Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
25/02/2019 01h01
O MESTRE

Discípulo pronto surge o Mestre

Não importa de onde ele venha

Do sul, do norte ou do leste

Do mar, dos ventos ou da lenha

 

Pode vir de dentro da minh’alma

Nos momentos de sonhos ou vigília

Quando sinto no peito a doce calma

Quando sinto do mundo a família

 

Ele olha pra mim e me ensina

Do Amor que prá mim é só semente

De como fazer pra cultiva-lo

 

A cada dia que surgir devo aduba-lo

Com ideias gentis dentro da mente

E com lágrimas rega-lo, como sina

Publicado por Sióstio de Lapa
em 25/02/2019 às 01h01
 
24/02/2019 01h01
CÍRCULO DO MAL DE HITLER (10) – PLANO DE ATAQUE

Interessante procurar saber como o mal pode se desenvolver e ameaçar todos os países do mundo. O que se passou na Alemanha Nazista sob o comando de Hitler e seus asseclas, abordado pela Netflix em uma série sob o título “Hitler’s circle of evil” serve como um bom campo para nossas reflexões.

IX

Com Hess recrutando mais membros, e Rohm assegurando treinamento militar secreto, Goring está decidido a transformar a Sturmabteilung em uma milícia incrível.

Goring era um político capaz e um ótimo organizador das tropas de assalto. Ele sabia o que fazia. Mais tarde, Hitler diria: “Eu lhe dei uma multidão desgrenhada. Em pouco tempo, ele organizou uma divisão com 11 mil milicianos.”

Mas enquanto Goring, Rohm e Hess estão em ascenção, Dietrich encontra-se cada vez mais afastado do círculo de Hitler. Ele achava que Eckart tinha se tornado um risco como operador político. Ele bebia demais e tinha muitas ideias, mas pouca ação. Não era revolucionário o bastante. Hitler se cansou do seu mentor, e Eckart passou a beber mais ainda.

Eckart começou a ter dúvidas quanto a Hitler. E ele acusa Hitler de ter complexo de messias, o que é irônico. Por quê? Porque Eckart é quem procurava um messias. E lá estava um messias, mas não como Eckart gostava.

Hitler rotula Eckart de fatalista, pedante e pessimista. Eckart acabou percebendo... o que eu criei? Um monstro político que não conseguirei controlar?

Ernst Rohm também enfrenta uma crise. Começou a atrair a atenção de seus comandantes, preocupados com seu crescente envolvimento em políticas de extrema direita. Ele recebe um ultimato para escolher entre sua carreira e o Partido Nazista. Tem de escolher entre permanecer no Exército e ajudar a restaurar o Exército alemão à sua antiga grandeza, ou ficar com os nazistas. É uma decisão complicada para ele.

Por enquanto, Rohm continua a recrutar homens para sua milícia. E um jovem idealista entusiasmado chama sua atenção, o aspirante a soldado Heinrich Himmler. A conexão com Rohm dá a Himmler a chance de usar um uniforme, a ideia de ser um soldado, talvez nem tão importante, mas seria visto como soldado, era o que o atraía.

Rohm apresenta Himmler ao crescente Partido Nazista, e, em agosto de 1923, ele se torna o 14.303º membro do partido. De início, ele permanece sob a asa de Rohm. Há poucos indícios de que ele se tornará o antissemita mais mortal e temido de todos.

Os principais jogadores estão em posição. Só precisam de uma oportunidade para deixar sua marca. Eventos conspiram para ajuda-los quando a Alemanha mergulha em caos econômico devido a inflação que assola o país. Um pão passa de 165 marcos para mais de um bilhão em dez meses.

A hiperinflação de 1922 e 1923 tem um efeito profundamente traumático em muito alemães. Da noite para o dia, fortunas acumuladas não valem nada. É um ano em que os alemães não sabem o que acontecerá. Tudo desmoronaria ao redor deles? O que está acontecendo? Como tirar a Alemanha dessa crise?

O governo de Weimar tem de deixar de pagar os reembolsos aos aliados. Em retaliação, tropas francesas e belgas confiscam um dos poucos bens da Alemanha: o Ruhr, o coração industrial do país. Pela primeira vez, tropas estrangeiras estão em território soberano alemão.

Não há nada pior que ocuparem seu território. Para os alemães, um povo muito orgulhoso, isso foi um insulto e uma humilhação. Para Goring e os nazistas, isso é um chamado às armas. Agora tem-se as condições perfeitas: o colapso total da economia e a ruína das classes médias. Eles acham que é a hora certa. O ano de 1923 é o momento de dar o golpe.

