Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
11/12/2019 00h10
EU TENHO UM SONHO

            Este discurso de Martin Luther King Jr., em 1963, nos Estados Unidos da América do Norte é um ícone na luta pelos Direitos Civis, e merece ser lembrado ou conhecido para que reflitamos no quanto ainda falta conquistarmos. Nesta época eu estava com 11 anos e nem de perto qualquer informação sobre o caso ficou registrado na minha mente. Com certeza, a estratégia do Cristo na construção do Reino de Deus, irá resolver esse problema. Vejamos quanto nos falta:

"Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.

Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros.

Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre.

Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação.

Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.

De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".

Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.

Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranquilizante do gradualismo.

Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia.

Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial.

Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.

Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre

Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só.

E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando vocês estarão satisfeitos?"

Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.

Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Vocês são os veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero.

Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.

Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.

Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.

"Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.

Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,

De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"

E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.

E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.

Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.

Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.

Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.

Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.

Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.

Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.

Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.

Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.

E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:

"Livre afinal, livre afinal.

Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."

            Este discurso marca um desejo sempre constante dentro da humanidade, desejo por justiça, liberdade e fraternidade. Desde que o Cristo veio e nos aplicou suas lições, possuímos a ferramenta para alcançar esse desiderato. Martin Luther King Jr. é um dos muitos que tentam aplicar essas lições, num mundo ainda tão dominado pelas forças do mal, que encontram seus instrumentos com facilidade  no meio de gente tão animalizada, que se motivam pelos seus estômagos, que não possuem ainda a capacidade refletiva de perceber a verdade e sair das garras da ignorância.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 11/12/2019 às 00h10
 
10/12/2019 00h09
AA SERVIÇO

            A recuperação do alcoólico dentro da irmandade de Alcoólicos Anônimos (AA) tem como base seguir os doze passos, de preferência auxiliado por um padrinho. É como se a pessoa ao ingressar em AA tivesse nascido para uma nova vida. Como todo recém-nascido precisa de uma série de cuidados para sobreviver, inclusive uma dependência muito forte dos pais, assim o alcoólico recém-chegado precisa de uma assistência muito presente da sua mãe, a irmandade, auxiliado por um padrinho que ele escolheu.

            Logo que o alcoólico começa a abrir os olhos para a realidade do novo mundo onde ele nasceu de novo, vai precisar ser educado no cumprimento dos doze passos para recompor sua vida, superando os erros do passado, até chegar no 12º passo: Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes Passos, procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.

            Este 12º passo vai ser viabilizado com a prática do Serviço, desde a abertura regular de uma sala de AA até os seminários e conferências em todos os níveis, envolvendo os membros e os amigos, os profissionais que passam a conhecer, divulgar e aconselhar a participação em AA dos alcoólicos e seus familiares em sofrimento.

            Enquanto médico e amigo de AA, estou engajado nos serviços, pois sei que aqueles meus pacientes alcoólicos, se forem conhecer o AA e permanecerem cumprindo a programação, estão bem mais protegidos contra as recaídas do que aqueles que não se envolvem com a Irmandade.

            Sendo o alcoolismo uma das doenças mentais, e sabendo que as doenças mentais na sua essência não possuem cura e sim controle da sua manifestação, vejo a Irmandade de AA como uma grande parceira para que eu possa atingir meus objetivos médicos, de cuidar dos meus pacientes.

            Sei que o alcoólico ao ingressar em AA e cumprir sua programação, passa a ser um cidadão de melhor qualidade ética, de melhor relacionamento interpessoal e espiritual do que era antes, e geralmente um cidadão acima da média humana. Até mesmo nós, profissionais das mais diversas áreas, podemos aplicar os conceitos em outros diagnósticos e situações e até em nós mesmos, com sucesso significativo. E tudo isso só é possível porque o Serviço em AA está funcionando, portanto, não poderemos deixar de dar a nossa parcela de contribuição, de “dar de graça o que de graça eu recebemos”.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 10/12/2019 às 00h09
 
09/12/2019 00h08
TRABALHADOR ESPÍRITA

            Reconheço a Doutrina Espírita bastante coerente com nossos propósitos de vida, que nos dá compreensão sobre os diversos problemas que passamos ou vemos os outros passarem. A consequência dessa compreensão é procurar dar de graça o que de graça recebemos, o conhecimento que agora nos fortalece. Uma forma de fazer isso é se engajar nos trabalhos de uma casa espírita, se transformar num trabalhador espírita.

