Sempre é considerado uma boa técnica pedagógica associar o teórico com o prático, sendo que o prático tem um valor maior. Pois bem, quero abordar hoje a questão da paternidade. Naturalmente os pais são os primeiros instrutores dos filhos, nos dois campos, teórico e prático. Na convivência os ensinamentos teóricos são frequentes com ensinos do cotidiano, dos modos, das ações... e o ensino prático é uma constante, pois o filho ver sempre o que o pai estar fazendo.
Na minha consciência não está registrada esse ensinamento nem teórico nem prático do meu pai. Minha mãe separou dele e saiu da cidade que ele morava para outra quando eu tinha 5 anos de idade. Tenho uma única imagem dele registrada na minha mente infantil, eu deitado numa rede a me balançar e ele chegando com uma revista. Não sei mais nada além disso, nem sua feição eu consigo distinguir, sua voz, o que ele fez comigo quando chegou.
No entanto, apesar de não ter tido essa instrução básica e natural oferecida pelo meu pai, eu procurava aprender por outras fontes, e principalmente pela intuição, como deveria ser o comportamento paterno.
Cheguei a gerar os meus filhos e no primeiro casamento eu acredito que tenha sido um pai perfeito, dentro dos critérios culturais em que vivo. Acontece que minha mente passou a colocar em prioridade um comportamento que entrou em confronto com a cultura, passei a ver o casamento com outra matriz paradigmática. O amor romântico cedeu lugar para o amor incondicional e com isso a exclusividade dos afetos em toda sua dimensão foi trocada pela inclusividade. Essa mudança aconteceu na minha mente, mas não na mente da minha esposa e isso terminou por provocar nossa separação. Perdi a convivência com meus filhos e cheguei até a ser proibido de vê-los, tamanha foi a raiva que a mãe deles teve de mim. Como eu estava vivendo agora dentro de um outro paradigma, não fiz cavalo-de-batalha por essa proibição, fiquei afastado deles, mas atento para ajudar sempre que fosse possível, e até ficar com algum deles se isso fosse necessário.
Tive filhos com outras companheiras, todas sabendo agora qual era o meu modo de pensar e sabendo que a consequência de um filho seria uma carga maior de responsabilidade para a mãe. Mesmo assim foram gerados dois outros filhos nessas circunstâncias. São meus filhos, mas a minha participação paterna é a distância, com encontros ocasionais e com o apoio financeiro legal e necessário.
Agora vem a pergunta: então, sou um melhor pai para os meus filhos que o meu pai foi para mim? Acredito que sim, e acredito também que todos concordam comigo, filhos e companheiras inclusive.
Sei que, apesar dessa comparação com o meu pai ser positiva para mim, algum vazio, algum sofrimento, deve existir ou existiu entre os meus filhos. Mas eu tenho ao meu lado a Verdade e a Justiça, que essa condição aconteceu entre nós não foi por maldade, ou por busca individualista pelo prazer. Estou enquadrado dentro de uma perspectiva missionária, onde a vontade de Deus sintoniza com a minha consciência e eu procuro agir dentro do Amor Incondicional, com todas essas consequências emocionais para construir um modelo de sociedade mais condizente com a cidadania do Reino de Deus.
Além de ter ao meu lado a Verdade e a Justiça, tem um outro fator que opera positivamente para mim: o Tempo. Só o Tempo é capaz de ajudar a entender o Amor puro, incondicional, só o tempo vai apagar as mágoas sofridas do passado e deixar brilhar os momentos felizes. Só Tempo, na sua essência, vai clarear a Verdade na mente de quem recebeu informações distorcidas, e leva sabedoria para distinguir a melhor forma de agir.
Finalmente, poderiam me perguntar: por que não deixou de lado essa intuição que fez você se afastar dos seus filhos? Eu responderia que agi assim porque, ao perceber que essa intuição provinha de Deus, o meu pai transcendental, talvez por minha carência do pai biológico, eu tenha tido tanta motivação de aceita-lo no fundo do meu coração e fazer a Sua vontade como filho obediente que eu desejo ser.
