Encontrei uma passagem da vida de Jesus, quando Ele tinha 12 anos, no livro de Huberto Rohden, “Jesus Nazareno”, que muito me chamou a atenção. Ele tinha ido com José e Maria à Jerusalém, pela primeira vez, as festas da Páscoa. Na volta José e Maria sentiram a falta de Jesus e retornaram a Jerusalém para procura-lo. Foram encontra-lo no Templo discutindo com os doutores da lei. O texto diz o seguinte:
Jesus vê seus pais, mas não se perturba nem se lança aos braços de sua aflita mãe. Levanta-se tranquilamente e, muito calmo e sério, os espera.
- Filho!, exclama a mãe com dolorosa ternura, - por que nos fizeste isto? Eis que teu pai e eu te vínhamos procurando cheios de aflição!
Jesus percebe essa censura; mas dos lábios não lhe passa uma palavrinha de desculpa nem um pedido de perdão; nenhuma nuvem de tristeza lhe tolda a fronte, nem uma lágrima de comoção lhe cai dos olhos, nem um sorriso de alegre satisfação lhe contrai os lábios...
E dos lábios lhe brotam:
- Por que me procuráveis? Não sabíeis que tenho que ocupar-me das coisas do meu Pai?...
- Teu pai, diz Maria, referindo-se a José; mas Jesus responde “com meu Pai”, referindo-se a Deus.
Aliás, através de todos os Evangelhos, Jesus nunca usou as palavras pai ou mãe referentes a seres humanos; para Ele, pai é só Deus; Maria é “mulher” ou “senhora”, mas nunca a chama mãe. Jesus se considera um ser estranho e alheio na Terra e na humanidade, um peregrino do infinito, mais solitário que solidário.
Foi essa percepção do autor quanto a condição de Jesus que me chamou atenção. Como um ser tão bondoso quanto Jesus, que tanto bem fez a tantos, rodeado de tantas pessoas, pode ser considerar mais solitário que solidário?
Mas, refletindo com mais profundidade vejo que isso á possível sim. Afinal eu também me sinto assim, apesar de rodeado por tantas pessoas me sinto solitário na minha forma de pensar, todos agem diferente daquilo que imagino ser o correto, na aplicação do Amor Incondicional.
Jesus valoriza ao extremo a Sua condição de filho de Deus e mesmo antes de entrar no exercício de sua missão já dar demonstração do seu grau de conhecimento das leis de Deus, muitas vezes equivocadas pelo raciocínio humano. Por isso quando a mãe o procura e o acha no Templo, Ele não tem a consciência de ter feito uma coisa errada. Por isso tratou a mãe com naturalidade e com muita seriedade e paciência, e disse da sua missão.
Não tenho a importância que teve Jesus ao vir a este mundo para nos ensinar. Considero-me um dos alunos de suas lições e aprendi com Ele que o Pai tem uma missão para cada um de nós, e, por mais simples que pareça, tem a sua importância. A minha missão é praticar e ensinar sobre o Amor Incondicional, da forma que a sabedoria de Deus permitiu que eu alcançasse pela inteligência. Posso até estar errado, mas não posso ficar paralisado por nenhuma dúvida. Caso eu esteja errado em algum aspecto, tenho o atenuante que tudo que faço tem o amor como baliza e a bussola comportamental que Jesus nos deixou como orientação nos caminhos: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.”
Um comportamento incluído dentro das opções do bem é a tolerância. Em contraponto, a intolerância estaria colocada dentro das opções do mal. Parece uma coisa bem maniqueísta, dentro do conflito cósmico entre o reino da luz (o Bem) e o das sombras (o Mal).
Hoje foi um dia de festa para os aniversariantes do mês, e conseguimos reunir cinco dos aniversariantes, dentro do nosso círculo familiar e de amizades, no Flat da Redinha. Tudo corria com alegria e harmonia, mas ao final surgiu um conflito quanto a participação de alguns no jogo de baralho enquanto outra pessoa, uma das aniversariantes, ficou incomodada, pois queria continuar cantando com companhia que ela desejasse no videokê. Disse que se sentia desprestigiada e que iria voltar de imediato à sua casa. Surgiu assim a intolerância. Mesmo que ela tivesse razões para esse desabafo feito com tanta raiva, quais seriam esses motivos? Irei fazer uma avaliação do meu ponto de vista, claro, que pode estar enviesado com os meus interesses.
