Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
28/10/2015 00h59
ORIGEM DO ESPÍRITO

            A minha busca de conhecimentos sempre para na origem das coisas. Na explicação do mundo material, seguindo os conhecimentos que a ciência nos traz e nas hipóteses que são formuladas a partir daí, tenho a ideia de que tudo foi formado a partir de um primeiro ponto que explodiu, que se denomina de “Big-Bang”. Todo o esforço de inteligência da nossa lógica, não vai além desse ponto. Com os conhecimentos metafísicos que adquiri consigo ir além dessa explicação, consigo colocar uma energia anterior, pré-existente, onipotente, imanente, transcendente, eterna, una e indivisível... Deus! Fico mais satisfeito com esse limite encontrado por minha lógica, o limite de Deus, pois sei que jamais irei ultrapassá-Lo, o máximo que posso fazer é me aproximar para contribuir com Ele na formação constante e eterna da existência.

            Do ponto de vista espiritual surge outra dúvida. Sei do trâmite da matéria que tem origem em Deus e se espalha pelos aspectos mais ínfimos da Natureza. Mas o Espírito é algo distinto da matéria, algo que também foi criado por Deus, simples e ignorante, com a perspectiva de evoluir consciencialmente até a volta para a intimidade do Criador. Um ponto em comum entre a matéria e o espírito é a necessidade de evolução de ambos, porém por caminhos diferentes. Enquanto a matéria se aperfeiçoa e gera estruturas que assumem uma complexidade funcional, imanente, cada vez maior, o espirito se aperfeiçoa nos aspectos transcendentais, desenvolvendo a inteligência, racionalidade e princípios morais.

            Como tudo está encadeado no Universo, que tudo tem uma finalidade, a matéria serve de berço gestacional para o espírito desde sua origem no átomo primitivo como princípio espiritual. A partir daí esse princípio espiritual, germe do Espírito, esse vem se desenvolvendo no seio da matéria. Podemos dizer que ele dorme no estado mineral, sonha no estado vegetal e acorda no estado animal. Podemos dizer que esse princípio espiritual a medida que desenvolve sua ainda rudimentar energia consciencial, vai avançando concomitantemente pela evolução da matéria, do estado inerte para a vida, dos sistemas simples para os complexos. O estado animal apresenta a maior complexidade dentro da Natureza, mesmo assim ainda observamos animais de ínfima ordem, que mal tem consciência de seus atos, mas todos obedecem as leis do Criador. Mais tarde quando a complexidade de seus corpos biológicos, principalmente o cérebro, possam suportar as suas inteligências mais desenvolvidas, ordenarão e dirigirão as coisas do mundo material. Depois poderão dirigir as coisas do mundo espiritual.

            Quando o princípio espiritual passa ao estado animal e começa a acordar, devemos observar que esse processo deve ser iniciado ainda pelos seres mais ínfimos do mundo animal, com pouca individualização, com uma ação mais coletiva. Podemos ver como exemplo os cardumes de peixes que se movimentam, cada indivíduo, como uma peça do conjunto coletivo. O princípio espiritual continua a se desenvolver no estado animal, do simples para o complexo, até atingir sua individuação no estado hominal. Nesse estado já existem as condições neurológicas suficientes para o desenvolvimento dos princípios morais. O Espírito já está desenvolvido nos seus aspectos cognitivos e volta a ocupar tantos corpos quantos sejam necessários nesse aprendizado constante e no processo de reencarnação, até a sua purificação.

            Os diversos mundos passam a ser escolas e/ou hospitais nesse processo de educação continuada. Infelizmente ainda estamos numa escola/hospital rudimentar, considerando os cinco tipos de mundos existentes: 1) Mundos primitivos (destinados às primeiras encarnações da alma humana, a vida, toda material, se limita a luta pela subsistência, o senso moral é quase nulo, as paixões reinam soberanas. A Terra já passou por essa fase); 2) Mundos de expiações e provas (nesses mundos o mal predomina. É a atual situação da Terra, e por esse motivo vivemos cercados por tantas misérias); 3) Mundos de regeneração (são mundos em que as alma que ainda tem que aprender, criam novas forças, repousando das fadigas da luta. É o estágio em que devemos entrar brevemente, com o expurgo para planeta mais inferior das almas recalcitrantes no mal); 4) Mundos ditosos ou felizes (são planetas onde o bem sobrepuja o mal e, por isso, a felicidade impera); e 5) Mundos celeste ou divinos (são as habitações de Espíritos depurados, onde reina exclusivamente o bem, visto que todos que aí vivem já alcançaram o cume da sabedoria e da bondade).

