Interessante fazer essa reflexão sobre a conduta proposta pelos dois concílios promovidos pela Igreja Católica. O primeiro concílio que vamos verificar neste texto é o Concílio de Trento que foi iniciado em 1545. Esta convenção defendiam e praticavam a prerrogativa da Igreja de ser uma firme defensora da Verdade contra os esforços da paixão humana para defender os erros e propaga-los, para apresentá-los como os únicos que deveriam dirigir a conduta humana, como salvadores e regeneradores da sociedade. Os membros da Igreja participantes deste Concílio, tinham a clara compreensão que em tais circunstâncias, de defender e propagar os erros, não podiam ficar calados, e realmente não fizeram silêncio, reprovando energicamente a interpretação teológica protestante.
No entanto, o Concílio Vaticano II, convocado em 1961, não teve esta mesma preocupação de identificar e reprovar os erros. Pelo contrário, a ideia que passou a ser defendida, por iniciativa do próprio Papa da época, João XXIII, é que não seria acusado ninguém, o erro não seria considerado. Isto é, estaria cometendo erro quem não defendesse esse novo posicionamento. Aqui está, uma bifurcação ideológica: a Igreja do Concílio de Trento e a Igreja do Concílio Vaticano II. Enquanto a primeira está ligada ao tradicionalismo, as lições que o Cristo deixou, a segunda Igreja está ligada ao modernismo, às conquistas humanas científicas, tecnológicas e ideológicas. Quem está correta das duas? A primeira gerou o Catecismo Romano que foi considerado um preciosíssimo livro, monumento perene da solicitude da Igreja pela instrução religiosa do povo cristão, distinguida pela solidez. Esta se descobre e se manifesta nos argumentos que emprega para demonstrar cada uma das verdades propostas à fé. Coloca os artigos de fé pelos testemunhos da divina Escritura reconhecidos como clássicos por todos os apologistas cristãos e mestres da ciência divina. Demonstra como a fé da Igreja Católica está em conformidade com as sagradas Escrituras. Demonstra a Verdade católica, ensinando sua origem, e ao mesmo tempo refuta as falsas afirmações da heresia protestante.
Dessa forma o protestantismo, que não reconhecia outra verdade que não fosse a da Escritura, pela mesma Escritura era obrigada a confessar a Verdade, que com tanto aparato pretendia mostrar e pregar como falso e errôneo.
Este Concílio de Trento, através da publicação do Catecismo Romano, faz uso das Escrituras para demonstrar as verdades do catolicismo, que sendo lido atentamente é reconhecido como o mais sábio, ordenado e completo compêndio da palavra de Deus.
Como, então, um segundo Concílio que sem cumprir a nobre tarefa de contestação dos erros, pode elabora um catecismo que substitua o primeiro? Não é uma proposta incoerente? E a incoerência não faz o diagnóstico da presença da Mentira? Se tal catecismo substituto é produzido e divulgado, não é ele a ferramenta do seu mentor, a fumaça de Satanás? Apesar de todos os seus termos, bem sintonizados com o ideal cristão, mas na sua essência existem erros acatados como corretos. Os padres da Igreja, principalmente o Sumo Pontífice, o sucessor de Pedro, não podem cometer a quarta negação à Cristo.
A mentira á a principal arma do demônio, a essência do mal, do egoísmo, e que, por paradoxal que seja, habita dentro de nós como um monstro chamado Behemoth, criado por Deus (Bíblia, livro de Jó), para cuidar de nossa existência material, da sobrevivência do nosso corpo. Portanto, podemos imaginar que a Verdade vem das esferas superiores, do divino, enquanto a Mentira vem de nossas entranhas instintivas, identificadas pelo egoísmo.
A Igreja Católica Apostólica Romana que foi criada por inspiração do Cristo, tendo Pedro como primeiro dirigente. Tem a missão de levar os ensinamentos do Mestre no tempo e no espaço, criando as condições a partir da limpeza do nosso coração, de construir a família universal, o Reino de Deus.
Sendo a missão do Cristo materializada até hoje com a missão da Igreja Católica, abre-se um campo de batalha entre a Mentira e a Verdade, entre o egoísmo e o altruísmo, entre o anticristo e o Cristo. Podemos ser enganados pela Mentira desde o berço, pois a inteligência do egoísmo é força natural dentro da mente animal, inclusive a humana. Devemos encontrar os fatos e argumentos que mostram a incoerência e hipocrisia da Mentira. Somente assim podemos tomar uma posição coerente com nossos propósitos, se tem a intenção de servir à Mentira ou a Verdade.
Dentro deste contexto, é inevitável que uma das responsabilidades principais da Igreja Católica, de todas aquelas que a compõem, seja a de apontar os erros, corrigi-los e apontar os caminhos da Verdade, da vida, como Jesus demonstrou com o próprio sacrifício até o auge na cruz.
