Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
23/05/2017 23h46
CRISE BRASILEIRA E EXORTAÇÃO ESPIRITUAL

            Frente a crise política, financeira e ética que se abateu sobre o Brasil, país considerado o candidato para ser o “Coração do mundo e a Pátria do Evangelho”, as personalidades do bem que habitam no mundo espiritual também se manifestam através dos médiuns colocando os seus conselhos para direcionar nossa conduta. Um desses conselhos chegam até nós da mente do mentor espiritual Bezerra de Menezes, que foi médico e político quando estava entre nós. Essa mensagem foi recebida  no Grupo Teresa de Ávila, do Centro Espírita a Caminho da Luz, Volta Redonda – RJ, em 18 de maio de 2017, a qual reproduzo abaixo na íntegra:

            Queridos filhos,

            Uma andorinha só não faz verão, então, parafraseando outro provérbio digo-vos: a união faz a força, a força do bem e do amor.

            O Brasil é Terra de Jesus. É propósito do Seu amor. Podemos dizer que Ele tem seus grandes planos para esta linda nação, nação tão grandiosa, bela e sublime.

            Então humildemente vos peço: unam-se num propósito de paz. Unam-se em oração e trabalhos de amor.

            Sentimentos egoísticos não são de utilidade neste difícil momento. Sentimentos de escárnio não são bem-vindos. Abstenham-se de comentários maledicentes e infelizes. Não enviem dardos venenosos a classe política tão infeliz.

            Eles também são filhos do Pai, ignorantes neste momento. Necessitam de preces que lhes despertem as consciências adormecidas em charcos seculares alimentados por sentimentos de orgulho e vaidade extremos. Pobres irmãos!

            Também pobre da grande massa popular presa a individualismos egoísticos que, se assemelha a seus governantes.

            É papel dos mais esclarecidos e já mais espiritualizados, semear o otimismo de quem já conhece um pouco do Cristo e de seu Evangelho.

            Uni-vos em sentimentos salutares. Auxiliem-se uns aos outros. Cuidai de vossas famílias e amigos. Se cada um semear a paz em seu lar, muitas luzes acenderão e muitas mentes se clarificarão.

            As energias das exuberantes matas e dos mares azuis sustentam ainda a egrégora desta pátria amada. Ainda nela cantam os sabiás e gorjeiam os rouxinóis. Cantam em versos as águas das cascatas e índios e caboclos se juntam aos pretos velho numa união de miscigenação nacional. A disciplina dos europeus e a obstinação dos asiáticos auxiliarão na construção da pátria idealizada para ser berço de uma nova humanidade.

            O ranço da escravidão de quinhentos anos de sangue derramado pela chibata dos feitores, está sendo agora sanado como sofrido expurgo nacional. Estais sofrendo a limpeza espiritual necessária, com antigos senhores a saldar dívidas nas prisões materiais.

            Estejais certos de que o Cruzeiro do Sul continuará a brilhar sob a maestria de Ismael, mas que cada um seja o maestro de sua própria orquestra da consciência, em cantos de amor ao Cristo.

            Que a paz se sobreponha à violência que muitos semeiam e que as trevas se dissipem a partir da luz que cada um de vós deve emitir pelos conhecimentos que já adquiristes.

            Muita luz a todos e fiquem em paz. Com o carinho do humilde amigo de hoje e sempre.

            Bezerra.

            Muito conveniente as orientações do espírito Bezerra de Menezes, lembrando que não podemos sair dos caminhos do Cristo e entrar inadvertidamente nos caminhos das Sombras, cheios de agressividade, destrutividade e principalmente mentiras.

            Fiquemos atentos com o nosso racional à procura da Verdade e se esquivando das mentiras. Procuremos nos unir, todos nós que somos considerados cristão e portanto pretendemos seguir os caminhos de Cristo, caracterizado pela paz e harmonia, onde a Justiça é capaz de corrigir caminhos pecaminosos e punição suficiente para os criminosos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/05/2017 às 23h46
 
22/05/2017 23h59
SAUDADE, DE NERUDA

            As grandes almas deixam sempre ao nosso redor seus pensamentos como aromas de flores que não se acabam, por isso dizemos que são eternas. Agora, em plena madrugada, veio pelos canais do Youtube um desses perfumes da imaginação de Pablo Neruda, que contaminou a minha mente e ficou impossível ficar indiferente. Peguei o notebook e resolvi transcrever o texto, misturando o meu perfume com o dele, ao som da inesquecível melodia de “Luzes da Ribalta” de Charles Chaplin:

            Saudade é solidão

            Que estranha sensação, da solidão, de uma alma que se sente estranha ao mundo, que o ideal do amor que sozinho sente, não corresponde ao amor que todos sentem...

