Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
20/05/2017 23h59
PERDOAR AOS OFENSORES

            O Perdão é uma das mais difíceis lições que o Cristo deixou para nós, mas, por outro, lado é a mais importante para sairmos do inferno consciencial e nos aproximar cada vez mais de Deus.

            Perdoar não é aceitar uma situação sem deixa-la sair de sua mente, se humilhar e se render a um episódio dito como fatalidade.

            Perdoar não tem nada a ver com situações ruins de desgaste, desgosto ou fracassos. Não se deve associar o Perdão com as grandes frustações da vida, pois esse ato está isento de qualquer força negativa.

            Perdoar está na capacidade de entender o fluir da vida. Está na inteligência emocional de uma pessoa que sabe tirar de tudo uma experiência e sabe olhar o outro como um aprendiz, assim como a si mesmo.

            Perdoar é só para aqueles que se elevam e conseguem perceber que quem comete erros, por mais consciente que queira estar, age por instinto, e no fundo teve seus motivos, por mais banais ou profundos que sejam.

            Perdão é para quem consegue ver o outro como um irmão que precisa de amor e não de ódio, mágoa, raiva, vingança ou rancor.

            O ato de perdoar requer a mais sincera humildade que vem do fundo da alma do ser, e é preciso muito mais que só amor ou só razão, mas a grande fusão de ambos.

            Veja o quanto antes as pessoas que te magoaram, te frustraram, ou te decepcionaram como crianças com medos secretos que nem elas mesmas sabem lidar e lhes dê a oportunidade de recomeçar.

            Tenha a firmeza de jamais permitir que aquilo se repita, mas tenha a generosidade de compreender a fragilidade do outro, o desespero do outro, o tempo de maturidade do outro.

            É mais importante lembrar-se que você também erra, magoa, fere, aborrece, entristece e machuca outras pessoas. Lembrar que você, por mais razões que tenha, também foi e ainda é capaz de cometer falhas. Não é errado errar, pois somos seres ainda muito ignorantes e o erro é uma possibilidade constante em nosso caminho, mesmo que tenhamos sempre a intenção de acertar.

            Na lição que Jesus deixou, de amar ao próximo mesmo esse sendo adversário, nosso inimigo, está a prova mais difícil que Ele espera que consigamos ser aprovados.

Amar ao próximo quando menos ele merecer, pois é quando ele mais precisa.

Vejo como exemplo os acusados de corrupção no Brasil, presos e levados para a cadeia debaixo de toda a humilhação. Surge no peito logo a sensação de prazer, de ver a Justiça sendo cumprida e o larápio de colarinho branco sendo conduzido para a prisão.

            É neste momento que o Cristo está cobrando a lição de nós. É neste momento que o irmão vai sendo conduzido para a prisão que ele menos merece nosso amor, mas é aí que ele mais precisa. Não se refere aqui aqueles atos que temos vistos de pessoas acumpliciadas fazerem gestos de apoio ao que ele fez de errado, isso não é o amor esperado pelo Cristo, é apenas um ato de sintonia com o mal.

            Cristo espera que nós consigamos trocar o sentimento de prazer por ver a Justiça sendo aplicada, pelo sentimento de compaixão, de ver um irmão tão inteligente ter sido subjugado pelas forças do mal e ter causado mal a tanta gente, iludido pela falsa compreensão de fazer um bem no futuro, ou mesmo de ajudar os parentes e amigos a subirem na vida pisando no corpo suado e ignorante de tantos outros irmãos.

