Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
IV
Enquanto isso, com o esquadrão dissolvido, Hermann Goring volta a Munique.
Após a guerra, ele é considerado um herói por muitos, mas sente muita mágoa, raiva e frustração de que a Alemanha, após todo o esforço e sofrimento que deveriam levar a uma vitória heroica, tenha tido uma derrota muito humilhante.
E Goring sente na pele a humilhação. A violência nas ruas é abundante, e ex-militares como Goring estão no topo da lista de alvo das gangues socialistas. Ele é atacado por arruaceiros que tentam arrancar suas insígnias militares do seu uniforme. Não é a surra física, mas sim o desrespeito descarado pelo uniforme que o marcará para sempre.
A amargura de Goring aumenta pelo fato de que seu uniforme e as medalhas que ele ganhou não são mais dignas de respeito. Isso era incompreensível. Não teria acontecido meses antes, mas lá estava ele. O que havia em casa para pessoas como Goring?
Sem conseguir emprego em Munique, o piloto de caça é reduzido a sobreviver como piloto acrobático itinerante. No começo de 1919, ele foge do caos e sai da Alemanha. Sua compulsão em fugir do caos será uma característica de sua futura carreira.
Mas outros, como Dietrich Eckart, estão determinados a tomar uma posição. No começo de 1919, Eckart e a Sociedade Thule iniciam seu plano para espalhar sua mensagem de direita. Eles criam um novo grupo político: o Partido dos Trabalhadores Alemães. É só uma de várias pequenas facções que surgem e se encontram nas cervejarias e adegas de Munique.
Ao longo dos anos 20, essas cervejarias são microcosmos de agitação política. O partido não era especial, não tinha nada excepcional. Na época, era apenas um daqueles grupos antissemitas nocivos, vis e agitados. Geralmente gritavam bem alto e ninguém os levava a sério.
Interessante como há semelhança entre o que aconteceu na Alemanha e o que aconteceu no Brasil, inclusive a formação de um partido com o nome de Partido dos Trabalhadores. A ideologia era contrária, lá o partido era de direita, aqui de esquerda. Mas os princípios de intolerância próximos da violência e agressividade são parecidos. Aqui, o Partido dos Trabalhadores (PT) cresceu com um discurso de intolerância à miséria sofrida por uma parcela dos trabalhadores e pela grande maioria do povo que vivia na e ainda vive na miséria. Cheguei a ser convidado pelo grupo da universidade para a criação do PT em minha cidade, no meu estado, Natal-RN. Mas, logo vi que a intolerância que era a tônica daqueles pioneiros, não se adequava aos meus princípios cristãos que já estavam em formação. Terminei militando em outro partido de esquerda, o PDT (Partido Democrático Trabalhista), dirigido pelo Leonel Brizola, que acabara de retornar do exílio ao Brasil. Cheguei a ser candidato diversas vezes, para vereador, deputado estadual, federal, e até vice-governador. Era o secretário do partido à nível municipal e cheguei a ter chance vitorioso de ser o candidato a prefeito. Em nenhuma das minhas ações eu cheguei a perceber o que percebo hoje, o potencial negativo que os partidos de esquerda podem trazer ao desenvolvimento da nação, o grau de violência a que chegamos hoje, depois de 13 anos seguidos de governo de esquerda.
Agora que estamos um pouco livre do domínio total da esquerda como acontece na Venezuela, vamos nos esforçar para levar essa verdade à massa que ainda acredita nas falsas narrativas, principalmente nos diversos níveis escolares.
Após anos de doutrinação socialista nos diversos meios sociais, principalmente a mídia, observamos uma enxurrada de textos, notícias tendenciosas que chegam a afrontar a nossa inteligência, de alguém que observa os fatos o pode tirar uma interpretação sem ajuda de nenhum guru.
Muita gente no país, principalmente a maioria que elegeu uma nova presidência que se fez portadora dos brados das ruas, percebe essa tendenciosidade, as narrativas falsas e distorcidas, e chega a fazer uma espécie de glossário usado no jornalismo atual.