            Com essa compreensão podemos entender a diversidade de comportamentos ao nosso redor, mas com predominância do mal, com a existência ainda de espíritos primitivos, ainda não acostumados com a individuação da consciência e muitas vezes se comportam como bois numa manada, no dito popular de “Maria vai com as outras”, o que é uma constante. As pessoas costumam se apegar a uma ideia ou conceito e não procuram mais verificar com lógica e imparcialidade a verdade da Natureza que está em sua volta. Até que sintam essa necessidade de evolução, esses espíritos necessitarão de muitas reencarnações, e se são praticantes constantes do mal, deverão ser expurgados para outros mundos mais condizentes com sua natureza e não perturbem a evolução daqueles que já se adiantaram.

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em 28/10/2015 às 00h59
 
27/10/2015 00h59
DISCIPLINA E TÉCNICA EM PSIQUIATRIA

            Fui abordado pelo diretor de um dos hospitais no qual trabalho, que um paciente meu estava na recepção prestes a fugir. Achei que devia dar uma informação mais detalhada em resposta e coloco neste espaço esse diálogo ocorrido entre nós, até como forma de orientação didática para quem lê:

            - Boa noite. Recebi informações a seguir do responsável pela recepção: Paciente que ateou fogo ontem, andando livremente pela recepção hoje à tarde. Fui informado pelo recepcionista que o paciente ficou esperando uma oportunidade para fugir... Assim que ele parou lá, disse que queria ir embora. O recepcionista o chamou e o levou até o técnico, que o levou para o setor... Estou lhe informando, pois me informaram que esse paciente está sob seus cuidados...

            - Bom dia. Preciso fazer um relatório sucinto desse caso pra você sentir melhor a dimensão do nosso trabalho. Recebi esse caso sabendo que seria difícil, depois de ter falado com a família e saber do histórico de manipulação do paciente, desde a sua internação em clínica anterior. Na primeira entrevista que fiz com ele estava ainda sedado, reduzi o esquema da medicação, mas deixei restrito ao setor em observação, sem autorização de fazer nem ligação telefônica. Por coincidência, na sexta-feira pela manhã, eu estou justamente falando com os familiares dele, quando recebo a notícia que o paciente ateou fogo no colchão e está embaixo (o setor dele é o terceiro andar) querendo falar com a mãe. De imediato eu peço para falar com o médico de plantão e digo, na frente da mãe e do irmão que estavam comigo, que era totalmente contraindicado o paciente naquelas circunstâncias falar com a família, que não deveria ter nem descido para tentar isso. Que deveria ser medicado de urgência no setor do seu apartamento e contido se necessário. Reclamei da equipe por ter permitido o paciente descer, mesmo com a ocorrência do incêndio que ele provocou, pois isso era o que ele queria. Senti o receio da equipe em fazer esse procedimento e eu mesmo fiz o esquema de urgência para ser aplicado no paciente. Senti que a família que estava ouvindo todas as minhas providências, estavam me apoiando. Não exigiram falar com o paciente e foram para casa. Subi ao terceiro andar, local do apartamento do paciente, apesar da tentativa da equipe de interditar o setor. Fui até o apartamento para ver o estrago, e falei com o paciente que ainda não havia sido medicado. Ele se mostrava calmo na minha frente, dizia que estava arrependido, que queria falar com a família e que não precisava tomar as injeções que prescrevi. Expliquei, com calma, que devido a ocorrência ele teria que tomar a medicação injetável e que não poderia falar com a família, essa era a rotina técnica. Até mesmo a vista do domingo estaria condicionada ao seu bom comportamento no setor, conforme deixei prescrito no prontuário. O paciente terminou aceitando minhas ponderações e aceitou as injeções sem o uso da força, como já estava preparado. Deixei o paciente medicado no seu setor, no terceiro andar, e ainda tranquilizei os outros pacientes que aquela fumaça residual não seria motivo para a interdição do setor, mesmo porque o pessoal da manutenção já estava fazendo a limpeza. Logo em seguida fiz questão de falar pessoalmente, pelo celular, com a família sobre as providências que tomei, que ele havia sido medicado e mantido sob observação no setor. Que sua visita no domingo estava condicionada ao seu bom comportamento até esse momento. A família mais uma vez aprovou a minha conduta e agradeceu pelas informações, já que eu achei necessário fazer pessoalmente, sem a intervenção do Serviço Social, desde que eles foram testemunhas do que ocorreu e ouviram minhas providências. Portanto, agradeço a sua comunicação sobre o paciente e me sinto tão surpreso quanto você por essa ocorrência. Acredito que seja necessária uma reunião educativa com a equipe para evitar a manipulação desse tipo de paciente. Caso seja possível, eu gostaria também de estar presente nesse momento para explicar como estou fazendo agora, o comportamento firme que devemos ter com o paciente, a família e o procedimento técnico. Afinal sou um felizardo ex-aluno do professor Severino Lopes que nos ensinou como tratar a doença com disciplina e técnica, sem nos deixar contaminar por um pseudo-humanismo que mais prejudica que beneficia os nossos pacientes; infelizmente muitos técnicos ainda fazem essa confusão. Desculpa em plena madrugada tão extenso relato, mas achei necessário para que tenhas uma melhor compreensão dos fatos. Muita luz!