            Confesso que ainda não fui aprovado nessa lição, ainda estou preso ao prazer de ver a Justiça sendo cumprida. Mas, tenho compreensão da minha fragilidade espiritual e rogarei ao Pai para que eu tenha forças para mudar o meu foco de sentimentos, de ver com piedade a quem tanto nos causou mal.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 20/05/2017 às 23h59
 
19/05/2017 23h59
A VOZ DE DEUS

            Entre as lições que Jesus deixou existe uma que não é muito divulgada, pouco conhecida, mas que está sempre presente naqueles que procuram fazer a vontade de Deus usando o corpo como instrumento. Esta lição está contida nos Evangelhos, mas ela foi melhor explicada nas reuniões íntimas que Jesus sempre fazia ao cair da noite na casa de Pedro. Nessa noite estavam os 12 discípulos reunidos, e o Mestre, após longa conversação em que lhes falara confidencialmente dos serviços grandiosos do futuro, fez a seguinte pergunta:

            - Que dizem os homens ao meu respeito? De alguma forma, terão compreendidos a finalidade de minhas pregações?!...

            João respondeu que seus amigos o tinham na conta Elias, um profeta judeu que foi elevado ao Céu num carro flamejante e até hoje a tradição judaica o espera como precursor do Messias; Simão, o zelote, falou que os habitantes de Tiberíades acreditavam ser o Mestre o mesmo João Batista ressuscitado; Tiago, filho de Cleofas, contou que ouviu dos judeus da Sinagoga que ele seria o profeta Jeremias.

            Jesus escutou-lhes as observações com o habitual carinho e perguntou:

            - Os homens se dividem nas suas opiniões, mas vocês, que tendes comungado comigo a todos os instantes, quem dizeis que eu sou?

            Certa perplexidade abalou a pequena assembleia. Simão Pedro, porém, deixando perceber que estava impulsionado por uma energia superior, exclamou comovidamente:

            - Tu és o Cristo, o Salvador, o Filho de Deus vivo.

            - Bem-aventurado sejas tu, Simão – disse-lhe Jesus, envolvendo-o num amoroso sorriso -, porque não foi a carne que te revelou estas verdades, mas meu Pai que está nos céus. Neste momento, entregaste a Deus o coração e falaste a Sua voz. Bendito sejas, pois começas a edificar no espírito a fonte da fé viva. Sobre essa fé, edificarei a minha doutrina da paz e esperança, porque contra ela jamais prevalecerão os enganos desastrosos do mundo.

            Enquanto Simão sorria confortado com o que considerava um triunfo espiritual, o Mestre prosseguiu esclarecendo a comunidade quanto à revelação divina, no santuário interior do espírito do homem, sobre cuja grandeza desconhecida o Cristianismo assentaria suas bases no futuro.

            O Cristo deve ter ficado surpreendido com a resposta de Pedro onde ele identificou a vontade do Pai. Esta foi uma lição que o Cristo não pretendia dar, mas ficou surpreso pelo que ouviu e logo fez questão de esclarecer bendizendo a Pedro. Acredito que tenha sido neste momento que o Cristo escolheu Pedro para ser a base firme da Sua doutrina no futuro, mesmo ele sabendo das inúmeras imperfeições do discípulo.

            Assim somos nós, seres cheios de imperfeições, mas quando estamos dispostos a cumprir a vontade do Pai, logo estaremos percebendo esse fenômeno ao nosso redor, falamos muitas vezes sem querer as palavras que não são nossas, e sim de Deus; mas, principalmente, escutamos de outras pessoas, ou temos a percepção por outras fontes, da vontade de Deus orientando o nosso caminho.

            No momento atual que estamos sob intenso ataque das trevas, onde as forças do mal conseguiram cooptar ou mesmo hipnotizar tantas mentes bem intencionadas, principalmente de parlamentares e detentores de cargos na administração pública, devemos sintonizar o nosso pensamento com o pensamento do Mestre através da oração e deixar fluir a palavra de Deus por nossas bocas e ficar atento ao que Ele que nos dizer pelas bocas dos nossos amigos.

            Pedro disse uma Verdade de forma clara e impressionante, para uma pessoa rude e que não entendia muito bem a missão do Cristo na Terra. Para os seus colegas, aquela fora uma resposta comum, equiparada ao que eles deram sobre o que falavam do Cristo. Mas Jesus logo percebeu a profundidade do que ele havia dito e entendeu que naquele momento houve uma sintonia do discípulo com o divino.

