Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
06/06/2015 00h01
CRISTÃO UNIVERSALISTA

            Santo Optato de Mileva, que viveu no século IV, ardoroso pregador da catolicidade da Igreja, afirmava que: “Cristão é meu nome, e católico o meu sobrenome; um me distingue, o outro me designa.” Combateu corajosamente, seja como bispo e pastor, seja como escritor, as heresias que ameaçavam reduzir a Igreja a uma mera seita e limitando-a a circunscrições geográficas: “Para que a Igreja não se reduza a vós e se limite ao canto da África onde estais, é preciso que esteja somente na outra parte da África onde estamos nós, mas esteja na Espanha, na Gália, na Itália, nas três Panônias... Por que estabeleceis limites ao império do Filho, depois que Seu Pai lhe prometeu toda a Terra, sem excetuar parte alguma?”

            Católico ou catolicismo é um termo que quer dizer que o ensinamento cristão deve ser universal. Porém o sentido do termo Universal se perdeu dentro do termo “Igreja Católica Apostólica Romana” e hoje quando falamos “Católico” vem a mente uma Igreja fechada cheia de preconceitos no passado e que mantém dogmas inalcançáveis pela lógica e defendidas pelo autoritarismo eclesiástico. Deveria eu responder quando me perguntassem sobre a minha religião, que sou Católico, atenderia assim ao que acredito que devo seguir, pois já tenho a compreensão do termo no sentido amplo. Porém quem me ouve, irá me colocar dentro de uma Igreja cheia de rituais, impermeável ao estudo transformador e evolutivo da consciência em direção a Verdade. Portanto, respondo muitas vezes com a tradução do que quero que entendam, “sou cristão universalista” e com um sentido ainda mais amplo do que o simples termo quer explicitar, o sentido não de colocar minha religião somente dentro de um universo, mas sim dentro de quantos universos possam existir dentro da Natureza que ainda não conheço na totalidade.

            Essa minha resposta mostra o sentido de independência que ela transporta, que eu, enquanto indivíduo, tenho formulado em minha mente um tipo de religião própria para minhas necessidades, que mesmo sendo igual ao termo que outras pessoas possam dizer que também acompanham, jamais será igual a nenhuma outra nos seus mais diversos detalhes. Assim como a simples impressão digital de uma pessoa, um pequeno espaço marcado por sulcos, nunca é igual a nenhuma das outras impressões digitais dos bilhões de seres humanos que existem ao redor do mundo. Quanto mais uma impressão paradigmática na consciência sobre determinada forma de se relacionar e de se entender com Deus.

            Assim explico o que quero dizer quando me identifico como cristão universalista. Quero dizer que respeito o Mestre Jesus como a personalidade mais evoluída que já veio a este planeta, concordando com a opinião dos Espíritos evoluídos e que também seguem as suas lições. Quero dizer que respeito e procuro seguir a bússola comportamental que Ele nos deixou, de “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo”, e que para usar essa bússola de forma conveniente, honesta e com precisão, devo usar sempre a energia do Amor Incondicional, que se confunde com o próprio Deus e que tem Sua representação em qualquer aspecto da Natureza.

            Estou consciente de que ao fazer assim, irei me defrontar com os costumes praticados na minha comunidade, onde o amor está contaminado pelo romantismo, pelo exclusivismo e constrói as unidades familiares de forma exclusiva, de base egoísta. Estou consciente que deverei ser habilidoso para não entrar em conflitos desnecessários e improdutivos com quem não entende essa forma de pensar e agir, sem me desviar do caminho que dessa forma passo a entender como a vontade de Deus em minha vida.

            Dessa forma, parecido com Santo Optato, estou identificado designado como cristão e designado para aplicar o Amor Incondicional em todos os meus relacionamentos, colaborando para a família universal e construção do reino de Deus.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 06/06/2015 às 00h01
 
05/06/2015 00h01
FALAR COM DEUS

            Ora, falar com Deus! Como isso é possível? Como uma mente lógica de tendências acadêmicas materialistas pode se envolver com essa atitude, conversar com um ser que não tem comprovação perceptiva, pelos imediatos sensores distribuídos pelo corpo em cinco diferentes modalidades? Tato, sabor, cheiro, visão e audição? No entanto, além dos sentidos materiais usei o raciocínio lógico e penetrei no mundo espiritual sem nunca dele ter tido uma percepção sensorial.