Caso a Igreja não cumpra essa importante função cristã, divina, de denunciar os erros e passe a aceitar os erros no corpo da Igreja, então esta irá se deteriorar, perderá sua função cristã e a Mentira terá assim o caminho desimpedido para a vitória do Anticristo, como observamos hoje, em pleno século 21, cinco séculos após a construção do Catecismo Romano inspirado pelo Concílio de Trento convocado em 1545.
O Concílio Vaticano II, convocado em 1961, evitou exercer essa importante função de apontar erros e corrigir a Mentira. Dessa forma, membros da Igreja Católica passaram a aceitar as falsas narrativas da Mentira, se fortalecendo ao passar das décadas, e com isso desvirtuar os ensinamentos do Cristo, abrindo espaço para o Anticristo reinar dentro da própria Igreja que no passado era a sua principal opositora.
Paulo advertia em Efésios 4:32, que devíamos ser, uns para os outros, antes de tudo, benignos. Às vezes temos, antes de tudo, grandes projetos na cabeça, mas esquecemos de ser benignos com o próximo que está próximo, e de todos o mais próximo somos nós mesmos.
Eu tenho um projeto grandioso, chegando as raias da megalomania, de participar na construção do Reino de Deus, como se eu fosse um construtor já suficientemente habilitado. Um projeto que abrange o mundo todo. Mas será que estou sendo benéfico com quem está próximo, a partir de mim, como Paulo advertia?
Paulo dizia que grande massa dos aprendizes do Cristo se queixa da falta de oportunidade de operar grandes serviços no mundo. Eu sei que tenho essa oportunidade, só falta para mim os atributos internos de coragem, inteligência rápida e sabedoria, para tocar para frente no ritmo adequado esse projeto. Mas não posso esquecer da advertência do Paulo, de ser benéfico com quem está próximo. Fazendo esta auto avaliação, reconheço que estou cumprindo o que Paulo e o Cristo esperam de mim. Por outro lado, também não estou desgostoso por não ter obtido cargo de alta relevância, de não ter o meu nome na grande imprensa.
Não menosprezo o valor das pequenas tarefas, pois sei que fazem parte do meu projeto grandioso. Procuro ter um gesto de boas maneiras, um sorriso fraterno e consolador. Procuro melhorar a minha assistência na sede e fome de quem precisa, sem julgamentos a priori, de ficar calado ante o mal que é divulgado por inocência ou ignorância, que não comporta esclarecimentos imediatos, ofertar com amor um livro santificante, proferir uma sentença carinhosa, talvez o transporte de um fardo pequeno que esteja ao meu alcance. Faço a sugestão do bem, a tolerância em conversações fastidiosas, os favores gratuitos de alguns reais, a dádiva espontânea, mesmo que humilde, a gentileza natural, e tudo isso, acredito, cumpre as exigências do Mestre, mesmo que muitos não as levem em justiça e consideração.
Mas não importa a cegueira de quem recebe. Que pode significar a malevolência das criaturas ingratas, diante do impulso afetivo dos bons corações? Muito provavelmente em outros tempos, posso ter sido igualmente cego e perverso para com o próximo, talvez com o próprio Cristo, com esses que me podem ter dispensado todos os obséquios, pequenos e outros tão grandes como o Mestre fez?
Agora, não posso me mortificar porque não apareço nos cartazes enormes do mundo como um grande benfeitor da humanidade. Isso iria trazer angústia ao meu espírito e um desvio do caminho que me aproxima do Pai, tanto agora quanto no futuro.
Tenho que ser benevolente com todos que me rodeiam e comigo mesmo. Não posso menosprezar os servicinhos úteis. Neles repousa o bem-estar do caminho diário para todos que se congregam nas tarefas da construção do Reino de Deus, mesmo que sejamos um simples peão nessa labuta.
Interpretando a letra da canção “Noite cheia de estrelas” composta por Cândido das Neves e interpretada por diversos cantores, entre eles, Martinho da Vila.
NOITE CHEIA DE ESTRELAS
(Cândido da Neves / Martinho da Vila)
Noite alta, céu risonho
A quietude é quase um sonho
O luar vai sobre a mata, qual uma chuva de prata de raríssimo explendor
Só tu dormes, não escutas
O teu cantor
Revelando à lua airosa a história dolorosa deste amor
Lua...
Manda a tua luz prateada despertar a minha amada
Quero matar os meus desejos
Sufoca-la com meus beijos
Canto...
E a mulher que amo tanto, não me escuta, está dormindo
Canto e por fim
Nem a lua tem pena de mim
Pois ao ver que quem te chama sou eu
Entre a neblina se escondeu
-x-
Lá no alto a lua esquiva
Está no céu tão pensativa
As estrelas tão serenas, qual dilúvio de falenas andam tontas ao luar
Todo astral ficou silente
Para escutar
O teu nome entre as endechas e as dolorosas queixas ao luar
-x-
Canto...
