Lembro de um livro sempre presente na minha mente, “O Pequeno Príncipe”, que li na adolescência mas que a imagem daquele Pequeno Príncipe, sozinho num planeta, a conversar com animais e plantas, parece ser a minha própria imagem, vivendo neste planeta, conversando com tantas pessoas, mas todas tão distantes do meu coração, da minha forma de sentir, de amar. Por esse motivo sou expulso da convivência íntima com essas pessoas, sou agredido com palavras e até com tapas e arranhões...
Ninguém consegue sintonizar o meu coração, a forma de amar com exclusividade é incompatível com a minha forma de amar com inclusividade, de um amor incondicional que está muito acima de um amor romântico.
Não tenho alguém que me olhe nos olhos quando eu falo de amor, e sinta o mesmo tipo de amor que sinto pelas criaturas, mesmo que sejam pessoas difíceis, maledicentes, hipócritas; alguém que ouça as minhas tristezas e alegrias com paciência e compreensão, mesmo que isso implique ela saber da doação do meu amor à outras criaturas que como ela também sente o coração palpitar de paixão. E mesmo que não compreenda, que respeite os meus sentimentos, como eu respeito os dela, e não sofra tanto por causa disso.
Preciso de alguém que venha lutar ao meu lado sem precisar ser convocado, que não queira como pagamento a exclusividade do meu amor, que me ame sem condições, assim como é amada por mim, mesmo que me agrida, na presença ou na ausência.
Preciso de alguém que acredite nessa coisa misteriosa, que se confunde com Deus e com o mal, que é o Amor Incondicional; de alguém que aceite minha mão estendida, quer seja para doar ou para receber, sem intenções de abuso; preciso de alguém que seja companheiro, nas guerras e alegrias, nos confrontos e sintonias, e que no meio da tempestade grite em coro comigo.
Preciso de alguém que torne minha vida mais simples, mais bela, para saber que não estou sozinho, carregando uma caixa preta, escondida, sem poder compartilhar com ninguém; não posso ser inteiramente feliz se não contar pelo menos com um amigo fiel, que não se escandalize com minha forma de amar, pois é da minha forma de amar que surge a essência da minha vida.
De que vale ter tanto sucesso, conquistar tantas batalhas, se não tenho com quem confraternizar? Meu riso se perde no tempo, minhas lágrimas caem no vazio; não tenho ao lado um coração que se compadeça, e que perdoa as coisas mais amargas da vida, as tentações mais poderosas.
Ah, como eu queria deixar o templo da solidão e voar integrado, como a um bando de pássaros, pelas energias do Universo!
Hoje, ao procurar falar com meu Pai, na oração noturna que faço sempre antes de dormir, senti uma ponta de preocupação na minha mente que logo evoluiu como uma grande onda de tsunami e cheguei a pensar o que nunca havia imaginado...
E se não houver o amanhã?...
O que perdi de fazer hoje e nunca mais terei oportunidade de fazer?...
Não procurei chegar perto de ti, olhar bem dentro de teus olhos, ver o reflexo dos meus em tuas pupilas, e dizer pelo menos uma vez... eu te amo!
Não te levei uma flor amarela, prá combinar com meu sorriso amarelo quando tu me perguntasse... por que me dás uma flor?
Não perguntei qual o sabor que mais gostas, do doce das guloseimas, do amargo do chocolate... ou do sabor do meu beijo que sempre sonhei em te dar!
Não te mostrei o encanto das nuvens do amanhecer ou das cores do firmamento ao cair da tarde, com as luzes do arrebol...
Não te imitei o canto do Bem-te-vi, o gorjeio do Quero-quero, ou o voo da andorinha querendo contigo fazer o verão...
Não descobri teus desejos, teus anseios, os sonhos mais secretos que vem do fundo do teu coração, passando pelos medos da infância e pela desilusão do desencontro com o Amor...
Não te abracei, para mostrar que não há lugar melhor para estar, para você acreditar que vale a pena lutar...
Não sentei contigo na relva macia ouvindo a melodia dos pássaros, ou nas areias da praia, ouvindo o marulhar das ondas, como intérpretes de um amor incapaz de ser dito por palavras...
Não senti o carinho da brisa acariciando o meu rosto colado ao teu, o calor da minha pele aquecendo a tua e dissipando os medos do teu coração...
Não gravei em minha mente o teu sorriso, a tua gargalhada de felicidade, ou aquela lágrima que caia disfarçada no decote do teu vestido...
Não consegui dar a você o reflexo da minha alma como um espelho onde podias ver a beleza que tu possuis...
Não fiz uma prece ao teu lado, para subir aos céus contigo pelos fios invisíveis da oração, descobrir a magia que sai dos teus lábios, o encanto de tuas palavras, e agradecer a Deus a graça de tua existência e de te encontrar perto de mim...