Esta festa de aniversário teve como motivo principal, nesta data, aniversário da minha filha. Combinei com ela a possibilidade e como a “incomodada” também aniversariava neste mês e num dia muito próximo, fizemos o convite a ela. Logo ela sugeriu que fizéssemos o aniversário de todas as pessoas que completavam ano neste mês, o que foi aceito sem resistências. As compras que ela deveria ter feito para esta festa, foi feita por outras pessoas. A confecção do bolo e dos doces foram feitos por minha irmã, em colaboração com outras pessoas, inclusive a arrumação do local e a assistência dos convidados. Preocupei-me em levar dois presentes para ambas as aniversariantes e também duas plantas, “Flor do Deserto”, para embelezar o Flat. Preocupei-me com a organização do pequeno espaço para receber tanta gente e também participei da animação. A “incomodada” foi uma das últimas pessoas a chegar e encontrou já tudo funcionando devidamente. Até alguns itens que telefonamos para ela trazer, terminamos por cancelar, por encontrar voluntários dentro da festa que se dispôs a ir até a mercearia próxima. Brincamos, comemos, bebemos, cantamos parabéns, fizemos fotos coletivas e servimos o bolo com doces e refrigerantes para todos.
Feito tudo isso algumas pessoas partiram, alguns ficaram cantando no videokê, outras conversando em grupinhos, e me vi sentado ao lado da minha irmã que estava tomando conta da neta enquanto seu filho cantava no videokê. Como eu não estava mais disposto a cantar convidei minha irmã para jogarmos baralho, pois sei que ela gosta, junto com outras pessoas presentes que também gostam. Imaginei que cada grupo ficaria fazendo aquilo que lhe interessasse, sem nenhuma pretensão de obrigar ninguém a fazer nada que fosse contra sua vontade. Afinal todos tinham o livre arbítrio para decidir o melhor para si. A fase máxima do aniversário já havia passado, portanto imaginava que todos ficassem liberados para fazer o que desejassem a partir daquele momento, como até se retirarem, como aconteceu. Porém a “incomodada” imaginava que devia ficar com pessoas ao lado cantando no videokê, que era o seu interesse. Acontece que a pessoa que mais lhe interessava preferia jogar. Foi o suficiente para ela descarregar toda a raiva sobre minha irmã imaginando que ela teria iniciado o fatídico jogo de baralho, mesmo ela tendo dito que a sugestão havia partido de mim e que eu confirmava. Todos os presentes constataram a forte onda de raiva que tomou conta dela e que descarregava em todos os “Viciados em jogo de baralho” que se encontravam jogando na mesa. Acusou, e com muita razão, que ninguém se preocupou em fazer um momento evangélico nesta festa com tanta gente.
Peço perdão a Deus por essa falha, e sei que Ele em sua infinita bondade me perdoará, tolerará as minhas fraquezas, meus esquecimentos de fazer a Sua vontade em tantas ocasiões, como estou determinado. Por isso fiz o bastante para tolerar a onda de raiva que se abateu sobre todos que estavam jogando e sendo acusados de “viciados”. Também percebi que todos os presentes estavam tolerando essa onda de raiva, pois ninguém se determinou a agredi-la como ela estava agredindo, principalmente a minha irmã que havia ficado até as 4h da madrugada providenciando os ingredientes da festa, incomodada com uma gripe, e ainda por cima trabalhando a maior parte da festa enquanto todas se divertiam. Não poderia fazer naquele momento final o que tanto gosta? Sem ser acusada de má acolhedora e de viciada? Acredito que ela tenha tido o maior mérito nessa prova de tolerância a que todos fomos submetidos, pois ela tinha motivos para mostrar a mesquinhez da acusação frente ao tanto que ela trabalhou.
Acredito que a “incomodada” foi quem mais derrapou nesse teste de tolerância, pois por mais que se sentisse desprestigiada como ela acusou, poderia ter tolerado esse sentimento negativo... mas não conseguiu, e acredito que nem tentou.