            - Bom dia. Fico feliz e grato por ter esse diálogo tão necessário quanto primordial para a melhoria da qualidade dos serviços prestados pela equipe do hospital... vou falar com a diretoria para nos reunirmos com a equipe para identificarmos aonde precisamos melhorar as nossas ações. Darei retorno sobre nossa reunião.

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em 27/10/2015 às 00h59
 
26/10/2015 00h59
APRENDENDO COM PAULO – O AMOR

            Como fiquei motivado com os textos anteriores relacionados com a espiritualidade, resolvi fazer neste dia um questionário para ajudar aqueles que desejam se exercitar na arte de amar, seguindo os parâmetros metodológicos da Reforma Íntima, também já citado neste espaço.

            Vou inicialmente reproduzir o que Paulo disse na Primeira Epístola aos Coríntios (13:1-13), mesmo sendo repetitivo, pois já fiz essa reprodução em outro momento:

  1. Ainda eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.
  2. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.
  3. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!
  4. A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante.
  5. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor.
  6. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade.
  7. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
  8. A caridade jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará.
  9. A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita.
  10. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá.
  11. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança.
  12. Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido.
  13. Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade – as três. Porém a maior delas é a caridade.

Este é o material que Paulo deixou escrito e que ninguém consegue fazer a sua aplicação na prática. Até mesmo as pessoas que estão sempre visitando os templos, com os livros sagrados nas mãos, mesmo que eles próprios sejam pastores de almas, que tenham toda a responsabilidade de praticar essa orientação de Paulo, não é isso que se observa. Muitos não conseguem nem entender a proposta de Paulo, quanto mais colocar na prática.

      Talvez eu não consiga colocar tudo na prática, tenho consciência disso, mas pelo menos já entendo o que ele quis dizer e sinto que pode sim, ser aplicado. São esses pontos do Amor/Caridade que deverei trabalhar num questionário para ser usado tanto por mim quanto por meus pacientes: paciência, bondade, ausência de inveja, ausência de orgulho, ausência de arrogância, ausência de escândalo, ausência de irritação, ausência de rancor, ausência de injustiça, prática da verdade, tudo desculpar, tudo crê, tudo esperar e tudo suportar. Parece ser uma utopia a realização desses itens, mas me parece que essa seja a constituição do Reino de Deus do qual queremos ser cidadãos.

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em 26/10/2015 às 00h59
 
25/10/2015 00h59
FOCO DE LUZ (75)

