Como foi combinado, fui hoje com os companheiros de Natal para o trabalho na Comunidade de João Paulo II, periferia de Caicó. Os companheiros da cidade mostraram in lócus como funciona o trabalho que eles realizam a cada 15 dias. As casas humildes dentro da própria comunidade mostram os móveis velhos, porém asseados. Cadeiras escolares para as crianças e espaço para trabalho de grupo com os adultos. Depois de ver todos os espaços das casas em que o trabalho é feito sentamos em circulo na sala de reunião. Depois das apresentações procurei interagir com o grupo que era composto somente por mulheres da comunidade, procurando saber delas o que elas imaginavam sobre nós, o que queríamos com aquela visita a eles. Entre elas se destacavam duas, uma que atuava como líder, antecipando as respostas que eu dirigia a todos; a outra era a mais engraçada do grupo e chegava a fazer piadas com o próprio nome. Elas responderam quase por unanimidade que nós que viemos de Natal prestar esse serviço de solidariedade porque gostamos e somos pessoas de bom coração. Então eu perguntava se não era mais agradável ficar na beira da praia em Natal, conversando com os amigos, bebendo uma cerveja, comendo um petisco... Elas responderam que para nós era mais prazeroso estar ali com elas porque nós temos um bom coração. Então eu dizia que a minha mente podia pensar de forma racional e dizer que o prazer ou a vantagem de ganhar dinheiro não estava ali, pois naquele lugar eu estava gastando do meu tempo sem ganhar nada com isso. Mas mesmo assim eu desconsiderava as justificativas da razão e ficava com o que pedia o coração. O que fazia essa diferença? Por que eu não iria para os locais onde tivesse mais prazer ou ganhasse algum dinheiro? O que fez eu ter esse comportamento aparentemente tão sem sentido junto com meus companheiro de fé? Enfim uma delas disse que foi Deus.
Reforcei o acerto que ela fez. Disse que realmente este era o motivo, todos nós nos consideramos como filhos de Deus e por isso consideramos todos como irmãos. O Pai deseja que os seus filhos mais desenvolvidos ajudem aos mais fracos, aos mais desconfiados, da mesma forma como acontece com os pais biológicos. Esses também desejam que os seus filhos mais desenvolvidos sejam protegido por aqueles irmãos mais bem desenvolvidos. Assim também somos nós. Ouvimos a palavra do Pai dentro de nossas consciências e resolvemos fazer a Sua vontade. A partir daí fiz uma serie de perguntas relacionadas com a vida de Jesus para eles internalizarem a história do mestre. Onde estava escrita essa história, quais foram as pessoas que as escreveram. Onde foi que Jesus nasceu, quem foi que o traiu, quem o prendeu, como Ele foi condenado. As perguntas surgiam com as respostas sendo efetuadas de forma descontraída.
No fim da reunião fizemos uma roda com as mãos dadas e rezamos a oração do Pai Nosso. Depois pedi que cada uma dissesse uma palavra que viesse do coração e que caracterizaria esse nosso encontro. Todos nos abraçamos como ato de despedida. Elas pediram para que nós viéssemos mais vezes, que almoçássemos com elas em algum sábado. Achei pertinente o pedido e falei para os companheiros da cidade que eu estava disposto a vir com esse propósito. Ficamos de combinar os detalhes por telefone durante este mês.
Sei que isso foi uma gotinha de solidariedade que prestei num mar de necessidades das pessoas daquela comunidade. Mas me senti satisfeito e sintonizado com a vontade do Pai, sei que naquele momento me comportei como irmão de todos e fui dormir com a consciência tranquila.
Na reunião de ontem no Centro Espírita, convidei um amigo materialista para participar. Ele dizia que não acreditava no mundo espiritual e que tudo acabava com a morte do corpo físico. Ele foi para a reunião e eu comecei a ler um capítulo do livro em estudo, “Memórias de um toxicômano”, ditado pelo espírito Tiago. Não consegui ir além das duas primeiras páginas, parei a leitura e confessei que iria abordar um assunto que estava fervendo na minha mente. Queria abordar sobre a existência ou não do mundo espiritual. Interessante que eu comecei a indagação por uma pessoa que estava indo pela primeira vez para esse estudo. Quando eu o provoquei para se manifestar sobre o assunto, percebi que ele estava impassível, com os olhos abertos, sem nenhuma movimentação, nem as pálpebras batiam, chamava pelo nome, tocava em seu corpo e ele não respondia. Verifiquei que os seus sinais vitais estavam íntegros e que suas pupilas reagiam à presença do foco de luz. Não havia risco de vida. No entanto era como se ele estivesse bloqueado de alguma forma. Foram chamados os médiuns que estavam na casa e eles chegaram para aplicar passes nele e em todos nós. Enfim ele despertou daquele êxtase e disse que estava ouvindo tudo que se dizia, mas não conseguia lembrar-se do gesto que fazia com as mãos.