Analiso através de escritos, a relação mais tumultuada que existe em todo o espectro da família ampliada em que estou inserido. A mulher escreve em itálico e deixo abaixo a minha resposta a cada intervenção que ela faz.
Meus pensamentos variam o tempo todo, tem hora que tenho vontade de ser uma boa pessoa, abraçar, beijar quem eu gosto, de ficar deitada e sentir a massagem de quem eu gosto... mas também tem hora que não quero ver ninguém e tenho muita raiva de todos... por que será meu Deus, me ajuda, preciso muito!
Todos nós temos altos e baixos, isso se chama biorritmo. Quando é muito forte se torna uma doença, o transtorno bipolar, que não é o seu caso, apesar de você sentir essa flutuação muito forte. Mas você pode alimentar os bons pensamentos, de abraçar, beijar e falar bem de todas as pessoas ao seu redor. Quando chegar os pensamentos negativos, de raiva, de ressentimento, vingança, se esforçar para tirar isso da cabeça, fazer a oração de São Francisco quantas vezes for necessária. Isso é um bom antídoto para combater os pensamentos negativos e harmonizar cada vez mais com a sintonia de Deus.
Tenho uma doença pelo o que eu acho, raiva, rancor, muita mágoa. Sempre que olho nos olhos do meu marido digo pra mim mesma: você vai pagar tudo que fez comigo, mesmo que eu viva 80 anos. Só vou ficar em paz quando eu vir que isso aconteceu. Rezo e peço a Deus prá esquecer ele. Um dia eu consigo.
Outra mente fala comigo, uma de um lado, outra do outro. Não sei qual é a certa. Uma delas tem razão e quer me ajudar, não sei qual. Estou tão confusa, não sei o que fazer, estou perdida.
Ouça a mente que fala do bem. Ignore a que fala do mal. Faça a oração de São Francisco. Estamos sempre cercados de espíritos que aproveitam nosso estado emocional ruim para colocar mais “lenha na fogueira”, os espíritos que querem ver a confusão. Felizmente existem os bons espíritos que querem nos ajudar e dão boas ideias de pensamentos, leia e releia a oração de São Francisco que assim você vai reforçar as ações dos bons espíritos sobre você.
As vezes passa um filme na minha cabeça, um filme ruim, que eu fico tensa, com raiva, medo. Raiva com vontade de fazer várias coisas. Depois eu penso, não! Vou agir com a razão. Vou ficar bem boazinha, fingir que tudo está bem e depois quando ninguém imaginar, alguém vem e age por mim, sem precisar me sujar. Respiro fundo, não olho mais para trás e digo “agora sim, sigo em paz e vou tentar ser feliz, se Deus quiser”.
Mude a direção dos seus pensamentos, perdoe...
Tem u ditado que diz assim: “Quem tem com que me pague a mim não deve nada”.
O sentimento de vingança alimenta o ódio que destrói a tudo, inclusive a quem se vinga.
Isso é para você que me deve muito, muitos dias tristes, muitos dias de escuridão. Você tem uma coisa que você valoriza muito, um dia essa coisa vai está nas minhas mãos e aí, vou ter paciência e esperar esse dia tão especial pra mim vai chegar.
Seja como a madeira do sândalo que perfuma o machado que a fere; quando receberes uma rosa dê mais valor ao perfume que aos espinhos.
Sabe D. perdoo qualquer pessoa que me fizer algum mal, só não perdoo você, nunca, nunca mesmo! Vou te pegar espertão, malandro metido a esperto. Vamos ver quem ganha essa.
Veja ele com os óculos da bondade, que se ele errou, talvez por medo ou ignorância, não seja o carrasco a lhe tirar a paz, mas seja o anjo que lhe fez recobrar a decência de lhe reconhecer como tal: um anjo!
