Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
29/08/2018 23h59
SEXO E COMPROMISSO

            Toda ação que fazemos tem uma consequência, como um remédio que tomamos com determinado objetivo, mas que irá ter efeitos colaterais. O sexo também tem suas consequências, e por isso é importante que seja associado a algum tipo de compromisso.

            Quando não existe compromissos por ocasião do ato sexual, dívidas podem ser contraídas pelo espírito, gestor daquele corpo que se tornou vítima ou ofensor. Quando essas dívidas não são pagas aqui no mundo material, no mesmo período existencial de ambos os envolvidos, elas são transferidas para o mundo espiritual onde a sabedoria divina irá administrar a melhor forma de compensação em novas reencarnações.

            Por esse motivo, os abusos sexuais cometidos no passado surgem hoje como limitações as mais diversificadas, físicas, emocionais ou sociais; os desgastem do passado surgem como carências do agora. Não podemos esquecer, como orientava o mentor espiritual André Luiz: “Se beneficiamos ou prejudicamos alguém, estamos beneficiando ou prejudicando a nós próprios”.

            O espírito reencarnado existe aqui no mundo material como se tivesse prisioneiro, emboscado nos tecidos carnais, onde sofre a imperiosa necessidade de crescimento, com frustrações e ansiedades as mais diversas. Distúrbios e falsas necessidades surgem na tela mental responsável pelas aspirações e investidas que o atormentam sempre.

            Por esse motivo, a questão essencial no panorama do sexo não diz respeito à continência ou à concessão emocional, mas a maneira como se cultiva uma outra condição.

            Nesse particular, é urgente o processo de educação mental em relação ao aparelho genésico, sublime santuário de perpetuação da espécie na Terra.

            O espírito procura tentativas de solução, daí vem a abstinência matrimonial através do celibato, sem o respeito, no entanto à castidade.

            Lembrar que celibato significa um estado em que determinada pessoa se compromete em não se casar ou manter relações sexuais, enquanto castidade significa abstenção completa dos prazeres do sexo.

            O padre Fábio disse em uma de suas homilias que “Deus me mostra, Ele me indica, por meio de minha sensibilidade, quais são as pessoas que podem trazer algum risco à minha castidade. Eu não me refiro somente ao perigo da sexualidade. Eu me refiro também às pessoas que querem me transformar em propriedade privada”.

            Em sociedade, procuramos algumas formas de controlar essas dificuldades. Uma delas é promover a castidade, porém sem amor aumenta ainda mais o problema, pois o amor é disciplinante e educativo, e sem ele, o celibato e a castidade criam desajustes por causa da constrição, criam desajustes e aflições dificilmente abordáveis como chega a ser o caso da pedofilia dentro da Igreja Católica.

            O amor livre, outra forma de se tentar uma solução para a força instintiva do sexo, convoca o corpo e a mente ao retorno a selvageria instintiva, condimentada com toda sorte de concessões e amesquinhamentos, em que se corrompe e perverte, impondo futuros renascimentos marcados pela desventura e anormalidade.

            As consequências do celibato sem a devida abstinência sexual, é que o homem se despudora, pois já está consciente que a desobediência é um tipo de crime; da castidade sem a educação moral é que leva o homem ao desequilíbrio; e o abuso sexual leva fatalmente a desequilíbrios que implicam em correções ao longo das reencarnações.

            Qualquer atitude extremista, pela liberação ou pela contensão, opera desarmonia e perturbação com lamentáveis consequências que se estendem após o desencarne, em processos de sombras e aflições.

            Como sempre a Natureza, o retrato de Deus, nos dá exemplos para cada lição que devamos conscientizar: as águas que, embora represadas recebam um contínuo fluxo de suas nascentes, transbordam com graves consequências, quando as comportas não lhes deixam seguir o fluxo para espraiar-se pelos vastos campos; a chama indisciplinada que saltita irresponsável, pode tornar-se causa de incêndios calamitosos e devoradores; o pântano desprezado, em estagnação, se converte em abismo de morte que a todos ameaça.