Antes dela sair dessa forma tão desconcertante, pedi para ela receber o presente que trouxe para ela, um livro do Papa Francisco que fala da importância da Misericórdia. Exigiu que eu colocasse logo a dedicatória e eu de imediato, sem contestações, coloquei, um apelo para o aprendizado da misericórdia, e com certa ironia pedi a ela de viva voz, misericórdia para nós, os “viciados”.
Esta é a minha opinião sobre o ocorrido e deixei para fazer este texto 48h depois do ocorrido para que as emoções não influíssem tanto na razão dos fatos
No curso que estou dando na Cruzada dos Militares Espíritas, as duas últimas aulas versou sobre esses dois temas: amor e sofrimento, um a cada semana.
Tenho uma amiga que se considera apaixonada, e diz que sofre muito com esse amor. Refere que tem encontros com seu amado e que são maravilhosos, mas logo em seguida ele some e não deixa recados, não se comunica. Ela fica desesperada com tanto sofrimento, por querer a sua presença, o seu afeto, e não poder.
Eu, na condição de professor de um tema que afeta tão profundamente a sua alma, tenho que fazer minhas considerações. Foi assim que fiz as argumentações para tentar esclarecer o motivo e a função de tal sofrimento.
O amor puro, incondicional, não é fonte de sofrimento, por si só. Jesus, o grande Mestre do amor, sofreu barbaridade em função deste amor puro que ele ensinava. O sofrimento dele não foi em função do amor que ele possui, foi em função da ignorância de quem estava perto dele e se sentia incomodado com as verdades que iam de encontro aos interesses pessoais.
O amor que traz sofrimentos é aquele que está condicionado a alguma coisa. No caso de minha amiga, o forte amor que ela desenvolveu, que assume tonalidades da paixão, está condicionado a presença do amado ao lado dela. Sim, isso é uma expectativa que todos os amantes desenvolvem, mas aquele que já é treinado na arte do amor incondicional, não se abalará por causa disso. Irá compreender que o seu amado tem uma forma diferente de se comportar, que gosta de ficar sozinho por grande parte do tempo; pode até estar na casa de alguém, nos braços de outra pessoa. Ela irá se regozijar por seu amado está feliz, mesmo se encontrando longe dela, e até nos braços de outra pessoa.
Este é o nível de amor que a minha amiga não tem, e até agora eu não encontrei ninguém que ame dessa forma. Sempre exigem do outro algum tipo de reciprocidade. É tão grande essa postura emocional, pelo menos é a totalidade das pessoas que eu conheço. Chego a ficar preocupado as vezes com a minha sanidade, por eu pensar de forma tão diferente das pessoas. Acontece que a minha coerência, ao estudar sobre o Amor Incondicional, que eu vejo que nada pode impedi-lo de funcionar, que o meu desgosto geralmente é devido ao meu corpo não ser servido pelo corpo do outro, quer seja pelo sexo ou simplesmente pela afeto, pela companhia.
Esta expectativa de reciprocidade é quem gera o sofrimento, quando ela não acontece. O foco do amor deve ser desviado. Ele não deve se concentrar na minha amiga, numa espera de reciprocidade. Deve se concentrar no bem estar do outro, no seu amado, por sentir que ele esteja bem, consigo ou sem ela. Onde ele esteja, com quem esteja, se estiver feliz, isso deverá ser o suficiente para a sua alma também ficar feliz. Mesmo que o seu corpo reclame essa presença, afagos, sexo... o seu espírito deve saber administrar essas emoções e transformar a frustação que vem do ego, dos instintos, para a iluminação que vem da alma, do espírito.
Devemos lembrar que o espírito não tem sexo, portanto suas necessidades não devem ter nenhuma representação nesses desejos, isso é coisa exclusiva do corpo material que é administrado pelo espírito. Não devemos confundir essa hierarquia, senão terminamos por ser conduzidos pelo subalterno e a alma termina absorvendo o sofrimento como se fosse dela. Não é. O sofrimento se origina desse erro básico, e enquanto não corrigirmos isso em nossa mente o sofrimento não vai deixar de existir. Ele sempre será a sinalização de que alguma coisa estar errada conosco, com nosso pensamento, com nosso comportamento.