Depois que os médiuns saíram eu retomei a linha de pensamento que queria abordar desde o início. Disse que o acontecido estava situado numa região limítrofe entre a explicação biológica, que considera o que ocorreu como um sintoma de epilepsia, a pessoa teve uma crise chamada de ausência que é uma espécie de epilepsia, e por outro lado tem a explicação espiritual que diz ser o bloqueio na consciência de um espírito que está ao lado dele. A minha formação médica fica mais tendente a considerar o ocorrido como uma expressão de epilepsia, já que a pessoa é um abusador de bebidas alcoólicas e está usando psicotrópicos como medicamentos. Mas isso não impede que os médiuns cheguem junto e façam os seus recursos terapêuticos do passe.
Tudo isso, expliquei ainda, ajuda a colocarmos a questão da existência ou não do mundo espiritual com toda a hierarquia que se origina nele e se espalha pela Natureza, incluindo o mundo material e todos os outros que nossos sentidos não percebem. Se negarmos a existência do mundo espiritual e toda a hierarquia que dele procede, então negaremos o próprio livro que estamos estudando e todo o alicerce espiritual construído pelo homem, inclusive esta casa em que estamos agora abrigados e fazendo esse estudo.
Fui direto ao meu amigo que convidei para o estudo, para colocar em cheque o seu modo de pensar, em induzi-lo à reflexão. Acrescentei ainda que se prevalecesse o seu modo de pensar tudo aquilo que estávamos fazendo. Apesar de toda carga de informação e que ele não podia contestar, pois ele tinha o conhecimento de que tudo aquilo era falamos era somente verdade.
Depois de tudo fiquei a pensar: o que faz o homem inteligente, de posse de tantos bens materiais, títulos acadêmicos, não aceitar a realidade do mundo espiritual somente porque os seus órgãos dos sentidos não o captam. Deve existir algum ponto cognitivo em seu cérebro que justifique tanta resistência, mas até agora eu não consigo alcança-lo, e enquanto isso não acontece, não posso exercer o meu poder terapêutico sobre ele, e como ele espera de mim.
Talvez não saiba disso!
A reunião do Projeto Foco de Luz e da Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio foi realizada na noite de ontem no salão do Grupo Corpo Livre, Casa de Saber Cultural – Capoeira, dirigida pelo companheiro Rogério.
Estavam presentes à reunião as seguintes pessoas: Francisco Rodrigues, Edinólia Rodrigues, Clóvis Costa, João Batista (1ª vez), Ivanaldo, Rogério Fernandes, Ezequiel Borges, Lygia Bomtempo, Paulo Henrique e Davi Firmo.
A reunião foi iniciada com um texto de Shakespeare intitulado “O tamanho das pessoas” que foi dado a cada um, para leitura e reflexão. Em seguida foi feito os comentários sobre a última reunião que teve a participação de Marinho na palestra com os pais e alunos na escola estadual Olda Marinho. Foi lido um texto “Adeus, Marinho Chagas” que foi publicado no dia 04-06-14 no “O Jornal de Hoje”.
Fiz o relato da reunião que participei junto com Cintia no Hospital João Machado, sobre a organização dos serviços de saúde mental da zona leste. Cintia justificou que não veio à reunião porque o seu filho adoeceu e colocamos em discussão a sua proposta de fazer grupos musicais de pau e lata a partir das escolas do bairro. A ideia foi aceita e será implementada oportunamente.
Lygia colocou a proposta de apresentar o trabalho da Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio no grupo da igreja católica que ela se reúne regularmente. Ficou acertado que ela falará com o padre e com os membros do grupo para a ida da Associação para as devidas explicações e solicitar o engajamento de quem puder nos trabalhos comunitários.
Ezequiel colocou a necessidade de limpeza nas áreas estratégicas do bairro durante a copa do mundo e o São João. Já ficou acertada a limpeza da praça que tem ao lado do Hospital e a possibilidade da apresentação de quadrilhas na rua lateral ao Hotel Reis Magos, como uma experimentação de um trabalho mais amplo no próximo ano.