            Dessa forma, também o sexo indomado ou incorreto, constitui ameaça ao homem que o porta, fazendo-se grave problema sociológico e genético. Lembremos que o sexo é destinado aos nobres objetivos da vida, mas degenera-se, quando incompreendido, em fator aniquilante, comprometendo gerações inteiras. O sexo em desalinho, torna-se causa de conflitos diversos, geratriz de guerras e crimes.

            Hoje, parece que vivemos na Terra a hora do sexo. O sexo vive na cabeça das pessoas, parecendo haver saído da organização genésica onde se sedia. Naturalmente, o pensamento é força atuante e desencadeadora da função sexual. Estímulo sexual excessivo reduz o indivíduo apenas às imposições reais ou estimuladas do sexo em desalinho, conforme vem acontecendo, transformando o homem em escravo dessa função pervertida pela mente e atormentada pelas fantasias mórbidas.

            Este, infelizmente, é o panorama que prevalece na Terra: vive-se mais em função do sexo do que ele em função da vida; pensa-se, fala-se, cultiva-se o sexo como se o ser humano fosse destinado unicamente à função sexual, sem outro objetivo; por isso, o desespero e a anarquia moral campeiam soberanos.

            Compreendamos, pois, que o sexo reside na mente como uma necessidade biológica, criada pelo próprio Deus (Natureza), e vai expressar-se no corpo espiritual, o gestor de nossas ações, e consequentemente a expressão no corpo físico. Este deve ser um santuário de amor frente à vida e, em razão disso, ninguém pode escarnecer dele, desarmonizando-lhe as forças, sem escarnecer ou desarmonizar a si mesmo.

            Ouçamos os conselhos espirituais importantes para a melhor administração dessas forças instintivas do sexo: utiliza o amor, na elevada expressão do companheirismo e permuta com a alma que elegesses para caminhares na vida, a tua expressão de saúde vital e moral, tecendo sonhos de ventura indestrutível para o futuro imortal; não te deixes conduzir pelas falsas e imaginosas conjecturas da emoção em desequilíbrio, que podem ser inspirados do mundo espiritual pelos atentos verdugos da paz, desencarnados que nos seguem atraídos por nossos pensamentos de conúbios amorosos de ilicitude, justificando tardios reencontros espirituais, em consequente deserções do dever; não te afastes do compromisso assumido, alegando necessidades de libertação sem avaliar a responsabilidade moral; saibas que o cumprimento do compromisso conjugal é uma forma de castidade libertadora; a situação que vives e desfruta é a que merece, e aproveitá-la sabiamente é a honra que disputas; e, se encontrastes no ideal que defendes o campo de estímulos fraternais para a nobre preservação dos deveres elevados do sexo que acalentas, cultua o trabalho e o bem, convertendo suas disponibilidades em energias nervosas revigorantes, para que a virtude da caridade, essa venerável ginástica do espírito, te conceda os louros sobre a luta que travas na intimidade.

            Finalmente, guardemos essa grande lição espiritual: nosso sexo pode ser comparado aos nossos olhos, requerendo idênticos e especiais cuidados. Para que vejamos, é necessário que o raio de luz atinja a câmara óptica. Para que vivamos equilibrados, servindo a Jesus, deixa que os fortes estímulos do nosso equilíbrio sexual, como luz de harmonia interior cultivada na dignidade evangélica, atinjam a câmara da tua visão espiritual, oferecendo-nos panoramas jamais antes imaginados, como libertação real e ascensão legítima, a que aspiramos.

            Mas, se no exercício da renúncia sexual que te dedicas, isso te deixa triste e hipocondríaco, não vaciles em obedecer a prescrição de Paulo de Tarso: “Mas, se não podem conter-se, casem-se. pois é melhor casar do que abrasar-se. (I Cor 7;9)”. Entender aqui o casar, como uma forma de liberar os instintos sexuais dentro de um compromisso moral com o parceiro envolvido.

