Desenvolvi um questionário para testar o nível de Cidadania para o Reino de Deus, para ser aplicado nos participantes do evento “Reino de Deus – uma construção possível?”, e que coloco neste espaço para que meus leitores, interessados nessa condição, tenham oportunidade de verificar o seu nível.
REÍNO DE DEUS CIDADANIA
Nós vivemos neste planeta, administrado pelo Cristo, que é considerado pelo mundo espiritual como um hospital-escola que deve evoluir para a condição de planeta de Regeneração, onde prevalece o bem, os cidadãos do Reino de Deus. Devemos aprender a controlar os impulsos da carne na forma de desejos e vícios e desenvolver as virtudes que estão associadas à semente do amor que Deus deixou como Sua essência na criação do nosso espírito, como forma de entrarmos no Seu Reino. Como essa educação se desenvolve na intimidade da alma, com vários momentos de erros (pecados) devido à ignorância, e que causa débitos no relacionamento com o próximo, chamamos a esse processo de Reforma Íntima. Este questionário foi desenvolvido como forma de tornar objetivo este processo educacional e que possamos rever periodicamente o nível de nossa evolução. Todos os itens podem ser pontuados de 0 a 10, sendo que as virtudes com sinal positivo e os defeitos/vícios com sinal negativo. É esperado que a pessoa de bem, com uma boa evolução, já tenha uma pontuação final positiva e siga na busca do ideal, 100% de positividade, isso é, zero de defeitos e máximo de virtudes. Atingindo esse nível, a pessoa está bem situada como cidadão do Reino de Deus, capaz de promover ao seu redor a Luz necessária para construir este Reino dentro de nossa sociedade humana.
No verso se encontra o questionário para ser respondido com a máxima honestidade pelo interessado em obter esta Cidadania. O resultado pode ser divulgado entre amigos e parentes, ou pode manter como uma parte da sua caixa preta, divulgando apenas o que não lhe cause embaraço, como o total parcial e geral das avaliações.
Abaixo deste texto se encontra os dados significativos de identificação e um quadro para a colocação desses números que devem ter uma regularidade de acordo com o interesse de cada participante: mensal, semestral ou anual.
IDENTIFICAÇÃO
Nome: ________________________________________________________________
Data do Nascimento: _____________ Local: ___________________ Hora: _________
Data do início: ____________ Periodicidade: _______________ Profissão: _________
Celular/Fone: ___________________ E-mail: _________________________________
EVOLUÇÃO
DATA |
VIRTUDES |
DEFEITOS |
BALANÇO |
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VIRTUDES
01 |
Tranquilidade – Aceitação do propósito divino na sua vida sem qualquer forma de murmuração |
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02 |
Humildade – Consciente da filiação divina, irmão do próximo, ao qual deve ajudar sem preconceitos de qualquer forma |
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03 |
Verdade – Consistência em defender e divulgar a verdade, coerente com a vontade de Deus e longe dos interesses egoístas. |
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04 |
Equilíbrio/Estabilidade – Sentir a presença divina em todas as coisas e seres ao redor. |
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05 |
Desprendimento – Capacidade de viver a vida em plenitude, sintonizado com Deus, sem se apegar a bens materiais, a nada. |
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06 |
Coragem – Ação segura em face da adversidade, da crítica, da rejeição, da mentira, a partir da consciência da realidade espiritual interior. |
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07 |
Dedicação/Persistência – Curso firme no controle da carne, dos instintos, sem desvios da verdade ou justiça. |
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08 |
Obediência – Obedecer os princípios espirituais com honestidade, principalmente quando em conflito com os desejos materiais. |
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09 |
Ação Intencional – Fazer aquilo que é necessário, que brota da auto compreensão, da intuição divina, sem procrastinar. |
