matriculado no curso. Também informamos como o curso será desenvolvido, onde a participação de cada um será o elemento avaliativo. Portanto, não existirá provas formais, a presença de cada um constituirá o elemento de avaliação. Em nenhuma das aulas será defendido o ponto de vista religioso do apresentador do tema, apenas a forma de pensar e de agir dentro de cada construto religioso e sua importância para manter a saúde física e mental das pessoas.

            A segunda aula sobre a Anatomia Multidimensional, fala dos sete corpos que compõe o ser humano. Explica que esse estudo foi facilitado pelos Espíritos dividindo em apenas três corpos, o Espírito, o perispírito e o corpo físico. No perispírito vamos observar que é o protagonista dos fenômenos espirituais de quem já está vivendo na dimensão astral.

            A terceira aula explica os paradigmas físicos, inicialmente com a dinâmica newtoniana seguida pela dinâmica quântica. Sempre a procura da explicação para o mundo espiritual.,

            A quarta aula fala das energias vibracionais, que em última análise é o grande compositor, a matéria prima dos construtos do universos, quer seja nos domínios da matéria ou nos domínios do espírito. É neste ponto que devemos aprender a aperfeiçoar nossas vibrações e como fazer a intercomunicação com o mundo espiritual.

            A quinta aula é sobre o estudo energético do corpo, aprender como a energia flui ao nosso redor sob inúmeras formas, com designações e manifestações diversas, e afeta-nos ao interagira conosco mudando o nosso comportamento, a nossa saúde e a nossa vida diária e futura.

            A sexta aula é sobre a Kirliangrafia, o estudo fotográfico do efeito corona, presente nas extremidades, principalmente nas pontas dos dedos. Segundo os estudiosos e quem faz sua aplicação na prática, diz que serve para identificar tendências emocionais, principalmente a depressão com tendência ao suicídio. Também mostra a compatibilidade entre duas pessoas quando as energias se atraem ou se repelem.

            A sétima aula estuda a íris do olho e o mapeamento que existe dentro dela e que representa todo o corpo. Serve também para fins diagnóstico e mostrar que as energias do corpo podem se manifestar em alguns órgãos de forma representativa do coletivo.

            A oitava aula estuda os sete principais chakras e suas relações com as glândulas endócrinas. É uma ponte bem racional do mundo material representado pelas glândulas, visíveis e mensuradas, com o chakras, mais localizada no mundo espiritual, com visualização apenas pelas pessoas dotadas de mediunidade.

            A décima aula é feita dentro da visão do Hare Krishna, colocando o conceito de Deus dentro de toda a Natureza e a nossa eterna vida espiritual correndo através dos corpos biológicos efêmeros.

            A décima primeira aula fala da relação do cérebro, mente e espírito. Situa o cérebro como a estrutura material que dar suporte a função mental e que por sua vez é operada pelo espírito. Da mesma forma que a filmadora, um aparelho material, depende da ação do cinegrafista, que corresponde ao espírito, para operá-la.

            A décima segunda aula corresponde a nossa única prática do curso, a visita às enfermarias para conversar com os pacientes na condição de um ser humano para outro, e não na condição de um técnico para um paciente.

            A décima terceira aula é uma aula teórico prática, dança circular, onde a pessoa aprende a valorizar o corpo na interação coreográfica com os demais colegas. Sente o domínio do corpo sob o efeito das influências emocionais e na inteligência de seguir os passos conectados aos movimentos dos parceiros.

            A décima quarta aula tenta mostrar a importância desses conhecimentos espirituais no relacionamento profissional, tendo uma conduta humanizada com os pacientes. É elaborado um teatro com dois momentos, um atendimento humanizado e outro desumanizado, onde o profissional não interage com o paciente e o descarta no menor tempo possível.

            A décima quinta aula estuda os tipos de personalidade através da técnica do Eneagrama. A pessoa consegue se identificar com o tipo psicológico mas condizente consigo de acordo com a orientação do terapeuta e procura corrigir os gravames do seu comportamento.

            A décima sexta aula é também teórico prática. Mostra a indução de um estado alterado de consciência pelo processo de hipnose, e como a consciência fica com um poder inusitado, resgatando informações profundamente armazenadas no inconsciente e provocando efeitos fisiológicos, como anestesia, que podem ser bem utilizados em procedimentos cirúrgicos.

            A décima sétima e penúltima aula aborda a questão da Tanatologia apresentada pelo grupo da Conscienciologia. Mostra que a consciência sobrevive a morte do corpo físico e por esse motivo o conceito de Tanatologia como é entendido na Academia não é correto e deve ser renovado com essa nova visão espiritual.