            Acompanhada é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já...

            A minha solidão sempre está acompanhada, pois as minhas amadas todas já foram embora, mas o meu amor por elas se recusam a sair do peito...    

Saudade é amar um passado que ainda não passou, é recusar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida...

            Sim, esta pode ser a fonte de meus sofrimentos, amar um passado que na minha mente ainda não passou, mas não recuso o presente que pode se tornar outra fonte de saudade, de sofrimento, no futuro que sempre está me convidando a amar...       

Saudade é sentir que existe o que não existe mais.

            Este é o meu perfeito diagnóstico, sinto os amores que partiram, que para elas não existem mais, mas para mim continuam vivos e fazendo brotar os sentimentos resgatados pela memória. 

Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos que ficaram para trás, é o gosto de morte na boca dos que continuam...

            Não estou no inferno porque perdi um amor, pois mesmo tantas ficaram para trás não me deixam gosto de morte

            Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: aquela que nunca amou.

            Eu tanto amei e continuo a amar, mas não desejo sentir saudade, mesmo acompanhada, pois isso significa que não tenho o amor ao meu lado.  

            E esse é o maior dos sofrimentos: não ter por quem sentir saudades, passar pela vida e não viver.

            Dessa forma estou vacinado contra o maior dos sofrimentos, pois tenho muito a quem sentir saudade, vivo a vida vivendo com todos os meus amores, próximos ou distantes, achados ou perdidos... 

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

            Os diversos sofrimentos que tenho, evita o maior deles... nunca ter sofrido!

Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/05/2017 às 23h59
 
21/05/2017 11h35
O SALVA-VIDAS

            Jesus falava com seus discípulos preparando-os para os acontecimentos próximos. Dizia que era preciso o esclarecimento do coração para que as horas tormentosas não confundisse o entendimento. Dizia que era o Pastor que viera a Israel para reunira as ovelhas tresmalhadas do imenso rebanho. Vinha buscar os centavos perdidos do tesouro do Pai. E qual o pegureiro que não dá testemunho de sua tarefa ao dono do redil? Perguntava Jesus, e dizia ainda que era indispensável que ele sofresse, que não tardava muito e o escândalo haveria de lhe envolver em suas malhas sombrias, mas fazia-se necessário o cumprimento da palavra dos grandes instrutores da revelação dos céus, que lhe precederam no caminho. E afirmava com vigor: está escrito que eu padeça, e não fugirei ao testemunho.

            Os discípulos não podiam compreender, pois Ele era o modelo supremo da bondade; então, o sofrimento seria o prêmio a essas obras de amor e sacrifício?

            Jesus procurava explicar com toda a paciência: “Vim ao mundo para o bom trabalho e não posso ter outra vontade, senão a que corresponda aos sábios desígnios daquele que me enviou. Além de tudo, minha ação se dirige aos que estão escravizados, no cativeiro do sofrimento, do pecado, da expiação. Instituindo na Terra, a luta perene contra o mal, tenho de dar o legítimo testemunho dos meus esforços. Na consideração de meus trabalhos, necessitamos ponderar que as palavras dos ensinos somente são justas, quando seladas com a plena demonstração dos valores íntimos. Acreditais que um náufrago pudesse sentir o conforto de um companheiro que apenas se limitasse a dirigir-lhe a voz amiga, lá da praia, em segurança? Para salvá-lo, será indispensável ensinar-lhe o melhor caminho de livrar-se da voragem destruidora, nunca tão só com exortações, conselhos, advertência, mas atirando-se igualmente às ondas, partilhando dos mesmos perigos e sofrimentos. O fardo que sobrecarrega os ombros de um amigo será sempre mais agravado em seu peso, se nos pusermos a examiná-lo, muitas vezes guiados por observações inoportunas; ele, entretanto, se tornará suave e leve para aquele a quem amamos, se o tomarmos com os nossos esforços sinceros, ensinando-lhe como se pode atenuar-lhe o peso nas curvas do caminho.

