Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
10/10/2019 00h08
MANIPULAÇÃO EM MASSA

            Para ser construído o Reino de Deus conforme Jesus anunciou, o egoísmo deve ser vencido dentro dos nossos corações. As forças instintivas da natureza animal são muito fortes e tendem a se organizar para os poucos que dominam o poder, manter afastado do ideal humano a grande maioria. Termina ambos os grupos, poderosos e explorados, afastados da condição de Família Universal que caracteriza o Reino de Deus.

            Irei apresentar as 10 estratégias de manipulação em massa, conforme idealizado pelo francês Sylvain Timsit, com base em Noam Chomsky, que dizia o seguinte: “Em um estado totalitário não se importa com o que as pessoas pensam, desde que o governo possa controlá-la pela força usando cassetetes. Mas quando você não pode controlar as pessoas pela força, você tem que controlar o que as pessoas pensam, e a maneira típica de fazer isso é através da propaganda (fabricação de consentimento, criação de ilusões necessárias), marginalizando o público em geral ou reduzindo-a a alguma forma de apatia” (Chomsky, N., 1993)

            Essas estratégias utilizadas diariamente pelas elites servem para afastar o rebanho de Deus do seu aprisco. Cabe a nós, cristãos mais esclarecidos, conhecer essas manobras, denunciá-las e partir para a construção do Reino de Deus, a partir do Brasil, sob o comando do anjo Ismael, como tal foi designado pelo Cristo, nosso governador sideral.

1. A Estratégia da Distração

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio, ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir o público de interessar-se por conhecimentos essenciais, nas áreas da ciência, economia, psicologia, neurobiologia e cibernética. Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais.

2. Criar problemas e depois oferecer soluções

Este método também é chamado “problema-reação-solução“. Se cria um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja aceitar. Por exemplo: Deixar que se desenvolva ou que se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas desfavoráveis à liberdade. Ou também: Criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3. A estratégia da gradualidade

Para fazer que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Foi dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas, neoliberalismo por exemplo, foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estratégia também utilizada por Hitler e por vários líderes comunistas.  E comumente utilizada pelos grandes meios de comunicação.

4. A estratégia de diferir

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária“, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Depois, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “amanhã tudo irá melhorar” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5. Dirigir-se ao público como crianças

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse uma criança de pouca idade ou um deficiente mental. Quanto mais se tenta enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como as de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade. ”

6. Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e finalmente no sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos.

7. Manter o público na ignorância e na mediocridade

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível de ser revertida por estas classes mais baixas.

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade

Promover ao público a crer que é moda o ato de ser estúpido, vulgar e inculto. Introduzir a ideia de que quem argumenta demais e pensa demais é chato e mal-humorado, que lhe falta humor de sorrir das mazelas da vida. Assim as pessoas vivem superficialmente, sem se aprofundar em nada e sempre ter uma piadinha para se safar do aprofundamento necessário a questões maiores. A ideia é tornar qualquer aprofundamento como sendo desnecessário. Pois qualquer aprofundamento sério e lúcido sobre um assunto pode derrubar sistemas criados para enganar a multidão.

9. Reforçar a auto culpabilidade

Fazer com que o indivíduo acredite que somente ele é culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, no lugar de se rebelar contra o sistema econômico, o indivíduo se auto desvaloriza e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E, sem ação, não há questionamento!

10. Conhecer aos indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem

No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, a neurobiologia a psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado sobre a psique do ser humano, tanto em sua forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior que dos indivíduos sobre si mesmos.

Nós do Yogui.co acreditamos que para se manter desperto e apto a tomar decisões sem sermos massa de manobra devemos nos autoconhecer, o caminho mais profundo de autoconhecimento é a meditação (ao nosso ver).

A simples tarefa de olharmos internamente para cada nuance de nosso ser e questionar cada célula, cada pensamento é o caminho básico para quem deseja despertar de toda essa manipulação que foi pensada para nos manter dispersos.

Quanto mais disperso o ratinho. Mais facilmente cai na ratoeira

Observamos assim que o embate prioritário que existe na sociedade envolve principalmente os aspectos materialistas do poder. As elites querem se manter onde estão e a massa, manipulada por essas técnicas, ficam longe do poder e mais ainda das lições do Mestre Jesus. Cabe a nós, espiritualistas de todos os credos, que respeitamos a Deus como nosso Criador e que queremos seguir as lições do Cristo, sair dessa dicotomia e construir a sociedade do Reino de Deus, conforme Ele nos ensinou, praticando inicialmente a Reforma Íntima em nossos corações.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 10/10/2019 às 00h08
 
09/10/2019 00h05
A BONDADE (27)

Judas Tadeu era um homem viajado, conhecia muitas cidades ao longo do rio Jordão, várias línguas, costumes, comércio. Quando jovem, 14-15 anos, se distraia pelas ruas de Jope, quando um velho, uma espécie de mago, o levou para sua cabana. Falou que seu nome era Basílio, tinha 98 anos, e que era seu dever revelar algo que a vida reservava para o jovem. O velho usou um cristal muito polido e brilhante e falou:

- Vi em volta de tua cabeça uma promessa para o futuro.