            Em 22-10-15, as 19h, na Escola Estadual Olda Marinho, teve início mais uma reunião da AMA-PM e Projeto Foco de Luz, com a presença das seguintes pessoas: 01. Paulo 02. Edinólia 03. Radha 04. Jaqueline 05. Valter Pinheiro (ex-vereador da comunidade de Mãe Luiza) 06. Severino 07. Balaio 08. Rawlinson 09. Nivaldo 10. Carlos Eduardo 11. Marise 12. Lenira 13. Sandra 14. Peroba 15. Joana 16. Luci 17. Elita 18. Luzimar 19. Francisco Rodrigues 20. Nazareno 21. Saturnino (presidente da Federação de Surf, convidado por Balaio) 22. Ângelo (representando vereador Ubaldo) 23. Clarisse 24. Ezequiel. 25. Silvana 26. Ubaldo (Vereador) 27. Vanessa 28. Francisca 29. Francisco Bezerra 30. Heriberto 31. Josineide. Foi lido o preâmbulo espiritual “Pelos Frutos”, uma fala de Jesus, registrada no Evangelho de Mateus. Em seguida a leitura da Ata anterior que foi aprovada sem correções. COMUNICADOS: Francisco informa que Balaio foi o ganhador da mega-sena e passa pra ele o valor de 108,00 reais, ficando 12,00 reais (10%) com a tesouraria. Começou a ser recebida as apostas que deverão concorrer em dezembro/2015. Informa que durante a festa das crianças foi feito contato com João Rafael que facilitará o trâmite dos documentos da Associação no cartório do seu pai, contando inclusive com a ajuda de advogados. Diz que a reunião com a I DIRED da Secretaria de Educação foi realizada na Escola e que ficou definido a formação de um convênio junto com a Uni-Nassau para viabilizar um projeto de Colônia de Férias para as crianças e Reforço Qualitativo no próximo ano, inclusive com ações na comunidade para incentivar as matrículas de novos alunos para viabilizar a existência da escola e das formação de novas turmas para o Mais Educação, pois as quatro existentes estão irregulares. Luzimar informa da reunião que foi agendada no dia 27-10 no HUOL para ser discutido o destino que será dado ao Hotel Reis Magos e que irá solicitar a colaboração do Departamento de Arquitetura da UFRN para elaborar um projeto de sede para ser operacionalizada no terreno do HUOL, na praça tenente Berlarmino ou na praça Maria Cerzideira. Carlos Eduardo coloca a necessidade de serem cadastrados os times de futebol com relação a idade e tamanho dos meninos para não ocorrer discrepâncias durante os jogos. Também sugere uma ação de visita as casas para prevenir o lixo jogado na rua. Nivaldo reforça a importância do cadastro e da disciplina junto aos alunos do futebol. Edinólia chama a atenção de muitas crianças jogarem descalças no cimento ou no asfalto devido a falta de tênis. Radha informa que o Clube de Mães continua sem ações, mas está tentando viabilizar uma atividade para dar início real ao Clube. Clarisse informa que a cabeleireira não veio para o dia da festa das crianças porque adoeceu, mas está disposta a vir em outra data, e foi sugerido o primeiro domingo de dezembro, dentro das atividades do bazar. Ângelo sugere a colocação de faixas contra a colocação de lixo na rua, aproveitando a aproximação do Natal e da campanha contra a dengue. Ezequiel conseguiu medalhas para as crianças que não receberam e fez a entrega aos alunos pedindo ajuda aos presentes nessa homenagem, principalmente para Ana Paula que ele destacou como pessoa dedicada e trabalhadora no benefício das crianças e da comunidade. Valter Pinheiro destacou a importância do trabalho comunitário e se colocou a disposição como ex-vereador e morador da comunidade de Mãe Luiza. Ubaldo colocou a importância de um mandato popular para o bairro e que está sempre disposto a ajudar na pessoa de Ezequiel que tem livre acesso ao seu gabinete na Câmara Municipal. As 20h30m foi encerrada a reunião com a oração do Pai Nosso conduzida pelo vereador Ubaldo. Fizemos a foto oficial e degustamos biscoitos durante a fraternidade da despedida.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 25/10/2015 às 00h59
 
23/10/2015 09h19
AMIGO DE CRISTO

            Existe uma tendência a colocar a Caridade como sinônimo de Amor, principalmente no texto que Paulo escreveu (ICor, 13:1-13). Existem versões dentro da própria Bíblia que ora coloca a designação de Caridade e outras de Amor. Eu ficava incomodado com isso, pois me parecia estar colocando o Amor em segundo plano quando trocava pela palavra Caridade. Hoje ao ler no livro “Fontes Franciscanas e Clarianas” um trecho da biografia de São Francisco me provocou uma correção cognitiva, e para tentar explicar como aconteceu vou reproduzir o texto que li nas páginas 610 e 611:

