A Reforma Íntima é uma das maiores conquistas que o homem pode realizar. Parece uma coisa fácil, algo que pode ser feita internamente, dentro do próprio ser, que não necessita de trabalho externo, de alguém fazer a reforma pela pessoa, como quando contratamos um pedreiro pra reforma determinados aspectos de nossas casas.
Mas, ledo engano, como é difícil a tarefa da Reforma íntima! Primeiro, porque a nossa principal tendência é ver os erros dos outros e tentar consertá-los. Conseguimos ver o argueiro no olho do próximo e não vemos a trave que está nos nossos.
A Associação de Moradores e Amigos da Praia do Meio (AMA-PM), consiste num laboratório cristão que se desenvolve nessa comunidade. As lições evangélicas que recebemos de diversas formas devem ser praticadas dentro da comunidade, apesar de todos os obstáculos que iremos ter pela frente.
Hoje tivemos a oportunidade de estudar a maledicência, dentro dos nossas atividades espirituais, de acordo com o texto que foi publicado neste espaço no dia de ontem. Observamos o comportamento de um maledicente, o cuidado que devemos ter ao ficar de pessoas com essas características.
Foi ai que surgiu uma polêmica sobre o evento de um bazar que foi realizado no ano passado e foi ressaltado o comportamento inadequado das pessoas que não fizeram com que entrasse o dinheiro que se imaginava. Essa opinião foi colocada com tanta ênfase que gerou reações emocionais em outras pessoas que estavam presentes e que tinham outra opinião. O clima ficou pesado!
Então, nós como estudantes do Evangelho temos que fazer essa reflexão: o comportamento de crítica aos moradores ou companheiros que participaram do evento, foi uma atitude cristã ou de maledicência? As pessoas que ficaram no foco de suspeitas, foram tratadas com compaixão ou com desconfiança? Caso essas pessoas tenham algum tipo de dificuldade, e sempre tem, foram ajudadas ou rechaçadas? A nossa atitude dentro da comunidade é para promover a Reforma Íntima nos moradores ou para lutarmos em fazer a nossa própria Reforma Íntima? Mesmo que tenha havido desonestidade dentro desse trabalho, qual o nosso papel enquanto cristão? Ir em busca do suspeito e fustiga-lo com nossos argumentos hostis? Procurar ver no suspeito se realmente existiu desonestidade, e qual foi o motivo que causou o pecado? Nossa atitude deveria ser policialesca ou fraterna? Condenar ou absolver?
Lembro de uma cena de um filme muito interessante, chamado “El Cid”. Dom Rodrigo, o El Cid, saiu em uma incursão com os filhos do rei e foi atacado por um destacamento do exército opositor. Na luta, El Cid e seus companheiros venceram e o filho do rei, açodado, queria logo destruir o inimigo. Mas El Cid orientou o perdão, e disse que qualquer um poderia tirar uma vida, mas somente uma alma bem elevada poderia doar a vida.
Isso ficou sempre em minha mente, a importância do perdão, o poder entre tirar ou doar a vida. Então, dentro das devidas proporções, é isso que se encontra aqui. A capacidade de perdoar aquele que caiu, que cometeu algum pecado, um tipo de crime.
Longe da maledicência, de promover a acusação e falar até coisas que não podem ter existido, que sejamos fiéis as lições do Mestre, que vejamos o que há de bom no suspeito que pode até ser inocente, e tanto quanto nós podem estar lutando para sair do meio das labaredas que atormentam suas vidas.
Há muitos tipos de agressores, entre eles os agressores verbais e aqueles que soltam acusações. Na agressão verbal vale lembrar a seguinte frase: “se você não tem nada agradável para dizer, fique de boca fechada.” O problema é que sempre alguém tem algo desagradável para dizer, que de um jeito estranho deve ser agradável para si mesmo, porque ferir o outro traz alegria para quem precisa ser feliz.”
