Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
30/05/2017 01h31
CRÍTICOS E ACADÊMICOS

            Quando falamos de uma pessoa de forma ampla, que essa informação possa alcançar muitas consciências próximas ou distantes, sempre lançamos mão dos recursos literários, quer seja escritos, falados ou televisados. Essas informações estão veiculando dois aspectos dessa pessoa, sua personalidade e sua fala, que podem corresponder à Verdade ou que podem ser distorcidas de maneira que possa ser beneficiada ou prejudicada tal pessoa, em função de determinado objetivo. Esta é a essência da batalha espiritual que se opera em todos os pontos do planeta, que envolve todas as pessoas, que elas queiram ou não, que tenham consciência disso ou não.

            Depende da intenção da pessoa que produz os fatos literários, querer atuar nas fileiras do bem ou do mal, em produzir textos que procurem esclarecer ou desvirtuar a Verdade, respectivamente, mostrando quem é o personagem e qual o conteúdo da sua fala.

Os críticos são considerados aqueles que aprofundam o texto nas características do personagem, que necessitam falar sobre a pessoa, o que ele dizia, o que fazia, e como se transformava no tempo decorrido entre sua primeira e sua última palavra e ação no palco da vida.

Os acadêmicos, dominantes nesse atual período da história, tomam como lema a própria fala da personagem. Acreditam que, empiricamente, não é significativa a personalidade da pessoa, mas apenas as palavras impressas em algum texto e que podem ser seguidas de uma coerência, e que só sobre elas se pode falar com legitimidade. Não têm interesses em descobrir se essa coerência é superficial, que se destrói com o aprofundamento do conhecimento das reais intenções.

Somos nós, pessoas do povo, das massas, que leem os textos produzidos pelos atores protagonistas das batalhas espirituais que acontecem em todo o planeta, que vai se posicionar como um crítico ou acadêmico dessas produções. Os protagonistas do bem procuram sempre esclarecer a Verdade na produção dos seus textos, enquanto os protagonistas do mal estão sempre dispostos a desvirtuar a Verdade para que seus objetivos individuais ou de interesse dos seus grupos de afiliação não seja, prejudicados.

Vejamos o caso brasileiro, onde os protagonistas de posse do poder político, investiram em ajudas sociais nas camadas pobres da população, e em benefícios às universidades, meios culturais, associativos, juristas e congressistas, ao mesmo tempo que se fortaleciam financeiramente, dentro e fora do pais, com os recursos que sangravam de forma ilícita, criminosa. Essa sangria não era autossustentável, o esforço da nação drenados através dos impostos mais caros do mundo, junto com a deterioração das grandes empresas estatais como a Petrobrás, levava o país da euforia inicial e superficial ao fundo do poço profundo e real, mas todos que estavam fora das ações criminosas, mas que se beneficiavam delas, ficavam sintonizados apenas no aspecto acadêmico do que estava acontecendo. Não denunciavam, não se contrapunham. Nem aquelas pessoas que para isso foram constituídas, como os membros de partidos da oposição ou instituições responsáveis pela ética, justiça e ordem.

Estamos presos dentro dessa rede de mentiras expressas de forma hipnótica nas palavras de ordem repetidas a todo momento e pichadas em muros sem o mínimo de consideração à estética ou autorização pública. É uma espécie de “Matrix” onde a Verdade do que acontece está bem distante do que se colocam nas palavras de ordem ou nas ações de violência que se seguem a essas manifestações, daqueles que se consideram instrumentos de uma justiça.

É chegado o momento das fileiras do bem lembrarem das lições do nosso comandante, Jesus Cristo, de que “A Verdade nos libertará”, e procurarmos nas entrelinhas dos textos produzidos pelos protagonistas, em formatos críticos ou acadêmicos, onde está a Verdade que está se tentando esclarecer ou desvirtuar. Assim podemos ficar do lado mais coerente com nossas reais intenções, atuar do lado do bem ou do mal.

