Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
06/08/2019 00h05
O   LIVRO NEGRO DO COMUNISMO – (03) IDEAL OU REAL

            Após o golpe de estado bolchevique na Rússia, este é o primeiro livro de referência sobre uma tragédia de dimensão planetária, com numerosos testemunhos, mapas, fotografias, e mapas das deportações.

Já se escreveu que “a história é a ciência da infelicidade dos homens”; a própria história parece confirmar séculos de violência entre todos os povos e estados. As principais potências europeias estiveram implicadas no tráfico de negros; a República francesa praticou uma colonização que, apesar de algumas contribuições, foi marcada por numerosos episódios repugnantes, e isso até o seu término. Os Estados Unidos permanecem impregnados de uma certa cultura da violência que se enraíza em dois dos mais terríveis crimes: a escravidão dos negros e o extermínio dos índios.

Um olhar retrospectivo impõe uma conclusão incômoda: apesar da vinda do Cristo, da divulgação em massa de suas lições, da aceitação pela maioria dos povos, principalmente ocidentais, o comportamento maléfico continua predominando sobre o potencial de fazermos o bem. Observamos uma escalada de violência nas últimas décadas, incompatíveis com o progresso tecnológico que alcançamos, se ao lado desse houvesse tido a evolução moral cristã. Houve catástrofes humanas como as duas guerras mundiais, o nazismo, sem falar das tragédias mais circunscritas, como as da Arménia, Biafra, Ruanda e outros países.

Com efeito, o Império Otomano entregou-se ao genocídio dos arménios, e a Alemanha ao dos judeus e dos ciganos. A Itália de Mussolini massacrou os etíopes. Os tchecos têm dificuldades em admitir que seu comportamento em relação aos alemães dos Sudetos, em 1945-1946, não esteve acima de qualquer suspeita. A própria Suíça é hoje alcançada por seu passado como o país que gerenciava o ouro roubado pelos nazistas dos judeus exterminados, apesar desse comportamento não ser em nenhuma medida tão atroz quanto o do genocídio.

O comunismo insere-se nessa faixa de tempo histórico transbordante de tragédias, chegando mesmo a constituir um de seus momentos mais intensos e mais significativos. O comunismo, um dos fenómenos mais importantes do século XX - que começa em 1914 e termina em Moscou em 1991 -, encontra-se no centro desse quadro. Um comunismo que preexistia ao fascismo e ao nazismo, e que sobreviveu a eles, atingindo os quatro grandes continentes.

O que pode ser designado precisamente com a denominação “comunismo”? Devemos, desde já, introduzir uma distinção entre a doutrina e a prática. Como filosofia política, o comunismo existe há séculos, e quem sabe, há milénios. Pois não foi Platão quem, em “A República”, fundou a ideia de uma cidade ideal na qual os homens não seriam corrompidos pelo dinheiro e pelo poder, na qual a sabedoria, a razão e a justiça comandariam? Não foi um pensador e estadista tão eminente quanto Sir Thomas More, chanceler da Inglaterra em 1530, autor da famosa Utopia e morto sob o machado do carrasco de Henrique VIII, um outro precursor da ideia dessa cidade ideal?

O método utópico parece perfeitamente legítimo como instrumento crítico da sociedade. Ele participa do debate das ideias - oxigénio de nossas democracias. Entretanto, o comunismo que é abordado nesse livro (O Livro Negro do Comunismo), não se situa no céu das ideias. É um comunismo bem real, que existiu numa determinada época, em determinados países, encarnado por líderes célebres - Lenin, Stalin, Mao, Ho Chi Minh, Castro, entre outros.

Qualquer que seja o grau de envolvimento das doutrinas utópicas anteriores a 1917 (Revolução Russa) na prática do comunismo real, foi este quem pôs em prática uma repressão metódica, chegando a instituir, em momentos de grande paroxismo, o terror como modo de governo. Isso faz com que a ideologia seja inocente?

Os espíritos ressentidos ou escolásticos sempre poderão sustentar que o comunismo real não tem nada a ver com o comunismo ideal, com as utopias. Evidentemente, seria absurdo imputar a teorias elaboradas antes Cristo, com os eventos que surgiram no decorrer do século XX. Entretanto, como escreve Ignazio Silone (escritor e político italiano), “na verdade, as revoluções são como as árvores, elas são reconhecidas através de seus frutos”.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 06/08/2019 às 00h05
 
05/08/2019 06h09
O   LIVRO NEGRO DO COMUNISMO – (02) BOAS E MÁS INTENSÕES  

Esse livro não quer justificar nem encontrar causas para as atrocidades cometidas pelo regime comunista ao redor do mundo. Também não pretende alimentar a polêmica entre esquerda e direita, discutindo fundamentos ou teorias marxistas. Ele procura, principalmente, dar nome e voz às vítimas e a seus algozes. Vítimas ocultas por demasiado tempo sob a máquina de propaganda dos Partidos Comunistas espalhados pelo mundo. Algozes muitas vezes festejados e recebidos com toda a pompa pelas democracias ocidentais, que parecem não ter conhecimento das atrocidades por eles perpetrados.

