Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
26/06/2015 00h01
A ARTE DE CALAR

            Recebi um texto no grupo do whatsapp assinado pela “Sabedoria dos Mestres” que considera a Arte de Calar e que reproduzo na íntegra:

            A Arte de Calar

            “O silêncio é um momento vivificante de graça, em que a criatura se cala, mas o espírito fala.”

            Calar sobre a sua própria pessoa, é humildade.

            Calar sobre os defeitos do outro, é caridade.

            Calar quando a gente está sofrendo, é heroísmo.

            Calar diante do sofrimento alheio, é fraqueza.

            Calar quando o outro está falando, é delicadeza.

            Calar quando o outro espera uma palavra, é omissão.

            Calar e não falar palavras inúteis, é penitência.

            Calar quando não há necessidade de falar, é prudência.

            Calar quando Deus nos fala no coração, é silêncio.

            Calar, diante do mistério que não entendemos, é sabedoria.

            Arrependo-me muitas vezes de ter falado, nunca de me ter calado. Seja dono da sua boca para não ser escravo de suas palavras. Cuide da palavra. é da essência da palavra, tornar-se realidade. Palavras como: péssimo, infeliz, desgraçado, podem voltar-se contra você e infelicitar a sua vida.

            Repetidas, mais fortes ainda tornam-se os seus efeitos. Tenha cuidado. Fale comente o que é bom. Quando não puder falar o que é bom, cale-se. Ter a fala disciplinada é conquistar segurança e grandeza de espírito. Aprenda a falar com Jesus em seu coração, e em sua mente Ele se manifestará.

            Observando cada item dessas instruções, percebo que estou bem adiantado, mas com algumas ainda tenho que manter vigilância, pois lembro que vez por outras estou cometendo erro. Por exemplo, calar sobre mim, sobre o que estou sofrendo, quando o outro está falando, para não falar palavras inúteis, quando não há necessidade, quando Deus me fala no coração e diante daquilo que não entendo, acredito que tenho um bom desempenho, com os acertos maiores que os erros. Agora, quando se trata dos defeitos dos outros, e quando o outro espera uma palavra, acredito que tenho mais erros que acertos.

            Assim, juntando todo o contexto, vejo que estou ainda numa posição privilegiada, mas que necessito ainda muito aperfeiçoamento nessa área da comunicação para que o meu espírito tenha uma maior eficácia no seu caminho evolutivo. Também vejo que esse texto pode ser trabalhado e apresentado na forma de questionário onde possamos responder e ter uma avaliação objetiva de 0 a 100. Vou trabalhar agora mesmo neste projeto.

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em 26/06/2015 às 00h01
 
25/06/2015 00h01
SÃO BENITO MENNI

            Tive a grata satisfação de conhecer o nome do santo Benito Menni, através do livreto “Os Santos de cada dia”, pois o dia 23-06 é dedicado a São Benito Menni e diz o seguinte:

É o fundador da Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus. Nasceu em Milão, Itália, em 1841, mas passou a vida na Espanha. Aos 19 anos, Benito Menni ingressou na Ordem de São João de Deus. Ordenado sacerdote em 1866, partiu para a Espanha. Dedicou-se de corpo e alma em favor dos mais desprotegidos da sociedade. Fez-se enfermeiro da Cruz Vermelha, fundou hospitais e reorganizou a assistência psiquiátrica, dando um tratamento mais humano aos doentes mentais. Com a colaboração de Maria José Récio e de Maria das Angústias, fundou em 1881 a Congregação das Irmãs Hospitaleiras, cujo apostolado se desenvolve junto aos hospitais. Hoje as Irmãs Hospitaleiras encontram-se espalhadas por todos os continentes, inclusive no Brasil. Benito Menni morreu no dia 24-04-1914 e foi canonizado em 21-11-1999, pelo papa João Paulo II.

