Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
09/01/2019 02h12
MÍDIA E BOLSONARO

            Estou digitando as falas de um vídeo que circula nas redes sociais e que tentam destruir o potencial que Bolsonaro representa para a presidência da República em 2018.

            “O Bolsonaro não vai ter nem 1%, hoje ele está mais ou menos com 4% das pesquisas, mas a gente vai chegar em 2018 e Bolsonaro vai ter 1%”.

            “Bolsonaro é evidentemente uma piada, para se tornar presidente da República, só faltava essa. É evidente que isso vai desidratar.”

            “Ele perde para todos os candidatos mais influentes.”

            “Por causa do temperamento, eu já falei sobre isso, ele desidrata por falta de condições políticas, por falta de partidos, de capilaridade, de base, não se ganha eleição em rede social. Quando a campanha começar pra valer, quando a máquina de moer do sistema começar a girar, a máquina do estado, ele vai ser moído. Não tenho dúvidas disso!”

            “Urgente! Deu no IBOPE. Bolsonaro é o candidato mais rejeitado e não ganha de ninguém no segundo turno. É isso mesmo, Bolsonaro perde para o PT no segundo turno!”

            “Bolsonaro perde para qualquer candidato. Essas candidaturas meio folclóricas não resistem ao segundo turno: Jânio Quadros, Paulo Maluf, isso não passa mais porque não conseguem maioria, só olhar a rejeição. A rejeição do Bolsonaro é enorme. Tudo que o PT quer é o Bolsonaro no segundo turno, porque é o passaporte para o PT voltar. Então você vota no Bolsonaro e elege o PT. O Bolsonaro não dá conta do PT, vai perder para o PT...”

            “ E por isso no segundo turno ele perde para todo mundo e só empata com a Marina. Quem leva é o Haddad. E aí, tem muito a ver com essa questão da democracia e do risco, do medo do resquício da ditadura, e tal.”

            “Nesse sábado foi o início da derrota do Jair Bolsonaro (Eles vão fazer barulho. Eles não passam de 30%. Podem fazer o barulho que eles quiserem, mas eles sabem que numa situação normal eles não ganham eleição nenhuma. Numa situação de confrontação normal eles simplesmente não ganham eleição. E esse é o problema, pois até com facadas eles não ganham a eleição. Vai ter outro tipo de expediente, sei lá, mais treze facadas e ele consegue chegar a 51%)”

            “A realidade é que as pessoas têm só um reflexo do que é o Bolsonaro. Eles estão começando a conhecer o Bolsonaro agora e o Bolsonaro já está começando a cair nas pesquisas. Aqui em São Paulo ele já caiu já.”

            “Também não acho que seja um candidato para vencer as eleições. Nem Lula nem Bolsonaro.”

            “Plenamente sozinho... mas nenhuma pessoa para dizer: boa Bolsonaro! Mas que triste.”

            “-Uma em cada cinco pessoas vai votar no Bolsonaro. -Você não conhece ninguém que vai votar no Bolsonaro?”

            “Eu acho que Bolsonaro não disputa, e se disputar não tem chance, porque na hora, sabe, as pessoas terão vergonha de dizer que vão votar numa pessoa tão reacionária.”

            “Manchetes de Jornais – Porque Bolsonaro não tem chances em 2018, por Adriano Oliveira. -Bolsonaro não é nome certo para segundo turno, diz pesquisador (cientista político em Harvard aposta na queda de Bolsonaro, vê Haddad cada vez mais competitivo e acredita em polarização PT x PSDB no segundo turno) -Bolsonaro será engolido pelos demais bem antes do início da campanha no rádio e na TV, onde terá espaço irrisório e não terá apoio sequer de um único partido grande. -Bolsonaro não tem condições de ganhar no segundo turno. -Alckmin diz que Bolsonaro não vai para o segundo turno das eleições. -Bolsonaro já está em queda, diz guru do DEM. -Porque Jair Bolsonaro provavelmente não irá para o segundo turno em 2018. -Bolsonaro bateu no teto e não tem forças para se eleger. -Porque Bolsonaro não será candidato à presidência. -Para cientista político, quem declara voto em Bolsonaro deve migrar para PSDB. -Bolsonaro “jamais terá base” para vencer eleição, afirma Tarso Genro. -Estudo da USP revela: Haddad tem 99,4% de chance de vencer.”

