Fui por muito tempo filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), dirigido por Leonel Brizola. Tive oportunidade de entrar no Partido dos Trabalhadores (PT) que estava sendo formado na ocasião que eu estava procurando filiar-me a algum partido. Eu acabava de terminar o meu curso de medicina, começava a clinicar, e percebi que o trabalho somente em consultório não levaria a um resultado consistente, era como se eu estivesse enxugando gelo, tratando as doenças que a sociedade provocava. O trabalho político eu via como mais importante para ter uma ação mais eficácia na resolução dos problemas da população. Percebi que o PT que estava em gestação tinha uma proposta muito radical, considerava os políticos que caiam em qualquer contradição, pessoas que precisavam ser punidas e expurgadas da vivência pública. Eu entendia que todos que se mostrassem arrependidos dos erros cometidos e quisessem fazer um trabalho honesto, mereciam uma chance. Essa forma de pensar no coletivo das pessoas que construíam o PT e que destoava dos meus pensamentos e convicções, foi o que fez eu me filiar ao PDT e desistir do PT, mesmo que ele estivesse surgindo nas universidades.
Passei a trabalhar como médico e fazer a militância política, fui dirigente do PDT, e fui candidato a diversos cargos, vereador, deputado estadual, federal e até vice-governador, sempre com o lema da Dignidade Humana. Vi que a minha forma de trabalhar politicamente, dentro da coerência e da ética, não possibilitaria a minha eleição, eu não daria prioridade aos meios para alcançar os fins.
Deixei o partido e pensei que havia deixado a política. Passei a investir maior tempo ao estudo e a prática dos assuntos espirituais. Fiquei mais sintonizado com Deus, percebia as suas mensagens e entendi que nós, que o consideramos como Pai, devemos fazer a Sua vontade quando assim surgir em nossas consciências.
Foi assim que passei a praticar a lei do Amor Incondicional em minha vida, da forma que entendi, com toda coerência e honestidade. Isso me fez afastar da cultura atual da minha comunidade, principalmente com relação aos relacionamentos afetivos.
Nos últimos dias comecei a perceber que o Pai tinha outra missão para mim, mais complexa e dentro das atividades políticas. Percebi que todo o meu treinamento até o momento, com as atividades políticas, com o Amor Incondicional, tudo foi uma preparação para essa última ação que deverá consumir a minha atual existência. Devido a sua complexidade não tenho uma ideia definida de como será procedida, sei apenas que o Pai está no comando e dEle surgirá as instruções e os caminhos que eu já decidi seguir para cumprir a Sua vontade.
Ontem tive um sonho que deve ter sido resquícios de orientações sobre essa missão que recebi no mundo espiritual por ocasião do sono.
Estava andando pelas ruelas de Ceará-Mirim, pedindo ajuda as pessoas que se mostravam na sua totalidade amistosas. Procuravam ajudar, mas não conseguia encontrar essa rua central, na qual eu poderia me orientar para encontrar o meu objetivo. Cheguei a entrar dentro de uma igreja que estava superlotada. Fiquei em pé no corredor junto com diversas pessoas na mesma situação. Logo veio uma solicitação para todos que estavam no corredor sair da igreja, pois estavam dificultando o trabalho do padre na missa. Também havia a possibilidade de envolvimento sexual com pessoas dessa localidade, mas a oportunidade não surgiu.
Interpretei esse sonho como orientações das dificuldades e facilidades dessa missão política que eu estava recebendo. Facilidade no contato com as comunidades que eu deverei interagir, mas dificuldade de focar no objetivo, com as possibilidades sexuais que devem surgir, mas que deverei evitar para não prejudicar o desenvolvimento da missão.
Portanto, considero-me de volta à política, mesmo que não esteja tão preocupado em seguir com rigor os estatutos partidários, e sim a vontade do Pai que para mim agora é majoritária e definitiva.
Muitos vivem dentro de um enclausuramento mental, voltados para seus problemas, alimentando os sofrimentos criados nas sombras mentais das culpas e arrependimentos; não conseguem ver, ou não tem interesse em voltar os olhos ao redor, para o trabalho socorrista que espera por braços que trabalhem em favor dos outros.