Sabe, estou com objetivo de vencer, se Deus quiser vai dá certo. Jesus, com Sua ajuda e de alguns amigos aqui na Terra, vencerei. Só Te peço, me ajuda a tirar de vez esse homem que entrou na minha vida. Ajuda-me a tirá-lo de vez do meu coração, que se vou ser feliz, Te peço, Senhor, tira esse homem horrível do meu pensamento, do meu coração, pois ele só me faz mal. Mas mesmo assim eu não esqueço esse maldito, porque eu acho que isso é uma maldição das grandes que luto para me livrar, mas não consigo. Ajuda-me Jesus, ninguém pode, só o Senhor. Faz um milagre na minha vida, move essa pedra que grudou no meu coração. Isso que eu sinto não é um sentimento bom, é muito ruim.
Qual foi o pior dos discípulos? Muitos acreditam que foi Judas, aquele que traiu o Mestre por 30 dinheiros e devido a isso Ele foi crucificado. Mas se isso não tivesse acontecido, se Jesus não tivesse sido traído e crucificado, será que hoje estaríamos lembrando dEle com tanta força, na semana santa, na sexta-feira da paixão, na ressurreição, na páscoa? Será que Judas não cumpriu uma missão espinhosa dada pelo Pai, ao projetar Jesus no mundo como o salvador dos nossos pecados, mesmo com a pecha de traidor? Será que D. também não cumpre uma função importante na sua vida, determinado pelo Pai, para que você aprenda a amar um traidor, a justificar suas mentiras, como Jesus fez com Judas, até na hora do beijo falso? Eu acredito que Deus te ama tanto que colocou D. no seu caminho, para ele se sacrificar como um traidor para você ter a chance de se transformar internamente, se afastar da condição animal de procurar a vingança e se aproximar da condição do anjo, de perdoar os inimigos, as pessoas que lhe fazem mal e não deixar de amar ninguém por causa disso.
Aproveite a oportunidade que Deus está lhe dando, se aproxime da condição do anjo e se afaste da condição do animal, do demônio.
Deus colocou D. dentro do seu coração como uma pedra de toque, como um teste de transformação. Não deixe de amá-lo, como Jesus não deixou de amar Judas. Tudo não passa de uma relação entre você e Deus. Qualquer outra relação, com qualquer pessoa, não passa de testes onde Deus sonda seu coração e procura ver de que ele é feito, da essência dos anjos ou da essência dos animais.
A terceira aula do curso “Autodescobrimento e dependência química – cura interior” foi sobre a interação Espírito-Matéria. Mostra que o ser humano é um composto de harmônico de energias, assim como qualquer coisa do mundo material é composto de energias condensadas, ou coaguladas. O Espírito como ´é uma entidade distinta da matéria, constrói um artefato chamado de perispírito para fazer a conexão devida com o corpo. A partir daí passa a se alimentar com os produtos materiais captados por nossos sentidos e também do prana ou éter energético que banha o universo e que são captados por nossos chakras, longe do alcance dos nossos sentidos.
As doenças são consideradas como desarmonias dessas energias que se mostram na fonte através da mente e da razão, envolvida pelo ciúme e drogas. As emoções são disparadas na forma de raiva e compulsão, deixando marcas no perispírito e marcas no corpo físico. Os pensamentos em desalinho levam às emoções desgovernadas e a uma mente pessimista.
A conscientização dessas emoções fortes e suas consequências como medo, cólera, agressividade, que geram alta doses de adrenalina produzida pelas suprarrenais, e que isso vai gerar aumento da glicose, das contrações musculares, da pressão arterial e da coagulação, tem muita importância. Se esse fato acontecesse uma só vez não acarretaria grandes problemas. Acontece que a mente em desarmonia vai repetir sempre esse tipo de estresse que termina gerando as doenças com componente psíquico, emocional e Espiritual, como diabetes, artrites, hipertensão e tromboses.