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10 |
Sobriedade – Não ser escravo de nenhuma forma de vício (drogas, alimentos, sexo, jogo, mídias, etc) |
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TOTAL PARCIAL |
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VÍCIOS E DEFEITOS
01 |
Ira/Raiva – Resposta emocionalmente agressiva ou de luta a uma ameaça pressentida ou a frustração. |
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02 |
Soberba – Sentir-se superior ao próximo, ao irmão, com arrogância e prepotência. Ser “dono da verdade” |
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03 |
Mentira – Ser desonesto com o próximo, inconsistência intencional entre pensamentos, sentimentos e ações, construir falsas narrativas. |
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04 |
Inveja – Consciência dolorosa de ser inferior frente aos outros, anseio profundo e patológico de possuir o que ver. |
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05 |
Avareza – Recusa de deixar ir o que se tem, material ou emocional, devido a sensação de carência. É possuído pelo que se possui. |
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06 |
Medo – Resposta emocional de “fuga”, sem controle, frente a uma ameaça eminente ou imaginária. |
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07 |
Gula – Fome sem controle de experiências agradáveis que levam ao prazer imediato, mas com consequências desagradáveis a longo prazo. |
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08 |
Luxúria – Necessidade exagerada de consumir, aliada ao desejo de dominar e controlar, principalmente no âmbito sexual. |
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09 |
Preguiça – Tendência a negligenciar as tarefas essenciais da sua meta de crescimento. Esmorecimento e esquecimento de si próprio. |
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10 |
Dependência – Uso contra a vontade, de drogas, alimentos, sexo, jogos, aparelhos de mídia ou qualquer ação que implique em escravidão. |
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TOTAL PARCIAL
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TOTAL GERAL (Virtudes – Vícios/Defeitos) |
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A batalha espiritual está acontecendo constantemente ao nosso redor, dentro da gente. Pode ser que ninguém observe nada de estranho acontecendo conosco, mas nós, conscientes do nosso papel enquanto soldados do bem, sob a liderança do Cristo e as estratégias de Deus, tenhamos maior clareza do que está acontecendo. Principalmente quando estamos dentro de determinada missão estratégica intuída por Deus e colocada em prática por nossas intenções sintonizadas pelo divino.
Estou nesta última semana em pleno campo de batalha, representado pelo evento universitário “Reino de Deus – uma construção possível?”, aprovado para ser executado no próximo dia 19-10-19. Assumi a posição estratégica de coordenar o evento, e deverei de forma incansável, levantar e organizar todos os pontos necessários, contando com os parceiros que o Pai enviará e o Cristo sensibilizará.
Essa condição estratégica que assumi implica em ter que vencer o adversário que se aloja dentro da minha alma: a preguiça, a procrastinação, o orgulho, a vaidade... Reforçar a capacidade de trabalho, a manutenção no foco, a inteligência para reconhecer e posicionar aliados e rechaçar as investidas dos adversários.
Agora, neste momento de reflexão, onde faço um inventário do que fiz no dia anterior, percebo que sofro uma espécie de torpor mental, a clareza mental que tenho agora ao digitar este texto, não tenho quando chego em casa a noite e deveria aprofundar os detalhes do trabalho a ser realizado. Facilmente desvio do foco e fico nos braços da preguiça deixando a mente divagar por assuntos, que mesmo interessantes, estão fora do foco e não contribuem de imediato com a causa da missão que está tão próxima. Sinto que me distancio da responsabilidade que a missão exige, quanto a esses meus adversários internos, que são os mais difíceis de conquistar.