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em 29/08/2018 às 23h59
 
28/08/2018 23h59
PERDÃO, A TRILHA DE CADA DIA

            Allan Kardec escreveu que “o egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade é a fonte de todas as virtudes”. O perdão é das mais gratificantes virtudes, associado intimamente ao amor, a marca de Deus dentro de nós. A incapacidade de perdoar está ligada aos nossos valores materiais, aos instintos, ao Ego, ao culto à personalidade. Por isso vamos encontrar sempre como sua característica as falsas noções de caráter, o estímulo ao egoísmo, os conceitos retrógrados repetidos maquinalmente, e a manutenção do clima de ódios e mágoas em nome da honra.

            Observamos que na base cognitiva daquela pessoa incapacitada de perdoar, uma dignidade equivocada frente aos valores espirituais. Verificamos uma forte consideração ao próprio Eu, exibe paradigmas de valores que exigem esforços dos outros para aceitar uma “verdade” que pertence ao outro, e não interpreta com justiça a elevada posição da honradez quando alicerçada em valores morais.

            Visto assim, iremos encontrar ações contraditórias no comportamento humano. Pode a pessoa pensar em agir com dignidade, mas termina reagindo em nome da honra; não percebe que a violência perde a força com o choque do “não revide”; e que o crime se inibe e desaparece diante do amor. Existe uma tendência de a pessoa humana ser valorizada como uma coisa e não enxergar em cada um a sua dignidade moral e espiritual.

            O amor tem a força da verdade e a razão a força do bom senso. Estas podem ser consideradas a base para o perdão, pois o desrespeito cessa quando desabrocham os ramos vigorosos da saúde moral, e o caduco direito da força sucumbe ao imperativo da força do direito e da verdade.

            Por outro lado, a base para o ódio são as suscetibilidades que infestam o homem e que o prendem a compromissos nocivos com a inferioridade espiritual. É necessário que sejamos despojados de toda cultura perniciosa para que sejamos incluídos em seminários de enobrecimento. O perdão irrestrito e incondicional tem primazia no programa evolutivo de todo homem que busca espiritualizar-se.

            O contrário do perdão, a vingança, tem os seus gatilhos de início: uma fagulha de ira que pode atear fogo num depósito de ódio latente; uma palavra de cólera que oferece combustível para desmandos injuriosos; aborrecimento conservado que é antipatia em elaboração; suspeita que não cessa, pois é declive derrapante para a inimizade; e, a animosidade sempre vitalizada que é semelhante a úlcera pútrida nos tecidos orgânicos. Suas emanações venenosas empestam aqueles que se acercam, ampliando o campo da virulência. Suspeita e dúvidas levam à animosidade e ódio.

            No “Evangelho segundo o Espiritismo” vamos encontrar no capítulo IV o seguinte texto sobre a Cólera: No seu frenesi, o homem colérico se volta contra tudo, a própria natureza bruta, aos objetos inanimados, que espedaça, por não o obedecerem. Ah! Se nesses momentos ele pudesse ver-se a sangue frio, teria horror de si mesmo ou se reconheceria ridículo. Que julgue por isso a impressão que deve causar aos outros. Ao menos pelo respeito a si mesmo, deveria esforçar-se, pois, para vencer essa tendência que o torna digno de piedade.  

             Espinho cruel a ferir sem compaixão é a palavra de quem acusa; cáustico e corrosivo é o verbo na boca de quem relaciona defeitos; veneno perigoso é a expressão condenatória a vibrar nos lábios de quem malsina... borralho escuro, ocultando a verdade, às vezes por não ter consciência da verdade, é a maledicência destrutiva.

            Somente o amor nas bases em que o postulou Jesus, dispõe de recursos para a conservação da honra no esmero do caráter cristão. Evitemos a maledicência que dilata o círculo das malsinadas suspeitas, buscando aquele que talvez ignore o mal do qual nos supomos vítima, esclarecendo a dúvida, pondo por término à sementeira da aversão em começo...

            Está escrito por Mateus uma das lições de Jesus, em 5;25 – Concilia-te depressa com o teu acusador, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao fiscal, e te encerrem na prisão.

            Concilia-te depressa, pois hoje o ofensor está contigo, amanhã talvez não... agora é o momento de desculpar, depois o tempo terá agravado o mal. Possivelmente quem te magoa carrega pesado tributo de desequilíbrio emocional sob tormentos que desconheces.

            Perdoa hoje e já. Faze mais: ama o verdugo da tua harmonia íntima, da tua honra.