            Finalmente, última aula, uma roda de conversa onde todos, professores e alunos colocam as considerações pertinentes sobre o curso, críticas e sugestões, como forma de aperfeiçoamento no futuro.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 05/09/2016 às 23h59
 
04/09/2016 06h59
PESQUISAS MULTIDISCIPLINARES ESPIRITUALISTAS

            Desde os estudos sistemáticos de Allan Kardec, uma corrente reflexiva da humanidade passou a fazer estudos de natureza científica, controlados, reproduzíveis, na dimensão espiritual. Mais uma vez o homem se depara com o enfrentamento da descoberta de uma nova realidade, como aconteceu com a descoberta no Novo Mundo, as américas, através dos navegadores europeus. Desta vez a perspicácia de um influente educador, autor e tradutor francês, Hippolyte Léon Denizard Rivail, nascido em Lyon, em 03-10-1804, conseguiu nos transmitir de forma lógica e compreensível, as primeiras informações do mundo espiritual longe dos dogmas religiosos e submetidos às descobertas da ciência, no que concerne a correção de erros de percepção ou de raciocínio. Utilizando as pessoas que possuem o dom de comunicação com esse mundo espiritual, os médiuns, Hippolyte, que passou a se chamar Allan Kardec, colheu as principais respostas dos espíritos e as publicou na forma de cinco livros: O Livro dos Espíritos, O Evangelho segundo o Espiritismo, O livro dos médiuns, A Gênese, e O Céu e o Inferno. Os três primeiros livros formam a base da Doutrina Espírita, com uma fase filosófica, religiosa e científica, respectivamente. Passou a ser considerado no contexto histórico como a Terceira Revelação, que se segue a primeira por Moisés, a segunda, pelo Cristo, e esta terceira pelo Consolador, o Espírito de Verdade.

            O trabalho de Allan Kardec teve continuidade no Brasil com o trabalho mediúnico de Chico Xavier, que através de novos espíritos, principalmente Emmanuel e André Luiz, aprofundaram a compreensão do Evangelho do Cristo e da realidade do mundo Espiritual. Ficamos conhecendo a existência do Umbral e das Colônias Espirituais, de toda uma organização complexa e sofisticada que através do trabalho hierarquizado dos Espíritos Superiores administram o mundo material, todos sob a governança do Cristo, que representa para todos a vontade do Criador, do Pai.

            Existe agora uma compreensão bem maior da composição das energias na formação desses mundos, material e espiritual, e que se interpenetram no mesmo espaço. Esta é a nossa disposição atual, de utilizar os nossos órgãos dos sentidos, nossos aparelhos tecnológicos, e principalmente, nosso racional, para entender como acontece essa interpenetração de mundos, essa comunicabilidade que existe, principalmente de lá do mundo espiritual para cá, o mundo material.

            Percebemos que o principal instrumento de pesquisa e ao mesmo tempo o principal sujeito das experiências, somos nós, os seres humanos. Por esse motivo a pesquisa da nossa vida mental deve ser feita com prioridade, o autodescobrimento, para sabermos como a mente, nosso instrumento de trabalho e de evolução está construída.

            Descobrimos que a estrutura mental está disposta em três espaços: o Consciente, com o qual atuamos na Natureza; o Subconsciente, no qual armazenamos nossas memórias da vida atual; e o Inconsciente, onde estão guardadas todas as memórias, conscientes ou inconscientes de nossa vida presente, que sofre influências tanto do consciente quanto do inconsciente.

            Sabemos que no Inconsciente estão guardadas todas as informações de nossas inúmeras existências no processo evolutivo, desde a fase material, passando pela vegetal, animal, até chegar na fase atual, a humana, com o uso do potencial racional da mente. Agora já podemos distinguir que o projeto de vida prioritário que devemos investir, não é com o processo que acontece no mundo material, dominado pelo egoísmo, e sim no mundo espiritual, inspirado pelo altruísmo, solidariedade. Sabemos que nesse esforço evolutivo real, quanto mais avançamos, mais nos distanciamos da animalidade e nos aproximamos da angelitude.

            A vinda de Jesus ao planeta na condição materializada, para nos ensinar sobre o Amor, nos ofereceu o caminho verdadeiro por onde nós podemos alcançar a vida real, a vida do Espírito sem a mácula material do egoísmo, um Espírito Puro.