            “Vocês erraram, vocês estavam errados, a estratégia de vocês é uma merda, vocês não sabem nada, não conhecem a temperatura das ruas, não conhecem a população, não conhecem a história que está sendo vivida aqui.”

            “Quando eu vim prá cá de carro, eu vinha perguntando pra todo mundo que eu conhecia na rua em quem a pessoa ia votar, e uma coisa surpreendente: de dez pessoas, nove vão votar no Lula, hahahaha... uma vai votar no Bolsonaro!”

            “...Vai ser criado o outro lado. Eu não sei se esse outro lado vai repousar na figura do Bolsonaro, não se que tenha expressão nacional maior.”

            “Como é que uma pessoa vai compor maioria com indivíduos, ao invés de partidos? -O Bolsonaro é uma candidatura a ser condenada por todos os democratas brasileiros, seja eles de direita, esquerda, centro-esquerda... esse deve ser um ponto de unidade de todas as demais forças políticas do Brasil.”

            “Acho que o Bolsonaro é um tosco, uma tragédia pro país e fico muito triste em ver que 15, 20% do eleitorado cogita a votar numa pessoa dessa, mas acredito que ele tenha um teto, um teto que não vai permitir que ele seja uma ameaça aos valores republicanos, aos valores democráticos. Mas é sintoma que precisa ser considerado. Não podemos simplesmente negligenciá-lo e imaginar que porque ele não vai ganhar a eleição, ele não signifique alguma coisa. Ele não tem nenhuma visão estratégica da questão de segurança. Eu repito, a minha sensação é que ele tem um teto...”

            “Esse sonho seu de ser presidente vai ficar alimentado por uma turma de radicais, mas você nunca vai conseguir a maioria (ao fundo se lê: Entenda porque tantos odeiam Bolsonaro).”

            “Numa perspectiva real, o que vai acontecer, eu não imagino... -A candidatura dele vai esvaziar, ele não tem partido, ele tem uma série de pontas mal atadas no seu passado, tem um histórico muito complicado...”

            “Meu problema com Bolsonaro não é a força que ele tem e que vai usar para o mal, ele não é forte, é um candidato à presidência muito fraco.”

            “Esse maluquinho, Bolsonaro, ele vai diminuir, o cenário vai ser outro, provavelmente... ele vai ser candidato, tem direito.”

            “Ele sabe que não tem a possibilidade de ganhar um cargo executivo. Ele ganha, mas para um cargo executivo não. O Bolsonaro não ganha para prefeito, nem para governador, nem para presidente.”

            “Dificilmente você vai conseguir a maioria da população, você vai sonhar a vida inteira em ser presidente e não vai conseguir ser sequer prefeito de uma cidade pequena.”

            “Ele tem chance, sabia? -Tem nada, nada, é abaixo do ridículo, é patético...”

            “Chega a informação de que Jair Bolsonaro está eleito presidente da República. Parabéns ao presidente eleito. (fala do Jornal Nacional e por trás os números: Jair Bolsonaro, PSL, 55.205.640 votos, 55,54%; Fernando Haddad, PT, 41.193.523 votos, 44,46%)

            Podemos observar a avalanche de notícias e falas de pessoas capazes de influir na opinião pública, no sentido de desacreditar um candidato. Políticos, cientistas, artistas, todos colocando uma opinião com a máxima certeza, veiculados maciçamente pela mídia. Isso destruiria um candidato que tivesse sintonizado com as atitudes que o povo consciente rejeita. Os corruptos de todas as cores e ideologias foram descobertos e impugnados pela sociedade, pelo povo que encheu das ruas de diversas cidades brasileiras, pedindo a mudança de tanto roubo e punição dos culpados. Qualquer um que tivesse algum tipo de projeção política e sintonizasse com esse clamor das ruas, teria apoio do povo, como aconteceu com Bolsonaro. Os eminentes cientistas e demais comentaristas, devem estar hoje envergonhados de terem se passado por papel tão deplorável, de mentiroso ou de inocente útil.

            Fica a lição: não confiar numa determinada narrativa só porque alguém famoso a defende ou algum acadêmico, cientista a apoia. Procuremos fazer nossa própria pesquisa e avaliar o conteúdo psíquico de quem defende algo ou alguém.