A vida flui, e leva consigo tanto as pessoas próximas ou distantes, como nós... elas passam pela vida entre soluções e provações a que desde cedo estão vinculados, e nós raciocinamos que essas pessoas já estão acostumadas a sofrer desde a tenra infância, não tem porque ficarmos preocupados por elas. Nós ficamos somente preocupados com nossas dores que classificamos como insuportáveis.
E onde está a misericórdia e a justiça divina dentro deste quadro tão amplo de sofrimentos, internos e externos? Podemos indagar muitas vezes... onde está a justiça divina? Não a reconhecemos ao nosso lado! Todos que sofrem de alguma forma, seja um pai velho e abandonado, sejam crianças, órfãs e desamparadas pelas ruas, sejam os aflitos que sofrem dores morais, decepções, tristezas, angústias... todos estão pagando por seus erros à justiça divina, que permite a reencarnação em tal ou qual situação expiatória. E onde está a misericórdia divina? Está em nossas mãos, que mesmo padecendo e pagando por nossos próprios erros, temos também a oportunidade de ajudar o próximo, e assim corrigirmos com mais rapidez o que precisamos fazer.
Todos que estamos aqui neste planeta de provas e expiações, certamente algo teremos que pagar, e daí vem as provações que teremos que passar, as nossas provações, sem esquecer que as outras pessoas também passam por provações que podemos amenizar, e fazendo assim amenizamos as nossas próprias provações, ajudando os outros, observando que há fome de amor perto do nosso leito de queixas. Levantemos da inércia psicológica e comportamental, e acionemos a máquina da beneficência! Sigamos o conselho de Madre Tereza de Calcutá, que dizia: “temos de ir à procura das pessoas que podem ter fome de pão ou de amizade”.
Podemos ser raios de sol com as coisas muito simples, como uma palavra de acolhida fraternal a alguém que procura por uma ajuda em qualquer local, público ou privado, nas instituições ou nas ruas; ou com o simples freio comportamental, de evitar uma reprimenda ao próximo, perto ou longe da pessoa acusada, quer seja por usar drogas, roupas decotadas, adornos exagerados, etc.
Somos todos imperfeitos, na luta para seguirmos em direção à luz. Quantos bens se demoram encurralados dentro de nossas mãos, e quantas oportunidades deixamos passar, deixamos de ser produtivos e fraternos? Devemos acompanhar a viagem da semente em transformações incessantes até uma nova semente seja germinada, seja no reino vegetal literalmente, seja dentro da humanidade, metaforicamente.
Não podemos esquecer da importante parábola do Mestre Jesus, que falava dos talentos. Exemplificava com essa mensagem educativa, que não podemos deixar nossos talentos, nossos recursos enterrados, sem produtividade. Temos que fazê-los reproduzir com ética e generosidade dentro dos relacionamentos humanos. O dinheiro não pode ficar ocioso!
Devemos aplicar o minuto do repouso desnecessário edificando algo bom em alguém ou para alguém, e as noites de desassossego brilharão com os lampejos das estrelas dos nossos esforços, clareando caminhos, por mínimo que aparentemente sejam. Muitas dores são filhas da ociosidade.
As vidas que se voltam para si mesmo, podem se apresentar como colunas belas e decoradas, mas sem base nem utilidade. São dispensáveis e frágeis... São vidas vazias!
É chegado o momento que Jesus recolhe os corações fecundados pela luz do seu evangelho, para a lavoura do Amor. Os corações que escaparam das pedras do caminho, das aves de rapina, dos espinheiros... são os corações que já começam a dar os seus frutos, pois para quem ama sempre está fazendo sol.
Todo pensamento produz uma reação em sentido igual, em intensidade, força e qualidade ao pensamento gerador. Toda emoção dá força ao pensamento criador e lhe confere cor, textura, cheiro e vida, na medida exata da emoção cultivada. Nossas crenças determinam nossa sombra e nossa luz.