Tadeu via no cristal o nascimento de uma criança numa estrebaria, até a sua morte na cruz.

- Estás vendo? Diz o mago, tu és um que vai acompanhar esse Mestre, que é a luz do mundo.

O rapaz chorou e o velho advertiu para que essa imagem não saísse da sua mente, que acompanhasse esse personagem divino, que era o homem do Amor.

-Não digas nada do que vistes e ouvistes de mim, reforçou o mago, porque a vida tem segredos dispensados a poucos e que exigem silêncio aos ouvidos de muitos.

Passaram-se os anos. No dia em que encontrou Jesus, Tadeu reconheceu o mesmo personagem da bola de cristal.

Tadeu pensava muito na Bondade. Achava essa virtude uma segurança para os sofredores. Nos caminhos da verdade, ele já havia encontrado muita gente possuidora desse clima de Deus no coração.

Na reunião da noite, sentiu a inspiração de indagar:

- Mestre! Pelo pouco que faço não cabe a mim tomar o teu precioso tempo com perguntas que podem não ser ideais. Mas, o que é a Bondade? Qual sua ação benfeitora na Terra?

O Nazareno, tranquilo, respondeu com alegria:

-Judas Tadeu, a Bondade é uma marca de Deus em nossos corações. O homem bom sempre sabe de onde veio a sua Bondade e o que fazer para conservá-la. Essa virtude é uma das cordas do grande instrumento da vida, e uma das cordas do amor. Se queres irradiar uma melodia perfeita da vida que levas, deves afinar todas as cordas sonoras da alma, para que os dedos de Deus toquem em teu favor.

‘A Bondade é, sem dúvida, um princípio da escrita divina em nós, que nos leva à procura de outras da mesma linha. Contudo, o senso de equilíbrio nos leva a disciplinar essa disposição inspirada pela caridade. A Bondade não pode querer suprir as deficiências que somente o trabalho pode fazer, ou a dor que desperta, ou a corrigenda que conscientiza as pessoas.

‘Quem chega ao ponto de conciliar a Bondade com a justiça faz muitos prodígios na arte de educar as criaturas e, ao invés, como pensas, de afastar as pessoas, elas sentirão, mais tarde, a eficiência de mestre daqueles que andam sempre no fio da balança divina, dando o que devem dar, na hora certa; tirando o que devem tirar, no momento exato.

Houve silêncio. Muitos discípulos andavam exagerando no serviço de assistência. A Bondade estava virando fanatismo, que logo pode passar a ser conivência com certo tipo de vida contrária à moralidade e avessa à lei do trabalho.

Jesus voltou a dissertar:

- Nós, temos muitas coisas que poderemos destinar aos outros, sem envernizá-las com mesquinhos interesses. Todavia, mesmo que o desprendimento acompanhe as dádivas, a sabedoria e o amor nos asseguram que deveremos vigiar o que vamos entregar aos nossos semelhantes a quem vamos dar. A Bondade no lugar certo, é luz que se acende nas trevas, mas onde não chegou a hora pode ser incentivo para a miséria da alma. Já pensastes em se condoer dos insetos de todas de todas as espécies que vivem ao léu, nos campos, e leva-los para dentro de casa? Dos animais, que por vezes, estão enfermos? Dos mendigos que encontrais pelas ruas e estradas, leva-los para vosso convívio, dos doentes, ou dos assassinos ou leprosos, ou dos inconscientes às leis do país? Pois essa seria uma Bondade que se tornaria um distúrbio muito grande, de modo a impedir que alcanceis a vossa paz no lar e na consciência.

‘É muito grandioso ser bom, mas é muito melhor saber ser bom pelas linhas da fraternidade e da razão objetiva. Não estou querendo que esmoreçais na aquisição dessa virtude iluminada por excelência, porém que aprendais a dignificar a Deus pela inteligência que Ele vos deu, amparada pelos sentimentos. É bom que não passeis para nenhum dos extremos da sabedoria e do amor, porque nas margens encontrareis desequilíbrios. No centro das correntezas dos rios, as águas são mais puras.