            Na Wikipédia, a enciclopédia livre, encontrei que ele nasceu com o nome de Ângelo Hercules Menni, sendo o quinto de quinze irmãos. Quatro episódios influenciou a decisão de se fazer Irmão de São João de Deus: 1) exercícios espirituais aos 17 anos; 2) os conselhos de um eremita de Milão; 3) a oração diária frente a um quadro de Maria, Mãe de Jesus; e 4) o exemplo dos Irmãos de São João de Deus tratando os soldados que chegavam à estação de Milão, feridos na batalha de Magenta, serviço que ele próprio praticou. Em 1860 entrou na Ordem Hospitaleira de São João de Deus, trocando o nome de Ângelo Hercules, recebido no batismo, pelo de Benito. O papa Pio IX confiou-lhe a difícil missão de restaurar a Ordem Hospitaleira em Espanha, onde tinha sido abolida, ação que começou em 1867. Depois de dar nova vida à Ordem na Espanha, continuou com a sua restauração em Portugal, no fim do século XIX e, no México, já no princípio do século XX. Em 31-05-1881 fundou a Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus. Foi um homem de caridade inesgotável e de excepcionais qualidades de governo. Na altura de sua morte, em Dinam (França) no ano de 1914, tinha criado 22 grandes centros entre asilos, hospitais gerais e hospitais psiquiátricos. A Igreja Católica reconhece a sua santidade, vivida em grau extraordinário. É o padroeiro dos doentes terminais.

            Eu, na condição de psiquiatra, fiquei muito satisfeito com essa informação, pois vi um homem de Deus lutar na comunidade pela criação de serviços, como Hospitais Psiquiátricos, para dar uma melhor assistência psiquiátrica. É a contramão do que o governo do PT conduz no Brasil desde que se instalou no poder. Uma sanha destrutiva dos recursos hospitalares existentes no país, com uma diminuição drástica e temerosa dos leitos e uma política assassina de pagamentos vis aos leitos que ainda existem.

            O que é curioso é que essa política perversa e desastrosa não seja percebida pela Igreja que contem em seus quadros de santos, pessoas como Benito Menni, que tanta caridade prestou à sociedade justamente criando leitos psiquiátricos. Hoje, nós, técnicos em saúde mental, nos deparamos com doentes mentais abandonados pelas ruas, sofrendo toda sorte de agravos, assassinatos, estupros, acidentes, suicídio, como se fossem um exército espectral, que podem ser vistos, mas que não podem existir.  

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em 25/06/2015 às 00h01
 
24/06/2015 14h06
O VERME

            Apareceu em minhas leituras a consideração sobre o verme em dois textos, e mesmo sem ter uma empolgação para refletir sobre isso, intuí que é mais uma vontade de Deus para dirigir meus pensamentos no objetivo de burilar a minha alma. Não foi preciso ir muito longe para observar que o direcionamento do Pai estava correto quanto voltar à minha consciência para a minha insignificância, longe de pensar ser um profeta especial com a missão de conduzir um grande trabalho do Seu interesse.

            Como hoje é ponto facultativo no trabalho, saí apenas para atender um paciente particular e voltar logo em seguida para conduzir os trabalhos que precisam ser realizados dentro do apartamento. Ao chegar perto de casa e passar por um restaurante próximo, veio logo a tentação de entrar e fazer uma refeição caseira que ele oferece. Como era previsto, enchi o prato e coloquei mais de um quilo de alimento, lembrando que eu estava prevendo passar o dia com o mínimo de comida, mesmo porque logo mais a noite eu teria uma atividade espiritual onde é orientado a mínima alimentação, evitando principalmente as carnes vermelhas, o que eu consumi com gosto.

            Quando terminei o almoço e saí empanturrado do restaurante, foi que eu percebi a pertinência do que o Pai quer me ensinar ao apontar os textos dos vermes e comparar com o meu comportamento. Os vermes são seres reconhecidamente inferiores, que vivem se alimentando continuamente com o objetivo de degradar o que não mais atende a funcionalidade da Natureza e transmutar os seus elementos em unidades básicas que podem ser reaproveitados na construção de outras vidas, com outros objetivos, mas que tudo e todos convergem para a sabedoria final do Criador. Com esse meu comportamento de atender sem forte resistência aos desejos da carne, é que acumulo no meu corpo com um sobrepeso e mesmo sabendo disso continuo a comer de forma exagerada indo em direção à obesidade, e assim, a comparação com os vermes chegam bem próximo de mim. O Pai quer que eu reconheça essa condição, mesmo tendo conseguido erguer a cabeça para o “alto” e visto a Sua luz e que estou tentando interpretar e cumprir a Sua vontade.