Foi distribuído o primeiro boletim informativo da Associação de Moradores, em caráter experimental, onde consta o nome da Junta Governativa Provisória que conta com 3 pessoas e foi corrigido para 4 pessoas. A administração provisória ficou assim constituída: Junta Governativa (Oscar, Paulo, Ezequiel e Stela), Tesouraria (Paulo), Secretária (Clóvis), Departamento de Comunicação (Davi e Ana Paula), Departamento de Esporte e Lazer (Ezequiel e Rogério), Departamento de Saúde (Francisco, Cintia, Damares e Stela), Departamento de Educação e Cultura (Mônica), Departamento Comercial (Ezequiel), Departamento Espiritual (Lygia) e Departamento Social (Clóvis). Essa estrutura administrativa é totalmente provisória e pode a todo momento ser alterada com inclusão ou exclusão de nomes e de cargos, de acordo com o desenvolver dos trabalhos. Somente depois das eleições é que esses respectivos cargos serão definitivos durante o mandato dos companheiros que forem eleitos.
Ficou combinado que irei marcar uma audiência com o delegado Magnus Barreto, presidente do CONEM, para apresentar o trabalho realizado pelo Grupo Corpo Livre de capoeira, e qual a possibilidade de realizarmos uma parceria para beneficiar a comunidade.
Davi lançou a ideia de que podemos construir uma parceria junto a COSERN e CAERN para o desconto automático das mensalidades dos sócios quando a Associação estiver devidamente registrada e atualizada.
Devido os jogos da copa do mundo e que se realizarão os jogos do Brasil nas duas próximas quintas feiras, a próxima reunião ficou marcada para o dia 26-06-14, no Shopping do Artesanato para ser discutido o Departamento Comercial dentro da Associação de Moradores. Ezequiel ficou de agendar a reunião com a direção do Artesanato.
As 20:30h foi encerrada a reunião com a oração do Pai Nosso, todos em roda e coma as mãos dadas, como acontece ao término de cada reunião, reforçando nosso compromisso com Deus e com o Mestre Jesus, dentro desse trabalho no qual Ele colocou cada um de nós.
Acredito que cada pessoa que vive neste momento no planeta, tenha alguma missão a cumprir, por mais simples que seja. No Programa de vida e da própria Natureza arquitetada pelo Criador existe a lei do Progresso onde todos estão inseridos, todos os reinos, todas as consciências. Então qualquer partícula da natureza, viva ou inerte, minúscula ou enorme, consciente ou não, estão subordinadas ao Progresso. Mesmo que fiquem estagnadas por algum momento, por algum motivo, mas chegará o tempo que o Progresso as alcança e a evolução continua.
Dentro desse contexto eu já tenho a percepção da minha missão e isso não quer dizer que eu seja melhor que ninguém, que eu seja o único missionário deste planeta ou mesmo de minha comunidade. Isso quer dizer apenas que eu atingi a consciência de minha missão e que devo usar minha inteligência e sentimentos para adaptá-la às missões dos meus irmãos formando uma rede de auxílio mútuo onde todos possam cumprir suas missões e coletivamente nos aproximemos de Deus, construindo o Reino que Jesus falou que já estava perto.
A minha missão é fazer a construção de uma família ampliada com base no Amor Incondicional como um modelo de aproximação da família universal que irá compor as células do Reino de Deus. Essa missão implica em duas ações concomitantes: uma diz respeito aos relacionamentos dentro da minha família que por terem a base do Amor Incondicional passa a se tornar inclusiva e tirar a prioridade do amor romântico que implicava na exclusividade; a outra diz respeito aos relacionamentos dentro da comunidade onde a Lei do Amor ensinada pelo Cristo passa a ser uma prioridade, a justiça e a fraternidade passam a ser um imperativo do comportamento, do exercício profissional.
Cada uma dessas ações tem as suas dificuldades, mas a que mais me atinge a alma e trás maiores sofrimentos é com a primeira. Essa ação dentro da minha família, no movimento de tornar o amor romântico subordinado ao Amor Incondicional, causa forte reação em minhas companheiras que se aproximaram de mim pelas vias do amor romântico. Mesmo com todo grau de boa espiritualidade que elas possuam, não conseguem internalizar os princípios do Amor Incondicional e deixar que o amor romântico fique subordinado, que ele se expresse em algum momento ou circunstância, mas quando seja apropriado.