            Esta é a nossa missão, procurar fazer essa sintonia com o divino a qualquer momento em nossas vidas. Falar e escutar a voz de Deus que está sempre dentro e perto de quem deseja honestamente fazer a Sua vontade.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/05/2017 às 23h59
 
18/05/2017 21h33
O PARADOXO BRASIL

            A revista Veja (10 de maio de 2017) coloca como paradoxo no Brasil o fato que o Instituto Data segundo pesquisa, mostra que o ex-presidente Lula lidera a lista de intenção de voto para presidente no primeiro turno em todos os cenários. Uma pessoa que é acusada em 5 crimes praticados 236 vezes, entre os quais os de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e obstrução da justiça.

            Caso a revista levantasse justificativas para esse aparente paradoxo, para onde foi esse dinheiro desviado, roubado pelos atos de corrupção, veria que tinha justamente esse objetivo, de criar um escudo na opinião popular, das pessoas carentes que lutam na miséria pela sobrevivência, das pessoas que não conseguem aprofundar o pensamento em busca das causas reais e capazes de descartar os chavões de base sindicalista pelega, até aquelas pessoas inescrupulosas que por receberem benefícios beijam as mãos de seus protetores sem querer notar que elas estão manchadas. Não é preciso aqui colocar as pessoas que fazem parte da quadrilha, fundadores ou cooptados, pois estes são os instrumentos de desorganização ética e moral do país com o consequente estado de caos.

            Mas se a revista Veja não quisesse ter todo esse trabalho investigativo que é o seu forte, poderia ampliar a sua visão para o campo espiritual e consultar um livro simples chamado “O Partido”, escrito por Robson Pinheiro por inspiração do espírito Ângelo Inácio.  Neste livro existe uma carta do espírito Tancredo Neves à nação brasileira, que já traz bons esclarecimentos, mas principalmente uma reunião que ocorreu na dimensão astral, na Baía de Guantánamo, Ilha de Cuba.

            Esse local é uma base naval controlada pelos norte-americanos desde 1898. Um tratado firmado entre Cuba e EUA em 1903 estabeleceu o arrendamento perpétuo da área com fins de mineração e operações navais. Por ocasião da 2ª guerra mundial a área se tornou prisão militar e passou a conviver diariamente com práticas de torturas.

            Nos meados do século XX, aproveitando os fluidos sombrios e deletérios daquela região, os Senhores da Escuridão, as inteligências das Trevas, distribuídos em 21 grupos de Magos Negros e especialistas das sombras se reuniram para discutir propostas que visavam ampliar seus domínios e insuflar a sede de poder entre os encarnados, fortalecendo no mundo a oposição aos princípios do Reino de Cristo. Aproveitavam o ar de sofrimento, de desrespeito à vida e aos direitos humanos, bem como os gritos e o choro rouco dos torturados, para dar sustentação energética ao concílio tenebroso. Ali, a atmosfera de baixa frequência e máxima intensidade concorria para os objetivos mais espúrios. Por todo o lugar no ambiente extrafísico, havia sinais cabalísticos inscritos. O sangue de prisioneiros oferecia o ectoplasma necessário à formação da aura de horror e sedução que imperava no lugar, síntese de uma política em tudo oposta ao que Cristo pregara.

            Um mago de vestes escarlates desfilava entre os prisioneiros. Vermelho profundo era cor de seu traje, e vermelho era também o sangue que as torturas derramavam sobre o solo, em instalações longe da civilização ou de seus olhares.

            Assentou-se o melífluo ser. Abriu-se a reunião.

            - Senhores, estamos aqui para inaugurar uma nova era em nossos domínios. Há mais de 30 anos, temos estudado o momento ideal de lançarmos determinada ofensiva sobre o mundo dos mortais.