            Na Erraticidade do mundo espiritual se movimentam, infelizes e sediosos, aqueles que desencarnaram vencidos pelo ódio, corroídos pela azedia do ciúme e dominados pela paixão.

            Lembremos sempre o quanto perdoou o nosso Mestre Jesus: traído pelo companheiro Judas, obsidiado pelas trevas; do governador Pilatos, indiferente por cegueira moral; de Pedro acovardado pela hipnose obsessiva; dos amigos distante na hora derradeira do calvário; e da turba desenfreada, tão beneficiada e tão ingrata, escolhendo um criminoso ao invés daquele que tanto bem espalhou por onde andou.

            Esta foi a lição mais poderosa do Cristo, pois perdoando a todos que o perseguiam, pedindo ao Pai, clareou as mentes obnubiladas pelas trevas com o corretivo incorruptível do amor, em festa de luzes que continuam a iluminarmo-nos através dos séculos.

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em 28/08/2018 às 23h59
 
27/08/2018 23h59
LAVAGEM CEREBRAL

            Estamos em plena campanha política aqui no Brasil e as mentiras sempre são veiculadas para favorecer alguns candidatos que se prestam a esse tipo de expediente. Um exemplo de tal comportamento foi o que aconteceu com o PT e os partidos de esquerdas que o acompanham. Foram jogadas nas últimas quatro campanhas políticas muitas mentiras que pegou muita gente de surpresa, inclusive eu, que acreditava na primeira eleição do Lula, na sua sinceridade e integridade moral. Quando houve o escândalo do mensalão e a sua constante defesa de que não sabia de nada do que se passava no seu gabinete, entre os principais assessores, percebi que a mentira campeava dentro desse governo e consequentemente, eu que defendo a verdade, não poderia compactuar com isso. Passei a votar nos outros candidatos de oposição, mesmo que percebesse neles também muita hipocrisia. Mas, pelo menos o meu voto contribuiria para retirar do poder uma influência que eu já considerava nefasta.

            Agora, depois que a justiça mostrou tantos roubos na forma de corrupção, com milhões do nosso suado dinheiro sendo desviado para bolsos inescrupulosos ou governos de idêntica ideologia, fico surpreendido o quanto existe de pessoas que ainda defende o autor de tamanha roubalheira que deixou o país numa das maiores crises de sua história. Poderia até entender aqueles pobres, miseráveis, sem instrução, que vivem pela sobrevivência, que dependem de uma bolsa que consideram um grande benefício de pessoas que querem manipulá-los, e mesmo assim defender tais pessoas. Mas como compreender que pessoas inteligentes, que não estão comprometidas com tais crimes, não consigam ver as mentiras e que os possíveis benefícios que possam receber, ou que vejam outros receberem, tem todos uma base criminosa, ideologicamente perversa e mentirosa? Acredito que essas pessoas entraram sem querer dentro de um processo de lavagem cerebral que geralmente obedece a alguns parâmetros. É importante que reconheçamos essas técnicas para poder nos proteger e usar com liberdade o nosso livre arbítrio, dirigindo-o para onde manda nossas convicções, quer seja para o bem ou para o mal.

            Mensagens subliminares que podem ser utilizadas em propagandas políticas, levando a um candidato criminoso ser avaliado como um santo, uma personalidade benemérita e não nociva como na realidade é...

            Repetição persistente de uma mentira para que se atinja o velho ditado de que ela se transforme em verdade. Dessa forma, palestrantes dos mais diversos tipos conseguem fazer com que seu público seja convencido de diversas “verdades”. Geralmente, os oradores começam seus discursos baixando a confiança dos ouvintes, acusando seus adversários dos crimes que eles cometem, e começam a mostrar que o melhor jeito de superar os problemas relacionados é seguir os passos do palestrante. Pelo menos metade da plateia se deixa levar pelas frases impactantes, pelos discursos vagos que podem ser encaixados na vida de qualquer pessoa. Assim, todos se sentem imersos no assunto e enxergam a salvação no orador.