 

 

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 30/05/2017 às 01h31
 
29/05/2017 01h21
O BRASIL REAL – DE 2002 A 2013

            Está circulando na net um texto que vi pelo whatsapp, com o título acima, informando que não é verdade que o PT quebrou o Brasil, muito pelo contrário, o que tivemos foi desenvolvimento e inclusão social, claro, até o dia em que a classe dominante optou pelo golpe de Estado. Apresenta 50 itens, com a autoria de Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira, tendo como fonte “Pátria Latina”. Observei logo de início uma forte incoerência, pois se todos os cinquenta itens positivos que foram elencados, fossem verdade, o país estaria em situação muito diferente da que hoje se encontra. Procurei checar os dois primeiros itens que informavam:

  1. Produto Interno Bruto

2002 – R$ 1,48 trilhões

2013 – R$ 4,84 trilhões

  1. PIB per capita

2002 – R$ 7,6 mil

2013 – R$ 24,1 mil

            Procurei nas fontes que eram citadas e não consegui por elas checar a informação. Pode ser incompetência minha nessa pesquisa. Mas coloquei no google a informação “Produto Interno Bruto” e “PIB per capita” encontrei informações totalmente contrárias. Fui na fonte citada, logo no início do texto, “Pátria Latina” e não encontrei essas informações constantes dos cinquenta itens. Procurei o nome do autor, ver se ele estava atuando como colunista dessa página, e não encontrei. Usei o mecanismo de busca do site e coloquei o nome do autor. Encontrei a página dele e fui até lá em busca desse texto. Não encontrei. Mais uma vez coloco que pode ser minha incompetência.

            Mesmo com o reconhecimento que posso ter falhado de alguma forma no processo de busca, ficou a impressão que eu estava tendo acesso a um texto produzido para desvirtuar a verdade, colocando diversos itens com informações falsas com o objetivo de fortalecer a opinião favorável de quem lê e não tem a preocupação de checar a verdade.

            Voltando à compreensão que estamos dentro de uma batalha espiritual, onde as forças do bem usam a verdade e as forças do mal usam a mentira, de acordo com as lições evangélicas, então esse texto é um dos produtos lançado pelas forças do mal. É uma espécie de bomba para atingir as consciências dos leitores e direcionar as suas vontades para a defesa do que os lançadores pretendem. Como no caso, a pretensão da ofensiva é dizer da bondade e da competência do ex-presidente Lula, capacitá-lo para vencer as próximas eleições, então a conclusão lógica é que esta é uma ação do mal e quem está produzindo e divulgando tais mentiras, de forma consciente, está a serviço do mal, consciente ou inconscientemente.

            É com esse tipo de artifício que as forças do mal procuram desestabilizar o país que está candidato a ser a “Pátria do Evangelho e coração do mundo”. Usam os seus refrãos de forma constante, intermitente, para forçar as consciência menos vigilantes, como num processo hipnótico, a se associarem aos projetos do mal, sem deles terem a consciência. Muitas vezes até os próprios executores dessas ações não tem a consciência do que está acontecendo, como podemos colocar como exemplo a Universidade. Instituição que tem como missão primordial a descoberta da Verdade através de pesquisas científicas, principalmente, e hoje está totalmente paralisada nessa ação, repetindo os mesmos refrãos que a massa invigilante repete.

            Mas, uma simples ação de colocar a Verdade frente a frente com a mentira, serve como um foco de luz dentro da escuridão. Mesmo sendo pequena abre uma grande clareira de compreensão que as mentes saudáveis, que procuram se associar à Verdade, podem formular uma narrativa própria mais coerente, justa e capaz de salvar o Brasil das atrocidades das mentiras.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 29/05/2017 às 01h21
 
28/05/2017 23h38
SOBRE OS BLACK BLOCKS

            O aluno do Evangelho tem sua fonte de orientações nas lições que Jesus deixou e que foi registrado por várias pessoas, inclusive os seus discípulos, quatro dos quais foram aceitos para ser contidos na Bíblia. Em tempo de batalha espiritual aguerrida, onde os enfrentamentos com prejuízos, feridos e até mortes acontecem nas ruas, com destruição do patrimônio público e privado, resta saber como devemos nos posicionar nesse tipo de batalha que estamos envolvidos, quer queiramos ou não.