            “As guerras em âmbito mundial não bastaram para matar a esperança do homem, nem mesmo para deter o movimento de renovação de ideias, o qual, ante nosso propósito, representa a ameaça mais perigosa que já surgiu neste planeta. Junto disso, não podemos ignorar que o período de juízo deste mundo está em pleno andamento. É forçoso admitir a realidade infeliz: não está ao nosso alcance impedir o cumprimento da lei que, em breve, será aplicada determinando que sejamos banidos deste mundo odioso.

            Outro mago foi indicado para descrever o projeto concebido nas profundezas do abismo. A aura do mago irradiou uma tonalidade roxa e raios verdes e ele continuou:

            -Pessoalmente, me envolvi com certa classe de encarnados. Eles se julgam a própria personificação do bem e querem a qualquer custo um tipo de política humana que fale de valores como igualdade, da leitura que fazem do Evangelho e da piedade divina, tendo como foco o que chamaremos de justiça social. Imaginam um reino humano como uma espécie de aventura romanceada e esperam que seus representantes inaugurem um período de pacificação, pautado por gentilezas políticas e um discurso inspirado por emoções e bandeiras como tolerância, resgate da dignidade e direitos humanos. Aguardam ansiosamente pela ampliação de certas conquista de natureza social e pela concessão de mais e mais benesses de caráter humanitário. Direitos é uma palavra-chave para as pessoas nesse meio, que se comprazem em advogar as causas dos ditos pobres e oprimidos, bem como de qualquer grupo que identifiquem como vítimas do egoísmo e da ganância reinantes no mundo. Nesse contexto de santidade generalizada – pôde se escutar algo similar a um riso do mais puro sarcasmo na pequena plateia -, caríssimas autoridades satânicas, acredito que devemos aproveitar os anseios da multidão e de certa classe intelectual para lhes apresentar o nosso plano.

            “Nosso objetivo é impedir o avanço das ideias espiritualizantes, é retardar ao máximo o progresso do mundo, é assegurar o controle sobre os países e os blocos de poder atualmente delineados nesta maldita Terra. Sabemos todos que é imperativo reinar de forma perene e que não há como alcançar o domínio das consciências sem lançar mão da força e da violência, de uma maneira ou de outra. Para os membros do nosso partido, essa realidade é claríssima, bem como para nossos bastiões no plano físico, aliados de longa data. Contudo, a ideia original de nossos arquitetos do pensamento político é se valer dos anseios da multidão, a fim de angariar maior número de adeptos para a nossa causa, dissimulando ao máximo nossos métodos, ao menos perante aqueles que alimentam qualquer tipo de pudor ou ilusão idealista. Ao elegermos e propagarmos objetivos nobres, segundo julgarão, aglutinaremos em torno de nossos propósitos artistas, pensadores e até religiosos e espiritualistas bem-intencionados, que defendem um reino de amor e paz na Terra, uma utopia que nos pode ser muito útil. Nossa mensagem falará à emoção, arrastará os corações, e, no caminho, desvirtuaremos a tal ponto a ética fugaz que professam e os frágeis parâmetros a os guiar que logo atingiremos um momento no qual defenderão quaisquer de nossas práticas, até as mais espúrias, bastando para isso que seja em nome da utopia e do lema que esposaram. Não terão coragem de abandoná-las ou relega-las jamais, pois não suportariam o golpe sobre o próprio Ego – afinal, são fracos e covardes como todo idealista. Caso ameacem despertar, serão refém de si mesmos, pois estarão confortavelmente acomodados nos braços da sereia que os envolveu com nosso canto irresistível. A estratégia é infalível!

            “A pauta política que difundiremos trará em seu bojo valores de certa leitura da Boa Nova, do que é bondade, compaixão e amor ao próximo, de acordo com a interpretação feita por cristãos de variadas procedências e denominações, notadamente pelos desiludidos, tanto quanto por adeptos de espiritualidades pessoais, dos mais diversos matizes, que se veem como gente do bem. Assim, ganharemos quase todos, numa única jogada, uma vez que não perceberão jamais a origem real dos pensamentos insuflados e desenvolvidos por nossos aliados encarnados. Abusaremos das promessas de realização social, de direitos da cidadania, de erradicação da pobreza – nesta hora, ecoou no ambiente um riso gutural de origem indistinta. – Tudo colima nossa tática: de um lado, seduzir os “bons” por meio do discurso; de outro, alimentar a massa com migalhas, mantendo-a submissa a nossos intentos, enquanto usamos todos como aliados, sem que os suspeitem.