       Todos que de algum modo tomaram parte na aventura comunista no século passado, com boas ou más intenções, e que se estende por este século, estão, doravante, obrigados a rever as suas certezas e convicções. São chamados para se posicionar, ao lado do Cristo, do Cordeiro de Deus, ou dos Dragões da maldade, que representam os principais exércitos dessa batalha espiritual que atravessa séculos, desde a criação do homem.

Encontra-se, assim, um dos principais objetivos desse livro: à luz dos fatos que são revelados, o Terror Vermelho deve ficar bem claro na consciência de todos que ainda creem num futuro promissor para o comunismo, que ele pode levar à felicidade para dentro da humanidade. 

Surge então, a questão: como um ideal de emancipação e de fraternidade universal pode ter-se transformado, na manhã seguinte ao Outubro de 1917 (Revolução Russa), numa doutrina de onipotência do Estado, praticando a eliminação sistemática de grupos inteiros, sociais ou nacionais, recorrendo às deportações em massa e, com demasiada frequência, os massacres gigantescos? O véu da denegação, da ignorância, pode enfim ser completamente destruído?

A rejeição do comunismo pela maioria das pessoas que ainda permanecem com a consciência livre, após terem conhecimento da abertura de inúmeros arquivos que ainda ontem eram secretos, da multiplicação de testemunhos e contatos, é onde consiste a nossa esperança para o malogro das falsas narrativas socialistas. Esses documentos trazem o foco para o que seja amanhã uma evidência: os países comunistas tiveram maior êxito no cultivo de arquipélagos de campos de concentração do que nos do trigo; eles produziram mais cadáveres do que bens de consumo. Essa é uma conclusão que o leitor poderá assumir ao constatar os fatos apresentados e refletir: como podemos, nós seres humanos e cheios de defeitos morais, levar à frente uma ideologia saneadora desses males sem no entanto terminar contaminados por eles?

Uma equipe de historiadores e de universitários assumiu esse empreendimento, de levantar os dados históricos em cada um dos continentes e dos países envolvidos, de fazer um balanço o mais completo possível dos crimes cometidos sob a bandeira do comunismo/socialismo: os locais, as datas, os fatos, os carrascos, as vítimas contadas às dezenas de milhões na URSS e na China, e aos milhões em pequenos países como a Coreia do Norte, Cuba e o Camboja.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 05/08/2019 às 06h09
 
04/08/2019 00h03
O LIVRO NEGRO DO COMUNISMO -  (01) UMA REFLEXÃO

Encontrei este livro, “O Livro Negro do Comunismo”, escrito por Stéphane Courtois e colaboradores que traz importantes interpretações da história com grande impacto em nossas reflexões. Não poderia deixar de trazê-lo aqui para dividir essas reflexões com meus leitores, a partir introdução, contra capa e orelha.

Não colocarei aqui para não ferir direitos autorais. Aconselho os interessados a procurarem ler o referido livro.

Interessante como apesar desses fatos serem conhecidos e repassados, mesmo que de forma pequena, pois os seus defensores fazem de conta que esses resultados malignos não existiram e continuam forjando narrativas românticas para iludir as novas gerações

Publicado por Sióstio de Lapa
em 04/08/2019 às 00h03
 
03/08/2019 00h02
TESOUROS (18)

            Judas Iscariotes conhecia as escrituras e nelas bebia forças para sustenta-lo nas lutas consigo mesmo. Era dotado de sensibilidades, motivo pelo qual o Mestre o escolheu para discípulo. O Cristo sabia que ele iria trai-lo, que a profecia devia se realizar.

Judas era inteligente, sabia pelas pesquisas que Jesus era o Cristo, o Messias anunciado. Olhava para o Mar da Galiléia e se sentia pequeno diante da grande expansão de águas doces, filha do Jordão. Refletia, “por que, meu Deus, tanto tesouro no mundo, que tudo sobra, e o ser humano vive com tanta escassez, que são escravizados, com fome, dor e tristeza?”

