Simão Pedro, ao raiar da madrugada, conversava com André e se preparava para a pesca. Estava impressionado com o que Jesus falara: QUANDO EU FOR PARA O MEU PAI E VOSSO PAI, PARA MEU DEUS E VOSSO DEUS, E QUE ESTIVERDES PREPARADOS, VOS DIVIDIREI E VOS MANDAREI PREGAR O EVANGELHO EM TODA PARTE E A TODAS AS CRIATURAS. Era o “Ide e Pregai” conhecido em todo mundo.
Não sabia o que significava, na prática, o que seria pregar a Boa Nova do Reino de Deus. Recordava do drama de Judas Iscariotes e queria ajuda-lo, mas como? Estava decidido a apelar a Jesus em benefício do Iscariotes, e era o que devia fazer no tempo oportuno.
Tentava pegar os peixes, mas parece que eles se escondiam. Não desanimava, com sua experiência compreendia que todo trabalho tem suas deficiências. Descansou um pouco e voltou ao trabalho, quando sentiu que alguém se aproximou dele, olhou com rapidez e não viu nenhum barco próximo. Tornou a olhar com atenção e viu, com espanto, dois pés descalços andando sobre as ondas. Sentou-se novamente e ouviu uma voz tão sua conhecida: “SOU EU PEDRO, NÃO TEMAS PORQUE BEM SABES QUE NÃO FAÇO MAL A NINGUEM. ”
Ficou tranquilo e lembrou de Judas: “Senhor, queria te pedir por Judas. Noto no seu semblante o que deve passar por seu coração. Tenhas compaixão e o ensine a viver com os outros, na alegria, e como desfrutar a vida do modo que o Pai nos permite.
Dos lados do barco, sem Pedro conseguir compreender o fenômeno, fervilhavam peixes à flor do lago, parecendo querer ouvir e ver a conversa do Mestre. Pedro olhava e tornava a olhar, com desejo de jogar a rede, pois nunca vira tanto peixe junto. No entanto, respeitou o momento e entendeu a causa dos filhos das águas.
- Simão - respondeu Jesus - Deus te abençoe, meu filho. O teu coração te fez esquecer de ti mesmo para atender aquele que sofre, mas, na verdade te digo que já fizemos por ele o que nossas mãos puderam alcançar em seu favor. Ele está se enveredando por caminhos proféticos a que ele mesmo por dentro se compraz. A tempestade, Pedro, não deixa de fazer estragos nos campos e na lavoura. No entanto, os benefícios são maiores; as trovoadas e os raios espantam e trazem algum prejuízo, mas limpam a atmosfera, frutificando a vida em todas as direções. É bom que lembres desse irmão, e não te esqueça de orar sempre por ele, porque a prece aliviará o seu coração e a sua inteligência, tisnados em auras provas.
A noite, em Betsaida, quando Pedro chegou para a limpeza costumeira, Judas já havia arrumado tudo. Pedro saúda-o com benevolência e fala aos seus ouvidos com alegria: Judas, meu irmão, eu pedi ao Mestre hoje por ti. O companheiro estampou no rosto certo contentamento e diz: Obrigado, Pedro.
Naquela noite o próprio Judas fez a oração inicial. E Simão Pedro achou que era chegada a hora oportuna para sua pergunta. Levantando-se formulou sua dúvida: Mestre! Queria, se não fosse demais para mim, que respondesses o que quer dizer o “Ide e Pregai”, a divisão que farás com teus discípulos para que eles possam anunciar o teu Evangelho a todas as criaturas de todo o mundo.
O Cristo, rosto iluminado de contentamento, ponderou com precisão.
- Simão, a galinha tem todo o cuidado quando seus pintinhos requerem maiores zelos, mas, quando eles crescem, ela mesma se encarrega de fazer que eles sejam eles mesmos, para que eles assumam, na feição de aves, o posto que devem na rede do “crescei e multiplicai-vos”. Vós, quando preparados, havereis de ser divididos, não pelo ódio, mas pelo amor, para que possais ser o que deveis e fazerdes o que prometestes a Deus na consciência. Para isso, estou aqui a vós preparar como ovelhas que serão perseguidas por lobos, mas sabendo que só lobos caem em armadilhas de lobos.
‘O “Ide e Pregai” que se aproxima tem variados meios na iluminação das criaturas.
Compreende a disseminação da Boa Nova por toda a parte e a todas as criaturas. Porém nunca deveis esquecer o respeito aos homens no modo pelo qual entendeis a vida. Tenho certeza de que multiplicareis milhares e milhares de companheiros na propagação dos preceitos ouvidos de mim. Todavia, muitos deles, invigilantes, usarão a violência, a agressão, impondo ideias e forçando consciências, o que não é nossa meta.