            “Como sabemos, é necessário semear uma ideia e desenvolvê-la ao máximo, a fim de engendrar nos países-alvo um tipo de doutrina política que corresponda à nossa vontade e dê cumprimento ao nosso projeto perene de poder. Como podem notar, para ter êxito, essa filosofia de poder deve contar com entusiastas e apoiadores de diversas categorias e classes sociais entre os encarnados; ela não sobreviverá se depender exclusivamente de nossos aliados tradicionais. Espalharemos essa ideologia, não tão nova, mas, agora, revestida em nova roupagem, entre professores e educadores – classe fundamental -, bem como entre jornalistas, intelectuais e formadores de opinião, que farão cada aspecto dela ser venerado pela multidão mais esclarecida quanto pela massa arrojada na pobreza. Aliás, acentuo que o combate à pobreza, por meios inócuos ou cosméticos como a distribuição de riqueza, será uma das bandeiras fincadas em qualquer país onde nossa filosofia deverá alistar seguidores.

            “Por último, é evidente que não podemos permitir que grupos adversários, por qualquer meio, do presente ou do futuro, ousem ameaçar o poder que conquistaremos de modo gradual, mas robusto. Instigaremos nossos intérpretes a serem impiedosos ao amaldiçoarem, denegrirem, deslegitimarem, difamarem, rebaixarem, caluniarem e atacarem seus inimigos, por todos os meios possíveis, e serão persuadidos a empregar a violência mais pérfida, dissimulada e inescrupulosa, porque, afinal, as atitudes estarão supostamente imbuídas da luta do bem, que eles personificam, contra o mal; dos pobres contra os ricos; dos humildes contra as elites; das vítimas contra os algozes de todas as épocas.

            Tudo mostra que esse plano urdido pelas inteligências das trevas conseguiram avançar bastante no Brasil, país que é candidato a ser “o coração do mundo e a pátria do Evangelho”. Estamos dentro de movimentos de uma típica guerra espiritual. Quem não conhece essas circunstâncias pode ficar surpreso com esse aparente paradoxo que a revista Veja colocou, mas quem conhece a Verdade mais ampla está livre dessa confusão racional e tudo encontra sentido, basta saber em qual exército queremos militar, pois a essa altura não podemos ficar sobre o muro.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/05/2017 às 21h33
 
17/05/2017 04h57
AUTODESCOBRIMENTO (43) – LIBERTAÇÃO PESSOAL

            O processo de conhecimento e autodescobrimento é o caminho que nos leva ao topo da montanha. Esta alegoria significa que ao alcançarmos o pico da montanha é sinal que conquistamos a paisagem da nossa vida, podemos ver o atavismo e compreender o animismo que pode se manifestar das profundezas do inconsciente. É o momento da superação do Ego, aliado à procedência animal, e a identificação com o Si, de procedência divina, identificado com o Espírito.

            É importante a compreensão que a vida real se processa na dimensão espiritual e que o ser periodicamente imersa na dimensão material através de um corpo físico. Portanto, todas as formas existentes no mundo espiritual, animadas ou inanimadas, são passageiras e servem para o nosso aprendizado. A essência da vida é psiquismo puro. Os apegos injustificáveis que sentimos no mundo material estão associados aos interesses da vida material gerenciados pelo Ego. Envolvem geralmente mecanismos de segurança, alterações relacionadas com a transitoriedade orgânica, conquista do prazer, sensações imediatas ou ambições desmedidas. Quando o espirito emerge no corpo esquece da vida real no mundo espiritual, certamente para evitar que os seus erros pregressos influam na sua capacidade de aprendizagem e recuperação. Porém, esse esquecimento da vida real que procede no mundo astral, favorece que seus interesses se voltem para aspirações relevantes com o mundo material