            As informações que circulam na internet, que serve de arena para a disputa entre o bem e o mal, entre as ações éticas e aquelas consideradas perversas, chegam à nossa consciência e forçam uma tomada de posição. Quem está coerente com as lições do Evangelho, não pode se associar a nenhum partido dos que estão colocados em disputa do poder, pois usam, todos eles, ferramentas do mal, principalmente a mentira, a arma mais usada pelas forças do mal, das sombras.

            Irei colocar abaixo a transcrição de um texto que circula na internet sobre os Black Blocks, para que possamos avalia-lo com isenção, à luz do Evangelho.

            “Corre nas redes argumentos absurdos para justificar as ações de grupos criminosos que colocam em risco a vida de muitos inocentes úteis.

            Supondo que a premissa da intenção desses “heróis” esteja correta, pergunto: por que não agiram assim quando o Brasil, a Petrobrás, a FUNCEF, o BNDES e praticamente todas as instituições estavam sendo roubadas ostensivamente pelos governantes e parlamentares mafiosos vergonhosamente associados com a escória da política nacional e o empresariado que só existe à custa do dinheiro público e que sustenta há séculos a exploração do miseráveis?

            Porque não agiram enquanto milhares de oprimidos morriam no chão dos hospitais do SUS ou esperando uma consulta para tratar do câncer?

            Porque se omitiram enquanto o dinheiro público que ia para todo tipo de obra criminosa e desnecessária como nas olimpíadas deixava as escolas desabando Brasil afora comprometendo o futuro e a inserção social através da educação de uma geração de milhões? E sobre os bilhões dados a ditadores de países onde a Odebrecht fez a festa? E os bilhões para assentamentos, MST e a FUNAI para demarcações de terras indígenas porque não foram feitos? E as “cracolândias” Brasil afora que drenaram milhões e o número de drogados e traficantes aumentou vertiginosamente passando a criar áreas sem lei e sem a menor condição de vida digna encravada em cidades com orçamentos bilionários como São Paulo? E os bilhões torrados do FGTS e da Caixa para habitação e o problema de moradia só piorou? E os bilhões em desoneração fiscal a empresários bandidos, a não cobrança das dívidas bilionárias ao INSS, a não taxação de bancos e grandes fortunas prometidas por 20 anos? E os bilhões dados aos “empresários” das faculdades privadas com PRÓUNI e FIES em cursos inúteis iludindo os pobres com discurso falso de que agora eles tinham curso superior? E os bilhões distribuídos em programas de geração de emprego e renda desviados que produziram milhões de desempregados?

            A resposta é simples, se omitiram porque sindicatos, MST, FUNAI, entidades, partidos, instituições e movimentos sociais com milhares de cargos pendurados no dinheiro público se fartaram desse dinheiro roubado também e enquanto a grana fluía com a alegre anuência dos “intelectuais” de esquerda e inclusive de parte da imprensa e os grandes meios de comunicação contemplados com milhões, o ministério da cultura bancando shows e peças teatrais de artistas milionários e casamentos nababescos de celebridades e todo tipo de assalto ao dinheiro que devia ter transformado o Brasil num país justo foi usado para enriquecer essa corja que se une agora para escapar da Justiça a quem acusa de “atrapalhar a economia” enquanto eles arrastaram o país para a lama e continuam a manobrar com ajuda dos Tribunais Superiores para “mudar” de governo e continuar tudo igual!