Não podia pensar nisso, por fugir de si a solução. Notou que era hora de cumprir seu dever, junto com os outros discípulos do Mestre. Entrou no casarão onde se reuniam no final da tarde, e após a oração inicial feita por Natanael, sentiu vontade de perguntar a Jesus sobre os tesouros.

Mestre, acho que o meu dever com a minha consciência é saber a fundo o que me atormenta e talvez a muitos. Se não for incômodo, pediria que o Senhor nos favorecesse esta noite com uma orientação que tanto desejo: o que vem a ser o Tesouro para nós e por que o ouro é desordenado no seio dos homens?

Jesus estendeu seu olhar compreensivo ao discípulo e comentou, com sinceridade:

- Judas! Seria falta de respeito a Deus ver na Natureza somente miséria, nas coisas e em nós. Não existe carência de nada, pois quando Deus fez o mundo, jamais se esqueceu de supri-lo com tudo que as necessidades buscam. Quando achas falta de alguma coisa em determinado estágio de vida, é porque ainda não tens olhos para ver. A abundância é o padrão do amor.

‘Na verdade, Judas, parece haver certas faltas para o homem, mas é uma falta aparente porque o homem na posição em que está, é dado ao abuso, e como criança mal inclinada, precisa de mãos amigas para a tutela, e às vezes para uma corrigenda. Porém, vejas a abundância de ar que tens para respirar, uma das coisas mais necessárias da vida.

A água é encontrada em toda a parte, desde que se saiba busca-la. Os alimentos, quando o trabalho é ativo, são produzidos com grandes sobras.

            ‘A igualdade em que às vezes pensas, ainda não pode existir, porque no momento a desigualdade é o amor que faz vários tipos de raças conviverem e espíritos de quilates diversos ficarem juntos, uns aprendendo com os outros. Não gostas de servir na companhia dos Mestres do saber? Pois, se ombreasses somente no caminho da igualdade completa, terias o encontro, por justiça, só com coisas e pessoas que nada poderiam te ensinar. Seria uma tortura viver somente com pessoas do nosso mesmo padrão espiritual, com as mesmas inclinações.

            ‘Judas, meu filho. Todos os homens têm em suas mãos toda a riqueza de que precisam, e, quando a criatura vai crescendo em entendimento, vai crescendo também em abundância. A riqueza da vida pertence a todos, mas ela é administrada pela força maior.

Às vezes reclamamos demais a sua ausência e ela nos vêm por misericórdia. Abusamos e respondemos pelo abuso, e aí a ignorância nos faz nos revoltar contra quem somente quer a nossa felicidade.

Jesus deixou cair no ambiente algumas gotas de silêncio. Judas não parou de meditar. A imagem de Jesus, refletiu-se na sua própria consciência, repetindo as mesmas palavras ditas antes com carinho. O Mestre, complacente, argumentou novamente.

- Judas, já tiveste a oportunidade de notar a riqueza que tens dentro de si? Se um homem soubesse o que pode fazer com o poder que dorme na sua alma, valores doados por Deus, nosso Pai, ficaria feliz só com isso, que chamamos a riqueza das riquezas. Os pensamentos podem atingir estruturas inconcebíveis, Judas, a ponto de tudo se formar pela sua simples vontade.

‘O que compõe as coisas está disperso com abundância por toda parte, bastando uma ordem da qual o amor é a chave, para que digas: “Faça-se aquilo”, e aquilo se faça.

‘É bom que lembres como foi feita a criação, o que Moisés inteligentemente nos revela. Somos filhos d’Este que nos criou a sua mais perfeita semelhança.

‘A riqueza da criação ou cocriação nos pertence como a maior herança da vida e a maior riqueza que o amor de Deus nos deu, como seres humanos e espirituais. Não podemos ver as coisas pela sua simples aparência. É necessário que entendamos em espírito e em verdade, para que essa verdade nos liberte de todas as inquietações. Não podemos medir a felicidade alheia pelas coisas que os outros possuem, ou pela falta delas.

‘A carência da fortuna pode ser uma lição valiosa que despertar a verdadeira preciosidade no coração. É muito justo e de bom tom que nós não invejemos as situações dos outros, para que os outros não façam o mesmo conosco, fazendo com que o ambiente de constrangimento nos atinja.

Jesus deixou passar mais um pouco de tempo e continuou...

- Talvez, meu filho, não saibas o que buscas. Será que tens plena certeza de que, com o dinheiro em abundância, acabará toda a tua incompreensão? Com a mão cheia de ouro, a felicidade fará morada em tua consciência? Com muitos poderes, a paz reinará em teu coração?