Quanto aos adversários externos, que podem estar associados aos desejos materiais, biológicos, instintivos, consigo ter um melhor índice de competência espiritual. Assumi a responsabilidade fraterna de conduzir uma amiga que o Pai, em testes anteriores fez sua aproximação a mim, para um estudo espiritual que fazemos nas terças feiras. Nesta última terça feira, pelo motivo de fazer um favor a outra amiga que precisava chegar ao aeroporto, sofri sérias admoestações por ter que deixar a minha costumeira amiga 20 minutos mais tarde na porta de sua residência. Neste caso, estavam 4 mulheres, todas cobertas pela aura do amor romântico, mas o amor incondicional nunca deixou de ficar em primeiro plano na minha consciência, em quaisquer circunstâncias. Por isso consegui observar um forte traço de egoísmo nessa amiga que tanto reagiu aos 20 minutos de atraso em virtude de ajuda a outra que precisava chegar ao aeroporto. Revisei de imediato o meu comportamento e considerei que teria que evitar outro constrangimento e frustração que essa amiga sentiu em função da minha atitude sempre solidária. Não poderia mais ir ao seu encontro para facilitar a sua ida ao estudo espiritual, pois a qualquer momento eu poderia ser acionado por um pedido de ajuda e eu não iria negar por ela estar ao meu lado e não querer se atrasar. Ela iria mais uma vez ser contrariada e agir de forma tão raivosa contra o meu jeito de ser. Um jeito que adquiri em função da sintonia com o Pai, que fez a minha aproximação e aprofundamento fraterno com as dificuldades dela, mesmo trazendo dificuldades para mim. Acredito que o Pai concorda com minha posição de evitar o meu desgaste físico e financeiro para uma pessoa que guarda em suas ações tão forte carga de egoísmo. Sei que ela tem suas razões, mas eu tenho as minhas, essas que acabo de descrever. Estou sintonizado com o Pai e não posso compactuar com o egoísmo, meu ou de quem quer que seja, motivado por qualquer tipo de energia, minha ou do outro, seja vaidade, sensualidade, ou qualquer força instintiva ou sociofinanceira.
Portanto, em suma, considero que tenho tido derrotas no campo íntimo, mas no campo externo tenho tido vitórias. Espero que o balanço seja favorável e que o Mestre e o Pai estejam satisfeitos comigo, até agora, neste fragor da atual batalha.
Que eu não perca minha condição de cidadão do Reino de Deus, e minha responsabilidade de professor para quem queira atingir a mesma condição.
Veremos uma história da sabedoria budista para nossa reflexão e reforço de nossas intenções.
O Buda e o Mendigo
Era uma vez um pobre mendigo que estava tentando juntar comida. Mas ele reparava, porém, que todos os dias a sua comida desaparecia. Um dia ele apanhou um rato que lhe roubava a comida. Perguntou então ao rato porque ele lhe roubava a comida, afinal ele era um mendigo. Que ele fosse roubar pessoas ricas, elas nem vão perceber.
O Rato respondeu: "Mas o meu destino é roubar de ti". Porque?? Perguntou o mendigo. Porque faz parte do teu destino só ter 8 itens em tua posse. Por mais que mendigas, por mais que consigas juntar isso é tudo que poderás ter.... respondeu o rato.
O Mendigo ficou espantado e também de coração destroçado. Ele se questionou a razão deste ser o seu destino. O rato disse então que não sabia, mas que ele deveria tentar perguntar a Buda, que talvez ele soubesse. Então o mendigo deu início a sua viagem em busca de Buda. Ele viajou o dia todo e ao entardecer, por fim, chegou a propriedade de uma família rica. Cansado e com sono ele decidiu passar ali a noite. Dirigiu-se a porta e bateu.
- Senhor, disse ele, está ficando escuro e eu sou novo por aqui, será que posso passar aqui a noite, por favor?
- Sim...pode entrar. Disse o dono da casa.
Assim que o mendigo entrou em casa o homem perguntou-lhe:
- Para onde vais e qual a razão de viajares tão tarde?
- Eu tenho uma questão para colocar a Buda e vou ao encontro dele.
Nesse momento a mulher do homem rico entrou e ouviu o que foi dito.
- Podemos te dar uma questão, para que perguntes a Buda? Perguntou ela.
- Sim, presumo que posso colocar uma questão em vosso nome. Qual é a sua questão, senhora?
- Nós temos uma filha de 16 anos que não consegue falar. Nós só queremos perguntar o que temos que fazer para resolver o problema.
Na manhã seguinte o mendigo agradeceu a hospitalidade deles e assegurou-lhes que colocaria a sua questão a Buda. E ele prosseguiu com a sua viagem. Até que viu um mar de montanhas que tinha que atravessar. Ele subiu em uma montanha e encontrou um feiticeiro, que carregava um grande cajado.