            Mas vamos ver o que dizem os dois textos: o primeiro eu encontrei no verso da pagela do dia 22-06-15 da folhinha “Coração de Jesus”. ANIMAIS NO ALTAR – O verme certamente não é um belo ornamento. Mas é um belo símbolo da corrosão das riquezas e das grandezas humanas. Símbolo também da coisa mais baixa que possa existir. Assim, quando o justo diz no Salmo 22,7: “Sou um verme e não mais um ser humano”, está renunciando a todo orgulho, vaidade, soberba e prepotência. Por isso a frase é aplicada ao Cristo crucificado. Mas por trás está a certeza do amparo do Senhor, como já dizia o profeta Isaías: “Não tenhas medo, vermezinho, porque eu te assisto, eu sou teu fiador, diz o Senhor Deus” (Is 41,14). O verme aparece pintado, quando as figuras lembram o desprezo pelos bens deste mundo, que são devorados pelos vermes, o abraço generoso e convicto dos bens eternos.

            O segundo texto fui encontrar no livro Fontes Franciscanas e Clareanas, no item 44 da biografia feita por Juliano de Espira sobre a vida de São Francisco de Assis: “Ele tinha a mesma compaixão afetuosa não só pelos animais e criaturas mais dignas, mas também por aquelas vis e pequeníssimas. Já que do Salvador se lê: Eu sou um verme e não um homem (Sl 21,7), muitas vezes retirava os vermezinhos da estrada para não serem pisados.

            Sei que não estou num nível tão baixo, comparados à maioria dos meus irmãos que se encontram encarnados ou desencarnados em torno deste planeta. Mas ainda estou numa enorme dependência dos desejos da carne e isso impede minha visão mais clara dos objetivos espirituais. Essa é a constatação que faço quando promovo a introspecção. Por outro lado, quando percebo minha atuação dentro dos relacionamentos humanos, em qualquer nível que seja, começo a perceber o meu papel parecido mais uma vez com o humilde verme, de transmutar aquilo que não mais serve para a funcionalidade da vida, em elementos que serão necessários para a construção de um novo mundo. Tal como um verme, o meu papel é o de corroer as estruturas egoístas que fazem adoecer todos os relacionamentos e mostrar os elementos básicos do Amor Incondicional que podem ser construídos a partir dos elementos deletérios do egoísmo, assim como o corpo, em deterioração pela morte, oferece os seus elementos para a constituição de um novo ser, com todo o seu potencial de crescimento na direção de Deus.

            Assim, não terei mais a vergonha de colocar como o título de um texto como este - “Sou um verme”, ao invés de simplesmente “O verme”.

            Sou um verme sim, tanto do ponto de vista biológico onde o corpo ainda impera na procura dos seus desejos materiais, como sou um verme no campo espiritual, com a nobre tarefa designada pelo Pai, de corroer a estruturas deletérias do egoísmo e da ignorância e proporcionar novos nascimentos da alma, pela iluminação do espírito.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 24/06/2015 às 14h06
 
23/06/2015 18h43
A VERDADE

            Assisti ao filme “A história de Ruth”, uma moabita que se torna judia e sempre usando a verdade ultrapassa as maiores dificuldades, até se tornar a mãe de um dos antepassados de Jesus, na linha genealógica do Rei Davi. Também li um trecho do livro “O grande amigo de Deus” onde Estêvão, na casa do Rabi Gamaliel, conversa também com José de Arimatéia e exorta sobre a verdade. Como a verdade serve para mim como um instrumento para a realização da minha missão, quanto a aplicação do Amor Incondicional dentro dos relacionamentos, será bom refletir sobre o que Estêvão diz para Gamaliel:

            “A verdade é unitária. É totalmente verdadeira ou inteiramente falsa. Deve exigir tudo que um homem é ou nada exigir. Foi isso o que os profetas nos disseram e o que o nosso Salvador e Redentor nos disse: ‘Quem for amigo deste mundo é inimigo de Deus.’ Em suma, o mundo é um grave erro e não se pode servir a um erro de manhã e ao Senhor à noite. ‘Quem não está Comigo, está contra Mim.”