‘Tadeu, se encontrastes muita Bondade nos teus caminhos, e estas facilitaram o teu bom desempenho, sê grato aos teus benfeitores, não com palavras, pois nem sempre eles podem ouvir, mas sendo bom na mesma temperatura da Bondade que recebeste. Fica sabendo que toda virtude desordenada é ninho de serpentes para o futuro.

‘Por isso é que meu Pai que está nos céus me enviou a vós, para que fundásseis na Terra um educandário onde podereis, com a ajuda da Boa Nova que vos trago da parte dEle, equilibrar as vossas emoções e enobrecer as vossas ideias. Controlar os pensamentos é iluminar a fala.

‘Todas as virtudes que ensinamos já são conhecidas na Terra, pois os profetas e os sábios as espalharam por toda a parte. Mas a Boa Nova de Deus é o educador comum que propicia, com mais amplitude, disciplina para todas as virtudes. Havereis de dar graças a Deus, mesmo que entregueis a vida como semente de luz para esplender nos corações, pelo sangue que derramastes, o interesse maior, de viver, mas de viver bem.

Quero e espero que todos vivais pela Bondade. Não obstante, que essa Bondade não ultrapasse as divisas do seu município, evitando perturbar a capital do coração e o comando da inteligência.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 09/10/2019 às 00h05
 
08/10/2019 00h03
ANOITECER

Caía a tarde, chegava a noite

Plena quarta feira em Natal

Quem diria, chegavam as trevas com alegria

Fim de tarde ao ar, em sintonia

 

Como posso unir o sol à lua

Se um é quente, a outra fria?

Ao longe o astro e o satélite se completam

E de perto se perdem, se destroem.

 

Eis o mistério do anoitecer

Dois corpos devem se distanciar

Mas como vencer a gravidade?

Se todos corpos sofrem atração?

 

A cidade luz debaixo do romance

Desperta frio na barriga, à boca da noite

Se o entardecer foge da luz

A noite chega cheia de sonhos.

 

O frio invade em meio à escuridão

O calor do dia dar espaço ao sereno

Congelado fica o coração

Das estrelas espera a compaixão

 

É tão singelo a troca de energias

O esconderijo do sol cavalheiro

Por entre as nuvens transmite a luz

Para a lua transmitir o brilho como espelho

Publicado por Sióstio de Lapa
em 08/10/2019 às 00h03
 
07/10/2019 00h03
PRINCÍPIOS E DOGMAS PESSOAIS

            Recebi do site do escritor espiritualista, Dalton Campos Roque, um texto retirado e editado por ele, na sua página www.consciencial.org, do site https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/principios-e-dogmas-a-etica-e-o-leito-de-procusto.htm. Vejamos o que é escrito, para nossa reflexão.

Princípios e dogmas pessoais, a ética e a inteligência

Muitas pessoas, ao defenderam posições extremadas que ferem o bom senso mais elementar ou que não admitem a possibilidade de avaliar possíveis exceções em determinados casos, alegam, geralmente, que estão apenas seguindo seus princípios éticos.

Tal conduta pode dar a entender que as pessoas capazes de ponderar caso a caso ou de levar em conta as circunstâncias são relativistas sem princípios. Ora, o fato de termos princípios não implica necessariamente que tenhamos de ser dogmáticos. Ou seja, achar que existem verdades absolutas válidas para toda e qualquer situação.

Princípios éticos são ideais regulativos a que “nada de empírico pode corresponder”, como dizia Kant. São modelos ideais que nos ajudam a definir metas possíveis, mesmo sabendo que os ideais em si mesmos jamais poderão ser realmente alcançados.

Um engenheiro que projeta trens sabe que se conseguir reduzir o atrito entre o trem e o trilho, obterá trens mais velozes com menor consumo de energia, mas sabe igualmente que um trem sem atrito é impossível, pois os trens viajam em um meio físico e não no vazio.

No caso de princípios éticos não é diferente. Precisamos de valores ideais, como justiça ou igualdade, para nos orientar em direção a sociedades mais justas e igualitárias, mesmo sabendo que uma situação de justiça ou igualdade absoluta é impossível. Pois nós, seres humanos, estamos sujeitos a contingências e limitações que sempre podem nos levar a cometer erros em nossos julgamentos e ações, levando-nos a tratar alguém de maneira injusta ou desigual.

Mas isso não significa que devemos ficar de braços cruzados frente às injustiças, pois se elas não podem ser eliminadas, pelo menos podem ser reduzidas – e quanto mais trabalharmos para isso melhor será a vida de todos.

O leito de Procusto - Limitação mental é viver dentro da caixa.

Algo bem distinto é desconsiderar os limites que a realidade nos impõe e obriga-la a se adequar aos nossos ideais, como fazem os dogmáticos. Para eles a pureza de seus princípios e a cega observância dos mesmos é tudo o que importa – e qualquer ponderação é vista como fraqueza ou traição a ser combatida.