Deve ser lembrado que os impulsos primitivos não disciplinados tem como consequência os estados ansiosos, depressivos, sensação de inutilidade, receios e inquietações, que a longo prazo geram neuroses, psicoses e perturbações mentais.
As enfermidades desde que tenham um grande porte ou um longo tempo, sempre trazem um significado. Pode servir de um processo de purificação ou mecanismo de sublimação das energias grosseiras.
O renascer da consciência passa a ser uma constante, levando ao autodescobrimento, a identificar a realidade e a absorvê-la. A pessoa agora pode fazer uma avaliação cognitiva mais apropriada, o que é, e como se está melhorando para o alcance do destino. Lembra aquela figura da Fênix, uma ave mitológica que morre, mas sempre renasce das cinzas.
É importante ser feito uma escala dos valores existenciais para proporcionar o discernimento do que é principal e secundário, o modo de aplicar o tempo, a conquista de resultados favoráveis, e a construção do futuro.
A seleção de objetivos favorece a diluição da ilusão e estimula o emergir do Eu das camadas do inconsciente, e assim elimina a ignorância da existência. A pessoa pode assim assumir o comando das suas aspirações e criar a si mesmo de forma suave e lúdica.
O perispírito tem o papel de ser o modelador biológico do corpo, sempre orientado pelos pensamentos construídos pelo Espírito. As forças vivas da mente devem ser controladas pelos pensamentos do Espírito, senão elas passam a bombardear os campos organogenéticos e assim interfere na geratriz dos caracteres físicos e psicológicos. Dessa forma os núcleos celulares que geram os órgãos e preservam as formas, podem se alterar a causar aleixões, desvios do reto desenvolvimento.
O pensamento é a ferramenta mais importante, tanto para corrigir os sentimentos e comportamento, como para os deteriorar. Se o pensamento é salutar, vamos observar comportamento edificante, tolerância com o outros e consigo mesmo, compreensão dos atos contrários à sua vontade, e compaixão pelos mais necessitados. Toda essa energia assim domesticada flui pelo sangue, tonifica as células e dá harmonia no ritmo das diversas funções fisiológicas. Mas, se o pensamento é conflituoso, vamos observar ações degenerativas que se espalha por todo o organismo, acompanhado por ódio e ressentimento. Essa condição leva à desagregação celular, a perda de harmonia, e por jogar a carga mortífera capaz de gerar tumores diversos, benignos e malignos.
Os sentimentos gerados pelos desejos insatisfeitos, provoca a convergência de forças destruidoras alimentadas pelo sentimento de vingança disfarçada. Passam a surgir no psiquismo as ideias não digeridas, o desamor e a impetuosidade.
A convergência das forças destruidoras muitas vezes são usadas para chamar a atenção e para inspirar compaixão. Esse foco energético também possui capacidade de destruir a organização celular, alterando a mitose, provocando a alteração da mitose celular, focos infecciosos resistentes, e tumores variados.
As vinganças disfarçadas voltam-se contra o organismo físico e mental daquele que as nutre. Daí serem formadas úlceras cruéis e distonias emocionais, como tristeza, culpa, baixa autoestima, desfalecimentos, e assim a pessoa pode perseguir, sem êxito, o bem estar.
Ideias não digeridas ressurgem em processos enfermiços como mecanismos autopurificadores, na forma de angústias persistentes, enxaquecas e desfalecimentos. A fuga do perdão, do orgulho em procurar a vingança, favorece o aconchego no coração, do ódio, da competição malsã. Por isso surgem as dispepsias, indigestões, hepatites e ansiedades.
O desamor pessoal explica os complexos de inferioridade, as mágoas, auto piedade, contrariedades e atritos orgânicos como canceres de mama, de próstata, taquicardias, disfunções coronarianas, ataques cardíacos, enfartos brutais, etc.