            Agora, lembrando o que ouvi do áudio livro que acabei de ouvir e de descrever um resumo no texto anterior, verifico que o sacerdote, pai de Tamar, tinha os seus momentos de recolhimento para falar com Deus, fazia parte de seus compromissos eclesiásticos. Era um homem de fé e a comunidade tinha grande respeito a ele devido essa proximidade que Ele tinha com Deus. A tendência que tenho de imediato é a de refutar tal atitude como falsa, que ele está fingindo, ou na melhor das hipóteses, está sendo auto-hipnotizado no desempenho desse papel sacerdotal.

            Por outro lado, quando percebo a minha condição psicológica atual, de crente, ou melhor, conhecedor da realidade do mundo espiritual e da necessária evolução que ocorre simultaneamente nos dois mundos, espiritual e material, vejo que aquele sacerdote pode realmente ter falado com Deus como forma de seu aprendizado e profissão.  

            Da mesma forma que o sacerdote judeu acredita num Deus único, eu também acredito. Nunca da mesma forma, pois o meu Deus é uma forma de energia criadora e inteligente que permeia todo o Universo que criou e até hoje continua a fazer isso. Então, da mesma forma que Ele consegue falar com Deus, ser ouvido e merecer resposta, eu também devo ser digno disso. Certamente não pelo mesmo canal perceptivo.

            O meu canal perceptivo e que eu devo usar para falar com Deus é a intuição. Isso inclui a mensagem ser repassada por diversos meios, principalmente pela leitura de livros e qualquer forma de expressão do pensamento humano, seja esse inspirado ou não. Foi isso que aconteceu nos dois textos anteriores postados neste espaço.

            Não devo achar estranha essa forma de falar com Deus. Devo me conscientizar e afastar qualquer tipo de dúvida, pois tudo que acontece de significativo com essas leituras, é que tem dentro delas todo um sentido que tem uma explicação coerente com todas as circunstâncias e motivos que estou atravessando.

            Não posso ser tão ostensivo nessa forma de comunicação minha com Deus, pois o mundo ainda é muito perverso e materialista. Facilmente podem me considerar tomado por um tipo de loucura que certamente irá ser encontrada na CID – Classificação Internacional das Doenças. Não tenho comigo a profissão de sacerdote, pois ao contrário de mim, dessas pessoas todos esperam esse tipo de comunicação com Deus.

            Já comecei há algum tempo a suspeitar dessa forma de comunicação de Deus para comigo, apesar de eu ter a maior dificuldade de orar, de conversar com Ele. hoje, cada vez mais consigo absorver essa ideia que já passo a considerar como fato em tudo que acontece na minha vida, não só com as leituras que sempre estou fazendo. O que devo fazer para que essa conversa permaneça, é publicar o meu pensamento como estou fazendo agora, com o sentido de despertar as pessoas que ainda não acreditam na existência dessa inteligência e força superior, que não podemos alcançar uma verdade muito mais profunda com uma inteligência ainda incipiente, mas que está dentro dos processos evolutivos e que certamente, chegará um momento que estarei bem mais próximo de Deus, com uma compreensão bem melhor sobre a natureza divina.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 05/06/2015 às 00h01
 
04/06/2015 00h01
JUDÁ, SEUS FILHOS E TAMAR

            Acabei de ler a primeira parte do livro de Moacyr Scliar, “Manual da Paixão Solitária” que fala da relação do patriarca Judá com seus três filhos, Er, Onan e Chelá e a nora, Tamar. O autor usa como relator da história, o filho caçula, Chelá. Fala da origem familiar do seu pai, filho do patriarca Jacó, descendência direta de Isaac e Abraão. Judá teve que trabalhar 14 anos para conseguir casar com a mulher que amava, Raquel, depois de ter casado antes com a sua irmã mais velha, Lia, por esperteza do seu pai, Labão. Dessa forma, casado com duas irmãs e ainda podendo dormir e engravidar as servas, Jacó teve os seguintes filhos com as seguintes mulheres e entre parêntesis a ordem do nascimento de cada um deles: com Lia, a primeira esposa – Ruben (1), Simeão (2), Levi (3), Judá (4), Issacar (9), Zebulon (10) e Diná (11); com Zilpa, serva de Lia – Gade (7) e Aser (8); com Raquel, a segunda esposa – José (12) e Benjamim (13); e com Bila, serva de Raquel – Dã (5) e Naftali (6). Podemos ver assim uma forte variedade de relacionamentos que era permitido ao homem e com a possibilidade da geração de filhos, todos devidamente reconhecidos dentro da hierarquia que se formava.