- Feiticeiro, perguntou ele, podes me ajudar a atravessar as montanhas?
O feiticeiro disse que sim. O mendigo então salta no cajado do feiticeiro, que o usou para transportar o mendigo e ele próprio, através do mar de montanhas. Enquanto eles voavam o feiticeiro perguntou ao jovem:
- Para onde você vai? Porque decidiu atravessar todas essas montanhas?
- Eu vou me encontrar com Buda e colocar uma questão sobre o meu destino, respondeu ele.
- Sério? Por favor, posso te pedir para colocar uma questão à Buda? É que há mil anos tento ir para o paraíso e segundo os meus conhecimentos, já deveria poder ir. Por favor, podes perguntar a Buda o que eu tenho que fazer para chegar ao paraíso? Questionou o feiticeiro.
- É claro que vou colocar a tua questão, respondeu o mendigo.
À medida que ele prosseguia em sua viagem ele deparou-se com seu último obstáculo. Um rio que ele era incapaz de atravessar. Por sorte apareceu uma tartaruga gigante, que decidiu leva-lo até o outro lado do rio. Enquanto atravessavam o rio, a tartaruga perguntou-lhe:
- Onde vais?
- Eu vou ver Buda, e colocar-lhe uma questão sobre o meu destino…respondeu.
- Podes colocar-lhe uma questão por mim? Por favor? Perguntou a tartaruga.
- Claro, qual é?
- Eu, há 500 anos tento transformar-me num dragão, segundo os meus conhecimentos já deveria ter me transformado num dragão. Por favor, podes perguntar ao Buda o que eu tenho que fazer para me transformar num dragão?
- Obrigado tartaruga por ter me ajudado a atravessar o rio. Claro, vou colocar-lhe a tua questão.
O mendigo prosseguiu a sua viagem em busca de Buda. E por fim chegou ao local onde ele morava. O mendigo parou em frente ao mosteiro e respirou profundamente. O mendigo caminhou determinado e entusiasmado. Pronto para colocar a sua questão e a de todos os outros.
Assim que ele entrou fez uma reverência perante Buda.
- Por favor aceita as minhas felicitações, Buda. Viajei desde muito longe para te colocar algumas questões. Posso coloca-las, por favor?
- É claro que sim, respondeu Buda. Mas apenas responderei a três questões, apenas três questões.
O jovem mendigo ficou chocado. Ele tinha quatro questões. Ele decidiu pensar cuidadosamente. Pensou na tartaruga, há 500 anos que ela tentava tornar-se um dragão. Depois ele pensou no feiticeiro, que há mil anos tentava chegar ao paraíso. E por fim pensou na pobre menina que iria passar toda a sua vida sem conseguir falar. E depois olhou para si próprio.
- Eu sou apenas um mendigo eu posso voltar pra casa e voltar a pedir. Já estou habituado, nada irá mudar. Mas para eles tudo pode mudar se obtiverem respostas.
Depois dele olhar para os problemas de todos os outros, de súbito percebeu que o seu era muito pequeno. Ele sentiu pena da tartaruga, do feiticeiro e da menina. Por isso resolveu colocar as questões deles. E como o esperado, Buda respondeu-lhe.
- A tartaruga é não está disposta a sair do casco, enquanto ela não estiver disposta a deixar o conforto do seu casco.... ela nunca vai se tornar um dragão. O mago carrega sempre o seu cajado, nunca solta ele. E o cajado tem um peso, age como uma âncora, não deixando ele ir ao paraíso. E a menina, ela só vai conseguir falar quando ela encontrar a sua alma gêmea.
Então o mendigo agradece a Buda e começa a sua jornada de volta para casa. Ele então encontrou a tartaruga, que lhe pergunta:
- Então, perguntastes a Buda?
- Sim, Claro. Só tens que abandonar o teu casco para te tornar um Dragão!