Se você quiser saber a natureza do espírito que está ao seu lado, basta saber o tipo de pensamento, de emoção que está passando em você. Não importa quem você imagina que seja seu mentor, veja os seus pensamentos, como você pensa no dia a dia. É afinidade, afins atraem afins. Então, a natureza dos seus pensamentos, emoções, pesquisa, determina a natureza da sua companhia espiritual.
Essa é uma das leis do mentalismo que irá ser estudada mais adiante. Todo pensamento, fora da matéria, gera uma reação em sentido igual, em intensidade, força e qualidade. Por isso, ao pensar mal sobre alguém, eu não tenho como evitar que isso atinja a pessoa, ela não tem, mas eu tenho como mandar imediatamente outro pensamento, mais forte ainda, mais intenso, de bondade, e que possa sobrepujar aquilo que eu fiz. Não tem como apagar, mas eu tenho como enviar outro pensamento bondoso. Uma vez lá na Editora Casa dos Espíritos, com a gerente nossa, que fez uma coisa que nos prejudicou muito, não foi por vontade própria, não foi deliberado, foi burrice. Imagine, eu falo que existe burrice progressiva, assim como existe aquela escova progressiva que as mulheres usam, e por isso houve um prejuízo muito grande. Então fiquei com muita raiva, e desejei algo para ela e imediatamente o Ângelo Inácio aparece e diz assim: “Robson, cuidado com seu pensamento, você é péssimo para fazer o bem, mas é ótimo para fazer o mal. Cuidado!” Eu liguei na hora pra ela e disse: faz uma prece, pois eu fiz isso e isso pra você, com raiva de você, e isso vai te atingir. Faz uma prece, te protege que eu não vou fazer pra você não, faça aí que foi intenso o negócio. Mas não deu outra, ela chegou em casa, foi um caos na família, quase houve morte, eu abri uma brecha pra ela... por isso, Ângelo Inácio falou, “eu disse, para fazer o bem você não vale nada, mas para fazer o mal você é ótimo!” Então, cuidado com isso, com pensamento gerador. Foi uma coisa que eu não esqueci jamais. Então, depois ela veio e perguntou como deveria fazer. Eu disse para dar um passe, mas que eu não iria dar o passe, senão ela morreria, mas que iria arranjar alguém para dar o passe e liberar essa energia, eu vou falar pra pessoa o tipo de energia e ela vai saber como fazer. E fez, liberamos tudo, trabalhamos bem, rindo, e até hoje é tranquilo.
Mas eu estou contando a força do pensamento. O pensamento que eu tenho irá irradiar e o que dá força ao pensamento é a emoção que eu gerei naquele momento. Esse é um dos princípios da lei do mentalismo. Por exemplo, quando um feiticeiro vai fazer um ebó, uma pajelança, um despacho, sob encomenda de alguém, para determinada pessoa que ele não conhece... Olhe só, alguém me encomenda para fazer uma coisa má, para outra pessoa que eu não conheço, então ela pede para a pessoa pensar com todo o ódio no coração naquilo que você quer, as retire isso de suas emoções, de você. E o próprio feiticeiro vê na sua memória algo que lhe deu muito ódio, muita raiva, junta os dois e coloca no pensamento aquilo ali e dispara o que chamamos de condensador energético que vai direto ao alvo. Se a pessoa não estiver preparada a energia é contagiante e imediata. Mas se a pessoa estiver preparada, existem certos respaldos que ela pode fazer, respaldada tanto nos benfeitores, mas principalmente da atitudes de auto defesa psíquica e energética que podem dissolver tudo isso. Mas é a emoção que vai dar mais força. Portanto, se eu desencarno com a emoção mal resolvida, mesmo pensando que é divino, que deu passes, cestas básicas, mas a emoção não está boa, eu gero o umbral perto de mim. Exemplo disso, leia o livro “Voltei” do irmão Jacob. O Irmão Jacob, ex-presidente da Federação espírita brasileira, chamado Frederico Figner, pai de Marta Figner, grande médium de materialização. Ele construiu várias creches, ajudou a obras sociais incríveis, ajudou a Federação Espírita Brasileira, e dirigiu de tal maneira, que esqueceu a própria família, a esposa, para se dedicar ao trabalho do Bem. Mas emocionalmente ele sentia-se culpado por estar deixando a família, estava mal resolvido isso dentro dele. Mas eram as crenças dele, que ele tinha que fazer algo para a humanidade. Desencarna e vai para uma situação muito complicada, difícil, complexa no mais alto nível. A Marta quando desencarna, tem uma luz envolvendo, ele olha para dentro dele e ver uma penumbra. E os espíritos falam com ele, “você não veio aqui para resolver o problema dos outros, você veio à Terra para si resolver. E aí, você ficou o tempo inteiro pensando no outro, não se resolveu. A culpa dele foi tanta que ele forjou o ambiente em torno dele. É lindíssimo o livro, “Voltei” do Irmão Jacob. Isso responde a segunda lei do mentalismo: toda emoção dar força ao pensamento criador. Mesmo que você pense assim: “ah, mas eu fui bonzinho, fiz isso, mas deixei minha família, ah, eu tive que deixar isso... a culpa gera essa situação constrangedora.
Você pode chegar do outro lado... lembro muito bem de um dos espíritos que nos auxiliava, logo no início do meu trabalho mediúnico, por volta de 1983. Eu estava tenso, o espírito Martinho Lutero vinha com frequência me auxiliar, até mesmo pelo meu passado evangélico, e ele se manifestava sempre para nos auxiliar. As vezes ele falava assim: “Robson, você terá três surpresas no céu”. Aí, eu falava assim: “o único céu que eu conheço é o Centro Espírita do Umbral”. Ele dizia: “Entenda céu como o lugar para onde você for, o melhor lugar para onde você for. Você chama de céu, outro de paraíso, outro de plano astral superior, plano mental, o melhor lugar que você consiga chegar, terá três surpresas. A primeira delas é você se encontrar lá, pois você se conhece, sabe como você é, e sendo assim como é, eu estou aqui neste lugar bom? A primeira surpresa é essa. Ou o contrário, de acordo com a sua crença, mas eu fiz tanto bem, tanta bondade, dei palestras, e estou aqui nessa região trevosa. Será que Deus não gosta de mim, cadê a misericórdia de Deus? A primeira surpresa, seja onde você estiver, é você se descobrir lá. Temos culpa demais por um lado, então se você vai para um lado bom, e você se surpreende, pois sabe que não é tão bonzinho assim. Nós sabemos os nossos erros, os pecados mais cabeludos, e aí depois você se ver num lugar bom, e diz que não merece, por que está aí? Porque não é merecimento, existe outra coisa que será estudado depois, noutro contexto. Pode ser ao contrário, eu trabalhei como médium, dediquei 40 anos da minha vida, psicografei, dei passes, dei sopa, e estou aqui neste umbral... você sabe que existe sete cidades no plano astral só de médiuns e espíritas mal resolvidos e em sofrimento? São os mais difíceis de lidar? Por causa das crenças cristalizadas deles? Então, primeira situação que você vai encontrar do outro lado: eu estou aqui.
A segunda surpresa, quem você achava que devia estar ali, não está. Seja do lado bom ou do lado mal. Ah, mas minha mãe foi uma pessoa maravilhosa, o meu pai, o meu filho adorado. Ou o contrário, vamos imaginar que você esteja no umbral e aquele vizinho miserável, ganancioso, aquele deputado, aquela infeliz de mulher que está derrubando tudo... não está. Por que é que eu estou? Eu sempre fiz o bem e eles fizeram tantas desgraças...