            Ritmo e progressão também é uma técnica muito usada em lavagem cerebral. O uso de frases e sons ritmados, capazes de fazer com que os ouvintes sejam imersos na atmosfera que o orador está criando. Quanto maior a multidão, mais fácil se torna esse processo, desde que o palestrante conheça e domine as práticas utilizadas. Músicas calmas de fundo conseguem prender a atenção das pessoas, ao mesmo tempo em que podem incitar a fúria ou a paz, dependendo da intenção dos locutores. O ritmo da fala também deve seguir alguns padrões: os palestrantes geralmente começam ternos e vão ganhando paixão com o decorrer do tempo, até chegar ao ápice. Essa progressão rítmica raramente falha em multidões.

            E finalmente, o merchandising, que a todo momento podemos ver na televisão, sempre mostrando o que algum candidato tem de benéfico e outro tem de maléfico. Vejamos o que estão fazendo com o candidato mentiroso, corrupto e preso pela justiça, comparado com o capitão do exército, ficha limpa e sem constrangimento em dizer a verdade que a população deseja ouvir...

            É importante refletir se nossa mente não está sendo modificada enquanto assistimos televisão, ouvimos rádio ou palestras na internet. Não deixemos que nosso livre arbítrio seja manietado pelas mentiras que constantemente nos bombardeiam.

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em 27/08/2018 às 23h59
 
26/08/2018 23h59
MONITOR DE JESUS

            Na academia existe a prática da monitoria. Quando um aluno se dedica a uma disciplina, se inscreve para a monitoria, isto é, tem a responsabilidade de estudar ainda mais aquele assunto para ajudar os alunos novatos a comprenderem o que é ensinado.

            Na vida podemos fazer o mesmo, principalmente no campo espiritual. Sabemos que o Pai nos enviou diversos espíritos de escol, com a missão de nos educar nas virtudes, nos princípios espirituais, todos eles com base no Amor.

            Aqui no ocidente, entre nós do Brasil, prevalece o Jesus Cristo como um desses avatares que chegam ao mundo. Jesus começou a sua missão de ensinar sobre o amor, informando que era filho de Deus e que o Reino dos Céus já estava próximo. As suas lições, práticas e teóricas, forma compiladas por diversas pessoas que conviveram com Ele ou que colheram de quem ouviu ou testemunhou os seus atos. O clero cristão escolhe 4 desses relatos para servir de base à divulgação dos seus ensinamentos: os evangelhos segundo Mateus, Marcos, Lucas e João.

            Desde pequeno, ainda criança fui introduzido na Igreja Católica, o primeiro livro que tenho lembrança de ter lido, foi a Vida de Jesus. Quando fui servir à Marinha do Brasil, passei por muitas dificuldades emocionais e procurei abrigo espiritual no Templo Evangélico. Depois que fiz o vestibular e entrei para o curso de Medicina, passei um período de dúvidas sobre a existência de Deus, eu queria uma prova de Sua realidade. Mesmo assim lia os escritos espirituais das diversas fontes, ocidentais e orientais. Encontrei um autor muito interessante, ligado à Doutrina Espírita, que através de perguntas e respostas, dava muitas explicações muito coerentes. Curioso, procurei conhecer a literatura da Doutrina Espírita, e o primeiro livro que li, O Livro dos Espíritos, dissipou as minhas dúvidas sobre a existência de Deus, colocando de forma filosófica, todo o nosso desenvolvimento na vida, tanto quanto matéria como espírito. O outro livro que fui ler, O Evangelho Segundo o Espiritismo, veio dar interpretações mais coerentes e profundas dos textos evangélicos, e o terceiro, O Livro dos Médiuns, trouxe a fenomenologia do mundo espiritual de forma mais organizada e preparada para a investigação científica.

            Dentro desse contexto, passei a respeitar o Mestre Jesus como a maior autoridade espiritual que interagiu diretamente conosco. Suas lições apesar de simples, podem tomar diversas facetas e serem utilizadas até de forma contraditória. Como aprofundei esses estudos um pouco acima do geral, posso reivindicar o posto de monitor, estudar mais à fundo e passar essas lições na forma de reflexões para o cristão que querem também aprofundar os estudos e reconhecerem a verdade dos princípios cristãos.