            “Não esperais por triunfo do Reino de Deus, que não o teremos sobre a Terra de agora. Nosso reino ainda não é, nem pode ser, deste mundo... Por essa razão, em breves dias, não obstante as minhas aparentes vitórias, entrarei em Jerusalém para sofrer as mais penosas humilhações. Os príncipes dos sacerdotes me coroarão a fronte com suprema ironia; serei arrastado pela turba como um simples ladrão! Cuspirão nas minhas faces, dar-me-ão fel e vinagre, quando manifestar sede, para que se cumpram as Escrituras; experimentarei as angústias mais dolorosas, mas sentirei em todas as circunstâncias, o amparo daquele que me enviou! ... Nos derradeiros e mais difíceis testemunhos, terei meu espírito voltado para o seu amor e conquistarei com o sofrimento a vitória sagrada, porque ensinarei aos menos fortes a passagem pela porta estreita da redenção, revelando a cada criatura que sofre o que é preciso fazer, a fim de atravessar as sendas do mundo, demandando as claridades eternas do plano espiritual.

            O Mestre calou-se, comovido. A pequena plateia dos seus discípulos deixava transparecer sua surpresa indefinível, sem compreender a amplitude das advertências divinas.

            Foi aí que Simão Pedro, modificando a atitude mental da sintonia com Deus e deixando-se conduzir na esteira das concepções falíveis do seu sentimento de homem, aproximou-se do Messias e lhe falou em particular:

            - Mestre, convém não exagerardes as vossas palavras. Não podemos acreditar que tereis de sofrer semelhantes martírios... Onde estaria Deus, então, com a Justiça dos céus? Os fatos que nos deixais entrever viriam demonstrar que o Pai não é tão justo!...

            - Pedro, retira essas palavras! – exclamou Jesus com serenidade enérgica. – Queres também tentar-me, como os adversários do Evangelho? Será que também tu não me entendes, compreendendo somente as coisas dos homens, longe das revelações de Deus?! Aparta-te de mim, pois, neste instante, falas pelo espírito do mal!...

            Verificando que o pescador se emocionara até as lágrimas, o Mestre preparou-se para a retirada e disse aos companheiros:

            - Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga meus passos.

            No dia seguinte, Pedro seguia com o grupo, humilde e cabisbaixo. Não conseguia compreender por que motivo fora Jesus tão severo para com ele. Em verdade, ponderara melhor suas expressões irrefletidas e reconhecera que o Mestre lhe perdoara, pois observada que eram sinceros o sorriso e o olhar compassivo que o envolviam numa alegria nova. Mas sem poder controlar acalmar suas emoções, o velho discípulo aproximou-se novamente de Jesus e interrogou:

            - Mestre, por que razão mandastes retirar as palavras em que vos demonstrei o meu zelo de discípulo sincero? Por que motivo me designou como intérprete dos inimigos da luz?

            - Simão - respondeu o Messias bondosamente -, ainda não aprendeste toda a extensão da necessidade de vigilância. A criatura na Terra precisa aproveitar todas as oportunidades de iluminação interior, em sua marcha para Deus. Vigia o teu espírito ao longo do caminho. Basta um pensamento de amor para que te eleves ao Céu; mas na jornada do mundo, também basta às vezes, uma palavra fútil ou uma consideração menos digna para que a alma do homem seja conduzida ao campo de estacionamento e do desespero das trevas, por sua própria imprevidência. Nesse terreno, Pedro, o discípulo do Evangelho terá sempre imenso trabalho a realizar, porque, pelo Reino de Deus, é preciso resistir às tentações dos entes mais amados na Terra, os quais, embora ocupassem o nosso coração, ainda não podem entender as conquistas santificadas do Céu.

            Acabando o Cristo de falar, Simão Pedro calou-se e passou a meditar.

            Esse episódio tão forte para Pedro e tão esclarecedor nas lições do Cristo, fez lembrar o papel de Salva-Vidas que Jesus desempenhou entre nós, mergulhando no mar de pecados, nas tormentas e inferno consciencial que nós vivemos para nos resgatar a custa do próprio esforço e se sacrificando com todas as dores que um ser humano pode suportar. Agora, nós que estamos aprendendo as suas lições, é como se estivéssemos sendo conduzidos pelos braços fortes do Salva-vidas divino, ao mesmo tempo que nos ensina o caminho para sairmos deste inferno consciencial.