A terceira surpresa, quem você achava que não devia estar, vai estar ali com você. Estou no céu, estou no paraíso, no Nosso Lar, na Aruanda... aquele médium, aquela pessoa maravilhosa, devia estar aqui comigo... não! Não está, não se conhece ele. Mas ele não fez tanto bem? –Não conhecemos ele! Ou então você está lá nas trevas, quem você achava que não devia estar lá, pois era tão bom, e como está aqui desse jeito. Você só conhecia a parte que a pessoa lhe dava para conhecer. Eu tenho muito exemplo disso quando recebo a psicografia, uma vez por mês a gente faz um trabalho de cartas consoladoras, psicografias dos parentes das pessoas que estão ali presentes. As mães chegam perto de mim e dizem, “Ah, o meu filho era uma pessoa boa demais, e ele perto de mim falando assim: -Eu não era isso não, isso era só o que eu deixava ela saber. Eu fazia isso e isso, e isso... se ela soubesse disso tudo... Então eu dizia, então engana na carta, não fala do jeito que você é não, pois sua mãe cai dura ali, não fala nem a metade do que você me falou... Aí o espirito escreve assim: “Mãezinha do coração, eu estou aqui auxiliado por um bom espírito, não posso te dizer muitas coisas porque tenho dificuldades com a mediunidade. É mentira! É para enganar a mãe mesmo depois de morto, pois se ele contasse o que ele fazia, e a situação real, ela cairia dura ali. Porque ela só conhecia do filho, o que o filho deixava. Minha mãe querida, eu estou tendo ainda reações comuns ao corpo físico, dor, sofrimento, tesão; ele não está no plano espiritual, ele está no intermediário, entre uma zona umbralinas e outra. Ai ele fala que está ainda com as mesmas reações que tinha quando no corpo físico. Como médium a gente entende, não vai explicar pra pessoa, pois ela vai desmaiar ali por saber a realidade. Ou seja, o pensamento que a gente tem das pessoas, não é o que elas são. Quer viver bem com um médium? Leva ele para dentro de sua casa uma semana. Nunca mais você vai querer! Nós os médiuns somos as pessoas mais compromissadas, complexas... eu costumo dizer que eu moro sozinho, vivo sozinho, não é nem por opção, isso é Deus preservando as pessoas de mim. Deus está preservando o mundo de mim, pois se alguém ficasse perto de mim, não sei quem destruiria quem. Nós não nos conhecemos nem as pessoas com as quais lidamos. Conhecemos apenas a máscara, a persona, a aparência apenas.
A princípio o umbral é idêntico às nossas emoções e pensamentos. Isso quer dizer que nós forjamos o nosso próprio ambiente interno ou o externo de acordo com nossas crenças.
O princípio portanto, do umbral é o resultado das nossas emoções, é o retrato das nossas emoções. O umbral está no seu olhar, na sua maneira de ver a vida e o mundo. Eu falo que para mim, o espiritismo não é isso que os homens fizeram dele por aí. O espiritismo é como lente que eu coloco e vejo o mundo de uma maneira diferente. De uma maneira mais brilhante, mais otimista. Falar das trevas... umbral é um nome que vai deixar de existir nos nossos comentários. Ele é somente isso, o resultado de nossas emoções e que estamos estagiando nele. Ora, se é assim, falta a gente fazer uma imersão agora e tentar nos conhecer melhor através de um processo terapêutico, para resolver o que é possível resolver, não podemos deixar para depois. Eu tenho coisas na minha vida que eu sei que não vou dar