A tartaruga tirou o seu casco e dentro dela tinha pérolas preciosas, encontradas nas zonas mais fundas do oceano. Ela ofereceu-as ao mendigo em agradecimento. O mendigo então voltou a encontrar o feiticeiro no topo da montanha.
- Tu só precisas soltar o teu cajado e poderás ir para o paraíso. Disse o mendigo ao feiticeiro.
O feiticeiro libertou-se do seu bastão oferecendo-o ao jovem e disse-lhe que graças a ele poderia ascender ao paraíso. O jovem tinha agora a riqueza da tartaruga e o poder do feiticeiro. Ele regressou para junto da família que lhe tinha oferecido abrigo. Eles ficaram muito felizes ao vê-lo de volta e aguardavam uma resposta.
- O grande Buda disse que a vossa filha voltará a falar quando encontrar a sua alma gêmea. Disse o jovem mendigo.
Nesse momento, a filha desceu as escadas e falou:
- Ei, não é esse o homem que esteve aqui semana passada?
A jovem e seus pais ficaram espantados... Eles olharam para o mendigo.... Ele era a alma gêmea da filha. Os pais marcaram o casamento e eles viveram felizes para sempre.
Essa história ensina que as vezes temos que nos doar para que algumas coisas boas aconteçam. Que precisamos deixar algumas coisas para trás se quisermos atingir nossos objetivos. Os sonhos materialistas que guardamos na memória desde a adolescência, devem ser descartados se quisermos alcançar as metas espirituais que a maturidade nos traz. Ao fazer isso, podemos constatar que Deus, sempre atento ao que fazemos e ao que sentimos, nos aceita como alma gêmea.
Nós, todos, homens de bem, estamos engajados no exército de Deus, na longa guerra espiritual, onde as forças do Ego, dentro de cada um de nós, constroem a maldade e seus exércitos.
Eu, procuro me situar dentro do exército de Deus, da bondade sem subterfúgios, da verdade sem falsidades, sob o comando do Mestre Jesus. Ele sinalizou há 2 mil anos que o Reino de Deus estava próximo, para que limpássemos nossos corações do lixo do egoísmo nos capacitando para ser cidadãos deste Reino, mesmo que a coletividade onde estivéssemos inseridos, tivesse ainda a preponderância da maldade.
Esta é a condição que eu e muitos iguais ou superiores a mim, dentro da hierarquia espiritual, vivemos aqui no planeta Terra. Sabemos que nosso dever frente ao nosso Comandante é ser um homem de bem, em qualquer circunstância. Devemos usar os talentos que o Pai nos deu para fortalecer o exército do Bem. Cada um tem uma posição definida no contexto social, quer seja dentro de uma religião ou não.
Agora, mesmo reconhecendo toda essa sistemática, essa estratégia de guerra, também reconhecemos que as forças do mal residem também dentro de nós, fazem eco com nossos desejos corporais, com as defesas do Ego. Mesmo querendo fazer o trabalho que nos compete, pela formação profissional, pela intuição espiritual, mesmo assim somos constantemente boicotados pelos instintos.
Dentro da minha formação acadêmica e preparação espiritual, fui intuído a promover um evento universitário para levantar a questão do ponto de vista acadêmico, em que ponto estamos quanto a construção do esperado Reino de Deus dentro da coletividade. Fiz o projeto sem tergiversações, mas a eficiência para a sua realização ficou muito a desejar. Tanto no levantamento do potencial acadêmico para registrar os avanços científicos e tecnológicos que tivemos nesses 2 mil anos, quanto o convite as diversas igrejas para elas prestarem os seus testemunhos do que está sendo feito nesse sentido.