            No meu esforço de compreensão para ir um pouco além da compreensão de Pedro, começo a perceber a diminuição das chamas e labaredas do inferno na minha consciência, seguindo o caminho que o Salva-vidas divino deixou registrado. Um passo adiante nesse processo de resgate, é dar de graça o que de graça eu recebi. Se Jesus fez tanto esforço para me ensinar esse caminho apesar de pessoas que escrevem livres ou fazem pregações ao público, então tenho que pagar da mesma forma. Devo vestir meu colete de Salva-vidas com as cores do Amor e me jogar ao mar para salvar tantos irmãos que de tão sufocados pelas labaredas as vezes não conseguem emitir nenhum pedido de socorro.

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 21/05/2017 às 11h35
 
20/05/2017 23h59
PERDOAR AOS OFENSORES

            O Perdão é uma das mais difíceis lições que o Cristo deixou para nós, mas, por outro, lado é a mais importante para sairmos do inferno consciencial e nos aproximar cada vez mais de Deus.

            Perdoar não é aceitar uma situação sem deixa-la sair de sua mente, se humilhar e se render a um episódio dito como fatalidade.

            Perdoar não tem nada a ver com situações ruins de desgaste, desgosto ou fracassos. Não se deve associar o Perdão com as grandes frustações da vida, pois esse ato está isento de qualquer força negativa.

            Perdoar está na capacidade de entender o fluir da vida. Está na inteligência emocional de uma pessoa que sabe tirar de tudo uma experiência e sabe olhar o outro como um aprendiz, assim como a si mesmo.

            Perdoar é só para aqueles que se elevam e conseguem perceber que quem comete erros, por mais consciente que queira estar, age por instinto, e no fundo teve seus motivos, por mais banais ou profundos que sejam.

            Perdão é para quem consegue ver o outro como um irmão que precisa de amor e não de ódio, mágoa, raiva, vingança ou rancor.

            O ato de perdoar requer a mais sincera humildade que vem do fundo da alma do ser, e é preciso muito mais que só amor ou só razão, mas a grande fusão de ambos.

            Veja o quanto antes as pessoas que te magoaram, te frustraram, ou te decepcionaram como crianças com medos secretos que nem elas mesmas sabem lidar e lhes dê a oportunidade de recomeçar.

            Tenha a firmeza de jamais permitir que aquilo se repita, mas tenha a generosidade de compreender a fragilidade do outro, o desespero do outro, o tempo de maturidade do outro.

            É mais importante lembrar-se que você também erra, magoa, fere, aborrece, entristece e machuca outras pessoas. Lembrar que você, por mais razões que tenha, também foi e ainda é capaz de cometer falhas. Não é errado errar, pois somos seres ainda muito ignorantes e o erro é uma possibilidade constante em nosso caminho, mesmo que tenhamos sempre a intenção de acertar.

            Na lição que Jesus deixou, de amar ao próximo mesmo esse sendo adversário, nosso inimigo, está a prova mais difícil que Ele espera que consigamos ser aprovados.

Amar ao próximo quando menos ele merecer, pois é quando ele mais precisa.

Vejo como exemplo os acusados de corrupção no Brasil, presos e levados para a cadeia debaixo de toda a humilhação. Surge no peito logo a sensação de prazer, de ver a Justiça sendo cumprida e o larápio de colarinho branco sendo conduzido para a prisão.

            É neste momento que o Cristo está cobrando a lição de nós. É neste momento que o irmão vai sendo conduzido para a prisão que ele menos merece nosso amor, mas é aí que ele mais precisa. Não se refere aqui aqueles atos que temos vistos de pessoas acumpliciadas fazerem gestos de apoio ao que ele fez de errado, isso não é o amor esperado pelo Cristo, é apenas um ato de sintonia com o mal.

            Cristo espera que nós consigamos trocar o sentimento de prazer por ver a Justiça sendo aplicada, pelo sentimento de compaixão, de ver um irmão tão inteligente ter sido subjugado pelas forças do mal e ter causado mal a tanta gente, iludido pela falsa compreensão de fazer um bem no futuro, ou mesmo de ajudar os parentes e amigos a subirem na vida pisando no corpo suado e ignorante de tantos outros irmãos.