            O conhecimento da evolução vivencial que acontece na dimensão material também pode ser visto do topo da montanha em três fases: a) Juventude, com muito hormônio e impulso para gozar prazeres como alimento, sexo e drogas; b) Maturidade, onde permanece o desejo ainda vigoroso; e c) Velhice, quando chega a amargura por não ter mais o vigor e energias da mocidade. Nesse ponto é que devemos lembrar da lição deixada por Jesus e que está registrada em João 14:6 – Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Mostra outro caminho que dá ênfase ao espiritual, à porta estreita do controle dos impulsos do Ego.

            Para conseguirmos a escalada ao pico da montanha é importante o preparo psicológico para entendermos o correto fluxo da vida. Saber que estamos agora na dimensão material e o corpo que administramos sofre desgaste orgânico que leva à morte inevitável, que a futura experiência acontecerá no mundo astral quando teremos plena percepção do Espírito. Desde então devemos nos preparar para esse encontro com o que somos, e não com o que temos e que deixamos ao sair do mundo material; com o que pensamos e não com o que gostaria de ter feito. Teilhard de Chardin já dizia que “não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais (mentais) vivendo uma experiência humana.”

            Com o despertar da consciência iremos aprimorando nosso raciocínio, a lógica, a coerência, as reflexões, as condutas, a harmonia, o equilíbrio geral, e promover realizações cada vez mais profundas. Podemos refletir agora, como o despertar da consciência, que acontece neste exato momento, está nos afetando.

            Na fase de libertação da consciência continuamos o processo de busca, quanto maior o entendimento e quanto maior o desapego. São abertas amplas perspectivas de conquistas que envolve novos espaços e novas realizações. A mentora Joanna de Angelis, no livro “O despertar do Espírito”, já adverte que no processo de libertação da consciência, sem o egocentrismo perturbador, o indivíduo descobre quanto lhe é significativa a existência, investindo em cada momento de forma agradável, como fonte geradora de felicidade.

            São Boaventura (Dr. Seráfico), discípulo de São Francisco de Assis, já contribuía para o conhecimento das formas que temos de ver as coisas através de três olhos distintos: a) os olhos da carne, que enxerga o mundo material, exterior, enxerga o tempo e o espaço, as coisas e as pessoas, e as sensações imediatas; b) os olhos da razão, que percebe a lógica e a filosofia; e c) os olhos da contemplação, que nos faz perceber o mundo oculto, a intuição, o poder divino.

            A codificação espírita também ensinou sobre essa realidade tridimensional da nossa vida: a) Corpo, o instrumento que faz contato com o mundo físico, objetivo; b) Perispírito, que faz contato com o mundo mental, entendimento racional; e c) Espírito, o que sintoniza com o divino. O tríplice aspecto da Doutrina Espírita ensina que na relação com a ciência o espiritismo ocupa-se essencialmente em explicar os fenômenos espíritas, isto é, fenômenos produzidos por espíritos. É positivo e experimental como a ciência no mundo, e o “Livro dos Médiuns” é sua base.

            Na relação com a filosofia, o espiritismo mostra que é uma doutrina essencialmente filosófica. Analisa a natureza humana, algumas questões que vem atravessando séculos e civilizações.

            Na relação com a religião, o espiritismo estimula o homem à prática da bondade, da fraternidade, da humildade, do altruísmo do trabalho em prol da felicidade do nosso próximo. Sendo assim o espiritismo trabalha na Moral que transforma e eleva o ser. Enfim, o espiritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e da destinação dos espíritos, e das suas relações com o mundo corporal.