Sobre os acusadores, podemos lembrar a atitude de Jesus frente a turba que levou para ele uma mulher acusada de adultério. Era uma armadilha, pois se o Mestre perdoasse a mulher estaria indo de encontro a Lei de Moisés, que defendia esse tipo de punição. Se condenasse a mulher, estaria indo de encontro às suas próprias lições sobre a Lei do Amor. O Mestre permaneceu cabisbaixo, rabiscando algo na areia, e simplesmente advertiu: “quem estiver sem pecado, que atire a primeira pedra.” Aquelas pessoas ficaram intimidadas pela autoridade de Jesus, e sabendo em sua consciência que também eram portadores de inúmeros pecados, logo todos se dissolveram, ficando apenas a mulher e o Mestre. Esse perguntou a ré, onde estavam seus acusadores. Ela disse que todos foram embora. Então Ele disse, eu também não lhe acuso, vai embora e não peques mais.
Esta lição nos mostra o quanto estamos comprometidos com erros que não conseguimos evitar, e portanto não devemos ser tão rigorosos com o próximo que talvez tenha cometido um pecado menor do que aquele que está em nossa consciência.
O maledicente é aquela pessoa que, do ponto de vista espiritual, se assemelha a um vaso cheio de podridão, cujos vapores infestam o ar e prejudica quem está próximo. Tem a visão empanada pela treva da suspeita, intranquilidade e dúvidas. Não consegue perceber a fluidez do Amor que pode passar por perto dela, e nesse ponto o escritor William Shakespeare deu uma boa contribuição: “Duvida que o sol seja claridade; duvida que as estrelas sejam chamas; suspeita da mentira na verdade; mas não duvida deste que te Ama.” Ele mostra a importância do Amor, que jamais pode ser colocado em dúvida.
Os maledicentes elaboram conceitos negativos e fazem-se armas destruidoras, dispara dardos venenosos em todas as direções. Alimentam as sombras com negros prognósticos e jogam ácidos nas feridas recém abertas. Eles não poupam ninguém. Examinam com precipitação, conclui apressadamente e divulga com azedume. As vidraças da alma estão sempre sujas e não vê o sol que brilha e o caráter limpo do próximo que se mantém justo.
Chico Xavier já advertia, que devemos fugir à maledicência, que o lodo agitado atinge a quem o revolve; também Mahatma Gandhi dizia, “assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, por menor que seja, estraga nossa vida.”
Qual deverá ser nossa atitude cristã frente a essas pessoas? Devemos eleger o silêncio e a prece com prioridade, evitando ferir ou protestar com os estímulos delas. Devemos nos precaver do mal e da peçonha das acusações indevidas, evitar censurar, pois também temos limitações. Quando não tivermos nada de bom para dizer, simplesmente devemos nos calar.
Pois, olhando essas pessoas maledicentes por outro prisma, onde está a verdade? Será que aquele que arde nas labaredas do erro, pode estar lutando contra as chamas, cuja censura nossa vai alimentá-las? Será que quem tombou vítima do pecado, pode estar lutando para se recuperar, e nossas acusações são forma de peso que lhe arrasta ainda mais para o fundo do poço? Será que o náufrago moral, que se debate na tormenta, irá precisar do fel de nossa língua para o deixar definitivamente afogado?
Ao invés de ser o carrasco implacável, podemos ser aquele que leva água ao incêndio voraz, que estende a mão ao acidentado moral e se presta como tábua de compreensão ao desarvorado.
Temos que observar bem para poder agir. Identificar em cada coração algo positivo, mesmo que haja muita ferrugem ao redor; não precisa de pressa para observar o espirito que se debate no cipoal de instintos da carne; acendamos a lâmpada da bondade onde a noite se estende; reconheçamos que os infelizes já se encontram justiçados pela própria providência.
Sê tu a clara face da manhã para eles, os desorientados da trilha do Bem, em nome do radioso sol do Amor que nunca se põe em nossos corações. O Dalai Lama já fizera essa importante observação: “Amor, compaixão e preocupação pelos outros são verdadeiras fontes de felicidade.”
O Mestre também ensinava em suas parábolas, com muita compaixão, ao falar do “Bom Samaritano”, do Óbolo da Viúva”, do “Filho Pródigo”, do “Semeador”, do “Cobrador de impostos”, do “Centurião Estrangeiro”, da “Mulher Adúltera”, entre tantos outros exemplos.