‘O fanatismo, Pedro, é, por sua estrutura, companheiro da incompreensão. O fanático é assim, por não ter entendido a mensagem na sua profundidade. Não espero que aqueles que me cercam e que me ouvem tencionem pregar a Boa Nova por métodos que o amor desaprova. Cada pessoa é um mundo de Deus, para quem devemos ter atenção e respeito. Não precisamos perder tempo com quem não se interessa, pois existem quantidades imensas de almas sedentas de consolo e paz.
‘Meus filhos! Se o “Ide e Pregai” tem variadas modalidades para que possais escolher, a que mais me agrada é a pregação pelo exemplo. A palavra bem orientada é um sopro de luz na consciência de quem ouve. Mas o exemplo é a caridade de Deus que nunca se desfaz. O interesse em mostrar aos outros os prodígios nas pregações pode despertar muitas pessoas para o reino da esperança. No entanto, a vivência dia a dia dos preceitos divinos garante a tranquilidade nos corações.
‘O entusiasmo que pode se apossar de vós na comprovação das escrituras, sobre a verdadeira identidade do Messias que haveria de vir, pode trazer para o nosso rebanho muitas ovelhas. Porém, a autoeducação em nome de Deus e deste Cristo, para que ele viva eternamente nas criaturas, vale mais por ser força de libertação daqueles amarrados pela ignorância. Desenvolver os dons de curar os enfermos, de dar vistas aos cegos, de fazer andar aos paralíticos e de expulsar os demônios das criaturas é muito nobre, por cicatrizar feridas das almas sofredoras. Mas, desenvolver o dom da bondade, do perdão, da caridade e do amor leva muitos a fazer o mesmo, o que não só cicatriza as chagas do corpo, como também cura a alma. Eis que, em linhas rápidas, está aí o “Ide e Pregai”, que havereis de ouvir em breve.
Pedro paralisou os pensamentos por não precisar de raciocínio diante de tão clara exposição. Refletiu que diante de tanta luz, não como ficar nas trevas.
Judas viu naquelas lições barreiras enormes, mas, pela inteligência, certificou-se que era o melhor caminho para espalhar o Evangelho do Senhor.
João encheu o coração de alegria, porque já encontrava no amor a maior certeza da vida. Viver os preceitos do Mestre, para ele, era o maior prazer, mesmo que lutasse com algumas dificuldades.
As portas abriram e do lado de fora muitos esperavam...
Comentários sobre os textos e explicações usados no curso A Evolução do Amor, divulgados pela TV IBBIS do Instituto Brasileiro de Benemerência do Ser em 2013.
Amor, impulso fundamental da vida, força de coesão que rege o universo, potência divina de eterna reconstrução! Encontrá-lo-emos sempre indestrutível, em formas infinitas, em todos os níveis do ser. Com este, o amor subirá, sublimando-se até ao paraíso dos santos. O amor, como a dor, tem uma função fundamental de conservação, coesão e renovação e faz parte integrante do universo; seu impulso não pode ser destruído, mas deve ser reforçado e elevado; seu desejo não pode ser eliminado, mas deve ser guiado para uma contínua elevação. (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Versão on-line, cap. 82, p.92)
Esse texto parece contraditório com o comportamento de algumas pessoas, que parecem não amar ninguém, que promovem o sofrimento do próximo sem nenhuma réstia de compaixão. Se o amor é o impulso fundamental da vida, todos os seres vivos devem possuí-lo. Como alguns parecem não tê-lo? Ou então possuem de forma tão diminuta que não aparece. É afirmado que o amor é encontrado sempre de forma indestrutível, mas faltou dizer que, mesmo em proporções tão ínfimas que não pode ser identificado.
Outro elemento foi colocado ao lado do amor: a dor. Ambos com a finalidade de conservação, coesão e renovação dos diversos aspectos da Natureza. O amor, podemos compreender bem sua atuação nesses aspectos. Mas, a dor? Quando se relaciona aos sentimentos dos seres humanos, podemos compreender a dor, mas quando se trata de sistemas planetários, do cosmo, como entender? Os cataclismos, terremotos, incêndios... será isso a expressão da dor nos sistemas materiais, minerais? Mas isso não cumpre a função de conservação, coesão... pode cumprir a função de renovação.