            A Ciência e Tecnologia atualmente praticada no mundo faz exigências ao Ego, que isso impede a visão contemplativa e bloqueia muitas vezes a razão. Um exemplo disso, é a forte motivação que todos possuem de permanecerem plugados grande parte do dia nos aparelhos eletrônicos e digitais, principalmente os celulares.

            Quando alcançarmos a libertação pessoal, teremos uma percepção mais profunda, superaremos as exigências do Ego, teremos uma maior dilatação do Self, e alcançaremos o triunfo do espírito sobre a matéria. Estaremos mais capacitados para responder as questões clássicas: quem sou? De onde vim? Para onde vou?

            Nesta intercessão da Ciência com a Espiritualidade, temos a opinião de Albert Einstein, um dos principais nomes da Ciência da nossa época. Ele é considerado o papa do espiritualismo científico e quem construiu a ponte entre Ciência e Religião. Dizia que podemos chamar de “Universos Paralelos” os vários planos de atuação que nossos espíritos se manifestam. Nós chamamos de plano físico um universo com mais 100 trilhões de células distribuídas em órgãos e sistemas com funções específicas. O plano espiritual é um universo constituído de vários corpos com funções específicas que atuam também em planos específicos.

            Dessa forma encerramos esta fase do estudo do nosso autodescobrimento, promovido pela autora espiritual Joanna de Ângelis e viabilizado na dimensão espiritual pelo médium Divaldo Franco. Ficamos agradecidos a ambos e todos aqueles que participaram das aulas, encarnados e desencarnados, que promoveram no apresentador a devida motivação com apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da Cruzada dos Militares Espíritas. Agradecimento especial as pessoas de Olga, Edinólia e Radha que constantemente dividiam as responsabilidades dos esclarecimentos repassados, quer sejam nos conteúdos teóricos e práticos, como na arrumação do ambiente e transporte dos recursos audiovisuais. Agradeço também aos mentores espirituais de todos nós, verdadeiros Espíritos Santos, que cumprem a vontade de Deus ajudando a nós encarnados em nossas dificuldades relacionadas ao nosso alto grau de ignorância.

            Entraremos na próxima semana no novo estudo “Dimensões da Verdade” mais um trabalho da equipe Joanna/Divaldo, certamente inspirado por eles, em função da situação que podemos nos encontrar, tanto pessoas, comunidades e até países, como é o caso do nosso Brasil, cuja enxurrada de mentiras permitiram ao grave estado sócio financeiro em que nos encontramos.

            Que o Mestre Jesus, que prometeu que a Verdade nos libertaria, continue sendo o nosso timoneiro, e o Pai o nosso protetor em todas as circunstâncias das nossas vidas. Que nós tenhamos a forte disposição e coragem para colocar em prática as lições absorvidas.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/05/2017 às 04h57
 
16/05/2017 18h15
AUTODESCOBRIMENTO (42) – CONQUISTA DO SI

            O amadurecimento psicológico reflete a conquista do Si, a harmonia do Eu profundo e a compreensão do divino e do humano. A falta do auto descobrimento gera estados de instabilidade, de desventura conduzindo a enfermidades emocionais que são projetadas, reaparecendo na área orgânica. Nas pessoas que já alcançaram o amadurecimento psicológico, a conduta permanece sem surpresas, porque há uma interação da sua vivência interior com a exterior.

            O programa de conquistas que devemos empreender para amadurecer está associado com a inconsciência no sono, com a consciência no ego e com a lucidez do espírito. A lucidez espiritual é uma consequência necessária da autoridade moral e do equilíbrio. Só quem tem uma vida reta e um sentimento equilibrado é capaz de enxergar além da matéria e encontrar soluções adequadas para os problemas mais imprevistos. Com ela, conhecemos de fato quem o outro é, sabemos analisar suas tendências, perceber seus impulsos e sentimentos e dar a orientação certa no momento oportuno e de maneira adequada.

            Os insucessos psicológicos levam a saudosismos com inquietações e incertezas. Precisa da adaptação do Ego e da readaptação do Espírito. O Ego diz: “uma vez que tudo esteja no seu devido lugar vou experimentar a paz”; o Espírito diz: “Uma vez que eu experimente a paz tudo vai estar em seu devido lugar”.