            “E assim, a excessiva afeição da caridade o elevava às realidades divinas de modo que a afetuosa benignidade dele se estendia aos companheiros da natureza e da graça. Pois que a piedade do coração o tornara irmão das outras criaturas, não se deve admirar se a caridade de Cristo o tornava mais irmão dos que estão marcados com a imagem do Criador e remidos pelo sangue do Autor. Não se julgava amigo de Cristo, se não cuidasse das alma que ele remiu. Dizia que nada deve ser colocado à frente da salvação das almas, demonstrando mormente que o Unigênito de Deus se dignou pender na cruz pelas almas. Daí o esforço que ele tinha na oração, sua corrida à pregação e os excessos em querer dar exemplo. Por isso, toda vez que a excessiva austeridade era repreendida nele, respondia que havia sido dado como exemplo para os outros. Embora a carne dele – a qual já se submetia espontaneamente ao espírito – fosse inocente e por causa das ofensas não precisasse de nenhum castigo, no entanto, por causa do exemplo, renovava-lhe as penas e as fadigas, trilhando por causa dos outros duros caminhos. Pois dizia: Se eu falar a língua dos homens e dos anjos, mas não tiver em mim mesmo a caridade e não mostrar ao próximo os exemplos de virtudes, pouco sirvo para os outros, nada sou.”

            Tem um certo aspecto que faço crítica, a intenção de ensinar que foi o sangue de Cristo que remiu os nossos pecados, que já estamos limpos dos erros que cometemos frente ao Pai devido a esse sacrifício do Mestre e simplesmente por acreditar nisso. A compreensão que tenho é que esse sacrifício do Mestre fazia parte da forma de ensinar, de maneira prática e pessoal. Se hoje nós usamos os recursos da tecnologia para ensinar os nossos conteúdos, com computador, Datashow, videoconferência, etc, O Cristo usou o seu próprio corpo e suas ações como uma aula direta, em três dimensões, com nós postos dentro dela, independentemente do tempo e do espaço. É a assimilação de suas aulas e a procura por aplica-las em nossos relacionamentos é que vai corrigindo os nossos erros e nos aproximando gradativamente do Criador. Portanto, tudo vai depender do nosso esforço em melhorar, em fazer a reforma íntima, e não um simples ato de fé, de acreditar em Jesus como filho de Deus, mas permanecer com os mesmos vícios e defeitos.

            Mas esse é um ponto adicional. O que quero enfocar neste momento é a aproximação que tive dos conceitos de Amor e Caridade, e sim que podem ser usados como sinônimos sem diminuir a importância do Amor. O que os santos já sabiam e praticavam, acredito que vim a saber agora. Como é que eu irei expressar o meu amor no mundo ao meu redor? Com atos! Não é minha atitude contemplativa, mesmo que seja uma contemplação em direção a Deus, mas é como se o Amor que flui de Deus para mim tivesse parado e se acumulado sem fluir para ninguém, que é o que Deus deseja, assim acredito. Quando alguém se aproxima de mim e pede uma esmola pelo Amor de Deus, está me propondo uma troca cujo aval é Deus. Dar algum benefício a ele e receber como moeda o Amor de Deus. E Deus sempre estar disposto a pagar, nisso acredito, mesmo que a pessoa esteja tentando enganar a minha boa-fé. Mas não devo deixar que essa possibilidade de ser enganado me intimide, posso usar o bom senso e evitar realmente o mal uso da minha ajuda, mas não posso disseminar essa resposta para todos que me estendem a mão. Essa ação de ajuda que posso fazer em benefício do meu irmão necessitado, é o que corporifica o sentimento do Amor. Por mais que eu ame o próximo como a mim mesmo, mas se não faço uma ação de ajuda-lo em suas dificuldades, é como se eu não o amasse, fosse indiferente. O Amor fosse ocioso como aquele que simplesmente e unicamente contempla. Não estou cuidando das almas que Jesus está ensinando, não posso ser considerado aluno do Cristo, quanto mais seu amigo.

            Foi essa a compreensão que chegou à minha consciência, a Caridade é o braço prático do Amor, e sim podem ser usados como sinônimos, se essa caridade realmente tem as vestes da incondicionalidade do Amor.

            Tudo isso me deixou motivado para construir outro questionário para aqueles que querem aprender a praticar o Amor como Paulo ensinou, tendo como base o texto da Primeira Epístola aos Coríntios.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/10/2015 às 09h19
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