Portanto, acredito que ficaria melhor colocado se Pietro Ubaldi não tivesse citado a dor como um comparativo nesses aspectos siderais. No restante a aplicação é perfeita, na visão do Amor como uma força cósmica, a expressão de Deus em cada parte ou partícula do Universo. Força essa que é capaz de criar com sabedoria até o ponto de gerar novas consciências e nesse sentido, gerar a criatura que possui o potencial de consciência, de atingir o nível moral e angelitude.
Cada um de nós, por mais bruto ou cruel que pareçamos, possuímos no imo da alma alguma fração desse amor, que mesmo soterrado por tanto egoísmo e brutalidade, um dia conseguirá emergir para a luz e sentir o amor, e aí sim, esse impulso não poderá ser destruído e sim guiado para a contínua elevação espiritual.
Este é um assunto que dou a maior importância, pois o ápice dessa evolução é o Amor Incondicional, a principal lição que o Cristo veio nos trazer e que nós, cristãos, devemos nos esforçar para praticar.
Tive a grata satisfação de encontrar na net o Instituto Brasileiro de Benemerência e Integração do Ser (IBBIS) em atuação há 10 anos e que produz cursos e disponibiliza na net através da TV IBBIS. Entre esses cursos encontrei A Evolução do Amor que me proponho a reproduzi-lo aqui com minhas considerações e proporcionar a reflexão mais ampla com meus leitores. Acredito que assim estou colaborando também com os objetivos do Instituto, a mais ampla disseminação dos seus conhecimentos.
Minha meta é a compreensão de uma lei mais alta, lei de amor e colaboração, que a todos una num grande organismo, animado por nova consciência universal unitária. Realmente não se trata de mais uma nova sabedoria, pois repito a Boa Nova, que já foi ditada há milênios aos homens de boa vontade; torno a repeti-la toda, idêntica na substância, porém mais ampliada, ajustada ao mais vasto alcance de vossa mente mais amadurecida, para que finalmente vos agite, vos inflame e vos salve. Eis nossa meta: a palavra eterna, o alimento que sacia, a solução de todos os problemas, a síntese máxima. (Pietro Ubaldi, A Grande Síntese, Versão on-line, cap. 42, p.41)
Vamos observar que o curso está montado sobre os textos de diversos autores, organizados de acordo com a proposta a ser difundida. Neste primeiro texto, o filósofo e espiritualista Pietro Ubaldi coloca a meta do seu livro que é citado e que passa a ser o objetivo do presente curso e de nossas reflexões.
A lei de Amor, a mais alta que podemos encontrar, não é uma conceituação nova. Há cerca de 2000 anos o Cristo nos ensinou sobre ela e deixou discípulos e várias pessoas capacitadas para fazer a divulgação ao redor do mundo. Tem o objetivo de sensibilizar todos para a limpeza egóica do coração, a construção de uma família universal e assim viabilizar o Reino de Deus.
Este é o principal mecanismo pelo qual podemos colaborar com a renovação da egrégora terrestre e viabilizar a sua evolução, de planeta de Provas e Expiações, onde o mal prevalece, para planeta de Regeneração, ondo o bem prevalece.
Estamos num estágio onde a maioria das pessoas já conhece as lições do Cristo, principalmente no ocidente, e principalmente no Brasil, possivelmente o maior país cristão e que tem a tarefa, dada pelos engenheiros espirituais do Alto, de ser o Coração do Mundo e Pátria do Evangelho.
Eis o esforço que devemos fazer neste momento de tantas agruras, reunir os homens de boa vontade, tão inflamados pelo Evangelho como aqueles primeiros cristãos que entravam cantando nas arenas romanas, ao calor das chamas e dentes dos leões.
Certamente não passaremos agora por tais provações, mas os adversários representados pelo egoísmo, vaidade, orgulhos, comodismo... podem ser bem mais fortes!
Toda partícula da corrente mental que gera o pensamento, nasce das emoções e desejos mais secretos do instinto animal e que devem ser fiscalizados pelo espírito. Essa ação do corpo e reação do espírito, acontece na arena da consciência. Sua estrutura ainda não foi devidamente abordada e classificada. Sabemos que ela se desloca, produzindo pensamentos elaborados e irradiações eletromagnéticas, cuja frequência varia conforme os estados mentais do emissor, na forma de ondas longas, médias, curtas e ultracurtas.
Quanto mais a pessoa produz pensamentos animalizados, que não sofrem a devida inibição do espírito, as ondas são longas. Podemos verificar que na comunidade humana é comum encontrarmos as ondas longas e médias, menos frequentes as curtas. Isso porque no estágio atual da Terra, de planeta de Provas e Expiações, onde o mal ainda prevalece sobre o bem, as ondas longas são as mais comuns.