‘Toda ilusão é passageira, principalmente quando se trata de almas que se abeiram do bem e que já começam a conhecer a verdade.

‘Na verdade, te digo que, se ganhares todo o mundo e se tiveres posse de toda a fortuna que queres, se fores o soberano de todas as criaturas da Terra e fizeres o que queres sem que ninguém te impeça, mas não tiveres paz na consciência, és o mais pobre de todos.

‘É necessário, Judas, que aprendas a ser rico por dentro, para que o teu coração aprenda a orientar os Tesouros por fora.

As feições de todos irradiavam alegria, achando a lição da noite muito propícia para a convivência diária. Mas Judas saiu sozinho da reunião dos discípulos, pensando em como conciliar uma coisa com a outra.

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em 03/08/2019 às 00h02
 
02/08/2019 04h26
SONHOS ATROPELADOS – NOURES 01

            O filósofo e pensador espiritualista Pietro Ubaldi dizia que existia no espaço, principalmente à noite, correntes de pensamentos que ele chamava “Noures”, que podemos captar e interagir com elas.

            Vou tentar praticar agora, neste período da meia-noite, a interação com correntes de pensamentos que chegam até mim e ativam energias potenciais e revigoram o corpo e alma, independentemente de suas origens, mas que tragam a sintonia nas emoções e sentimentos.

            Atropelei os meus sonhos, porque não tive tempo de sonhá-los.

            Venci as mágoas, por que? Porque não me permiti sentir dor.

            Convivi com os fracos, porque precisei ajuda-los.

            Suportei os falsos, porque fui verdadeira.

            E hoje sei a força que tenho para enfrentar qualquer obstáculo. Mas não estou preparada para ouvir dizer que faço algo por impulso ou instinto ou até prejudicar alguém, definitivamente não serei eu.

            Quem pode atropelar sonhos? O tempo!

Quem pode resgatar os sonhos? A esperança.

            Que trajetória interessante, ser agredida, mas não permitir sentir a dor e assim não ter motivos para ter mágoas.

            Ajuda ao fraco, uma missão divina, instrumento do Criador.

            Suportar a falsidade com a verdade, eis uma ação hercúlea. Pois a falsidade vem muitas vezes vestida de verdade e podemos sofrer essa ilusão por muito tempo, pensando ser verdadeiros, terminamos por aceitar a falsidade da mentira. Somente na arena íntima podemos ser verdadeiros com o que sentimos. Mas, será conveniente passar a verdade do que sinto para o outro? Mesmo porque não existe apenas um aspecto simples no pensamento e sim um encadeamento de possibilidades. O que deverei contar?

            Os obstáculos são colocados à nossa frente como teste de capacidade. Será que tenho força suficiente para enfrentar? Somente fazendo o teste! Sim, posso fazer o teste, mas devo saber quais são minhas particularidades. Se eu não tiver esse conhecimento e saber gerir minhas energias, não estarei capacitado para a vitória... ainda!

            Antes de ser uma alma que pensa, sou um organismo que vive. Este organismo é o veículo de minha alma. Devo saber como ele funciona para aprender a dirigi-lo. Ele tem um sistema motivacional chamado de prazer, que faz a gente procurar comida e sexo, entre outras coisas, em qualquer lugar. Também tem um sistema de funcionamento automático chamado de instinto, que promove uma reação rápida como forma de subsistência da vida, que se estende do fisiológico ao psicológico.

            Com base nesses conhecimentos e procurando viver dentro de um paradigma espiritual, com base no amor incondicional, vamos encontrar os diversos obstáculos que a vida nos oferece a cada momento. A cada momento desenvolvemos relacionamentos, onde cada pessoa tem suas estratégias de vida e de sobrevivência. O que para mim é caminho seguro, para o outro pode ser um obstáculo. Como manter um relacionamento sem saber o que para o outro é ou não obstáculo? Neste instante a verdade se faz soberana, é ela que irá mostrar onde estão os obstáculos e como podem ou não serem contornados. Se a tentativa de contornar ou retirar os obstáculos podem ou não trazerem prejuízos a um e ao outro.

            Eis a beleza da vida, esse jogo que o Criador nos capacitou a fazer, com as fichas da emoção e do sentimento, sabendo jogar no tapete da verdade, usando as energias faiscantes que fazem brilhar a alma e revigorar o corpo.

            Assim, passou por minha mente essas interessantes Noures, interagindo com o fluxo dos meus pensamentos, no momento que passava por mim a meia noite, a majestade do tempo.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/08/2019 às 04h26
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