Vejamos o que circula na net sobre o assunto:
Mini glossário do Jornalismo atual:
Bandido: vítima
Policial: opressor
Invasão de propriedade: ocupação
Favela: comunidade
Militante de esquerda: especialista
Terrorista: manifestante
Comunista: progressista
Patriota: fascista
Cristão: homofóbico
Islã: religião da paz
Sindicalista: povo
Parasita: sindicalista
Mídia Independente: fake news
Verdade: factoide
Muitas críticas: robôs
Emite uma notícia errada: o governo mudou de opinião (ou voltou atrás)
Condenado: preso político
Ladrão: mais honesto do mundo
Putaria: arte
Crianças alisando homem nu: performance
Vilipêndio: exposição
Orar e agradecer: país laico
Armas nas mãos de narcoterroristas: guarda-chuvas
Criminoso: suspeito
Roubo: erro
Esquerdista: leitor especialista
Opinião dos especialistas: militância de esquerda
'Diz leitor': sua opinião enrustida
Linha editorial: ideologia política
Sigilo da fonte: desculpa para esconder a ideologia política
Governo de esquerda: democracia
Governo de direita: ditadura
Guerrilheiro: vítima da ditadura
Presidente Bolsonaro: candidato eleito
Narcoditador Maduro: Presidente da Venezuela
Traficante: estudante/entregador/moto táxi
Polícia Federal: Gestapo
Aborto: saúde reprodutiva da mulher.
Doutrinação em sala de aula: liberdade de cátedra
Direita: autoritarismo
Esquerda: liberdade
Bandeira e hino nacional: exagero patriótico
Empresário: explorador
Extrema-Imprensa hipócrita: jornalismo brasileiro
Olavo de Carvalho: teoria da conspiração
Na minha condição de eleitor do ex-presidente Lula na sua primeira vitória ao governo do Brasil, portanto como cidadão que aceitava os argumentos colocados em praça pública, reconheço como verdade todos os itens colocados acima.
Tive a capacidade de reconhecer os erros logo no primeiro mandato, no escândalo do mensalão, e vi que a mentira estava sendo a tônica do governo, consequentemente associado ao mal. Como cristão, e resolvido a seguir as lições do Mestre, que repudia a mentira e os hipócritas, não podia compactuar com a corrupção que tomava conta do país.
Com essa perspectiva, passei a ver que as notícias não acompanhavam a verdadeira importância dos fatos, eram distorcidos, viravam o “rosto” para o outro lado, e não entendia porque tanta falcatrua não era denunciada e punido os seus responsáveis. Não entendia, como hoje, que ocorreu uma cooptação em todos os setores públicos e privados e que o país estava sendo sugado por ideologias contrárias as lições cristãs.
Série da Netflix, segundo episódio.
A cena se desloca para Bruxelas, em 1903. Trótski adentra um espaço onde se encontra Lenin, que se vira para encará-lo, depois que ouve comentários da sua chegada.
- T. Olá, Vladimir Ilyich.
- L. Pena que está todo arrumado. Seu discurso foi cancelado.
- T. Eu mudei de ideia. Farei o que você me pedir.
Lenin o encara, volta para sua mesa e pega uma pasta com papéis entregando alguns para Trótski.
- L. Seu discurso.
- T. Obrigado.
A mesa diretora dos trabalhos se manifesta: - Eu entrego o espaço para o Camarada Trótski.
- T. Camaradas! Eu sou o Leon Trótski. Eu conheci o exílio e o inferno das celas de prisão. Eu vi a miséria do povo russo e a injustiça da lei. Eu direciono meu discurso para os revolucionários. Apesar de serem poucos aqui.
A plateia reage negativamente: - Que história é essa?
- T. Vocês ficam inertes em Paris, Berlim, Londres. Falando de política, escrevendo artigos, engordando. Não podem salvar camponeses e trabalhadores de uma cafeteria. Não podem armar o proletariado tomando café! Olhem para vocês! Que vergonha! São todos eunucos! Vocês não estão lutando, estão só simulando a luta! E desacreditando a grande ideia da revolução! Camarada Plekhanov! Está confortável o bastante para pensar sobre a revolução após um belo almoço? Está bem vestido e aquecido? Os camponeses russos podem esperar. Por uma revolução na Europa avançada. Certo, camarada Plekhanov?
- P. Chega disso.
- T. E você, Lenin, do que está rindo? Você é melhor? Você se senta na mesma cafeteria, bolando suas tramas. (joga os papeis que recebeu de Lenin sobre a mesa). Você é um eunuco tanto quanto todos os outros. A Revolução Russa já teve sua cota de pavões desamparados de Paris e Viena. Ela precisa de novos líderes, novos soldados. A revolução é feminina.
A plateia se manifesta positivamente: - Muito bem!
- T. Ela precisa de um verdadeiro homem. Chega de papo furado! É hora da Revolução Russa! Sejam homens! A inseminem! E ela gerará um mundo novo, um mundo justo!
Plateia continua se manifestando positivamente: - Sim! Isso é verdade!
- T. Um verdadeiro revolucionário está pronto para sair armado. Um revolucionário não tem medo de se afogar em mar de sangue. Viva a Revolução Russa!