Isso constitui os principais espinhos do meu caminho, os principais obstáculos da minha missão. Eu dependo das minhas companheiras para formar a família ampliada com base no Amor Incondicional, mas para isso se fazer de forma harmônica é preciso que elas sintonizem com essa mesma forma de amar. Se elas não conseguem fazer assim, sentir dessa forma, o mais coerente seria que elas saíssem desse projeto, pois eu não posso sair dele que é a minha missão e ficar com qualquer uma delas, cumprindo a missão que elas consideram mais importante.
Já fui expulso literalmente de dois relacionamentos por pensar e agir dessa forma, mesmo tentando esclarecer o máximo, como era a minha forma de pensar. Minhas parceiras do passado, mesmo aceitando a convivência, não aceitavam nos seus íntimos a minha missão. Isso fez com que ocorresse em algum ponto do relacionamento a explosão de raiva e a minha expulsão radical da convivência com elas.
Não posso deixar que isso aconteça de novo. Até hoje uma dessas minhas companheiras, minha segunda esposa, me tem como um inimigo, um adversário, nós que nos amávamos. Hoje parece que, dentro de nosso relacionamento, só quem ama sou eu, uma prova de que o meu Amor realmente é incondicional.
Rogo ao Pai sabedoria para que eu saiba resolver tão grave problema. Como vencer tão forte adversário, o amor romântico, já que ele não reina dentro de mim e sim dentro do outro?
Vendo a biografia do Papa João XXIII, conhecido como o Papa Bom, encontrei um trecho que me deixou a refletir. Foi quando ele tentava de todas as formas com pouco tempo e recursos, salvar 600 crianças judias que iam de navio para o holocausto na Alemanha Nazista. Ele dizia para o gestor do porto que ele tinha o direito e o poder de retardar a partida do navio enquanto ele resolveria os papeis que protegeria as crianças, pois ele, enquanto padre, só tinha compaixão... e pouquíssimo tempo!
Isso me fez refletir... Naquele tempo da 2ª guerra mundial os judeus estavam sendo dizimados sem compaixão dentro de uma barbárie ideológica. Hoje não são apenas os judeus, muitos morrem dentro de uma barbárie civilizada, onde o materialismo impera e a compaixão pelos mais fracos se torna apenas figura de retórica. Muitos falam e defendem a dignidade humana do alto de suas cátedras, dos seus púlpitos, dos seus palanques, mas continua a crescer a violência, as favelas, os bolsões de miséria, a criminalidade.
Era assim que acontecia na 2ª Guerra Mundial. A Alemanha Nazista crescia e com ela a morte de milhares de pessoas, inocentes ou não.
Parece muito com o que ocorre hoje, fazendo as devidas correções. Enquanto o materialismo cresce sem compaixão, com ele cresce o número de mortes de milhares de pessoas, criminosas ou não.
Naquela época o esforço das Nações Aliadas fizeram o contraponto enfrentando o império nazista que representava o mal. Milhares de pessoas também morreram tentando evitar que o mal se alastrasse pela face da Terra.
Hoje também necessitamos que os aliados do Cristo na formação do Reino de Deus também sacrifiquem suas vidas, não de forma literal como aconteceu com os soldados aliados durante a 2ª Guerra. Desta vez será um sacrifício de tempo, talvez de bens materiais, para que possam chegar ao campo de batalha, em qualquer lugar que viceje a miséria humana, principalmente nas favelas ou nas ruas, debaixo de pontes ou viadutos; mas também em ricas mansões e fortunas arrebatadas criminosamente do suor humano, do suor do próximo.
A ação desses novos soldados do bem dentro do mundo materialista com seu capitalismo selvagem é combater dentro dos corações com o exemplo e a abnegação. Devem mostrar aos desamparados que existe no mundo a compaixão de Deus e que eles são os seus veículos; devem mostrar aos poderosos, bilionários e famosos, que existe no mundo a justiça de Deus e que ninguém escapa de pagar pelos erros cometidos, conscientes ou não.
Jesus foi crucificado no passado como um marginal para simbolizar no presente a fraternidade universal e podermos construir com o uso da caridade a partir deste momento para o futuro, o Reino de Deus. A luta prática dos soldados do bem nas vielas, cortiços, púlpitos e cátedras; nos jornais, universidades, empresas, associações e templos, é necessária e urgente.
Devemos deter o massacre dos inocentes causados pela ignorância materialista, com o nosso suor, assim como no passado os aliados detiveram com o sangue o massacre dos inocentes causados pela ideologia nazista.