            Confesso que ainda não fui aprovado nessa lição, ainda estou preso ao prazer de ver a Justiça sendo cumprida. Mas, tenho compreensão da minha fragilidade espiritual e rogarei ao Pai para que eu tenha forças para mudar o meu foco de sentimentos, de ver com piedade a quem tanto nos causou mal.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 20/05/2017 às 23h59
 
19/05/2017 23h59
A VOZ DE DEUS

            Entre as lições que Jesus deixou existe uma que não é muito divulgada, pouco conhecida, mas que está sempre presente naqueles que procuram fazer a vontade de Deus usando o corpo como instrumento. Esta lição está contida nos Evangelhos, mas ela foi melhor explicada nas reuniões íntimas que Jesus sempre fazia ao cair da noite na casa de Pedro. Nessa noite estavam os 12 discípulos reunidos, e o Mestre, após longa conversação em que lhes falara confidencialmente dos serviços grandiosos do futuro, fez a seguinte pergunta:

            - Que dizem os homens ao meu respeito? De alguma forma, terão compreendidos a finalidade de minhas pregações?!...

            João respondeu que seus amigos o tinham na conta Elias, um profeta judeu que foi elevado ao Céu num carro flamejante e até hoje a tradição judaica o espera como precursor do Messias; Simão, o zelote, falou que os habitantes de Tiberíades acreditavam ser o Mestre o mesmo João Batista ressuscitado; Tiago, filho de Cleofas, contou que ouviu dos judeus da Sinagoga que ele seria o profeta Jeremias.

            Jesus escutou-lhes as observações com o habitual carinho e perguntou:

            - Os homens se dividem nas suas opiniões, mas vocês, que tendes comungado comigo a todos os instantes, quem dizeis que eu sou?

            Certa perplexidade abalou a pequena assembleia. Simão Pedro, porém, deixando perceber que estava impulsionado por uma energia superior, exclamou comovidamente:

            - Tu és o Cristo, o Salvador, o Filho de Deus vivo.

            - Bem-aventurado sejas tu, Simão – disse-lhe Jesus, envolvendo-o num amoroso sorriso -, porque não foi a carne que te revelou estas verdades, mas meu Pai que está nos céus. Neste momento, entregaste a Deus o coração e falaste a Sua voz. Bendito sejas, pois começas a edificar no espírito a fonte da fé viva. Sobre essa fé, edificarei a minha doutrina da paz e esperança, porque contra ela jamais prevalecerão os enganos desastrosos do mundo.

            Enquanto Simão sorria confortado com o que considerava um triunfo espiritual, o Mestre prosseguiu esclarecendo a comunidade quanto à revelação divina, no santuário interior do espírito do homem, sobre cuja grandeza desconhecida o Cristianismo assentaria suas bases no futuro.

            O Cristo deve ter ficado surpreendido com a resposta de Pedro onde ele identificou a vontade do Pai. Esta foi uma lição que o Cristo não pretendia dar, mas ficou surpreso pelo que ouviu e logo fez questão de esclarecer bendizendo a Pedro. Acredito que tenha sido neste momento que o Cristo escolheu Pedro para ser a base firme da Sua doutrina no futuro, mesmo ele sabendo das inúmeras imperfeições do discípulo.

            Assim somos nós, seres cheios de imperfeições, mas quando estamos dispostos a cumprir a vontade do Pai, logo estaremos percebendo esse fenômeno ao nosso redor, falamos muitas vezes sem querer as palavras que não são nossas, e sim de Deus; mas, principalmente, escutamos de outras pessoas, ou temos a percepção por outras fontes, da vontade de Deus orientando o nosso caminho.

            No momento atual que estamos sob intenso ataque das trevas, onde as forças do mal conseguiram cooptar ou mesmo hipnotizar tantas mentes bem intencionadas, principalmente de parlamentares e detentores de cargos na administração pública, devemos sintonizar o nosso pensamento com o pensamento do Mestre através da oração e deixar fluir a palavra de Deus por nossas bocas e ficar atento ao que Ele que nos dizer pelas bocas dos nossos amigos.

            Pedro disse uma Verdade de forma clara e impressionante, para uma pessoa rude e que não entendia muito bem a missão do Cristo na Terra. Para os seus colegas, aquela fora uma resposta comum, equiparada ao que eles deram sobre o que falavam do Cristo. Mas Jesus logo percebeu a profundidade do que ele havia dito e entendeu que naquele momento houve uma sintonia do discípulo com o divino.

            Esta é a nossa missão, procurar fazer essa sintonia com o divino a qualquer momento em nossas vidas. Falar e escutar a voz de Deus que está sempre dentro e perto de quem deseja honestamente fazer a Sua vontade.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/05/2017 às 23h59
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