Goring sabe que o tempo está passando, ele quer agir agora. A crise econômica está afetando os cofres do partido, e sua milícia SA está ficando inquieta.

26 de setembro de 1923

Para Rohm, é hora de decidir. Ele escolhe sair do Exército e apostar tudo em um golpe nazista bem-sucedido. Rohm encoraja Hitler a agir, dizendo que grande parte do exército o apoia e não atrapalhará. É um consenso, está na hora de tomar o poder. Mas como? A inspiração surge do exterior. O fascista mais bem-sucedido da Europa, Benito Mussolini, assumiu o poder na Itália meses antes. Ele conseguiu muito apoio popular e marchou em Roma com sua milícia de 30 mil homens.

Goring disse que deveria ser assim. “Não espere apoio eleitoral nem do povo. Tome o poder agora, como Mussolini fez, e depois justifique.”

O plano é dominar a Baviera primeiro, antes de marchar contra o governo nacional em Berlim. O objetivo do golpe era desafiar o governo bávaro em Munique para que isso refletisse no governo federal da Alemanha. Simples assim.

O círculo íntimo de Hitler continua a se ampliar Rohm introduz o 14.303º nazista que irá ter um papel importante na organização do grupo. Hitler conquista cada vez mais poder e influência sobre aqueles que o cercam, interessados em tomar o poder pela força das armas.

Por trás de tudo isso tem o interesse de cada um de adquirir fatia cada vez  maior de poder. Hitler consegue com seu carisma ficar acima desses interesses, mesmo de pessoas acadêmica e socialmente mais privilegiadas. Caso parecido aconteceu aqui com o ex-presidente Lula. Quando chegou ao poder começou a fletar através de propinas e facilitações com todos os setores o seu redor e que dependiam de uma canetada ou uma palavra sua para que tivessem o que desejavam. Isso desenvolvia nessas pessoas, independentes do seu grau acadêmico, eclesiástico ou jurídico, passaram a tapar os olhos a todos os mal feitos, pois deles eles também eram beneficiários. Chegaram ao ponto de negar os procedimentos jurídicos que condenaram o “chefão” em todas as instâncias.

Parece que quando se toca no núcleo instintivo da sobrevivência animal, isso se torna tão poderoso que obnubila a luz da razão e tudo pode ser feito para que aquela fonte de recursos não deixe de fluir, percebendo ou não o grau de iniquidade que eles arrastam.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 24/02/2019 às 01h01
 
23/02/2019 01h01
ESCORREGO NO EVANGELHO

            O recente imbróglio envolvendo o presidente Jair Bolsonaro e seu Ministro Gustavo Bebiano, representa um escorrego do presidente nas lições evangélicas, as quais ele diz querer aplicar no seu governo.

            Pois bem, se ele quer seguir as lições do Mestre dentro do mais alto cargo da nação, deve estudar e praticar as principais características dEle, como bem concluiu o psiquiatra Augusto Cury nos seus estudos: o Mestre não gravitava em torno das ofensas e rejeições sociais; pensava antes de reagir; era convicto no que pensava e gentil na maneira de expor os seus pensamentos; transferia a responsabilidade de crer nas suas palavras e segui-lo aos próprios ouvintes; vivia a arte do perdão; podia retomar o diálogo a qualquer momento com as pessoas que o frustravam; não fugia dos seus sofrimentos, mas enfrentava-os com lucidez e dignidade; não reclamava nem murmurava;  supervalorizava o que tinha, e não o que não tinha; não gravitava em torno da fama e jamais perdia o contato com as coisas simples; era sociável, agradável, relaxante; estar ao seu lado era uma aventura contagiante e estimulante; não esperava muito das pessoas que o rodeavam, nem das mais íntimas, embora se doasse intensamente por elas; tinha enorme paciência para ensinar e não vivia em função dos erros dos seus discípulos; nunca desistia de ninguém, embora as pessoas pudessem desistir dele; tinha enorme capacidade para encorajá-las, ainda que fosse com um olhar; usava os seus erros como adubo da maturidade, e não como objeto de punição; e sabia estimular as suas inteligências e conduzi-las a pensar em outras possibilidades.