            Gamaliel passou os dedos sobre os lábios barbados e olhou Estêvão pensativamente e com preocupação.

            - Todavia, disse, os séculos serão infestados de comentadores que darão interpretações novas ou reinterpretações, levando à confusão dos crentes, causando-lhes descrença, enfraquecendo-os, e o surgimento de muitas línguas e muitas opiniões. Cada homem é, interiormente, um espelho e reflete-se nele, mesmo em sua fé.

            - A verdade é tão pura e tão simples – disse o jovem Estevão. – Os anjos não tem dificuldade em aceitar isso. Só os homens cobrem-na com sua sombra.  

            - Se não estou enganado – disse José de Arimatéia, sorrindo -, há mesmo uma quantidade de anjos que não acham a verdade tão simples. Voce está exigindo quase demais do homem.

            Estêvão riu. Dedicou-se com prazer às excelentes iguarias à sua frente no luxuoso salão de Gamaliel e os velhos o olharam com muita satisfação. O rapaz falou:

            - Quando digo que a verdade é simples e pura, não significa que ela seja sempre evidente, pois nada há tão misterioso e sublime quanto a simplicidade. Um homem precisa, na verdade, tornar a nascer da água e do Espírito Santo para compreender a verdade, pois então seus olhos não estão velados, só ouve uma voz e não comentários controvertidos, todos irrelevantes e discordantes. Vê as coisas totalmente claras e na sua unidade. É apenas um erro que sua complexidade e eternidade abram-se à mudança. Quem conhece a verdade não é dogmático, no sentido que damos à palavra, nem selado como um dos vasos de Salomão. Está apenas consciente do erro, mas longe dele, e propaga a verdade que conhece com dedicação íntima, modo gentil, mas resolutamente. Ele vê a montanha enraizada no granito e imóvel, enquanto os que estão em erro dizem: ‘Você diz que aquilo é uma montanha, mas pode ser uma miragem, um muro ou uma ilusão. É uma questão de opinião’.

            - Temo que seu caminho não será ensolarado – disse José de Arimatéia.

            - Ele tem todo o brilho da eternidade – retrucou Estêvão.”

            Eis o caminho apontado por Estêvão que considero de grande lucidez. Tenho uma interpretação do que seja o Amor Incondicional e que em sua essência não possui nenhuma incoerência racional. No entanto, a quase totalidade de quem ouve meus argumentos é de colocar outros conceitos na frente dos meus para desautorizá-los. Preferem dizer que a minha montanha é uma miragem, uma ilusão, um erro. Mas a minha consciência está coerente com uma racionalidade acima de quaisquer preconceitos, e procuro de modo gentil, mas resoluto caminhar com a verdade que já descobri.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/06/2015 às 18h43
 
22/06/2015 00h01
A BÍBLIA

            A Bíblia é considerada pela maioria dos povos do mundo ocidental a coleção de livros que contém a palavra de Deus. Sua Santidade o Papa Pio XII, em 1943, na Encíclica “Divino Afflante Spiritu”, assim determinou: “A autoridade da Vulgata (tradução latina) em matéria de doutrina não impede – antes, nos nossos dias quase exige – que a mesma doutrina se prove e confirme também com os textos originais, e que se recorra aos mesmos textos para encontrar e explicar cada vez melhor o verdadeiro sentido das Sagradas Escrituras”.

            Se entende que esses livros da Bíblia foram escritos por homens inspirados por Deus com o objetivo de nos ensinar, convencer, corrigir e educar na justiça. Nos tempos recentes essa compreensão da origem divina dos Livros Sagrados e a sua reta interpretação estão sendo contestadas. A Igreja Católica procura defender a compreensão original com empenho e diligência, com concílios e decretos, determinando que devem reconhecer-se “como sagrados e canônicos os livros inteiros com todas as suas partes conforme se costuma ler na Igreja e estão na antiga Vulgata Latina”.