           

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 09/01/2019 às 02h12
 
08/01/2019 02h01
ASSASSINO ECONÔMICO (03) - GUATEMALA, 1954

            Quando Árbenz virou presidente da Guatemala o país se encontrava sob o jugo da empresa Unitet Fruit. Grandes cooperações internacionais e Árbenz abraçava o seguinte discurso: “Queremos devolver a terra para as pessoas.” E assim que ele assumiu o poder ele estava implementando políticas que fariam exatamente isto, devolver o direito sobre a terra ao povo. A United Fruit não gostou muito disso, e então contratou uma empresa de relações públicas para realizar uma grande campanha nos EUA para convencer o país, o povo... os cidadãos dos EUA, a imprensa dos EUA e o Congresso dos EUA de que Árbenz era uma marionete soviética. Se permitissem que ele continuasse no poder, os soviéticos teriam uma vitória. Naquela época havia um grande temor na cabeça de todos, do terror vermelho, do terror comunista... Para encurtar a história, a partir dessa campanha de relações públicas surgiu um comprometimento da parte da CIA e dos militares de derrubar esse homem. E de fato conseguimos! Enviamos aviões, enviamos soldados, enviamos chacais, enviamos tudo que podíamos para derrubá-lo. E conseguimos. Assim que ele deixou seu gabinete o sujeito que o sucedeu, basicamente devolveu tudo para as grandes corporações internacionais incluindo a United Fruit.

            Observamos aqui uma disputa focal quanto a um produto: frutos da terra. Um país que produz através de seus cidadãos e cujo suor não é suficiente para viverem com dignidade. Mais do que justo que o líder dessas pessoas lute pelo resgate de suas dignidades exigindo o preço justo por seus produtos. Pagar mais por esses produtos implica na empresa que faz a intermediação diminuir seus lucros ou aumentar o preço no mercado consumidor. A outra opção é retirar esse líder de cena e colocar outro que mantenha o status quo de antes. Essa foi a decisão da empresa intermediária, e para isso jogou parte dos seus lucros dentro da mídia do mercado consumidor para destruir a reputação de quem ameaçava seus lucros. Não colocava para esse mercado a real situação do que acontecia. O povo, inclusive seus líderes, terminavam absorvendo essas informações trazidas pela campanha de difamação e o caminho para a destituição do líder rebelde estaria sendo tomado. Aqui entra um ingrediente da mais alta importância para nós que queremos usar nosso senso crítico dentro da justiça, dentro dos princípios cristãos. O poder que a mídia possui em formar a opinião pública e que essa direcionada por falsas narrativas termina trazendo prejuízos ao redor em benefício das elites que a patrocinaram. É importante que o povo tenha um sentido crítico afiado, que tenha acesso à verdade dos fatos, para que possa se manifestar a contento, como vimos acontecer aqui no Brasil na atual eleição de presidente. Colocarei em seguida a transcrição de um vídeo que está sendo divulgado nas redes sociais abordando essa questão, que a força da mídia levando falsas narrativas, não consegue se impor a população que tem conhecimento dos fatos e decide pelo caminho mais apropriado.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 08/01/2019 às 02h01
 
07/01/2019 02h01
ASSASSINO ECONÔMICO (02) – IRAN 1953

            Continuação da entrevista com o economista John Perkins.

            A introdução do assassino econômico começou mesmo no começo dos anos 50 quando Dr. Mohammad Mossadegh, escolhido democraticamente, foi eleito no Irã... Ele era considerado “A Esperança da Democracia” no Oriente médio ou do mundo. Ele foi o Homem do Ano da revista Time. Porém... uma das questões que ele trazia e queria implementar era a ideia de que as petroleiras internacionais deveriam pagar muito mais ao povo iraniano pelo petróleo que estavam retirando do Irã e de que o povo iraniano deveria se beneficiar do seu próprio petróleo. “Política estranha?” Claro que não gostamos disso, mas tivemos medo de fazer o que estávamos fazendo, que era enviar os militares. Em vez disso, enviamos um agente da CIA, Kermit Roosevelt, parente de Teddy Roosevelt, e com alguns milhões de dólares, ele mostrou-se muito eficiente e em pouco tempo Mossadegh foi deposto e substituído pelo Xá do Irã que sempre foi favorável ao petróleo, e isso funcionou muito bem.