Mas um só pecado ele condenava com veemência, a maledicência, a hipocrisia tão presente nos escribas e fariseus do seu tempo.
É um pensamento lógico imaginarmos que cada um de nós deve manter um foco naquela que surge na sua consciência como uma vocação, mesmo que esteja ligada hereditariamente às funções dos pais. Mesmo assim existe as influências do meio ambiente que pode redirecionar uma possível tendência hereditária, mas acima de tudo isso está colocado as influências divinas coordenadas pelo Pai, que apresenta diversos caminhos onde cada um pode trilhar, com menor ou maior esforço, com menor ou maior precisão no objetivo divino.
Tenho o meu exemplo, o meio familiar e social em que fu criado e educado, jamais iria supor que eu chegaria a ser médico, professor universitário e elaborador de textos como este. Porém, acima de tudo estava o Pai divino e a minha vocação. Aproveitei os caminhos que Ele me ofereceu, entrei até em algumas trilhas políticas, mas recuei, pois vi que o propósito de Deus não estava ali. Recuei para meu reduto universitário para exercitar o meu livre pensar, e cada vez mais me aproximei das trilhas espirituais onde via com mais clareza a vontade de Deus.
Chego agora num momento político grave onde o meu país se encontra em grave crise financeira, administrativa e principalmente ética. Os valores tão poeticamente difundidos da República, parece que se dissolvem no ar, e o que subsiste são os interessem egoístas de grupos minoritários em função de suas fortunas ou ideologias. O que é mais grave, o próprio processo educativo onde todos nós somos formados, se mostra corrompido por ideologias que fogem ao interesse popular e usam a miséria para alavancar um tipo de poder, absolutista e tirano, que chaga às raias e profundidade do holocausto.
Neste momento sou chamado a me posicionar. Sei, do ponto de vista espiritual, que quanto mais sabemos, mais responsável nos tornamos. Pois bem, tenho agora uma fagulha da verdade histórica do meu país, sinto que fui enganado por todos esses 65 anos de vida, defendendo até causas que nas suas origens são indefensáveis...
Uma dessas causas é a República. Porque me tornei tão defensor dos valores republicanos se nunca tive uma comparação honesta com os valores imperiais? Porque a família imperial é tão combatida, enquanto ninguém percebe os interesses de tantas famílias que lutam para atingir esse mesmo nível de poder, só que com outro nome e outras formas de exercer o poder?
Então surge a motivação para a construção deste texto. A motivação que cada um possui desde o berço para o exercício de alguma função. Entre essas funções está a de legislar, julgar, administrar uma comunidade ou uma nação, todas sempre dentro de algum nível de atitude política. Dessas, a mais complexa é a administração de um país, portanto, aqueles vocacionados dentro de determinada família deveriam ser preparados desde a infância, para o exercício do cargo. Fica compreensível que todas as famílias de determinado país não poderiam ser preparadas para o seu governo. Portanto fica lógico a importância de uma Monarquia, uma família preocupada principalmente com os interesses da nação, e não com os seus próprios interesses, como acontece hoje na República.
Sei que esse tema é por demais extenso e entra em diversos vieses, impossível de serem todos abarcados neste simples artigo. Mas teremos oportunidade de seguir adiante.
O impeachment que desalojou o PT do poder no Brasil, desencadeou uma série de reações em diversos setores que se sentiam beneficiados pelas ações políticas desse partido, mesmo que manchadas pela corrupção. O setor que mais chama a minha atenção é a Universidade, pois esta é o cérebro da nação, e se deixou contaminar pelo marxismo cultural. Assim acontecendo, a Universidade perde a sua missão de focar no universo e passa a militar sobre os interesses particulares, e pela lógica dos beneficiados, o grande objetivo a ser defendido é o partido que os favoreceu, não importa a ética de como isso aconteceu.