Uma bela ilustração disso pode ser encontrada na mitologia grega: Procusto é um bandido que assalta viajantes e os obriga a se deitar em seu leito de ferro. Caso a vítima seja maior que o leito, Procusto amputa o excesso de comprimento: se é menor, estica. Como nenhuma pessoa é exatamente do tamanho da cama, ninguém sobrevive.

De modo semelhante agem aqueles que tentam obrigar a realidade a se adequar as suas crenças, aos seus imperativos morais, pouco lhes importando o sofrimento ou até mesmo a morte de outras pessoas.

Muitos usam como subterfúgio para seus atos o argumento de que seguem a vontade de algum deus igualmente intransigente e sanguinário. Mas será que pode existir um deus assim? Um deus que castiga seus filhos, ao invés de compreendê-los e amá-los? Ou será que pessoas ou grupos dogmáticos querem na verdade obrigar o próprio Deus a se deitar em um leito de Procusto?

Assim seguem os intransigentes em seus dogmas políticos, em seus purismos doutrinários, em suas “verdades relativas de ponta”, em sua intransigência dogmática, seja qual for: religiosa, cética, materialista, política, econômica, etc.

Excelente texto! Importante fazermos a vigilância íntima para evitar cairmos no dogmatismo de emparedar nossas convicções como se verdade absoluta fosse. Sofro o impacto emocional de alguns amigos que desenvolvem a forte convicção política que estão certos e que estou totalmente envolvido nas mentiras que existem do outro lado. Não seria melhor nós, amigos que somos, deixarmos de lado o dogmatismo de nossas convicções e avaliarmos com neutralidade os fatos sem contaminação de narrativas tendenciosas?

Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/10/2019 às 00h03
 
06/10/2019 00h03
A PURA VERDADE

            Ao ler o livro “Jornal Nacional – a notícia faz história”, de Memória Globo, de Jorge Zahar Editor Ltda. 2004, vejo no terceiro parágrafo do prefácio que tem o título – A Pura Verdade, escrito por João Roberto Marinho, vice-presidente das organizações Globo e presidente do Conselho Editorial, que diz o seguinte:

            Foi o que Roberto Marinho fez ao longo de toda a sua vida, tendo ao seu lado os irmãos, Ricardo e Rogério Marinho. E é exatamente o que meus irmãos, Roberto Irineu e José Roberto, e eu procuramos fazer até hoje.  Desde o começo, meu pai buscou profissionais competentes, não importando o matiz ideológico. “Os comunistas de Roberto Marinho” não são apenas parte do folclore político, mas a prova de que, para meu pai, importava mais a capacidade de trabalho do que as divergências do pensamento. Ao lado disso, assim como A Noite, de Irineu, O Globo, de Roberto Marinho sempre foi mais voltado para a notícia do que para o debate pseudo-intelectual, muitas vezes estéril, tão em moda nos jornais do início do século XX. Ele tinha a convicção de que a um jornal não cabe formar opinião, mas oferecer ao leitor as informações relevantes para que ele forme suas próprias opiniões. Isso nunca significou abdicar de suas opiniões, mas estas tinham seu lugar adequado nos editoriais do Globo.

            É este jornalismo que não conseguimos ver nas organizações Globo, pelo menos hoje. Onde estão tantas ações positivas feitas pelo atual governo federal que não constam de suas pautas? Onde estão as informações relevantes necessárias para formamos nossas opiniões independente da tutoria de quem quer que seja?

            Esta forma de tratar a notícia nos dias de hoje, é como se fosse colocada em destaque a Mentira vestida com as roupas da Verdade, da parábola que vimos no texto anterior. A Verdade continua circulando entre a gente, mas como fere ao pudor, por se mostrar nua e crua, muita gente vira o rosto, o raciocínio, e prefere seguir as narrativas que chegam travestidas da Verdade.

            Porém, temos uma alternativa hoje, no florescer das redes sociais com tantos canais de comunicações. Podemos ir em busca daquelas fontes que mais se adaptam à verdade conforme intuímos e verificamos pela razão, lógica e coerência. Por exemplo, como aceitar uma fonte que tenta desconstruir um governo que, por sua vez, tenta desconstruir toda uma rede de corrupção que ainda infesta nosso país? Confesso que me sinto, ao ter contato com narrativas tendenciosas, como se tivesse sendo puxado pela orelha para atender a vontade de um padrasto que tem intenções muito diferentes do meu verdadeiro pai. Assim, acredito, existem muitos como eu.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 06/10/2019 às 00h03
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