Olha, eu sempre deixei essas coisas para amanhã, mas o amanhã é apenas uma promessa, promessa que nunca fiz para ti, mas fiz para mim, e por isso te peço perdão por Deus ter me dado tantas oportunidades de te mostrar quem eu sou, para tu saberes quem és... e eu, a todas perdi!...
De repente senti uma lágrima quente descer pelas rugas marcadas pelo tempo em meu rosto, como testemunha muda das oportunidades perdidas...
Senti no fundo do coração, um pedido cheio de arrependimento e minha voz ecoava nas câmaras frias da minha alma... perdoa Pai, pelos anos desperdiçados, por tantas oportunidades perdidas... dá-me, apenas mais um dia!
Quero saber a flor que ela mais gosta e oferecer um ramalhete; acolhe-la em meus braços e transferir confiança pelas estradas tortuosas da vida...
Neste dia, quando ela for se afastar de mim, vou segurar na mão dela e pedir para ficar mais um momento, aproveitando o presente como um presente de Deus... pois o amanhã talvez não nos encontre juntos!
Não quero mais ter o remorso de não dizer o que sinto! Tu vais saber neste dia o quanto és importante para mim!
Os discípulos de Jesus, conforme lemos nos Atos dos Apóstolos, tinham êxito em curar os doentes, no alvorecer do trabalho cristão. Isso não é observado hoje tão claramente como é descrito que acontecia no passado. As pessoas que decidem seguir as lições do Cristo, que se consideram seus discípulos, podem até imaginar que o mundo espiritual já não se encontra interessado na terapia da imposição de mãos, os passes, que o próprio Mestre ensinou.
Por que pessoas bem dotadas magneticamente obtém sucesso em suas operações, mas por que outras pessoas não conseguem ser os intermediários na promoção da saúde, nem a paz retorna de imediato ao sofredor que nos procura?
Há dificuldades frente a espíritos desencarnados, enfermos e perturbados, obsessores ou infelizes, por mais que se insista, mesmo orando com honestidade intelectual e grande esforço. Não se consegue o êxito que era obtido pelos apóstolos do Cristo do passado e que são confirmados pela literatura mediúnica.
Pode ser feita assim algumas perguntas: teriam os benfeitores espirituais abandonado os propósitos elevados de ajudar através da água fluidificada e do passe curador àqueles que se encontram encarnados? Estarão os processos de aplicação dos recursos curadores de acordo com a técnica propiciatória aos resultados eficazes?
É importante que possamos checar as disponibilidades morais e espirituais do médium passista para refletir com acerto. Quando estamos banhados pela luz do Evangelho e dispostos a ajudar, sempre encontramos mensageiros laboriosos, dispostos a ajudar, em nome do Senhor.
Para fazer esse trabalho de mediar a ajuda espiritual através do nosso corpo e mente, é importante que estejamos preparados. Afinal, observamos na Natureza que esse preparo é necessário para qualquer tarefa que seja proposta: a lâmina para cortar com facilidade e eficiência exige o gume afiado; a cirurgia para ter êxito, precisa de cuidados complexos; o vaso para conservar o conteúdo saudável, deve estar higienizado; a força elétrica para iluminar nossas casas, precisa de condutores apropriados; a água potável para se manter pura, exige vasilhame asseado.
Ora, se é justo que o passista conte com a colaboração dos Espírito de Luz, encarregados pelo Divino Mestre para auxiliar os homens na Terra, também é justo que esperem encontrar nesses instrumentos de auxílios (os médiuns passistas) os requisitos mínimos que sejam, para tarefa de tal envergadura.
Observa-se uma oração precipitada com a qual muitos tentam atrair vibrações salutares no ato da assistência. Dessa forma raramente se consegue um clima psíquico no agente (Espírito de Luz) ou no paciente, que seja favorável ao êxito do empreendimento.
São deveres que todo passista deve procurar cumprir: inalterável confiança no Senhor; conduta compatível com a fé esposada; serenidade íntima; passividade completa à inspiração superior; sintonia com as esferas mais altas; hábito da prece; capacidade de amar ao próximo; abnegação na extensão do serviço de auxílio; espírito de humildade; raciocínio e discernimento; saúde física e mental; e meditação nos objetivos superiores da vida.
Lembremos das lições do Mestre quando encontrava obsessores complexos que os discípulos não conseguiam ajudar. Ele dizia que “Esta casta de espíritos não se expulsa senão pela oração e pelo jejum.” A Oração significa que devemos estar em constante comunhão com Deus, e o Jejum, dos atos que degradam o espírito e o caráter.
Tem momentos que encucamos algo que não esperávamos que fosse assim. Pois não é que ao tomar banho, sentindo a agua deslizar pelo meu corpo e fazendo aquele exercício espiritual que já postei neste espaço, sobre como sintonizar com os efeitos benéficos da água no momento do banho, veio à mente que eu estava sintonizando com a divindade. A água pertence à Natureza que por sua vez pode representar a divindade, porém é do sexo feminino, não seria Deus e sim a Deusa.