            Tenho um trabalho regular dentro da Cruzada dos Militares Espíritas, um Centro Espírita bastante organizado em suas tarefas. Recentemente fui chamado de Trabalhador desta casa por ter sido adicionado no grupo do whatsapp desses trabalhadores. Argumentei que tinha sido colocado no grupo apenas como forma de divulgar o trabalho que faço semanalmente no Centro, um estudo sobre as lições do Cristo, e não me envolver nas diversas tarefas, pois não tenho tempo para tal.  

            Depois dessa resposta e da leitura do livro de Hermínio Corrêa de Miranda, Diálogo com as Sombras, fiquei a refletir na minha condição de Trabalhador Espírita. Realmente, sou um trabalhador espírita?

            Hermínio diz que cada um de nós sabe de si e das suas motivações. Que é preciso, entretanto, examinar de perto essa posição e ver o que contém ela de legítima, não apenas no interesse da doutrina que professamos, mas também no interesse de cada um. De fato, há alguns problemas ligados à frequência de trabalhos mediúnicos. O primeiro deles – e dos mais sérios – é a própria mediunidade, essa estranha faculdade humana sobre a qual ainda há muito o que estudar. Outra dificuldade ponderável é a organização de um bom grupo que se incumba, com regularidade e seriedade, das tarefas a que se propõe.

            Tenho minhas convicções e motivação. Acredito que esteja agindo dentro de minhas convicções, de ajudar na construção do Reino de Deus, e da minha motivação no pequeno trabalho que faço dentro do Centro Espírita. Agora, como é a particularidade do meu trabalho espiritual? Não está concentrado em um lugar. Tenho atividade regular na sexta feira na Cruzada dos Militares Espíritas, na terça feira um estudo espiritual na Associação Médica, sou coordenador da disciplina opcional de Medicina, Saúde e Espiritualidade, do Departamento de Medicina Clínica da UFRN. Também na Universidade Federal do Rio Grande do Norte coordeno o projeto de extensão universitária, Foco de Luz, cuja ação dentro da comunidade próxima ao Hospital Universitário Onofre Lopes, foi criar a Associação Cristã de Moradores e Amigos da Praia do Meio (AMA-PM). Nos domingos participo das reuniões de Alcoólicos Anônimos na cidade de Ceará-Mirim/RN onde dou prioridade ao Poder Superior.

            Essa ampla atividade espiritual não pode se encaixar dentro das ações tradicionais de um Centro Espírita. Meu trabalho na Cruzada dos Militares Espíritas explora a minha mediunidade diferente que é absorver o trabalho realizado pelos médiuns ostensivos, principalmente na produção de livros que repassam os conhecimentos de espíritos de maior envergadura moral, como o próprio Jesus Cristo, por exemplo.

            A frequência nas minhas atividades está indo bem, agora preciso mais investir na organização. Nesse caso, tenho que preparar com brevidade a renovação do Projeto de Extensão Universitária Foco de Luz onde colocarei dentro dele a formação de um canal do Youtube voltado à construção do Reino de Deus, cuja meta será organizar tanto os meus trabalhos espirituais como o trabalho de todos os companheiros, de qualquer tipo de religião. Um trabalho que irá contribuir para a organização do Bem.

            Eis a minha característica de trabalhador espírita, bastante diversificada que impede a concentração dos trabalhos em um só lugar. Espero que os companheiros entendam a minha forma de pensar e agir, respeitando o livre arbítrio de cada individualidade, como é uma das propostas da Doutrina Espírita.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 09/12/2019 às 00h08
 
08/12/2019 00h07
CAMINHO DO MEIO

O Buda já pensou sobre a melhor forma de caminhar: pelo Meio. Jesus disse que era o caminho. A forma de Jesus agir, fazendo o Bem a quem dele necessitasse e tivesse merecimento, também não mostra nenhuma preferência pela Direita ou pela Esquerda, bastava que a pessoa tivesse bom coração e não cometesse iniquidades voluntária e conscientemente.