            É este o ponto atual dos nossos esforços, de pesquisa e de aprimoramento. Sabemos que a força do inconsciente, onde se encontra os atavismos do passado, nos empurra, como um imenso iceberg, na direção do egoísmo, enquanto a consciência, representada pela ponta desse iceberg, consegue perceber a Verdade das lições do Mestre, e procura se opor ao movimento comportamental do egoísmo e ir na direção do altruísmo, da compaixão, da fraternidade, da harmonia, da construção do que o Cristo chamou de Reino de Deus. Para isso acontecer devemos conhecer o Amor Incondicional, assim como Paulo explicou em Coríntios II, e aplica-lo em todos os nossos relacionamentos. Caso tenhamos dificuldade de saber o que fazer, basta seguir as duas principais leis que o Cristo nos ensinou: Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo.

            Com essa compreensão podemos olhar ao nosso redor, a família, o trabalho e as diversas manifestações culturais e de sociedades humanas, e ver o que podemos fazer para evoluir materialmente, mas sem prejudicar a evolução principal que é a espiritual, e pela qual devemos conduzir a nossa vida, obedecendo intuitivamente a vontade do Criador que existe dentro de nós, como centelha, e na consciência como lei.

            Assim, passamos a ser a cobaia consciencial de nós mesmo: ser pesquisador, pesquisado e ao mesmo tempo o objeto da pesquisa.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 04/09/2016 às 06h59
 
03/09/2016 00h02
REFLETINDO A FAMÍLIA – SINODO 08

            08. São muitas as crianças que nascem fora do matrimônio, sobretudo nalguns países, e muitas as que depois, crescem só com um dos pais ou num contexto familiar alargado ou reconstituído. O número dos divórcio cresce e não é raro o caso de escolhas feitas unicamente por fatores de ordem econômica. As crianças são muitas vezes objeto de disputa entre os pais, e os filhos são as verdadeiras vítimas das lacerações familiares. Os pais estão muitas vezes ausentes, não só por razões econômicas, onde, ao invés, é sentida a necessidade que eles assumam mais claramente a responsabilidade dos filhos e da família. A dignidade da mulher precisa ainda ser defendida e promovida. De fato, hoje, em muitos contextos, o ser mulher é alvo de discriminação, e até o dom da maternidade é muitas vezes penalizado, em vez de ser apresentado como um valor. Não se devem esquecer também os crescentes fenômenos de violência, de que as mulheres são vítimas, muitas vezes e, infelizmente, também no seio das famílias, e a grave e difusa mutilação genital da mulher nalgumas culturas. A exploração sexual da infância constitui, outrossim, uma das realidades mais escandalosas e perversas da sociedade atual. Também as sociedades atravessadas pela violência resultante da guerra, do terrorismo ou da presença da criminalidade organizada, conhecem situações familiares deterioradas e, sobretudo nas grandes metrópoles e suas periferias, cresce o chamado fenômeno dos meninos da rua. E as migrações são outro sinal dos tempos, que se deve enfrentar e compreender, com todo o peso de consequências sobre a vida familiar.

            Todo esse contexto apresentado diz mais respeito a uma sociedade animalizada, sem o mínimo critério ético a disciplinar suas relações. A instituição casamento não consegue cobrir essas necessidade de justiça e solidariedade humana. Pelo contrário, pode até ser utilizado como forma de aprofundar esse abismo de ignorância e perversidade.

            O pensamento da família universal não consegue uma base para se sustentar dentro de tal cultura. É necessário que a cultura cristã possa se impor frente a essa barbárie para que possamos passar de uma família nuclear egoísta, para uma família universal, fraterna.

            Felizmente, eu vivo dentro de uma cultura onde o pensamento cristão prevalece e onde essas ações bárbaras são consideradas como crime, e não como um ritual de fortalecimento da figura do macho.

            Sei que existem sociedades como estas que são descritas no texto do Sínodo, talvez até em número maior de que as sociedades de natureza mais ética. Sei que a evangelização ainda é necessária em tais culturas, até mesmo com o sacrífico dos evangelizadores que aceitam tal missão. Talvez o meu trabalho aqui, numa terra já evangelizada, seja bem mais cômodo do que o trabalho que se faz necessário nessas regiões mais distantes fisicamente de nós. Mesmo que o texto cite as grandes metrópoles e suas periferias, como é o caso de Natal, onde podemos observar o fenômeno citado. Mas nada tão grave quanto a agressão física, como mutilação de genitália de crianças ou até de mulheres e que são aceitas como uma ação positiva para o poder masculino local.

            Mas, talvez a minha ação de defesa de uma sociedade baseada na família universal possa chegar até esses rincões de forma mais eficaz, do que até a gora a família nuclear não conseguiu fazer.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 03/09/2016 às 00h02
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