            Após os três principais patriarcas do Antigo testamento, Abraão, Isaac e Jacó (este que passa a se chamar Israel depois que luta com um anjo), surge Judá como uma personagem muito importante. Ele dá o nome a uma das tribos de Israel, que correspondem a descendência dos seus irmãos. Os antigos israelitas valorizavam mais a sua origem tribal do que a noção de uma nação, que só viria a ser constituída com o início das monarquias de Saul e Davi. Com a morte do filho de Davi, o rei Salomão, ocorre a crise que leva a separação das tribos de Israel em dois reinos distintos: dez tribos formam o reino de Israel, enquanto a tribo de Judá, Benjamim e Levi constituem o reino de Judá que continua a ser governada pelos descendentes de Davi. Aqui pela primeira vez os israelitas do sul são chamados de judeus devido a sua conexão com o reino de Judá e posteriormente por todos aqueles que aderissem à doutrina religiosa desse reino, que passou a ser conhecido como judaísmo.

            Assim temos esclarecido os termos israelitas e judaísmo, todos intrinsecamente ligados à Judá, pai dos protagonistas da história que Moacyr Scliar vai desenvolver,

            Chelá relata que seu irmão, Er, por ser o primogênito foi escolhido para casar com Tamar, filha de um sacerdote. Acontece que Er não tinha motivações eróticas por mulheres, era homossexual. Como controlava bem seus impulsos distorcidos, o pai nunca suspeitara, apesar dos irmãos desconfiarem. Dessa forma o casamento foi contratado e realizado. Porém, Tamar não conseguiu se realizar como mulher, seu marido deitava ao lado dela como um morto, assim ela confessara certa vez a Selá, e nada acontecia. Vivia triste, sorumbática e passou a flertar com os rapazes. Para Er isso não significava nada, mas para Onan isso era imperdoável, a sua cunhada tinha um comportamento de meretriz. Com o tempo, Er não conseguiu resistir as pressões do pai para que ele engravidasse a esposa, chegou a ser agredido fisicamente pelo pai em público, e resolveu terminar com sua vida. Após o suicídio, Onan devia assumir a esposa e gerar os filhos que deveriam ser de Er. Mas Onan não aceitou essa incumbência, uma por não simpatizar mais com Tamar por considerá-la uma prostituta, e outra por querer os seus próprios filhos e não gerar prole para o irmão morto. Mesmo assim tinha que obedecer ao patriarca, seu pai. Casou com Tamar, mas desenvolveu uma técnica de castigá-la de forma impiedosa. Fazia relações sexuais com ela, o que seu irmão nunca fez, mas nunca deixava ela atingir o orgasmo ou engravidar. Quando ele sentia que estava perto do prazer final, retirava o pênis e deixava jorrar fora o semem, deixando Tamar revoltada e furiosa. Mas Onan sabia que esse procedimento não era correto, e a culpa que ele passou a acumular em sua consciência, terminou por levá-lo a morte também. Agora só restava Chelá, o relator desta história para tentar engravidar a cunhada após o casamento. Mas como ainda não tinha idade e o pai tinha medo de acontecer com ele o que acontecera com seus irmãos, decidiu protelar o casamento o máximo possível. Apesar de Chelá mostrar que gostava de Tamar e que queria casar com ela, o pai foi taxativo e não permitiu. Chelá então viu que teria que tomar outras providências.

            Certo dia se vestiu como uma prostituta e de véu no rosto se postou na porta do Templo por onde Judá frequentava na condição de patriarca. Quando Judá, já viúvo, viu aquela mulher de olhos sensuais a lhe espreitar por sobre o véu, resolveu deitar com ela, sem saber que era Tamar, pensava que era uma prostituta. Como não tinha como pagar na hora o que a pretensa meretriz cobrara, um carneiro, ele deixou por sugestão dela seus emblemas de patriarca como garantia.