            Não há desculpas para o Brasil estar nessa situação, nunca um governo teve tanto dinheiro por tanto tempo com tanto apoio parlamentar, da imprensa e os grandes grupos de comunicação, da opinião pública e da comunidade internacional.

            Não há perdão para o que fizeram com nosso país!”

            Observamos uma crítica ao comportamento dos chamados Black Blocks, mas o que são? A Enciclopédia Livre Wikipédia, tem registrado o seguinte:

            Black bloc (do inglês black, preto; bloc, agrupamento de pessoas para uma ação conjunta ou propósito comum de block: bloco sólido de matéria inerte) é o nome dado a uma ação tática de ação direta, de corte anarquista, empreendida por grupos de afinidade que se reúnem, mascarados e vestidos de preto, para protestar em manifestações de rua, utilizando-se da propaganda pela ação para desafiar o establishment e as forças da ordem. Black bloc é basicamente uma estrutura efêmera, informal, não hierárquica e descentralizada. Unidos, seus integrantes pretendem adquirir força suficiente para confrontar as forças da ordem.

            A tática surgiu na Alemanha, nos anos 1980, como tática utilizada por autonomistas e anarquistas para defender os squats (ocupações) contra a ação da polícia e os ataques de grupos neonazistas. Posteriormente suas atividades ganharam atenção da mídia fora da Europa, durante as manifestações contra o encontro da OMC em Seattle, em 1999, quando grupos mascarados destruíram fachadas de lojas e escritórios do McDonald’s, da Starbucks, da Fidelity Investments e outras instalações de grandes empresas.

            À diferença do modus operandi de outros grupos anticapitalistas, os integrantes do black bloc realizam ataques diretos à propriedade privada, como forma de chamar a atenção para sua oposição ao que consideram símbolos do capitalismo – as corporações multinacionais e os governos que as apoiam.

            As roupas e máscaras pretas – que dão nome à tática e, por extensão, também aos grupos que delas se utilizam – tanto visam proteger a integridade física dos indivíduos quanto garantir seu anonimato, caracterizando-os, em conjunto, apenas como um único e imenso bloco.

            Podemos observar no primeiro bloco de informações a incoerência do black blocs brasileiros. Por que só agora se voltam com tanta violência, de forma orquestrada, contra um governo que até pouco tempo não era alvo de suas hostilidades?

            No segundo bloco de informações, observamos que a personalidade dos black blocs são mais sintonizados com as forças do mal, por agirem de forma mascarada, para não assumirem a responsabilidade do que estão dispostos a fazer, da destruição de bens públicos e privados, por tentarem a instalação do caos, por usarem a cor negra em suas vestes, a cor representativa do mal.

            Concluo que, os cristãos que observam com rigor as lições evangélicas não podem se aproximar ou concordar com tais ações. Não podemos julgar os irmãos que estão dentro dessas atividades destrutivas, pois este não é o nosso papel de juiz, mas sim esclarecer de forma clara, verdadeira, sem bandeiras ideológicas partidárias de esquerda ou de direita, qual o caminho que o Cristo nos ensinou, de paz, tolerância, compreensão e fé que a lei de Deus se cumprirá obrigatoriamente, quer seja ainda neste campo dimensional da matéria, ou inevitavelmente no campo dimensional do espírito.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 28/05/2017 às 23h38
 
27/05/2017 19h12
DIMENSÕES DA VERDADE (02) – NÃO DITOS E NÃO FEITOS

            Jesus foi o nosso grande professor, tanto na teoria quanto na prática. Suas lições dadas há 2000 anos continuam atuais até os dias de hoje e cada vez sentimos no cognitivo a incapacidade de captar tudo que Ele queria nos dizer. São fantásticos os seus ensinamentos, como o sermão da montanha, por exemplo; são notáveis os seus feitos, curando doentes do corpo e da alma e interferindo com as forças da Natureza, como autênticos milagres compreendidos assim até hoje pela maioria da humanidade.