            REVOLTA NO IRÃ – Noticiário (Bombas explodem perto do Irã, um oficial do exército anuncia que Mossadegh se rendeu e seu regime como ditador virtual do Irã acabou. Fotos do Xá são exibidas pelas ruas à medida que os sentimentos mudam. O Xá é bem-vindo em seu lar.)

Aqui nos Estados Unidos, em Washington, as pessoas olharam aquilo e disseram “uau, aquilo foi fácil e barato!” Então se estabeleceu um modo novo de manipular países, de criar impérios. O único problema de Kermit é que ele era um agente da CIA identificado e se ele tivesse sido pego, as implicações poderiam ter sido muito sérias. Então naquele momento, tomou-se a decisão de usar consultores privados para canalizar o dinheiro através do Banco Mundial ou uma das outras agências de treinar pessoas como eu, que trabalham para empresas privadas. Assim, se fôssemos pegos, não haveria consequências governamentais

Essa é uma engenharia que precisamos avaliar com cuidado. Os EUA capitaneou essas operações de compra por um preço baixo o petróleo que é útil não só para os EUA e sim para os países do ocidente, cujo aumento de preço termina por aumentar o custo de vida da população. Olhando por este prisma, é uma ação positiva para nós, moradores desse lado do mundo. Os EUA estariam protagonizando algo positivo para todos nós. A intenção de Mossadegh de beneficiar o seu povo passava pelo prejuízo causado a um maior número de pessoas? A sua população estaria prejudicada pelo preço baixo do petróleo ou por uma má distribuição de renda? Fenômeno esse que pode acontecer tanto lá quanto cá? O movimento promovido pelo EUA de retirar tal pensamento do poder não seria de manter o status quo que se aplica em todo o mundo? O desvio de recursos financeiros para grupos mais fortes e que mantem subjugados a maioria da população, trabalhando essa para manter o fluxo das mordomias das elites e tentando sobreviver no limite da sua força? Isso justifica a inteligência das elites desenvolver estratégia como “assassino econômico” para preservar seus interesses. Nós, povão, iremos nos rastros dessa caminhada, sem desenvolver uma estratégia que nos retire desse destino: ser escravo das elites. Somente a aplicação na prática das lições do Mestre Jesus, trazendo a reforma íntima para os nossos corações, livrando-os do egoísmo, é que sairemos dessa situação, construiremos a família universal, sem necessidade desses conflitos em busca de hegemonia, e consequentemente, construindo o reino de Deus além dos nossos corações.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/01/2019 às 02h01
 
06/01/2019 01h49
ASSASSINO ECONÔMICO (01) – SOFISTICAÇÃO DO CRIME

            Muito pertinente o pensamento de John Perkins, economista, sobre o assassinato de nações motivado pela manutenção e ampliação do poder econômico, que encaixa bem com nossas atuais reflexões sobre a Revolução Russa. Vejamos...

            “Há dois modos de subjugar e escravizar uma nação. Um é pela força, o outro é pelas dívidas” (John Adams, 1735-1826).

            Nós, assassinos econômicos, de fato fomos os responsáveis pela criação desse primeiro império realmente global. Trabalhamos de muitas maneiras diferentes. Talvez a mais comum seja identificar um país que tem recursos como o petróleo. E em seguida, conseguir um empréstimo enorme para esse país através do Banco Mundial ou uma de suas organizações irmãs. Só que o dinheiro nunca vai realmente para o país. Ele acaba indo para nossas grandes corporações para criar projetos de infraestrutura nesse país. Usinas de energia, parques industriais, portos... coisas que beneficiam uns poucos ricos desse país e também as nossas corporações, mas não a maioria das pessoas. Entretanto, essas pessoas, o país inteiro acaba ficando com uma enorme dívida. A dívida é tão grande que eles não conseguem pagá-la, e isso é parte do plano... eles não podem pagá-la! Então, num certo ponto, nós assassinos econômicos vamos lá e dizemos “ouça”, “você perdeu muito dinheiro, não vai conseguir pagar sua dívida, então...” “venda seu petróleo bem barato para nossas petroleiras”, “deixe-nos construir uma base militar em seu país...”, “envie tropas para apoiar uma das nossas, em algum lugar do mundo como o Iraque, ou vote na gente na próxima cúpula da ONU”. Pedem para privatizar sua companhia elétrica e vender seu sistema de água e esgoto para corporações americanas ou outras corporações multinacionais.