            Finalmente foi descoberto o truque, quando ele, Judá já havia decretado a pena de morte para ela, Tamar. No momento do cumprimento da pena, Tamar pediu para falar e revelou que o patriarca era o pai do seu filho. Judá reconheceu que havia sido injusto ao não permitir o casamento de Tamar com o seu caçula e assumiu o filho e a mãe. Chelá conviveu com Tamar numa relação dúbia enquanto possível candidato para amante da mulher do seu pai, já que Judá não tinha mais o vigor da mocidade para atender as necessidades de fêmea da mulher. Tamar gerou dois filhos, gêmeos, de Judá, o qual Perez, o primogênito, deu seguimento que levou a Davi e a Jesus.

            Observo assim que dentro dessa genealogia do Mestre há uma contaminação extrema de comportamentos egoístas que levam as diversas formas de injustiça, principalmente contra as mulheres.

            Quando observo meu comportamento que é considerado pela cultura atual tão condenável, e comparo com o comportamento daqueles patriarcas que construíram o edifício moral das diversas formas de religião no ocidente, vejo que a minha trilha é muito mais ética e mais próxima de um Deus que se manifesta na Natureza e nas leis que Ele criou.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 04/06/2015 às 00h01
 
03/06/2015 00h13
UMA LÂMPADA PARA MIM

            Seguindo ainda o rastro das últimas postagens, onde faço reflexões sobre a minha missão de trabalhar para construir relacionamentos com base no Amor Incondicional, apesar de toda repressão e interesses contrariados, vejo na leitura do livro de Osho, “Meditações para a noite”, mais instruções, dessa vez polêmicas ao meu pensamento.

            Justamente as meditações do dia 1 e 2 do mês de junho fala que o essencial é a percepção. Diz que o homem tem que ser uma lâmpada para si mesmo, que deve abandonar a ideia de encontrar orientação nas escrituras, de considerar o conhecimento como emprestado. Diz que nada que venha de fora é necessário. Que Deus dá tudo que precisamos para a jornada. Só é preciso olhar para dentro de nós mesmos. A luz está lá, e só sua luz interior pode ajudá-lo a distinguir o certo do errado, a não se extraviar, a seguir sempre na direção da existência. Aqueles que dependem dos outros estão perdendo oportunidades. Diz que seus esforços para os leitores consiste em orientá-los, não para lhes dá direções nem determinados estilos de caráter, estruturas, padrões, mas apenas para ajudá-los a se encontrarem.

            Concordo que o essencial seja mesmo a percepção. Tudo que fazemos e pensamos passa pela percepção do que somos. O que estou fazendo agora, ao digitar este texto, tudo está passando pela consciência, pela percepção dos meus sentidos externos e internos. Agora discordo da ideia de descartar orientação nas Escrituras, nos livros, nos autores. Ora, se assim não fosse eu não estaria abrindo o livro escrito por ele em busca de lições que ajudem a aperfeiçoar os meus pensamentos e ações. O conhecimento sempre está sendo somado ao de alguém que ensinou algo que não sabíamos. É como um autor que não lembro agora o nome, dizia que todos conhecimento que produzimos, que faz avançar a nossa civilização, é porquê o autor estava apoiado, estava em pé nos ombros de outros autores que o sucedeu.

            É verdade que Deus nos dá tudo que precisamos para nossa jornada, mas cada um deve se esforçar para descobrir verdades que estão enterradas dentro de nossa ignorância. A minha luz interior é necessária, mas não suficiente para que eu alcance a iluminação, que saia do campo da ignorância. São as lições de vários mestres, principalmente Jesus de Nazaré que me deu significativas lições que mudou os paradigmas de minha vida. Se eu fico na dependência apenas da minha luz interior, posso entrar em desvios de rota sem a consciência do erro. É necessário que constantemente eu tenha lições para mostrar os erros que estou cometendo ou evitar a entrada em outros erros.

            No sentido da aquisição de conhecimentos, eu dependo realmente de outros, apesar de todo o meu esforço para adquirir esses conhecimentos, através de aulas ou atividades presenciais, como principalmente através de livros de diversas naturezas.

            Essa ajuda de Osho para que eu aperfeiçoe a minha caminhada, implica na utilização das diversas fontes de conhecimento que eu tenha a oportunidade de adquirir.