A plateia empolgada aplaude, inclusive Lenin: - Isso!
- T. Viva a limpeza através do sangue!
A assembleia termina coberta de aplausos e apertos de mãos dirigidas a Trótski, inclusive Alexander: - Camarada Trótski, que belo discurso.
- T. Obrigado!
- A. Você superou minhas expectativas. Você superou elegantemente dois obstáculos de uma vez.
- T. Três. Diga aos seus amigos ricos que não preciso mais deles. Nem você, à propósito.
- A. Excepcional!
- T. Obrigado! Obrigado! Obrigado!
Trótski caminha lentamente por um corredor de pessoas entusiasmadas a lhe aplaudir, inclusive o líder dos assaltantes que se mostra entusiasmado e lhe estende a mão quando ficam frente a frente. Trótski lhe ignora e vai em direção à Natália, e lhe estende o braço. O líder dos assaltantes mostra uma facies de decepção e de raiva ao mesmo tempo.
Forte, corajoso, inesperado discurso para uma plateia tão acostumada à verve acadêmica revolucionária. Trótski coloca o dedo na “ferida”, dos camponeses que vivem na miséria, sem apoio, explorados na sua capacidade de trabalho. Alguma coisa tem que ser feita, uma revolução tem que acontecer para mudar para melhor essa situação. Acontece que não seria da forma que Trótski imaginava, a sua revolução terminou por causar um mal até maior, com milhares de pessoas morrendo por causa do poder ditatorial que se instalou com a revolução.
A revolução deve ser praticada em todos os países do mundo, sob quaisquer ideologias, onde observamos a miséria humana, quer seja dos pobres ignorantes que são explorados, quer seja dos intelectuais de qualquer farda ou batina, que usufruem do suor do próximo sem compaixão. Mas a revolução conduzida pela ideologia cristã onde o egoísmo é controlado e não exaltado, onde o poder é constituído para a aplicação da justiça e solidariedade, sempre sobre a inspiração do amor incondicional.
Série da Netflix, segundo episódio.
A cena retorna para o México, 1940. Trótski adentra uma espécie de mercado, na companhia de Frank Jackson, o jornalista que fez amizade com ele. Cumprimenta o proprietário.
- T. Oi, José.
- J. Leon, quanto tempo! Meu amigo. Fico feliz, como sempre.
- T. Eu não vim só. Trouxe o Frank. Nós vamos ajuda-lo.
- J. Como quiser, amigo. Você é louco, mas eu gosto.
- T. Obrigado.
- J. Venha aqui.
- T. O José é um grande homem. Ele faz quesadillas (pão folha confeccionado a partir de farinha de milho ou trigo recheada com queijo e depois grelhada) incríveis. Às vezes fujo da minha mesa e encontro abrigo aqui para afastar pensamentos ruins. Você não tem medo de sujar as mãos, tem?
- J. Não.
- T. Muito bem, me acompanhe. Surpreso por ver Leon Trótski fazendo massa?
- J. Nem um pouco. Hitler é artista. Mussolini é fã de carros. Mas ainda são o que são. E você também.
- T. Pinturas e carros são para super-humanos. Quesadilla é mais primitivo, mais próximo do solo no qual caminham homens comuns.
- J. Você se contradiz, Trótski. Ontem você se chamou de super-humano que substituiu Deus. Hoje, um homem comum.
- T. Sua mente estreita vê contradição onde não existe. Eu fui um super-humano porque fiz o trabalho de um super-humano. Então ninguém podia me ver cozinhando. Agora você pode. Mas a qualquer momento posso me tornar Deus de novo. Quando você vê um ídolo de perto, você se decepciona. Quanto mais poderoso o Deus, mais desapontado você fica.
- J. Lógica conveniente. Dá espaço para esquecer a fé e a lealdade.
- T. Eu sempre fui leal a uma coisa. A revolução era o meu Deus.
- J. O meu também.
- T. Longe disso. Você personificou isso com seu Stalin. Você idolatra um homem, como fazem as pessoas comuns. É por isso que criamos mitos sobre nós mesmos. Se pensar bem, você é apostada (pessoa que renega ou renuncia uma crença ou religião da qual fazia parte), não eu. Você segue seu líder ao primeiro chamado, não pela ideia. Eu nunca fui engando. Eu sempre vi líderes como humanos e, infelizmente, não os melhores. Infelizmente.