Este Caminho do Meio parece ser a forma mais apropriada para caminharmos em direção ao Pai, surfando na evolução positiva. Como podemos fazer essa caminhada pelo meio nos dias atuais, usando a sabedoria do Buda e os ensinamentos do Cristo?

Jesus já nos ensinou o principal mandamento da lei a qual devemos seguir para não sofrer desvios: Amar ao Pai sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Cumprir essa lei na primeira parte, parece não ser tão difícil, pois o Pai está presente em toda a Natureza, inclusive em nós que também pertencemos à Natureza. Agora, a segunda parte, amar ao próximo como a nós mesmos parece mais difícil dentro de um planeta que ainda está contaminado majoritariamente pelo Mal, que nós possuímos dentro de nós forças atávicas que são bem mais fortes que a nossa gerência espiritual, e que as vezes nem nos apercebemos da existência do espírito, o nosso Eu imortal.

Apesar de todas essas dificuldades, nós que conhecemos o Evangelho e queremos praticá-lo assim como nos foi ensinado, temos que iniciar a caminhada. O importante agora é olhar para a frente e ver quais os caminhos colocados à nossa disposição. Olho e vejo quatro caminhos: um à esquerda e outro a direita; outro associado à Misericórdia cujo condutor é o Mestre Jesus, por onde caminham aqueles pecadores arrependidos e os discípulos honestos, e outro associado à Justiça cujo condutor é o Arcanjo Miguel, por onde caminham os desonestos empertigados, maldosos renitentes, hipócritas corruptos de todos os matizes, que não se arrependem dos seus atos e são fustigados pela espada incorruptível do poder divino.

Olhando esses quatro caminhos, percebo que caminhei bastante tempo pelos trilhos da Esquerda, sem saber da essência do que era praticado. Ao perceber as iniquidades que eu estava defendendo sem ter a consciência de era simples elemento que compunha uma massa de manobra para conquistar interesses que rapidamente se mostravam egoístas, corruptíveis e corruptores. Pulei fora e a tendência que tive era ir para a Direita, mas lá também existem os apelos do mundo material, do egoísmo fratricida e, eu estando mais esperto, procurei não me contaminar novamente com o vírus da iniquidade agora sob nova cor. Então, esses dois caminhos fortemente associados ao mundo material, não mais me provocavam atrativos. Restaram agora os dois caminhos associados ao mundo espiritual: da Misericórdia e da Justiça.

Apesar de ser forte defensor do trabalho do Arcanjo Miguel, de já ter ido às ruas com milhões de brasileiros, lutar por Justiça em nosso país, sou mais inclinado a caminhar pela trilha do Mestre Jesus, da Misericórdia com todos aqueles pecadores que se reconhecem no erro, se arrependem e procuram pagar pelo que fez de errado. Fico mais confortável no trabalho de semear as sementes do Mestre na forma do Evangelho, aprender a cada dia suas lições que o Pai disponibiliza pela mediunidade literária, seja nos livros, filmes ou canções.

Este é o caminho do Meio para mim, não estou nem à Direita nem à Esquerda, estou no Centro, dentro das lições cósmicas do Amor ensinadas por Jesus, amparando a todos que despertam da ignorância ou do hipnotismo que o Mal provocou em suas consciências. Aqueles que permanecem praticando o Mal, sem aceitarem a voz da razão que lhes aponta a Luz, não perco meu tempo com eles. Bato minhas chinelas como o Cristo ensinou e sigo adiante, pois lá na frente existem muitos outros que talvez esperem a oportunidade de sentirem a luz. É como diz aquele ditado, um pouco adaptado: “Enquanto a caravana passa, alguns passageiros ficam”.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 08/12/2019 às 00h07
 
07/12/2019 01h01
O PODER DOS MILAGRES – 3 – AS PRAGAS

            Continuando a ver o documentário na Netflix, “A História de Deus”, no 6º capítulo que fala de “O Poder dos Milagres”, para nossa reflexão.

            Para os cristãos, milagres são prova de que não é aleatório. Acreditam que Deus intervêm no mundo por um motivo. Os judeus também creem no poder dos milagres. Sua fé foi fundamentada na intervenção divina. Eu vim a Jerusalém para ver como os judeus celebram os milagres do êxodo do Egito. Numa noite que é diferente de todas

            - Sou Aviva, bem-vindo a minha casa.