Sou pacifista por natureza, prefiro atenuar conflitos do que exacerbá-los. No atual estado de violência em que me encontro, olhando para a minha sobrevivência, legítima defesa, a ideia de adquirir uma arma para me proteger tanto dentro como fora de casa estava cada vez mais forte. No entanto, assisti um vídeo do médium Divaldo Franco sobre pessoas que atuam com amor, como Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce, por exemplo, em “Os gênios do amor”, que me fez refletir mais uma vez.
Como eu quero ser uma pessoa do bem e ao mesmo tempo penso em comprar uma arma com a possibilidade de matar outra pessoa?
Este é o dilema que surge na minha consciência. Sei que tenho argumentos fortes para me armar e me defender, inclusive para proteger aquelas pessoas que estão sob minha guarda. Por outro lado sou discípulo de Jesus, aquele que jamais andava armado, que nunca disse que era necessário matar o outro para não morrer. E Ele também vivia em ambiente violento, onde a vida humana era sempre ameaçada por salteadores, por mercenários, arruaceiros, fanáticos ideológicos.
Qual seria a posição do meu Mestre vivendo sobre minhas sandálias? Eu, que não tenho comigo uma tão alta missão como o Pai determinou para Ele? Será que deverei me expor como um cordeirinho indefeso frente as presas das feras? Que tipo de lição eu passarei ao meu próximo? Serei simplesmente mais um número nas estatísticas dos serviços de segurança pública? Acredito que sim. Esta minha possível morte, sem honra, sem luta para manter a minha vida, não seria uma desonra? Eu sou mais uma das ovelhas do redil, não tenho o perfil de um grande pastor, de ser responsável pela condução de um grande número de ovelhas. O máximo que consigo fazer é tentar influenciar positivamente a quem está ao meu redor, que acredito não passar de 100 pessoas, mesmo assim me ouvem com o ar de crítica, a maioria delas, não considerando como verdadeiras as minhas palavras, imaginam que eu esteja equivocado naquilo que considero mais perfeito que é o Amor Incondicional, da forma que imagino.
Fico a pensar numa situação que poderia acontecer. Eu reunido com todos meus filhos em meu apartamento para festejar alguma ocasião. De repente vejo sair do elevador um trio de marginais, dispostos a fazerem de tudo com quem encontrarem pelo caminho. Eu estou desarmado dentro de casa e da mesma forma os meus filhos, a quem ensinei nunca andarem armados. Mesmo que eu consiga fechar a porta, eles podem derrubá-la e invadirem o meu espaço. Estaremos frente as armas apontadas para nossas cabeças. Eles nos imobilizam, retiram tudo de valor que possuímos, inclusive a nossa honra com seus instintos bestiais e para não deixar testemunhas deixam nossos corpos estirados cada um com uma bala na cabeça. No dia seguinte seremos manchete nos jornais. Entramos para as estatísticas. Onde está a honra? Em qualquer dimensão, material ou espiritual? Chegaríamos no mundo astral e prestaríamos conta ao nosso Mestre de nossas vidas... Ele não poderia perguntar?... Que fizestes servo com o dom da vida que eu lhe dei, inclusive o dom da vida que eu dei aos filhos que estavam sob tua proteção? Eu responderia acabrunhado... nos arrebataram Mestre, eu não pude me defender. Mas por que não? Perguntaria Ele, não te dei inteligência para se proteger e a quem coloquei sob à sua guarda? Sim, Mestre, responderia, mas eu procurei cumprir as leis divinas dos 10 mandamentos, “não matarás” recebida do Pai através de Moisés; também procurei cumprir a Tua lição de “amar ao próximo como a mim mesmo”. E o assassino também era o meu próximo!
Então eu veria o cenho do meu Senhor se enrugar e Ele perguntar a mim de olhar fixo: então foi assim que usastes a tua inteligência? Quando eu disse para amar ao próximo como a ti mesmo, eu coloque a ti como referência. Você não pode amar a ninguém acima de você mesmo, pois você é a referência. Da mesma forma, você não pode deixar ninguém te matar, pois você é a referência. E se para evitar que isso aconteça você tenha que matar ao próximo que te ameaça, você estará cumprindo a minha lição. Da mesma forma com relação a lei que Moisés divulgou. Você não pode sair por aí com a intenção de matar ninguém, mas se alguém vem com a intenção de te matar, então você deve mata-lo primeiro. A lógica segundo Moisés seria do olho por olho, dente por dente. Então, o teu assassino também seria morto segundo a aplicação dessa lei. Teríamos então dois mortos. Mas se tu te defendes em legítima defesa, a lei não poderia ser aplicada, por um ato de coerência. Porque se tu fosses morto, o assassino também seria pela aplicação da lei do olho-por-olho. Mas, se tu o mata antes por legítima defesa, então teríamos assim apenas um morto ao invés de dois. Consegues entender essa lógica? Está coerente com o que Moisés e eu ensinamos?