Foi nesse momento que imaginei o casal, o Pai e a Mãe, como origem da minha existência e também de tudo que existe no Cosmo. Fiz um paralelo com a criação do homem, e logo em seguida a criação da mulher, a partir de uma costela retirada do homem durante o seu sono. Fazendo um paralelo, imaginei Deus como a entidade divina masculina, energia suprema do Universo, caracterizado como o Amor. Durante um sono, correspondente ao que aconteceu com Adão, foi criada a Natureza e todos os seus elementos, visíveis e invisíveis à nossa capacidade de ver, a partir de uma “costela” dEle.
Assim, toda minha relação com a Natureza, é uma relação com a divindade feminina. A agua do banho e de matar a sede, as plantas do jardim e das florestas, o vento, o sol, enfim, tudo que eu reverenciava como sendo um Deus masculino, mesmo que eu saiba que Suas característica inclui a assexualidade, assim como acontece com os anjos.
Mas, da mesma forma que mantenho a construção racional de Adão e Eva como uma alegoria dos fundadores da humanidade e suas relações com o espiritual, também posso construir a alegoria do Deus feminino e masculino, formados com o mesmo raciocínio que construí com o jardim do Éden.
Confesso que fico mais satisfeito com uma alegoria feita dessa forma, traçando esse paralelo feminino-masculino com a divindade. Talvez melhore ainda mais a minha sintonia com Deus, pois desenvolvendo o Amor em todos os meus relacionamentos, estarei sintonizado com o Deus masculino, enquanto a minha relação com qualquer aspecto da Natureza demonstra minha sintonia com a divindade feminina.
Talvez essa tenha sido a intuição da humanidade em seus primórdios, quando reverenciava a Deusa representada pela Natureza. Esta minha intuição pode ser a emergência de elementos atávicos que estão registrados em meu inconsciente de natureza coletiva.
Ao procurar no site citado no último texto publicado sobre as dívidas feitas pelos governos do PT, fui encontrar no site antinovaordemmundial a seguinte análise didática feita por Waldir Serafim tendo como fonte, Compromisso Consciente. Vejamos o que diz:
Você, que, assim como eu, não é economista, deve estar se perguntando: afinal o que é verdade em tudo isso que está sendo alardeado em relação à dívida do Brasil? Confesso que estou lendo pra caramba para entender melhor, já que os desencontros das declarações são crassos!!!
De um lado, do lado do governo, discursos de “bem aventurança”! Discursos empolgados, de um momento alvissareiro, onde a riqueza acena cândida e sorridente.
De outro lado, reportagens com economistas afirmando que o momento é difícil, que “precisa haver ajustes”, que é hora de “apertar os cintos”. Que a única saída é reduzir gastos públicos e reduzir a dívida.
Em paralelo, uma crise mundial e a desesperada (e única saída) dos EUA em injetar dólares e dólares, em um país já com juros zero, numa tentativa (e única saída, repito, segundo os economistas) para tentar driblar a severa crise.
Então, como ficamos? Tremulando as bandeirinhas ou apertando os cintos?...
Numa tentativa de entender, apresento algumas opiniões de economistas que, assim como a “presidenta” eleita, estão mais “familiarizados” com o economês. Transcrevo, neste primeiro texto, uma explicação que considero bastante didática de Walter Serafim, economista.
Dívida Interna: perigo à vista – Autor Waldir Serafim
A dívida interna do Brasil, que montava R$892,4 bilhões quando Lula assumiu o governo em 2003, atingiu em 2009 o montante de R$ 1,40 trilhão de reais, quase o dobro. Dívida com crescimento de 94% em oito anos de governo.
Para 2010, segundo Plano Nacional de Financiamento do Tesouro Nacional, a necessidade bruta de financiamento para a dívida interna será de R$ 359,7 bilhões (12% do PIB), sendo R$ 280,0 bilhões para amortização do principal vencível em 2010 e R$ 79,7 bilhões somente para pagamento dos juros (economistas independentes estimam que a conta de juros passará de R$ 160,0 bilhões em 2010). Ou seja, mais uma vez, o governo, além de não amortizar um centavo da dívida principal, também não vai pagar os juros. Vai ter que rolar o principal e juros. E a dívida vai aumentar.
A dívida interna tem três origens: as despesas do governo no atendimento de suas funções típicas, quais sejam, os gastos com saúde, educação, segurança, investimentos diversos em infraestrutura, etc.
Quando esses gastos são maiores que a arrecadação tributária, o que é recorrente no Brasil, cria-se um déficit operacional que, como acontece em qualquer empresa ou família, terá que ser coberto por empréstimos, os quais o governo toma junto aos bancos, já que está proibido, constitucionalmente, de emitir dinheiro para cobrir déficits fiscais, como era feito no passado.