 

 

 

 

 

 

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 26/08/2018 às 23h59
 
25/08/2018 23h59
O TARADO DA CASA

            Joaquim morava com sua esposa e duas cunhadas. A primeira, Cíntia, mais jovem, 18 anos, e a segunda, Frida, mais madura, 25 anos, namorava, trabalhava, tinha sua independência.

            Eles sempre moravam juntos, desde que casaram há 8 anos. Mas agora Joaquim sentia uma forte atração pelas cunhadas. Tinha uma boa relação com a esposa a quem amava e sabia que aquele desejo tinha uma base puramente instintiva, que não deveria procurar atende-lo.

            Essa forte convicção ética de Joaquim servia de barreira para que ele não se aproximasse das cunhadas com segundas intenções. Acontece que os instintos não desaparecem apesar do bloqueio racional.

            Certa noite Frida entrou em crise. Seu namorado, com quem tinha esperança de noivar, achava que estava perto e que iria casar, resolveu romper a relação. Desesperada e chorando compulsivamente, procurou Joaquim para desabafar. Este pegou o seu carro e foram conversar, sozinhos, dentro do carro estacionado na beira mar. Joaquim chegava a abraça-la de forma fraterna, de enxugar suas lágrimas, de dizer palavras de conforto e encorajamento. Não avançou um milímetro sequer em qualquer atitude imprópria dentro daquela circunstância. Mas os instintos estavam em efervescência, queriam apenas uma chance, uma palavra de incentivo da parte dela para ele então entrar em ação. Mas o espírito de Joaquim estava atento, se ele não percebesse nenhuma ação nesse sentido, ele não permitiria a iniciativa. Mas Frida não tinha nenhum interesse no homem da irmã, estava simplesmente sofrendo o forte estresse da perda do namorado.

            O tempo passava e Joaquim observava durante a noite, a proximidade das cunhadas nos seus quartos e o sofrimento de Frida. Seus instintos sempre na espreita à espera de uma sinalização. Joaquim jamais usaria da força ou ameaças para atender seus desejos. Cíntia, a mais jovem é quem dava mais possibilidades dessa sinalização. Mas era por quem Joaquim levantava maiores bloqueios. Sabia que Cíntia era mais ingênua, totalmente dependente, não trabalhava, e qualquer iniciativa nesse sentido iria provocar uma reação que pelo sim, pelo não, seria ruim para ela. A sua posição evangélica não permitiria que ele fizesse mal ao próximo, fizesse aquilo que não queria para ele. Agora, com Frida era diferente. Frida estava sofrendo uma separação que para ela foi injusta, tinha o seu emprego, era independente. Uma iniciativa dele nesse sentido poderia trazer benefício para ela, para atenuar a dor da sua perda.

            Foi esse tipo de raciocínio que foi tomando corpo e minando as barreiras éticas que Joaquim tinha formado. Até que chegou a noite que essa racionalização venceu os últimos obstáculos racionais e Joaquim foi até o quarto de Frida. Ela estava dormindo, ele se aproximou sorrateiramente, se agachou ao lado da sua cama tocou no seu braço para acordar e fazer o convite que nem mesmo ele sabia o que dizer. Estava sendo empurrado pelos instintos e a parte racional esta obnubilada. Frida acordou, estremunhada, perguntou o que era aquilo. Intimidou Joaquim que balbuciou que queria falar consigo, palavras trêmulas entrecortadas... talvez isso tenha provocado mais medo em Frida que passou a gritar a plenos pulmões e assim acordar a casa.

            Pronto! O cenário estava montado. Criminoso e vítima lado a lado. Testemunhas revoltadas. O julgamento foi rápido, a pena imediata. Tarado! Devia ficar sob monitoria constante, todos os quartos da casa trancados e informar aos demais interessados do círculo familiar o perigo que existia naquela figura aparentemente tão atenciosa.

            Esse julgamento doméstico, familiar, estava coerente com a moral cultural da sociedade em que estavam os envolvidos.   

            A justiça humana foi aplicada, mas está coerente com a justiça divina?

Publicado por Sióstio de Lapa
em 25/08/2018 às 23h59
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