            Porém, o Mestre deixou outras lições que não foram percebidas como tal, como é o caso do que Ela não disse ou fez. O caso onde ele foi rejeitado em uma das aldeias por onde andava, os discípulos ficaram revoltados, queriam jogasse o fogo do céu, com seus poderes, sobre o lugarejo ímpio. Mas Ele nada fez... retirou-se em silêncio, triste e plácido. Ensinou sem palavras a lição da humildade nos relacionamentos, por mais que Ele tivesse conteúdo para ensinar, ajudar ou curar, mas a Sua doação dependeria da intenção do outro em receber.

            Também existe o caso do edemoniado de Gadara, um ser violento que vivia obsediado por uma legião de espíritos e que por isso tinha que ser amarrado. O Mestre com Sua força moral retirou todos os espíritos que infestavam a pessoa e ordenou que entrassem nos porcos, que por sua vez se jogaram do despenhadeiro, como está registrado na Bíblia. As pessoas ficaram incomodadas pelo prejuízo causado pela morte dos porcos e impediram o Mestre de falar. Este não disse sequer uma palavra condenatória, retornou imperturbável ao mar da Galiléia. Deu mais uma lição sem palavras, a lição da paciência.

            Os sacerdotes e seus cúmplices acusavam o Mestre instigar contra o Templo e contra os poderes de Roma, as pessoas humildes que o seguiam em busca de uma ajuda, de uma palavra sábia. Jesus não disse nenhum revide, não reagiu com irritação. Deu outra lição, a calma frente as adversidades caluniosas.

            Por outro lado, as pessoas mais impetuosas, queriam a revolta contra o poder de Roma e tirar Israel da subserviência, procuraram Jesus, pois Ele tinha muitas pessoas que o ouviam e que o seguiriam se Ele os conduzisse à revolução. Jesus não se justificou frente aos exaltados, não debateu o assunto, retirou-se a sós. Ensinou como ser uma pessoa pacífica, que não se envolve em contendas violentas.

            Até no próprio palácio de Pilatos, quando Ele foi interrogado pelo governador romano, sabendo que podia colocar palavras em Sua defesa, pois sentia que Pilatos queria lhe ajudar e contrariar os sacerdotes, Ele pouco falou, nada fez, sempre compreensivo e vigilante. Deu a lição da serenidade frente ao poder constituído da força romana.

            Mesmo na cruz, aparentemente derrotado, torturado, disse apenas o indispensável, para perdoar a quem estava lhe crucificando e ironizando, pois não sabiam o que faziam, orientar à Sua mãe e ao discípulo João sobre a relação mãe e filho que eles deveriam ter entre si, e finalmente se abandonar nos braços do Pai, no cumprimento da Sua missão.

            Enfim, vitorioso, se mostrou tão vivo quanto antes ao sair da sepultura depois de três dias. Mostrou que a morte pode ser vencida, afirmou assim a imortalidade e realentou os companheiros. Deu a lição do comportamento de um vitorioso, não foi em busca dos seus algozes para mostrar como ele estava certo e todos os outros errados.

            Podemos fazer um resumo dos não ditos e não feitos de jesus da seguinte forma: se incompreendido, não te amofines; se a luta aumenta, não desesperes; se a doença avança, não desanimes; se o mal te ameaça, não recalcitres; se injuriado, não te defendas; se perseguido, não te justifiques; se angustiado, não te exponhas. Mesmo que tenhas o que dizer e tenha recursos para fazer, nada diga, nada faças.

            Parece uma atitude passiva, inconveniente para o processo de evolução espiritual. Mas, se nós fizemos o que era preciso fazer, nos limites de nossas forças, os nossos ditos e feitos já falaram por nós. Se não foram ouvidos por quem não tem ouvidos para ouvir, continua a porfiar confiante, mantendo a fé robusta. Mais vale ser vítima da impiedade quando se está com a consciência tranquila, do que ser perseguidor entre aplausos carregando uma consciência em brasa.