A impetuosidade pode ser a causa de violência, queixas sistemáticas e desejos insaciáveis, que por sua vez leva a derrames cerebrais, estados neuróticos e psicoses de perseguição.
Finalmente, a vida mental precisa de organização emocional de física, que possa ser a base da conscientização da responsabilidade do ser no mundo, da adequação à saúde e harmonia, e dessa forma trabalhar as cargas vibratórias benfazejas, que nos possibilite a gerar bons frutos, pois como está escrito no Evangelho: “a cada um segundo suas obras.”
O trabalho na comunidade através do Projeto Foco de Luz e da Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio servem de laboratório para a prática das ações evangélicas que levam à construção do Reino de Deus. Todas as pessoas que se engajam nesses projetos, a partir de mim, se sentem motivados em cumprir a vontade do Pai, sem nenhum outro interesse material ou subterfúgio individual. Nós chegamos a pagar determinada mensalidade para que o trabalhe se realize sem tanta dependência de qualquer outro interesse. Mesmo que os interesses do mundo material estejam ao nosso redor, como não poderia deixar de ser, nossa consciência está sempre alerta para àquilo que Deus deseja de nós e não nos deixar envolver por qualquer interesse pessoal.
Com esta perspectiva estamos sempre alertas para o que Deus deseja que façamos a qualquer momento. Posso colocar como exemplo disso que estou dizendo, o conflito acontecido na Escola Estadual Olda Marinho que nos levou para trabalhar dentro da Escola Estadual Padre Monte. De repente sem que nós tivéssemos feito qualquer ação para isso acontecer, nem ao menos pensávamos nessa possibilidade, a mão de Deus interviu e nos colocou dentro de uma escola bem maior, com maior número de alunos (447) e com maiores dificuldades.
Entendo que Deus nos colocou dentro de um novo campo de estágio para ver se conseguimos resolver à contento os problemas ao nosso alcance. Inicialmente estamos planejando um mutirão de limpeza no colégio, que serve de sensibilização tanto para a comunidade interna, alunos, pais e professores, quanto para a comunidade externa, moradores do entorno e autoridades públicas dos níveis municipal, estadual e federal.
O passo seguinte é manter a limpeza que conseguirmos e organizar o alunado dentro da escola, ensinando a política como deve ser e o desenvolvimento de diversos projetos que já estão sendo elaborados.
Vejo em tudo isso uma espécie de seara do Senhor onde Ele mesmo é quem faz o convite diretamente no coração de cada pessoa. A mim cabe a organização desse projeto, já que Deus colocou sobre meus ombros uma iniciativa dEle e aceitação minha. Sei que não posso estar dentro de todos os projetos que nós elaboramos, mas devo ser o fermento que fará todos eles crescerem. Sei que isso é difícil, pois me vejo cercado de trabalho por todos os lados e ainda sinto o cansaço e a exigência do repouso de um corpo que já não é tão jovem.
Devo construir uma espécie de cadastro de todas as pessoas que se aproximam do trabalho, pois muitos se afastam por diversos motivos, mas que podem colaborar a qualquer momento, desde que sejam convocados com uma pauta específica. Devo também registrar os projetos lançados e acompanhar cada um deles ao lado de uma pessoa que se disponibilize para a sua realização.
A Escola Padre Monte deverá ter um coordenador para acompanhar todas ações realizadas dentro dela, e o nome que naturalmente se coloca é o da professora Rosário, que tem muito conhecimento na área e já apresentou diversos projetos que já estão na fase de construção.
A Associação de Moradores continuará a ser a principal fomentadora dos diversos projetos que ainda irão surgir, bem como os novos voluntários para sua realização.