            Talvez eu não tenha conseguido captar algumas nuances do pensamento do Mestre e por essa razão eu tenha entrado em conflito consciencial com o que foi ensinado por Osho.   

Publicado por Sióstio de Lapa
em 03/06/2015 às 00h13
 
02/06/2015 18h24
POR ONDE CAMINHA O FOCO

            Hoje tive duas reuniões no HUOL, Departamento de Medicina Clínica, quase que simultâneas, mas que terminaram por se tornar, devido a falta de pontualidade. A primeira reunião deveria começar as 10h, mas começou com meia hora de atraso. A segunda devia começar as 11h e as pessoas se concentraram na sala vizinha e somente ao 11:30h fui estar com eles. A primeira reunião tratava das finanças da AMA-PM e a segunda de uma parceria que a UFRN pode potencializar com as comunidades terapêuticas, HUOL/UTAD e comunidades natalense. Terminei de fazer a contabilidade da AMA-PM, deixei o pessoal discutindo as atividades, e fui para a outra reunião onde encaminhamos voltar a reunir de 15 em 15 dias para amadurecer um seminário que reúna as comunidades terapêuticas e os agentes fomentadores dos recursos. Voltei para a sala da discussão da AMA-PM e entrei numa discussão muito importante e que se tornou o tema deste texto de hoje: qual o caminho que o Projeto Foco de Luz está tomando dentro da comunidade. Será que o projeto de prevenção à violência está sendo realmente promovido? Será que a quantidade de festas que a Associação está se envolvendo, não retira o foco preventivo?

            Essa preocupação sempre está presente na minha avaliação, estou vendo que gastamos uma energia considerável nessas atividades que são promovidas de forma habitual pelas comunidades, mas nós defendemos uma prática diferente. Defendemos a conscientização da comunidade e a educação dos jovens como forma de prevenir a violência, com artes, esportes, etc.

            Eu sinto que a crítica feita aos caminhos atuais da Associação e do Projeto Foco de Luz são pertinentes, mas também sinto que devemos ser tolerantes nessa fase inicial onde a Associação está sendo criada e se firmando dentro da comunidade. A comunidade é pequena, mesmo assim o alcance de nossas ações são ainda ínfimas. Sei que é importante manter a educação formal, esportiva e artística de alguns alunos em salas de aulas ou quadras de esportes, mas é importante o alcance maior da comunidade, senão ficamos apenas num gueto. Sei que uma festa que promovemos a maioria das pessoas esquecem do compromisso evangélico, mas nós não devemos nos esquecer. Devemos aproveitar a ocasião e promover as sementes do Evangelho no coração dos participantes. Devemos apoiar as vítimas da violência em primeiro plano, mas também não esquecer das famílias dos agressores, muitas vezes os pais já estão contaminados pelo próprio mal. Devemos chegar perto das famílias, principalmente aquelas desestruturadas, pois se assim não fizermos não recuperaremos seus filhos.

            A própria possibilidade de empréstimo que podemos fazer na comunidade, deve ter o sentido de apoiar o potencial financeiro de cada pessoa, que ele se capacite a trabalhar com alguma máquina, com algum recurso inicial e assim não seja absorvido pelas forças do mal, pelo tráfico de drogas, principalmente.

            Sei que os companheiros que levantam a crítica de que estamos saindo do Foco evangélico de trabalhar a prevenção a violência, tem suas razões e estamos com eles associados. Mas não devemos deixar de lado também os momentos que possamos juntar a comunidade em atividades festivas, pois é uma oportunidade de colocarmos nossas convicções evangélicas no confronto com as convicções marginalizadas que abundam ao nosso redor.

            Vejo a necessidade de combinar um dia para prestação de contas do trabalho que estamos realizando, na forma de um seminário. Poderei colocar de forma didática todo o conteúdo do meu pensamento para os companheiros fazerem com objetividade as críticas necessárias e assim poder fazer as correções que se tornem urgentes. Mesmo porque, acabei de postar no dia anterior, que esse trabalho motivado pela vontade divina provocará em cada um dos seus participantes a voz profética com a qual o Pai se manifesta através de nós. Caba a cada um ouvir essa voz profética e com harmonia fazer os ajustes necessários.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/06/2015 às 18h24
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