            A pessoa imatura tem desconhecimento do seu potencial, não sabe que pode usá-lo para suas realizações e se tornam seres inábeis, imaturos. Entra em cena a luta do Ego para a compensação, na forma de paixões, vícios e imposições. Outras vezes a imaturidade psicológica reage pela forma de violência, de agressividade, decorrentes dos caprichos infantis que a vida, no relacionamento social, não pode atender.

            Para a conquista do si, deve se construir empreendimentos significantes dentro dos condicionamentos, eliminar os ruins, manter os bons e assimilar os novos. Tem que se fazer esforço e decisão para saber o que se tem e alcançar o que se quer. Tudo que serve para corrigir, educar e construir nasce primeiramente no esforço da vontade unida à decisão.

            Não devemos esquecer que a nossa herança atávica está na nossa história antropológica e nos instintos. É preciso quebrar nossas amarras ancestrais e libertar o Eu adormecido. É preciso fazer a análise e avaliação de conteúdos, escolher os imprescindíveis à vitória, evitar os aflitivos, disciplinar a mente e a vontade, marchar para a unidade físico-psíquico-social e cósmica. Nessa evolução o Si se desenvolve e o Ego se desagrega.

            No centro da consciência está o “Eu” ou “Ego” organizam a mente por meio das percepções conscientes, pensamentos, sentimentos e recordações. Eles têm a função de vigiar a consciência, filtrando as experiências do dia-a-dia, selecionando quais se tornarão conscientes e eliminado a maior parte delas, o primeiro como expressão do espírito, e o segundo como expressão do corpo. Como consequência desta seleção e eliminação, que será comandada pela função psíquica dominante, o “Eu” ou “Ego” dão identidade e coerência à personalidade, mesmo que cada um tenham objetivos diferentes. O “Ego” contém tudo aquilo que o sujeito sabe de si mesmo nesta atual vivência, ou seja, todas as características do seu modo de ser que ele aceita, porque estão de acordo com os princípios, os ideais e os valores do contexto social que o próprio sujeito se reconhece. O “Eu” é entendido também como a função mediadora entre a consciência e o inconsciente e entre o individual e o coletivo, entre os interesses do “Ego” e as necessidades evolutivas do espírito.

            O Ego como uma criação de Deus não deixa de tem suas finalidades e funções. Na primeira fase de vida, o Ego tem a obrigação de preserva a vida do indivíduo, de perceber a gratificação do prazer e o cumprimento das necessidades fisiológicas. Na segunda fase de vida é que mora o perigo, onde pode haver a fixação com comportamento egoísta prejudicando os terceiros, com constrição das ações do Eu, se tornando o algoz das pretensões espirituais.

            Assim, o Ego se torna o responsável pela identidade egoísta, que, segundo Albert Einstein, era uma ilusão de ótica da consciência. No primeiro estágio durante a infância estaria identificada com os objetos. No segundo estágio, na fase de crescimento, há identificação com outros elementos e papéis como raça, religião, profissão, mãe, pai, marido, esposa, etc. O último estágio acontece a identificação com o pensamento, a ilusão de encontrar todas as respostas por meio do racional.

            O campo de batalha dessas duas instâncias é a consciência com suas poucas virtudes e muitos vícios. Mas, felizmente, sabemos que podem haver as sucessivas batalhas até a vitória definitiva da virtudes e o alcance da pureza espiritual.

            Na libertação do Eu espiritual das amarras do Ego corporal, há um desapego dos desejos e controle das paixões. Para fazer isso tem que eliminar todos os obstáculos à sua passagem, mesmo que se sinta em parte preso às amarras instintivas. Mas, a vida conquista nisso, um esforço no sentido da liberdade, das prisões que nos amarram com barras sólidas de prazer.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 16/05/2017 às 18h15
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