E a mulher que eu amo tanto, não me escuta, está dormindo
Canto e por fim
Nem a lua tem pena de mim
Pois ao ver que quem te chama sou eu
Entre a neblina se escondeu
-x-
Canto e por fim
Nem a lua tem pena de mim
Bela canção, de romantismo suave, profundo e dolorido, como a alma querendo se queixar de Deus o seu padecimento.
O cantor chega próximo à janela da amada que dorme naquele momento. Ele tem consciência disso, mesmo assim, canta o que sente para a lua, requisitando o seu testemunho para o sentimento que invade seu coração.
Além do testemunho ele pede para lua despertar a sua amada, pois só ela pode matar seus desejos, quer beijá-la intensamente... por isso canta, mas ela não escuta, está dormindo.
Mas a lua não tem pena dele, pois ao identifica-lo, ao invés de atende-lo, se esconde entre as nuvens, permanece no alto, pensativa, deixando as borboletas noturnas voando tontas sem luar... todo o cosmo, o astral fica emudecidos, apenas escutando as dolorosas queixas, como membros de um jurado especial, divino, que analisa o caso apresentado em versos melancólicos.
O poeta não é atendido, a mulher que tanto ama continua dormindo, a lua continua escondida. Desiste do seu intento, não se queixa mais da amada que continua adormecida, ela não tem culpa, está dormindo, não sabe o que ele está sentindo. Ele se queixa agora da lua, a última instância que requisitou para escutar suas razões, para intervir em sua defesa, para acordar quem dormia e não podia perceber quem ele era na realidade. Nem o jurado divino se manifestou. Sua canção se perde no vazio da noite sem luar, na floresta escura, talvez regada pelas lágrimas das borboletas tontas que também se sentem órfãs do luar e da justiça divina.
Simboliza muito amor real que se encontra dentro do coração do amante, mas que a amada, mesmo acordada fisicamente, está dormindo romanticamente, espiritualmente, coberta por grossos mantos de preconceitos, hipocrisias culturais, falsas narrativas. A lua deixou de ser evocada, ela não assume a defesa de quem ama, não consegue dissipar as amarras dos preconceitos. Resta apelar para o jurado divino que pode se manifestar a favor da verdade, do amor, da justiça. O amante tem que provar, com o tempo, que é portador desses atributos. Que o seu amor não está contaminado pelo egoísmo, vaidade, injustiça, mentiras ou qualquer traço de iniquidade. Somente assim pode esperar o veredicto positivo.
Pai, o mundo está passando por uma transformação que inclusive, está registrado na Bíblia, a previsão de que o Anticristo irá dominar a humanidade. Felizmente, também esta previsto que o Reino de Deus superará essas dificuldades, a Igreja católica que deverá capitanear essa renovação da fé e das aplicações que o Mestre nos trouxe. Estamos sofrendo os efeitos da maldade, da mentira que domina os meios de comunicação, as escolas, universidades, tribunais, etc. O anticristo está se materializando, a pandemia foi a arma biológica jogada para limitar nossas ações, nos afastar afetivamente uns dos outros, sermos obrigados a andar mascarados e injetados com vacinas na quais não temos confiança, mas é colocada como uma obrigação.
Nesse contexto, tenho que me preparar e me capacitar para contribuir eficazmente e fazer emergir o pensamento e atitudes cristãs capazes de construir a família universal, a base social para o Reino de Deus e a reclassificação da Terra de planeta de Provas e Expiações para planeta de Regeneração. Seremos nós, os cristãos que procuram seguir os ensinamentos do Mestre com honestidade intelectual, os responsáveis materiais para a conclusão da profecia. Não podemos ficar na ociosidade, deixando passar as oportunidades necessárias para este acontecimento se realizar. Quem de nós ficar na ociosidade, outros assumirão nossos lugares e não quero ficar devedor perante o Senhor.
Por isso, Pai, compreendo a importância do momento, do quanto sou agraciado com Suas atitudes em deixar ao meu alcance o material que preciso para resolver tão dura missão. O mais importante de todos, as cartas do Mestre, as quais retornaram para mim no momento que mais preciso, quando começo a sofrer os efeitos da força do mal que já está nos asfixiando. Sigo a orientação colocada nos textos, de ir lendo uma página por dia para ter a oportunidade de reflexão.
Dá-me Pai, coragem, inteligência rápida para eu faça Sua vontade e não a minha. São pedidos que eu já havia determinado ficar por sua conta, mas devido a urgência do que é preciso fazer para a organização do que vem pela frente, necessito que minhas tarefas sejam colocadas em regime de urgência. Sei que tenho já as ferramentas essenciais que colocastes à minha disposição, tudo agora depende da minha ação. Tenho consciência de minhas responsabilidades frente ao que eu decidi fazer junto a Ti, Pai, e não quero perder a chance de realizar ainda nesta vivência.
Mas, eu sei, apesar de todo este meu apelo, não é a minha vontade que deve prevalecer e sim a Tua. Lembro do comportamento do nosso irmão e Mestre no alto da cruz e sei que tenho assim um bom exemplo.