Envergonhado eu baixaria os olhos, não poderia contestar tanta coerência do Mestre, nas lições que tanto estudei e tão mal interpretei. Eu não sou o Gandhi ou o próprio Jesus para ser o símbolo de uma tomada de consciência. Se eu morrer em função disso serei apenas um número nas estatísticas, como sei que tantos já morreram dessa forma. Admiro as lições e os exemplos de Jesus, de Gandhi e de tantos outros símbolos da paz e da não-violência, do desarmamento, das leis humanas que equivocadamente são aplicadas a seres animalizados...
Sim, Mestre, eu serei uma ovelhinha, porém armada, pronta para defender a vida corporal que me destes e daqueles a quem colocastes sob a minha proteção.
Os sofrimentos são ocorrências naturais dentro da nossa vida. São desafios que surgem para testar nossa resistência, são dores físicas, agressivas, que se estabelecem na ausência de percepção emocional. As manifestações podem ser físicas, emocionais, morais e espirituais.
É necessário que tenhamos esta consciência da utilidade do sofrimento para alavancar nossa evolução, para podermos substanciar o doloroso em utilidade, alterar cognitivamente o ciclo da dor. Ela agora não é a minha algoz que goza com o meu sofrimento, e sim um professor que ensina como corrigir meus defeitos. Passo a ter uma metodologia de educação e iluminação.
Dentro do catolicismo, a transubstanciação significa a conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo, e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue. Essa conversão se realiza na oração eucarística, mediante a eficácia da Palavra de Cristo e da ação do Espírito Santo.
Podemos classificar os sofrimentos em duas áreas: o sofrimento físico e o moral. O sofrimento físico compreende as diversas doenças biológicas que nos acometem, provenientes de processos degenerativos, dependência química e agressão de vírus e bactérias. O sofrimento moral tem uma origem mais profunda, abala os sentimentos, gera uma aflição incontida, reduz a resistência do corpo e provoca somatização.
É preciso que haja a canalização correta do pensamento para que haja a renovação íntima, sabendo que esse sofrimento é um processo transitório, decorrente das existências passadas, da hereditariedade, que se manifesta nas distonias nervosas, nos distúrbios psicológicos e que produzem grandes aflições familiares e até sociais.
Os sofrimentos de natureza psiquiátrica tem origem geralmente nas vivências passadas, mas podem ser também de ações erradas que cometemos no presente. Muitas vezes tem uma conexão com espíritos que se consideram prejudicados e que viram obsessores, dificultando a ascensão do Ego para o Self.
Os distúrbios podem ter um caráter masoquista quando a pessoa sente prazer com o sofrimento que inflige ao corpo. É uma busca não a si mesmo, mas a um prazer degenerado. Podemos ver isso no uso dos cilícios, nos jejuns injustificáveis, nas macerações e desprezo pelo corpo, na solidão, nas castrações... Podem ser sádicos quando esses mesmos métodos se impõem a outros a pretexto de salvá-los. Não há saúde mental nem espiritual, é um sadismo cruel.
Neste contexto animalizado vamos encontrar os ensinamentos de Jesus que constrói uma psicoterapia positiva com base no amor que cobre uma multidão de pecados. Pode até fazer jejuns prolongados, mas tem a justificativa de preparar o organismo para suportar os testemunhos morais. Ele sempre mostrou a importância da beleza da vida, dos lírios do campo, das aves do céu, das pérolas do mar.
As causas do sofrimento não é um imperativo divino e sim as consequências de nossa conduta humana, dos erros que comentemos e que precisamos corrigir, pagar. O nosso destino humano está voltado para a conquista estelar, para a saúde plena, da mente voltada para o bem, tendo sempre o amor como antídoto para qualquer tipo de sofrimento que venha a se formar dentro de nós ou ao nosso redor.