A história de Jacó, descrita na Bíblia, mostra dados interessantes na relação afetiva dele com suas esposas e com o resto da tribo, principalmente nos tratos que fez com Labão. Chama a atenção que a relação monogâmica não era uma lei absoluta, mas que o ciúme das mulheres sempre estava presente. Na relação de Jacó com as quatro filhas de Labão, duas tinham o papel principal, a mais velha, primogênita, Lia, e a mais bela, Raquel. O que me chamou a atenção foi que o ciúme entre as quatro irmãs foi vencido, pelo menos na aparência, e elas se comportavam como as mães de cada filho de cada uma que nascia. Essa circunstância assim construída, ainda que seja com bases materiais, parece muito com a família universal que deverá compor o Reino de Deus ensinado por Jesus.
Lia demonstrou que era a mais perspicaz, conseguiu colocar o ciúme em segundo plano e aceitou o relacionamento afetivo do marido com a sua irmã Raquel, a quem ele considerava a mulher do seu coração. Mas foi Lia quem lhe deu o maior número de filhos, organizava o sentimento das demais irmãs e até colaborava com a política administrativa da tribo.
Quando Jacó brigou com o sogro e resolveu sair para a sua terra e fazer as pazes com seu irmão Esaú, procurando o seu perdão, Lia mais uma vez o apoiou e puxou para si a responsabilidade de falar com as mulheres. Não vacilou ao ficar com o marido, dizendo que o seu lugar era onde ele estivesse, mesmo que o seu pai fosse abandonado por essa decisão.
Hoje esse comportamento poligâmico de Jacó seria criticado pela nossa cultura atual, mas de forma hipócrita é aceito pela maioria dos homens que se relacionam com outras mulheres fora do casamento, em adultérios masculinos que são bem tolerados, enquanto os adultérios femininos são fortemente condenados.
A minha compreensão sobre pertencer a família universal e ser cidadão do Reino de Deus, como Jesus ensinou, passa um pouco pelo comportamento de Jacó e suas esposas, principalmente Lia. Aplicando o Amor Incondicional nessas relações afetivas entre homem e mulher, acredito que chegaremos naturalmente a essa conjuntura do amor inclusivo, da ausência do ciúme, da harmonia entre os parceiros.
Não vou buscar parceiras dentro de uma mesma família, como aconteceu com Jacó. O meu mundo atual é muito maior que o de Jacó, tenho uma maior quantidade de mulheres que se relacionam comigo. Já tenho a compreensão dessa família universal e já entendo, como Jesus ensinou, que o meu pai, a minha mãe e os meus irmãos, são todos aqueles que acreditam e cumprem a vontade do Pai.
Com essa percepção, a aproximação afetiva e possível aprofundamento sexual, seguindo com rigor a lei do Amor Incondicional, vai levar naturalmente a essa relação que hoje se constrói ao meu redor. Sei que tudo isso ainda flui no campo das intuições, pois eu não vejo em nenhum livro ou lição espiritual de qualquer fonte, esse comportamento que procuro implementar, com todos os paradigmas que o sustentam.
Até parece um pouco fácil essa construção de família ampliada com o homem no centro dos relacionamentos, como se fosse o paxá, o homem exclusivo da relação, muito comum nos comportamentos tribais dos povos primitivos. Acredito que a aplicação da lei do Amor com integridade e sem preconceitos, inclui também a participação de outros homens. Esse é o fator que foge totalmente da história antropológica da humanidade, onde o homem se aproveita da situação poligâmica e constrói harém para o seu prazer e poder, exemplo de Salomão, o homem mais sábio segundo a Bíblia, que tinha 700 esposas e 300 concubinas.
Felizmente o Deus de Justiça que Jesus nos ensinou a chamar de Pai, é muito diferente daquele Deus, Senhor dos Exércitos, que privilegiava os povos que considerava como seus e arrebentava aqueles que pensavam de forma contrária.
Enfim, tenho essas lições do passado, dos livros sagrados e tenho a lição atual do Mestre Jesus. Cabe agora a minha consciência seguir o caminho que com mais propriedade me levará para perto do seio do Pai, mesmo que ao meu redor as opiniões sejam contrárias.