conta. Eu lembro que no ano 2000 eu fiz uma lista de pecados, de defeitos que eu tenho, para eu saber o que vai dar para eu resolver. Eu vou resolver uma ou duas, o resto eu coloco num arquivo, numa pasta suspensa, e abro na próxima encarnação. O universo não é perfeito, é perfectível. Eu não tenho só esta vida para resolver tudo. Se vocês me quiserem é assim, eu não vou sofrer por isso. Um dia, eu me lembro, de uma ação que vocês podem falar assim: mas que coisa louca, um médium falar desse jeito... mas antes de eu ser médium, eu sou homem. E não sou religioso, eu sou um homem de fé. Um dia o espírito José Gleber, chegou perto de mim logo depois que eu sai da igreja evangélica. Ele falou comigo assim: eu gostaria que você fosse se habituando lentamente a deixar a carne vermelha e depois a carne branca também. Eu falei assim: então procure outro médium para você trabalhar, porque não fui eu que te escolhi. Eu não tenho condição de escolher mentor, se você me escolheu é porque sabe como sou, e eu não mudo, vou comer minha carne até o último dia de vida. Se quiser trabalhar comigo, vai ser do jeito que eu sou, pois você sabia como eu era, e não vou mudar por sua causa, se eu tiver que mudar é porque cheguei à consciência de que devo pois não é bom para mim. O resultado? Ele silenciou. Ele não é bobo, ex-nazista? Vai impor o jeito dele pra mim? Eu disse não, não é desse jeito, eu sou dono do meu corpo e não espírito outro; eu não vou lamber ferida de ninguém, comer barata não, se espírito mandar. Se eu tivesse um mentor desse eu mandava ele lá para o abismo. Eu tenho a minha hombridade, a minha honra, a minha honradez, o meu gosto. Na caminhada, eu vou estudando e vejo aquilo que é possível mudar. Se quiser continuar assim, não vai me fazer falta. Ele silenciou e continuou trabalhando. Lógico, que eu estou aprendendo de lá para cá muita coisa, eu não sou idiota de ficar mais de 30, 40 anos trabalhando com um espírito e não aprender nada com ele. Isso não significa que eu vou mudar só porque alguém me pediu, seja encarnado ou desencarnado. Eu vou me modificar se eu chegar à conclusão de que esse estilo de vida não é bom para mim, ou está prejudicando o outro, e não porque o espírito falou que eu tenho que mudar por causa de um trabalho. Mas eu não lembro do compromisso que eu fiz do outro lado, mas se quisessem que eu lembrasse, fizessem isso. Eu não vi nenhum documento assinado por mim antes de encarnar, reconhecido firma, nenhum filme que vocês fizeram, então, logo que eu não lembro, problema de vocês. Quer me fazer cumprir? Então me mostre o que fazer. Mas isso é o jeito meu, ainda mais de quem está recém-saído da igreja evangélica, com um ano que eu sai da igreja evangélica quando ele falou isso, e eu estava naquela pompa toda de enfrentar todo mundo. Hoje é lógico que eu tenho outra compreensão e abordo de maneira diferente fatos semelhantes que ocorrem. Mas eu discuto com eles. Então nós precisamos entender que as nossas emoções provocam o ambiente externo, inclusive na sua casa, na sua vida, no seu país. Isso quer dizer que nós é que forjamos tudo dentro de nós.
Não existe queda ou pecado, erro ou mal. Mas nós criamos a culpa, o remorso, a punição. Existem duas coisas no Universo: vitória e aprendizado. O inferno ou o umbral é o resultado do nosso sentimento de culpa e não da punição divina.