            O nosso caminho deve seguir à luz do Evangelho. Se a vida solicitar ao nosso espírito o pesado tributo da causa do Amor que abraçamos, não neguemos, não recusemos, nada digamos, nada façamos. Mesmo morrendo na arena, incompreendido e ralado, ascenderemos tranquilos aos campos do Amor para voltarmos a ajudar mais tarde os que nos perseguiram.    

Publicado por Sióstio de Lapa
em 27/05/2017 às 19h12
 
26/05/2017 17h09
DIMENSÕES DA VERDADE (01) – CÉU E INFERNO

            A Verdade absoluta é algo que não podemos alcançar com facilidade, talvez seja uma utopia. Cada pessoa, por mais honesta que seja, sempre tentará encaixar os dados da realidade que vai absorvendo dentro de uma narrativa de vida que considera correta. Essa narrativa é mais complexa que as digitais dos dedos que servem para a identificação de cada pessoa, pois também mostra a exclusividade de ninguém ser portador de uma mesma narrativa, por mais parecida que seja.

            Por isso este estudo que aprofunda os conhecimentos sobre as dimensões da Verdade, logo vai mostrar essa variabilidade de compreensão sobre um mesmo conceito, por exemplo, o que é Deus? Nos primórdios de nossa evolução, dentro das comunidades primitivas, se acreditava que Deus seria representado pelos fenômenos da Natureza. Como não sabiam explicar isso que estavam observando, então associavam ao ente mais poderoso que podiam conceber, Deus, em qualquer terminologia que empregassem. Com a evolução do pensamento, Deus ficou mais próximo de nós e o concebemos de forma antropomórfica, um velhinho de barbas brancas responsável pela criação do Universo, que estava presente em tudo, consciente e onipotente.

            No nível máximo que nossa compreensão moderna pode atingir, com o conhecimento de todos os avanços da ciência e tecnologia, o conceito de Deus ficou mais coerente com a energia do Amor, da sabedoria máxima, capaz de criar e administrar o cosmo.

            Mesmo em atitudes mais pragmáticas, como construir uma religião baseada no mesmo Deus, mesmo assim observamos narrativas diversas, como é o caso do cristianismo. Dentro do mesmo conteúdo que são as lições do Cristo, observamos a formação do catolicismo, com seus dogmas seculares; a formação do protestantismo, ressaltando a importância do arrependimento dos erros cometidos e da fé em Jesus Cristo como forma de alcançar a salvação; e o espiritismo que ressalta a importância do mundo espiritual e os seres que lá habitam, e que recebem instruções dos mentores para melhor ajudar a si mesmo e aos outros.

            A codificação espírita ressalta a caridade como alicerce fundamental da felicidade, e para isso deve ser seguida as normativas do trabalho, solidariedade e tolerância. São cinco os livros que compõem a obra principal de Allan Kardec, chamados de pentateuco: o Livro dos Espíritos, que constrói a filosofia espírita; o Livro dos Médiuns, que instrui sobre a fenomenologia espiritual e estimula a pesquisa, corresponde ao lado científico da codificação; o Evangelho segundo o espiritismo, que interpreta as lições de Jesus com a participação do Espirito da Verdade no comando das ações; o Céu e o Inferno que aborda o nosso destino evolutivo; e a Gênese, que aborda a nossa origem.

            São abordadas as diversas regiões, tanto no mundo astral quanto no mundo material, um verdadeiro fracionamento espacial. No mundo astral são encontradas as regiões de sofrimento para onde vão os espíritos culpados e irresponsáveis. Mais acima, são encontradas as regiões de repouso temporário, onde ficam os espíritos que já edificam o bem e a moral no íntimo. O último nível, o divino, é destinado para os espíritos que alcançaram a condição de santos, de puros. Na dimensão material, onde estamos encarnados num corpo físico com o objetivo de aprender ou purgar os erros cometidos, podemos observar os locais de aflição, como forma de correção e dor reparatória, nas favelas, nos ambientes miseráveis, onde reina a fome, as guerras, as bocas de fumo, etc. também são encontradas estâncias de trabalho e edificação onde o Amor não repousa, como nos Templos das diversas religiões e nas diversas formas de voluntarismo em favor do bem estar e evolução do próximo.