            O Concílio Vaticano II, para condenar algumas falsas doutrinas relativas a inspiração, declarou que a razão de os mesmos livros deverem ser considerados como sagrados e canônicos “não é porque, tendo sido compostos apenas por atividade humana, a Igreja depois os aprovou com a sua autoridade, nem unicamente porque contêm a revelação sem erro algum, mas porque, escritos sob a inspiração do Espírito Santo, tem a Deus por autor, e como tais foram confiados à Igreja.”

            Todavia, mesmo depois dessa solene definição da doutrina católica que reivindica “aos livros inteiros com todas as suas partes” tal autoridade divina, que os preserva de todo e qualquer erro, houve escritores católicos que ousaram coarctar a verdade da Sagrada Escritura unicamente às coisas relativas a fé e a moral, considerando as restantes, quer físicas quer históricas, como “ditas de passagem” e sem conexão com as verdades da fé. Por isso o Papa Leão XIII com a encíclica Providentissimus Deus, de 18-11-1893, infligiu àqueles erros a merecida condenação, e ao mesmo tempo regulou o estudo dos Livros Divinos com prescrições e normas sapientíssimas. A publicação dessa encíclica é considerada a Carta Magna dos estudos bíblicos. Daí em diante continuaram os estudos para primeiro confirmar e inculcar as determinações da “Carta Magna”, e depois ordenar o que os tempos atuais parecem exigir, para estimular cada vez mais todos os filhos da Igreja que se dão a estes estudos.

            O primeiro cuidado de Leão XIII foi expor a doutrina relativa à verdade dos Livros Sagrados e defendê-la dos ataques contrários. Por isso em graves termos declarou que não há erro absolutamente nenhum quando o hagiógrafo falando de coisas físicas “se atém ao que aparece aos sentidos”, exprimindo-se “ou de modo metafórico, ou segundo o modo comum de falar usado naqueles tempos e usado ainda hoje em muitos casos na conversação ordinária mesmo pelos maiores sábios.” De fato, não era intenção dos escritores sagrados, ou melhor, do Espírito Santo que por eles falava, ensinar aos homens essas coisas, isto é, a íntima constituição do mundo visível, que nada importam para a salvação. Esse princípio deverá aplicar-se às ciências afins, especialmente a história e assim refutando de modo semelhante os sofismas dos adversários e defendendo das suas objeções a verdade histórica da Sagrada Escritura. Nem pode ser taxado de erro o escritor sagrado, se aos copistas escaparam algumas inexatidões na transcrição dos códices, ou se é incerto o verdadeiro sentido de algum passo. Enfim, é absolutamente vedado coarctar a inspiração unicamente a algumas partes da Sagrada Escritura ou conceder que o próprio escritor sagrado errou, pois que a divina inspiração de sua natureza não só exclui todo erro, mas exclui-o com a mesma necessidade com que Deus, suma verdade, não pode ser autor de nenhum erro. Esta é a fé antiga e constante da Igreja.

            Entendo o esforço que a Igreja faz para manter a compreensão de que sejam sagrados todos os livros da Bíblia, no sentido que eles exprimem a palavra de Deus através de seus vários profetas, intérpretes, todos humanos, mas todos inspirados pelo Espírito Santo. Compreendo que sejam colocados em segundo plano todos os erros e equívocos encontrados pelos estudiosos e que ofendem a lógica racional, no sentido de valorizar os ensinamentos morais e éticos. Agora o que não entendo é porque, uma epopeia que vinha sendo contada ao longo do tempo, desde há mais ou menos 1850 anos, com Abraão em Canaã, correspondente à Caldeia do rei Hamurábi, até os anos 70 de nossa era, no império de Nero. Então, temos quase 2000 anos de silêncio, de publicação de livros que mereçam compor a Bíblia. Será que Deus não necessita mais falar com os Seus filhos depois da vinda de Jesus?  Será que Deus não inspira mais os seus eleitos para continuar a divulgar Sua palavra? Será que não seria o momento de unificarmos as nossas crenças sob o domínio de um mesmo Pai e criarmos mais um Livro Sagrado, sob a inspiração dos diversos Espíritos Santos que sabemos permear nosso Universo e influenciar mais do que imaginamos as nossas ações?  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/06/2015 às 00h01
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