A segunda origem são os gastos com os juros da dívida. Sendo esses muito elevados no Brasil, paga-se um montante muito alto com juros e os que não são pagos é capitalizado, aumentando ainda mais o montante da dívida.
A terceira causa decorre da política monetária e cambial do governo: para atrair capitais externos ou mesmo para vender os títulos da dívida pública, o governo paga altas taxas de juros, bem maior do que a paga no exterior, e com isso o giro da dívida também fica muito alto.
A gestão das finanças de um governo assemelha-se, em grande parte, a de uma família. Quando se faz um empréstimo para comprar uma casa para sua moradia, desde que as prestações mensais caibam no seu orçamento familiar, é visto como uma atitude sensata. Além de usufruir do conforto e segurança de uma casa própria, o que é um sonho de toda família, depois de quitado o empréstimo restará o imóvel.
No entanto, se uma família perdulária usa dinheiro do cheque especial para fazer uma festa, por exemplo, está, como se diz na linguagem popular, almoçando o jantar. Passado o momento de euforia, além de boas lembranças, só vão ficar dívidas, e muito pesadelo, nada mais.
No caso, o Brasil está mais assemelhado ao da família especificada neste exemplo: gastamos demais, irresponsavelmente, e entramos no cheque especial. Estamos pagando caro por isso.
Como o governo não está conseguindo pagar a dívida no seu vencimento, e nem mesmo os juros, ao recorrer aos bancos para refinanciar seus papagaios, está tendo de pagar um “spread” (diferença entre a taxa básica de juros, Selic, e os juros efetivamente pagos) cada vez mais alto (em 2008 no auge da crise, o governo chegou a pagar um “spread” de 3,5% além da Selic). E isso, além de aumentar os encargos da dívida, é um entrave para a queda dos juros, por parte do Banco Central.
O governo tornou-se refém dos bancos: precisa de dinheiro para rolar a dívida e está sendo coagido a pagar juros cada vez mais altos (veja os lucros dos bancos registrados em seus balanços).
Em 2009, em razão das altas taxas de juros pagas, o montante da dívida cresceu 7,16% em relação ao ano anterior, mesmo o PIB não registrando qualquer crescimento.
O problema da dívida interna não é somente o seu montante, que já está escapando do controle, mas sim qual o destino que estamos dando a esses recursos.
Como no caso da família que pegou empréstimo para comprar uma casa própria, se o governo pega dinheiro emprestado para aplicar em uma obra importante: estrada, usina hidroelétrica, etc. é defensável. É perfeitamente justificável que se transfira para as gerações futuras parte do compromisso assumido para a construção de obras que trarão benefício também no futuro.
Mas não é isso que está acontecendo no Brasil. O governo está gastando muito e mal. Tal qual a família perdulária, estamos fazendo festas (Copa do Mundo e Olimpíadas entre os gastos desnecessários), não obras. Estamos deixando para nossos filhos e netos apenas dívidas, sem nenhum benefício a usufruir.
Deixo para o prezado leitor, se quiser, elencar as obras que serão deixadas por esse governo.
Não tenho bola de cristal para adivinhar quem vai ser o próximo presidente da República: se vai ser ele ou ela, mas posso, com segurança, afirmar, que seja quem for o eleito vai ter que pisar no freio, logo no início do governo. Vai ter que arrumar a casa.
Waldir Serafim é economista em Mato Grosso.
Essa discussão objetiva e verdadeira sobre a origem de nossa “bonança” e “problemas” não é bem esclarecida pelo governo, ao contrário, procura divulgar aos quatro ventos a bonança que está distribuindo sem explicar como foi possível fazer isso. Será que a nação iria concordar em tamanho endividamento para que esses gestores perdulários fiquem bem na fita, e consigam arrebanhar muita gente interessada em participar do fatiamento da “orgia financeira”?
É o que vemos hoje na política atual brasileira, construções de narrativas completamente falsas e que não explicam a origem da crise em que deixaram o país. Será que essas pessoas interessadas no fatiamento da orgia financeira, acreditam que os cidadãos que trabalham e pagam seus impostos, que vão alimentar a orgia financeira, essas pessoas acreditam que houve golpe no país? Que a democracia não foi respeitada? Que o maestro da orgia financeira está preso por crime político? Que uma quadrilha de corruptos sob a legenda de partidos políticos assaltaram a nação?
Não é isso que vai hipnotizar nossa capacidade de pensar. Se o país ainda persiste com milhões de miseráveis que lutam para sobreviver, associado aos miseráveis que lutam para se locupletar do suor de quem trabalha, existe uma massa crítica que pensa e divulga uma narrativa mais coerente com a verdade.