            - Sou Rabina Mya.

            - Que maravilha.

Mya Lebeutch é a primeira mulher nascida em Israel a se torna rabina.

- Conheci vários rabinos, nunca uma mulher.

- Espero que goste da ceia, faremos o possível.

- Se tiver comida, ótimo.

- Claro. Prove isto e decida. Se sinta como se estivesse bêbado. Tem vinho suficiente?

- Para ser sincero, sim.

- Eu também acho.

- Anfitrião - Pessoal, o Seder de Pessach está começando. Vamos, sentem-se. Uma das tradições mais importantes do judaísmo e nossos ancestrais nos deram a ordem: “Vós não falareis ao celular durante o Seder”. Por isso temos essa cesta.

- Mya - Os monges que saíram do Egito, são chamados pelos hebreus de “Nesang” que vem da palavra “nesing” que significa milagres. São os monges dos milagres, o que simboliza o povo judeu e o povo enquanto entidade.

- Anfitrião - No Seder, nós lemos a Hagadá, e o Morgan, como convidado, comece com o pão da aflição. Ele vai ler o trecho do Pão da Aflição.

- Este é o pão da aflição que nossos pais comeram no Egito. Que entrem todos os que têm fome e comam e que venham celebrar a Páscoa. Este ano somos escravos, no próximo ano haveremos de ser livres.

A ceia de Páscoa celebra a ligação dos judeus com Deus. É uma ocasião para as crianças aprenderem a fundação da fé judaica. O Seder conta como os judeus fugiram da escravidão, com Deus combatendo os egípcios com uma série de 10 pragas.

- Rabina?

- Sim.

- A que se refere a palavra “páscoa”?

- na décima praga, a morte dos primogênitos, Deus mandou os israelitas colocarem sangue em suas soleiras. E o anjo da morte passou reto pelas casas dos hebreus e só levou o primogênito dos egípcios.

Muitos judeus acreditam que por Deus ter poupado os filhos deles era a prova de que são o povo escolhido. Mas esse não foi o único sinal divino.

- Mya - A fuga do Egito foi seguida do milagre da abertura do mar. Foram dois milagres: o mar se abrir diante dos hebreus e fechar para os egípcios. Deus quer que nos lembremos dos egípcios como filhos dele também. Ao por gotas de vinho em nossos pratos, estamos pondo gotas de pesar porque Deus perdeu tantos filhos enquanto salvava outros.

O reconhecimento que os milagres do Êxodo não beneficiaram a todos, me lembra Alcides Moreno. A vontade divina não é fácil de entender.

- O que pensa da ideia de uma serie de milagres?

- Mya – Não acho que o mar seria aberto para nós hoje. Quem me dera nos trouxessem a paz, mas a Bíblia não é um livro de história. É um livro de ideias. Mas podemos aprender com ela? O que podemos tirar dela? É uma forma de agradecer. De ensinar as crianças que nada é garantido, que é preciso agradecer. É bom ter pais, ter um teto sobre a cabeça.

- Provavelmente, o maior milagre de todos, é os judeus continuarem aqui.

- Mya – Quero que acreditem que milagres podem acontecer. Essa é a história.

Os israelitas viram a paz e os milagres como prova de que Deus se importava com eles. Nem todo judeu moderno crê nos milagres da Páscoa, mas estas histórias ainda os define como povo e essa tradição profunda e força moral os sustentou por milhares de anos, os fez superar tempos difíceis

Parece que os milagres de ontem são bem diferentes dos milagres de hoje. Esses grandes milagres registrados na Bíblia, como o sol parar, o mar se abrir, um peixe engolir um homem e depois o liberar vivo, parece que ninguém espera que isso possa acontecer.

O máximo que podemos esperar de um milagre nos dias de hoje, é a eleição de uma pessoa num país tão corrompido quanto o nosso, vencer sem nenhum apoio tradicional, sem o apoio da mídia ou do capital da corrupção.

Isso nos faz reforçar ideia de que o mundo espiritual está presente em nossas vidas e que de lá partem as definições para ser feita a vontade de Deus, conosco, pessoas que pretendem fazer o bem e seguir a verdade, como seus instrumentos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/12/2019 às 01h01
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