A essência da Universidade é se debruçar sobre todos os fatos disponíveis e procurar desenvolver o raciocínio mais lógico possível. Claro, o raciocínio mais lógico para alguns pode ser menos lógico para outro grupo que tenha uma linha de raciocínio diferente. Os argumentos dos dois grupos, ou mais, tem que ser identificado pela Universidade (pesquisa) e em seguida repassados, todos eles, aos alunos (ensino) e inclusive ampliar essa forma de comportamento para além dos muros dos campi (extensão).
Quando determinado grupo aparelha a administração universitária e passa a defender com exclusividade os interesses do seu partido, esse grupo consegue destruir o ideal universitário e qualquer pessoa que percebe esse grupo atuando, logo identifica a particularidade que o identifica.
Essa situação esdrúxula dentro da Universidade chega a tal ponto que criminosos identificados e condenados pela Justiça, são ainda defendidos e elogiados dentro das atividades acadêmicas; jargões como, “isso é golpe” passa a ser aceito sem um mínimo de consideração a todo esforço jurídico e parlamentar para conduzir um processo de impeachment que está previsto na Constituição.
Fico a perguntar... onde está o raciocínio lógico que deveria ser a tônica universitária? Porque os melhores cérebros da comunidade deixaram se contaminar pelo marxismo cultural, e agora não conseguem sair da miopia em que se encontram? Não quero entrar com o argumento de que essa militância dentro das universidades tenha como motivação os interesses egoístas, individuais e corporativos, em detrimento da nação. Nação esta que é a real patroa de todos os acadêmicos que ali produzem suas teses... teses essas divorciadas dos interesses de quem lhes custeia.
Um fenômeno espiritual, a fascinação, está cada vez mais frequente entre os brasileiros, mesmo que eles nem saibam o que está acontecendo. Isso se observa do ponto de vista coletivo, no ambiente político, com o integrantes, geralmente militantes, bastante envolvidos com o fenômeno.
O médium e orador espírita Raul Teixeira, fala o seguinte sobre o caso, com base em Allan Kardec (Livro dos Médiuns):
A fascinação tem consequências graves. É uma ilusão produzida pelo ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium e que, de certa forma, lhe paralisa o raciocínio, relativamente às comunicações. O médium fascinado não acredita que o estejam enganando: o Espírito tem a arte de lhe inspirar confiança cega, que o impede de ver o embuste e de compreender o absurdo do que escreve, ainda quando esse absurdo salte aos olhos de toda a gente. A ilusão pode mesmo ir até ao ponto de o fazer achar sublime a linguagem mais ridícula. Fora erro acreditar que a este gênero de obsessão só estão sujeitas as pessoas simples, ignorantes e baldas de senso. Dela não se acham isentos nem os homens de mais espírito, os mais instruídos e os mais inteligentes sob outros aspectos, o que prova que tal aberração é efeito de uma causa estranha, cuja influência eles sofrem. Já dissemos que muito mais graves são as consequências da fascinação. Efetivamente, graças a ilusão que dela decorre, o Espírito conduz o indivíduo de quem ele chegou a apoderar-se, como faria com um cego, e pode leva-lo a aceitar as doutrinas mais estranhas, as teorias mais falsas, como se fossem a única expressão da verdade. Ainda mais, pode leva-lo a situações ridículas, comprometedoras e até perigosas. Para chegar a tais fins é preciso que o Espírito seja destro, ardiloso e profundamente hipócrita, porquanto não pode operar a mudança e fazer-se acolhido, senão por meio da máscara que toma e de um falso aspecto de virtude. Os grandes termos – caridade, humildade, amor a Deus – lhe servem como que de carta de crédito, porém, através de tudo isso, deixa passar sinais de inferioridade, que só o fascinado é incapaz de perceber. Por isso mesmo, o que o fascinador mais teme são as pessoas que veem claro. Daí o consistir a sua tática, quase sempre, ao inspirar ao seu intérprete o afastamento de quem quer que lhe pode abrir os olhos. Por esse meio, evitando toda contradição, fica certo de ter a razão sempre.
Este é um cuidado que devemos ter, de ser o primeiro a fazer a crítica daquilo que pensamos ou desejamos.