            A Justiça Divina está sempre atenta e se distribui nos seguintes processos que cada um deve desenvolver: aprendizado contínuo, trabalho desinteressado em favor do próximo, oração ativa, vigilância no caminho, exercícios de paciência, humildade, e Amor sempre. Essas atividades são importantes para a evolução espiritual, e mesmo que nós tenhamos a necessidade de nos envolver em ações laborativas para garantir a nossa sobrevivência biológica e de nossos parentes dependentes, não podemos deixar esses processos da Justiça Divina em segundo plano, pois atrasaremos a nossa aproximação com o Pai. Chico Xavier já dizia que “Toda vez que a Justiça Divina nos procurar para acerto de contas, se nos encontra trabalhando em benefício dos outros, manda a Misericórdia Divina que a cobrança seja suspensa por tempo indeterminado”.

            O Regulamento Divino para ser compreendido e aplicado diz o seguinte: 1º) Se alguém te ofende e fere os sentimentos, luta com o ego e perdoa; 2º) Se alguém se dia ofendido por ti, com mágoas, compreende e pede o perdão; e 3º Cuidado com o tempo, não adie o desculpar, não atrase o pedido de desculpas, pois a carne é sublime oportunidade, mas é breve. O perdão não muda o passado, mas engrandece o futuro. Nada muda, se você não mudar.

            O cumprimento dessas observações são importantes porque a nossa vida na dimensão material é curta. Chega o momento em que o corpo se desintegra, morte física, e o espírito se dirige para o “Posto Fiscal” para entrar no mundo espiritual. Nesse momento a consciência está mais lúcida e se você se percebe amaldiçoando a quem imagina que lhe fez mal, vai se encontrar no Inferno consciencial, consciência tumultuada, porto de trevas, sem humildade, sem paz. Mas se você se percebe abençoando a todos, inclusive a quem foi seu adversário, quem lhe causou algum mal, então estará no Céu da consciência tranquila, um porto de luz, sem orgulho, sem desejo de vingança. Para alcançar esses níveis conscienciais de Céu e Inferno, é importante observar que as lições de Jesus servem para nos aproximar do Céu, enquanto os instintos animais, representados pela besta, pelo demônio, induzem a nossa caminhada para o Inferno consciencial.

            Mesmo que tenhamos a boa intenção de cumprir as lições de Jesus, vamos enfrentar muitas dificuldades. O remorso pelo perdão não recebido de uma falta que cometemos e o ressentimento por uma ofensa que nos fizeram e que nós não perdoamos. Para superar essas dificuldades, somente o Evangelho de Jesus para nos ajudar a fazer a Paz e amar o próximo, mesmo adversário, como a um irmão. Devemos ser aquele que ama e perdoa e assim conquistaremos o Céu; devemos evitar a chaga do ódio e vingança e assim não entramos no Inferno consciencial.

            Essas dificuldades para dar o perdão aos nosso algozes, no menor espaço de tempo possível, poucas pessoas conseguem superar. Coloco como exemplo apenas Jesus, perdoando seus algozes do alto da cruz, e Estêvão, perdoando o seu algoz, Paulo de Tarso, que o condenou a morrer apedrejado. Essa condição de superar essas dificuldades, serve como uma forma de vestibular que nos mostrará capazes de entrar na harmonia consciencial ou permanecer na desarmonia infernal até que consigamos passar por essa prova.      

Publicado por Sióstio de Lapa
em 26/05/2017 às 17h09
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