As ondas ultracurtas são características do pensamento de seres espiritualmente mais elevados, como os anjos e o Mestre Jesus. Mas todos estamos neste processo evolutivo, sofrendo as consequências dos nossos erros, pagando-os com o sofrimento e isso serve para reduzir a frequência de nossas ondas mentais.
Podemos verificar dentro deste contexto, que podemos encontrar pessoas em situações parecidas, mas com frequência de ondas totalmente diferentes.
Imaginemos um hospital com duas pessoas internadas. Uma delas reconhece a necessidade de passar por aquele padecimento, que irá ajudar no seu processo evolutivo, e agradece a Deus as forças que possui para resistir ao sofrimento; outra pessoa, por outro lado, se mostra revoltada com a situação, que não merece aquele padecimento, que está sofrendo uma injustiça, que Deus não tem misericórdia e nem é justo. Certamente as ondas mentais emitidas pela primeira pessoa são curtas e ajudam na sua recuperação e servem ao propósito de sua evolução, causando bem em quem dela se aproxima. Já a segunda pessoa emite ondas longas que danifica ainda mais o seu organismo, não contribui para o seu processo evolutivo e causa mal-estar em quem se aproxima.
Esta é uma tarefa interessante para os alunos da disciplina Medicina, Saúde e Espiritualidade que têm uma aula prática de visita aos enfermos nas enfermarias do Hospital Universitário Onofre Lopes. Procurar orientar os pacientes, indiretamente, sobre a produção dessas ondas mentais longas e curtas, para melhorar o seu aparato terapêutico e contribuir para a sua evolução espiritual.
Certamente, as lições tiradas dessa prática serão muito úteis na vida profissional de cada aluno, pois terão oportunidade de aplica-las no trabalho cotidiano, nos consultórios ou hospitais, oferecendo o elemento espiritual para harmonizar, dinamizar e orientar os recursos terapêuticos à disposição.
Nos caminhos evolutivos, quando estamos sintonizados com Deus, veremos quanto trabalho é colocado à nossa disposição. Este trabalho, escolhido de acordo com nossa vocação e intenções, serve para o nosso aprendizado e aproximação com Deus, se estivermos com essa sintonia com Ele; por outro lado, compondo o segundo binário evolutivo, está a vontade de Deus ao colocar os diversos caminhos à nossa disposição de acordo com a direção que Ele quer dar á história.
As ações divinas são variadas e correm em forma de espiral nas ações do tempo. O homem, co-criador, está capacitado para escolher quaisquer uma delas e agir, construindo ou não ao seu redor, sintonizado ou não com o Criador. Quanto mais sintonizado esteja com o Divino, mais ganho evolutivo vai conquistando na sua aproximação com Ele, até chegar ao estágio de ser considerado Filho de Deus especial, como Jesus, e passar a criar, cuidar e desenvolver mundos.
Para ajudar nesse processo, Deus capacita alguns seres mais evoluídos espiritualmente para orientarem as comunidades com respeito às Suas diretrizes e qual o devido comportamento individual e coletivo deve ser realizado. Esses são chamados de profetas cuja mensagem que proclama de público, são as profecias.
Mesmo com essas advertências e instruções, o homem devido ao seu processo natural de ignorância, comete diversos erros e têm que pagar suas consequências. Termina por existir um forte contraste, na beleza de um universo maravilhosamente organizado por Deus e um mundo caótico devido os erros humanos.
Dentro da própria Natureza já existem os mecanismos automáticos de correção dos erros humanos. A dor surge por essa causa, para advertir o homem do erro cometido, de fazê-lo corrigir o caminho, de pagar o que ficou devendo a si mesmo, ao próximo ou à Natureza.
Ao conseguir mais conhecimento e sabedoria, iremos perceber que provem da divindade um determinismo de perfeição que nos leva à liberdade de escolher infinitas possibilidades. Mas, devemos ter o cuidado que o apóstolo Paulo já nos advertia: tudo posso, mas nem tudo me convém.
Certamente, algumas das possibilidades que eu posso alcançar e cumprir, está fora da Lei do Amor, vai de encontro a harmonia da Natureza ou ao prejuízo do próximo, em troca de um pouco de poder ou prazer. Quando isso acontece, sofremos uma queda do caminho reto para os buracos do sofrimento. Sempre isso está condicionado ao prazer indevido, ao prazer que quebra a harmonia em qualquer aspecto da Natureza ou dos relacionamentos.