Ideologia, idolatria, termos que parecem se irmanar no desenvolvimento da primeira. Quando a ideologia começa a ser colocada em prática, aqueles que a aceitam como verdade e como necessária, tendem a idolatrar quem a conduz. Podemos exemplificar, de forma positiva, a ideologia cristã. Foi desenvolvida por Jesus e conseguiu ser acolhida por muitas pessoas que passaram a idolatrar o Mestre. Como tem uma natureza positiva, de acolhimento, harmonia, justiça e amor incondicional, termina por ser um importante agente de transformação evolutiva na direção do aperfeiçoamento da condição humana. Porém, o mesmo processo acontece de forma negativa, quando a ideologia foca no conflito, separatismo, egoísmo e intolerância, como a ideologia comunista e nazista, cujos atores que a levaram à prática, tornaram-se idolatrado por alguns, mas verdadeiros carrascos, genocidas para outros, como Stalin, Mao e Hitler.
Aqui no Brasil vimos o fenômeno começar a surgir com a eleição do Lula e a corrupção maciça nos diversos setores da administração, com o objetivo de cooptar e hipnotizar a maior parte da população, os racionais corruptos e a grande massa ignorante do que estava sendo praticado, além das bolsas e benefícios que recebiam.
Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.
III
Quando o exército alemão estava voltando, o país estava um caos, milhões de desempregados. Havia desordem política e econômica. Há pobreza e fome em toda parte. A lei e a ordem ruíram e uma revolução socialista acontece em todo o país. A intelligentsia alemã está muito dividida entre políticas de extrema esquerda e extrema direita. E no sul alemão, a capital bávara de Munique é um viveiro dessas visões extremistas.
Na declarada elite de direita da cidade, está um poeta e dramaturgo bávaro de 50 anos, chamado Dietrich Eckart. Ele não é alguém muito associado ao movimento nazista, mas ele foi uma das figuras mais importantes dele. E foi ele quem colocou em ação toda a força política.
Eckart é conhecido por beber muito, mas, por ter feito fama e fortuna como dramaturgo antes da guerra, também é rico e bem-relacionado. É um sujeito culto, um poeta conhecido, e consegue articular bem suas opiniões. Mas essas ideias são de extrema direita e, indo de acordo com a época. Seu periódico “Auf gut Deutsch” ou “Em bom alemão”, é uma publicação racista perseguidora de judeus. Eckart também tem conexão com um grupo ocultista secreto de direita chamado “Sociedade Thule”.
A Sociedade Thule era um grupo bem excêntrico. Eles acreditavam em Atlântida. Que havia uma raça de pessoas, os arianos, com beleza e força quase sobre-humanas, originária de Atlântida. Baseia-se na ideia de que os arianos, ou teutões, foram a grande força civilizadora ao longo da história, e se tornaram germânicos. O povo germânico, os arianos e teutões, era o melhor porque o destino, a providência, a natureza quis assim. Por mais bizarras que pareçam suas crenças, na psique alemã destruída, a ideia de um passado glorioso oferece uma atrativa fuga da humilhante realidade.
É importante dar forma aos alemães, noção de sua identidade histórica. A Alemanha como estado-nação só tinha 40 anos. O que os unia era a percepção de que queriam descobrir as suas raízes, o que significava ser alemão. Mas há um lado sombrio no mito da Sociedade Thule. Eles acreditam que os arianos se enfraqueceram pelo cruzamento com raças inferiores e moralmente corruptas. Agora essas raças inferiores estão no controle e a Alemanha caótica que Eckart vê é o resultado disso. É como achar um bode expiatório. Ele alega que descobriu uma conspiração mundial.
Eckart acredita piamente que os inimigos da Alemanha ariana são os bolcheviques, os comunistas e, principalmente, os judeus. A raça judaica quer destruir todas as outras culturas a partir de dentro, através de infiltração, corrompendo o corpo com seu bacilo. Não havia prova alguma disso, mas foi a base de um dos movimentos mais poderosos da história. Eckart quer atacar esses inimigos internos, mas para ter sucesso, ele precisa divulgar sua mensagem às massas. Precisa alcançar as classes trabalhadoras descontentes.
Quando surgem problemas de difícil resolução, os grupos, quer sejam familiares ou sociais de forma ampla, procuram identificar um elemento mais destoante ou frágil, como culpado da situação. O que aconteceu na Alemanha nos primeiros anos do século XX foi paradigmático da geração de uma força local com potencial para se espalhar pelo mundo, caracterizando as energias malignas veiculada pelas mentiras, pelas falsas narrativas. Este é o mesmo problema que aflige o Brasil atual, onde uma força surgiu com o bode expiatório das elites e que com falsas narrativas chegou ao poder, e felizmente foi desbancado pela verdade colocada à frente dos cidadãos não cooptados e não hipnotizados que fizeram uma mudança radical nas últimas eleições presidencial, fato nunca visto neste país, e acredito que em nenhum outro.