            Esse é o comportamento que o presidente cristão, de nome Messias, eleito com a bandeira do cristianismo, deve se esforçar para imitar. Mesmo que isso vá de encontro à sua natureza, instintiva, impulsiva, cujos traços passou para pelo menos um dos filhos, o presidente tem que se esforçar. Talvez seja mais fácil combater a corrupção, o inimigo externo, do que combater os inimigos internos. Podemos até ser solidários a sua incapacidade de vencer de imediato esses inimigos internos, pois todos nós sabemos o quanto é difícil essa luta. Mas o presidente tem que reconhecer dentro de si esses adversários que fazem ele se distanciar da imagem que passou na campanha e com a qual ganhou tantos votos e militância voluntária. Foi ela que encheu às ruas e dominou à mídia e mostrou como se constrói um presidente de fora, das ruas, para dentro, do palácio.

            Sei que muitos cristãos, como eu, esperam que o presidente reconheça essa e outras falhas do seu comportamento, que o distancia do Mestre, e faça esse esforço hercúleo para se modificar, se moldar no espelho do Cristo. Talvez essa recuperação da personalidade seja mais difícil do que a recuperação da facada, talvez ninguém perceba que essa luta está se realizando no seu íntimo, mas com certeza, o Deus que favoreceu a sua vitória tudo percebe, e é a Ele que o capitão deve prestar contas de sua missão.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/02/2019 às 01h01
 
22/02/2019 01h01
TEOLOGIA DA VERDADE

            A igreja católica tenta evoluir e manter influência dentro da sociedade para que o Reino de Deus seja alcançado, seguindo as lições de Jesus. Mas acredito que houve um equívoco com o desenvolvimento da Teologia da Libertação que foi criada na América Latina, depois do Concílio Vaticano II e da Conferência de Medellin. Ela parte da premissa de que o Evangelho exige a opção preferencial pelos pobres e que, para concretar essa opção, deve usar também as ciências humanas e sociais.

É considerada como um movimento apartidário e inclusivista de teologia política, que engloba várias correntes de pensamento que interpretam os ensinamentos de Jesus Cristo em termos de uma libertação de injustas condições econômicas, políticas ou sociais. Ela foi descrita pelos seus proponentes como uma reinterpretação analítica e antropológica da fé cristã, em vista dos problemas sociais, mas seus oponentes a descrevem como um marxismo, relativismo e materialismo cristianizado.

A maior parte dos teólogos da libertação é favorável ao ecumenismo e à inculturação da fé. Embora o movimento tenha raízes anteriores, costuma-se dizer que seu marco inicial ocorreu em 1971, quando o padre peruano Gustavo Gutiérrez publicou um livro denominado A Teologia da Libertação. O movimento foi censurado nos Pontificados de João Paulo II e de Bento XVI. Atualmente, durante o pontificado de Francisco, existe o entendimento de que a igreja demonstra uma posição reconciliadora, ainda que o pontífice já tenha refutado ligações com a teologia da libertação de Leonardo Boff e jamais tenha apoiado os postulados de Gustavo Gutiérrez. Outros expoentes são Frei Betto do Brasil, Jon Sobrino de El Salvador, Leônidas Proaño do Equador e Juan Luis Segundo do Uruguai.

A influência da Teologia da Libertação diminuiu após seus formuladores serem condenados pela Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) em 1984 e 1986. A Santa Sé condenou os principais fundamentos da teologia da libertação, como a ênfase exclusiva no pecado institucionalizado, coletivo ou sistêmico, excluindo os pecados individuais, a eliminação da transcendência religiosa, a desvalorização do magistério, e o incentivo à luta de classes. A Teologia da Libertação também sofreu um forte declínio, desde os anos 90, devido ao envelhecimento de suas lideranças e a falta de participação das novas gerações nesse movimento.

Sempre existe essa tendência dos cristãos se envolverem em movimentos revolucionários em defesa de alguma injustiça que esteja sendo praticada. Mesmo no tempo de Jesus, o Mestre era assediado para pegar em armas pelos zelotes, uma seita judaica, que acreditava que só assim podiam expulsar os romanos. Eles esperavam um messias guerreiro, e o próprio Simão, um dos 12 apóstolos, também era conhecido como “o zelote”.

Os cristãos de hoje voltam a praticar o mesmo erro, em nome dos injustiçados. Defendem uma teologia que provoca o confronto entre as classes e inevitavelmente, o derramamento de sangue. Não é que seja condenável o desenvolvimento de ações que potencializem o ideal evangélico, mas, jamais sem distorcer o ideal de paz e amor inerentes as lições do Cristo.