            Então, é uma coisa que só cresce, e é tão típico, esse modo como o FMI e o Banco Mundial operam. Eles colocam o país em uma dívida, aí eles se oferecem para refinanciar a dívida e então refinanciado está, e cobram mais juros. E eles exigem esse “escambo” que é chamado de condicionalidade ou boa governança, que basicamente significa que eles têm que vender seus recursos, incluindo muitos serviços sociais, suas empresas de serviços básicos, as vezes seus sistemas educacionais, seus sistemas penitenciários, seus sistemas previdenciários... para corporações estrangeiras. Isso é um ganho duplo, triplo, quádruplo!

            Observamos o surgimento de um novo tipo de assassino... mais sofisticado e muito mais daninho à evolução humana. O egoísmo que é o germe latente que habita em nós, quando adubado por recursos financeiros e poder; torna-se cego aos prejuízos que causam aos irmãos, considerados estes como animais, bestas de carga. A organização de um pequeno grupo de elite, detentor do poder e das finanças, se reúne para deliberar sobre a sorte de milhões de pessoas, sem um pingo de consideração sobre suas dignidades. Quando alguém mais coerente surge do meio desse povo, adquire conhecimentos e coragem suficiente para fazer o enfrentamento, logo é destruído pelas armadilhas sorrateiras que se colocam na sua frente. Uma situação que se fortalece a cada dia. O Evangelho do Cristo, bem cumprido, seria uma alternativa para vencermos essa tendência e iniciarmos a criação do Reino de Deus. Utopia?

Publicado por Sióstio de Lapa
em 06/01/2019 às 01h49
 
05/01/2019 02h01
TROTSKY (09) - FINANCIAMENTO DA REVOLUÇÃO

            Série Netflix.

            A cena se desloca para um passeio arborizado onde Alexander caminha ao lado de um patrocinador de suas causas e interesses.

            - A. Plekhanov é importante, mas está velho. Não é muito racional apostar nele. Eu apostaria em Lenin. É mais confiável na escolha dos meios.

            - P. Lenin é muito teimoso e obcecado com vingança. Isso pode atrapalhar o objetivo principal.

            - A. Temos outra opção.

            - P. É mesmo? Pelo que eu sei, o movimento revolucionário russo só tem Plekhanov e Lenin.

            - A. É verdade. Um novo sujeito está ganhando poder nos círculos revolucionários. Se investirmos nele...

            - P. Não temos tempo. Não sei quando haverá outra guerra, mas haverá. Estamos no século 20. Não é possível ganhar só com canhões. Precisamos de influência para desestabilizar a Rússia. Por outro lado, se transformarmos esse Trótski no nosso revolucionário... É uma ideia interessante. Quanto dinheiro precisamos para quebrar a Rússia com uma revolução?

            - A. Essa pergunta é sempre difícil de responder. Mas eu acho que... um bilhão de marcos seria suficiente.

            - P. Eu queria lhe perguntar, Gelfand. Por que escolheu o nome Alexander Parvus? Tem vergonha da sua origem judia?

            - A. Tenha um bom dia.

            - P. Até logo.

            Mais uma lição interessante. Costumamos ver a revolução como um movimento ideológico, romântico, onde se procura o bem comum, a libertação do homem escravizado seja de qual maneira for. Não pensamos que por trás do movimento revolucionário existe investimento financeiro de magnatas de qualquer coisa que quer fazer o seu dinheiro render. E o dinheiro vai render com o trabalho antes escravizado que era direcionado para alguém e agora deve ser direcionado para outro alguém, com a melhora das condições de vida de quem vivia sem qualquer dignidade. Isso não deixa de trazer certo tipo de evolução para todos os envolvidos. O perigo é quando os novos dirigentes, aqueles que conseguiram tornar vitoriosa a revolução, esquece esses princípios norteadores da ação e se tornam iguais ou piores que aqueles senhores do passado. E como o povo mal alimentado e mal-educado pode se precaver quanto a isso? Muito difícil. Apenas com a aplicação do Evangelho ou algo parecido, poderemos evoluir sem esse risco. Será esse o papel do novo Brasil que estará surgindo?

Publicado por Sióstio de Lapa
em 05/01/2019 às 02h01
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