O evento será realizado dentro de 6 dias, 90% da organização já deveria ter sido feito. Porém avalio que apenas 20% deve ter sido feito. Esse é um aspecto que devo colocar com a máxima honestidade e transparência, para mostrar que o real combate não está sendo feito no exterior, e sim dentro de nós mesmos. Eu tenho que ter habilidade para vencer os desejos da carne, por repouso, por atividades desviadas do foco. Esta batalha inicial, da organização do evento, considero uma derrota para mim. Não fui suficientemente competente para neste momento está com 90% do evento organizado. Esta é uma lição para meus colegas, companheiros nesta guerra. Devemos atentar para nossas deficiências espirituais, para a força dos instintos, dos desejos da carne. Aí está o primeiro obstáculo, o motivo das primeiras derrotas.
Fazemos um estudo semanal das lições dadas por Jesus aos seus discípulos, quando estes se reuniam diariamente em Betsaída, de acordo com o relato do Espírito Shaolin, através da psicografia do médium João Nunes Maia.
A nossa sala composta em média por 12 alunos, se aproxima, numericamente, daquela sala onde o Mestre se reunia com seus discípulos. A minha participação é como um tipo de monitor dessas lições, e a participação da Sra. Olga, é a médium que dá o toque espírita à reunião.
A cada semana é preparada a aula com a produção de PowerPoint e de artigo referente aquela pergunta feita por um dos apóstolos ao Cristo. Depois leitura introdutória e da prece inicial feita por um dos presentes, iniciamos a apresentação do estudo da noite, em torno de 30 minutos. Terminado, sentamos em roda para cada um colocar sua reflexão sobre o tema, podendo exemplificar com algum momento pessoal. Encerramos com a prece final e o pedido de passes durante um minuto, aos espíritos que nos assistem na sala. Tomamos a água fluidificada, e nos despedimos.
Na última semana foi trazido o caso de um paciente de 45 anos que está em processo psicótico, depressivo, anorético, caquético, no leito de sua casa, em evolução fatal, sem os parentes conseguirem a devida internação hospitalar. Lembra a parábola do Samaritano que Jesus ensinou. Aquele que doente na estrada não recebia ajuda dos transeuntes. Pois, a espiritualidade colocou um doente também no nosso caminho, para testar nossas atitudes.
O caso foi colocado para o grupo, na semana seguinte, como um teste enviado pela espiritualidade para checar os conhecimentos da turma com relação aos ensinamentos do Cristo que todos estão recebendo. É bom lembrar que as quatro últimas lições estudadas foram Bondade, Inteligência, Dor e Cura. Todas relacionadas com o problema colocado para resolução.
O caso foi apresentado pelo irmão, dizendo as características e necessidades. A turma formulou os seguintes encaminhamentos: 1) Fazer um atestado médico colocando a situação e a necessidade urgente de uma internação hospitalar, que será levado pelo irmão ao Posto de Saúde do bairro, ao Hospital Onofre Lopes onde ele é atendido no ambulatório; 2) Apresentar o caso e colocar nas grupos específicos, de psiquiatras e de doutorandos que estão participando do Programa Família na Comunidade; 3) Caso continue ocorrendo a resistência quanto a internação necessária, será feito a solicitação junto à Procuradoria para ser realizada a internação compulsória; 4) O paciente internado, será feito acompanhamento por alguns membros do grupo com disponibilidade; e 5) Todos se dispõem a orar pela melhor assistência e pela saúde do paciente.
Entramos na reflexão que os quatro itens das últimas lições foram devidamente testados neste problema. Usar a Bondade de forma Inteligente, observando os limites que o Cristo nos advertiu, sabendo que a Dor tem um propósito na vida de quem a sofre e que a Cura que se procura, além do corpo, do psiquismo, é a cura da alma, que muitas vezes precisa passar por determinado sofrimento.
Concluímos que, a nossa ação coletiva em favor de uma pessoa que nós nunca vimos, é uma amostra da família universal que pode ser construída com ações deste tipo. Perceberemos que não estamos sós no mundo, que capa pessoa ao nosso lado pode em caso de necessidade se tornar um pai, um filho, ou uma relação mais direcionada, pois irmãos já somos.
Considero que a turma passou com mérito nesta primeira avaliação, dentro das intenções de cada um, regada pelas lágrimas daqueles que mais se tocaram com o caso.