Seria mais produtivo se nós, cristãos, que procuramos alcançar o Reino de Deus como Jesus ensinou, desenvolvêssemos uma Teologia da Verdade, com o objetivo de limpar de nossas consciências tantas narrativas falsas que alimentam o conflito entre grupos e classes, das formas mais amplas possíveis.

Os adeptos da Teologia da Verdade não iriam se confrontar fisicamente com os mentirosos, apenas mostrariam de forma clara a Verdade e que seria importante cada um, enganado ou não, saírem de suas falsas posições. Isso seria feito com o máximo de amor possível, mostrando ao mentiroso que ele é um irmão de todos que lutam para fazer a vontade de Deus.

Certamente a Santa Sé iria reconhecer um movimento como este devidamente sintonizado com o Evangelho, renovador dentro dos movimentos sociais e que deveria ser incentivado por todos os cristãos, afinal a Verdade é uma das identidades do Mestre.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/02/2019 às 01h01
 
21/02/2019 01h01
BATALHA ESPIRITUAL

            Desde que o homem conquistou sua consciência racional, conceituou melhor a existência de um Criador, e pôde confrontar os instintos e decidir pelo que era ético, que deveria estar em conformidade com a lei que esse Criador determinou na Natureza, que se instalou, dentro desse conflito, razão x instinto, uma batalha espiritual.

            Batalha espiritual porque é o espírito, consciente de sua existência e que habita um corpo biológico possuidor das estratégias instintivas para a sua sobrevivência, é quem vai fazer o enfrentamento necessário para conter as ações contrárias a lei de Deus.

            A lei de Deus está escrita em nossa consciência, de acordo com o nível de conhecimento da verdade que adquirimos, e se expressa na forma do amor, amor incondicional.

            Jesus foi enviando entre nós há 2.000 anos, para ensinar sobre esse amor incondicional, fazendo com que as forças do bem, aquelas sintonizadas com a vontade de Deus, tivessem condições de se desenvolver dentro da natureza humana.

            Porém, o diabo, espírito ou gênio do mal, contra-atacou com suas armas. Lembrar que Jung, o famoso psiquiatra e discípulo de Freud, considerava que a luta de um alcoólico contra sua dependência era na verdade uma luta contra o espírito. Isso porque álcool em latim é “spiritus”, quase a mesma palavra para a mais alta experiência religiosa, bem como para o veneno mais depravador e degenerativo. Portanto, se explica a batalha espiritual, espiritum x espíritus: espírito nosso, divino, criado por Deus x espírito, externo, diabólico, colocado dentro de nós através das bebidas alcoólicas.  

            Sem a medicina encontrar até o momento um remédio para a cura do alcoolismo, por intuição divina os alcoólicos passaram a conversarem entre si, denunciando o próprio mal que era portador, e isso, parecido com a confissão católica, aliviava a pressão do mal e eles se sentiam fortalecidos para se manterem na abstenção do álcool.

            Assim foi desenvolvido uma defesa contra esse mal: a irmandade de Alcoólicos Anônimos. Da mesma forma que foram criadas as diversas religiões cristãs, para divulgar o Evangelho e manter o homem afastado do mal instintivo representado pelo egoísmo, foram criados os diversos grupos de Alcoólicos Anônimos, para divulgar a literatura de AA e manter o homem afastado do mal do alcoolismo representado pela primeira dose.

            Agora, tanto nas Igrejas quanto nos grupos de Alcoólicos Anônimos, é necessário que haja a participação daqueles que foram retirados das garras do mal e vivem uma vida de recuperação. É preciso que a mensagem de AA continue a ser divulgada, porém muitos passam a viver na indiferença, e deixam os grupos com salas vazias. É preciso que atentamos para isso, visitar os irmãos recuperados, e fazer algo para que eles sintam a sua importância dentro da irmandade.

            Deve ser dito isso de forma significativa, falar das realidades que se vive a cada dia, dos problemas reais dentro da família, e dos problemas reais dentro da irmandade. Não é que seja obrigado um alcoólico em recuperação mostrar gratidão ao que a irmandade de AA fez consigo, mesmo porque Deus pode ter lhe colocado em alguma outra tarefa de igual importância.

            O importante que todos saibamos da existência dessa batalha espiritual que acontece a cada dia de nossas vidas, e que nós, como soldados de Deus, resgatados das influências diabólicas, devemos nos posicionar para resgatar aqueles irmãos que continuam presos nos cativeiros do álcool. E, todos alcoolistas em recuperação, sabem onde é o quartel.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 21/02/2019 às 01h01
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