Há uma diferença entre a lei divina, que tudo cobra para tudo dar certo e o Evangelho que representa a misericórdia. Então, a lei é a Justiça e o Evangelho a misericórdia. A lei diz, faz! Te ordena. O Evangelho diz, está feito, estou fazendo o que posso. Olhe a diferença. A Lei te cobra, o Evangelho te liberta. Posso dizer, estou fazendo, mas não estou pronto ainda. Então a Justiça vem, e se te encontra trabalhando, vai dando oportunidade para você se recompor. Então, queda, pecado, erro ou mal, isso foi invenção da religião, porque, sem o pecado, sem o erro e sem o mal, não tem porque existir religião no mundo. Certa feita eu estava numa cidade na Europa, passeando, depois de um período de trabalho em Portugal, e eu vi uma frase na cidade de Salamanca, que era de um bar: “O doce sabor do pecado”. Assim que você entrava tinha outra mensagem escrita: “A força do pecado é que sustenta religião”. Se você acabar com o pecado da gula, você não vai dar sustento para religião. Portanto, peque para que os religiosos existam. É uma filosofia deles lá, mas eu estou só trazendo isso para falar o que? O que dá força para existir todo esse clero, essa hierarquia? O pecado. Mas, no universo isso não existe. Existe só vitória e aprendizado. Não existe erro ou acerto, pecado ou virtude. Nós traduzimos isso no nosso linguajar porque no estágio atual aonde nos encontramos, muita gente, muitas comunidades ainda se sentem necessitadas de alguém para ditar normas, de uma lei que impinja, que ela possa ser respeitada, de uma lei que se alguém a desrespeitar, seja punido. Muita gente sai do erro com medo do inferno e da punição. Veja o que ocorre na maior parte das igrejas neopentecostais. Por que elas estão cheias? Porque a força do Diabo é muito grande. Fala-se muito mais no inferno, no Diabo, no Inimigo, do que em Deus, do que na vivência cristã e tudo que é positivo. E, por medo, pela religião do medo, isso faz com que as pessoas saiam do pecado. Mas é um grupo de pessoas que promovem isso, mas o universo não é dessa forma. Nós não precisamos sofrer para pagar. A única moeda de troca no universo chama-se Amor. Nós estamos, ou em aprendizado ou em estágio de vitória. Nós criamos a culpa, o remorso. E toda a culpa produz a autopunição. Significa que eu vou forjar o meu ambiente externo de acordo com as minhas crenças, de acordo com o meu mundo interno. Eu posso estar sentado aqui, eu posso estar gravando aqui junto com a equipe técnica, posso estar no Inferno, e posso estar no Céu, embora o ambiente seja o mesmo. Porque o que determina isso é a minha culpa, o meu remorso que produz punição, a minha crença, que eu estou errado, que eu sou pecador e que eu mereço sofrer. E aí não tem quem vá convencer o contrário, porque você formatou a sua mente, o corpo mental superior fica formatado num processo que se chama de auto hipnose ou monoideísmo, ideia fixa, uma ideia gravitante, negativa, que se fixa e o corpo mental registra isso de maneira que você só veja em torno de si a desgraça, a dor e o sofrimento. E isso é o que determina o estágio de sofrimento no umbral. Muitas vezes não é o que você fez, mas o que você acredita a partir do que você fez. O inferno ou umbral é apenas o resultado do nosso sentimento de culpa e não da punição divina, porque não existe essa punição. Acho que a maioria de vocês já sabem isso, mas talvez não tenham pensado tão detalhadamente. Por que nós precisamos muito de terapia? Muita gente diz: eu não preciso de terapia, de terapeuta, porque eu já vou assistir ao Evangelho. Vai assistir o Evangelho escrito por espíritos que eram ex-católicos, interpretado por dirigente espíritas mal resolvidos, que não tem conhecimento de Bíblia, não tem conhecimento de evangelho, não sabe como a doutrina espírita foi feita, não sabe os objetivos de Kardec, e interpretam para te prender dentro do Centro. Precisamos de terapia, sim, até para entender a nossa relação espiritual com os mentores, com os obsessores... Esses dias eu tive ajuda imensa de um obsessor. Ele veio falar certas verdades comigo. Doeram durante cinco minutos, depois eu comecei a dar razão a ele e anotei tudo. Não é que o desgraçado tem razão? Meu mentor não ia falar isso comigo, iria passar a mão na cabeça. Ai eu passei a ser amigo dele. Ele ficou com raiva de mim, porque eu não fiquei com raiva dele. “Você não vai achar ruim isso não?” Não! Você tem razão! ... Você só está me ajudando fazer a revisão de minha vida, e me ajudou. O confronto com ele foram duas horas e meia de bate-papo, de conversa ácida. Mas eu falo assim, obsessor não precisa inventar, ele fala a verdade. Na verdade ele amplifica a coisa, mas ele não inventa. Então, eu peguei aquilo ali que ele trouxe para mim, e reformei uma série de coisas na minha vida a partir do que ele falou. Porque as minhas crenças anteriores, eu suponha que estavam equivocadas. As vezes a gente precisa ouvir isso, foi um processo terapêutico e isso foi determinante para mudar a minha atitude.