Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
22/02/2017 23h59
ENERGIAS, VIBRAÇÕES E VIDA

            Tudo que existe no universo tem uma forma de energia. A energia se manifesta por suas vibrações. Essas vibrações energéticas, mais densas ou mais sutis, realiza o conceito de Vida. Então, podemos elaborar um conceito de Deus baseado nestas premissas. Se tudo é energia e que o relacionamento vibrátil gera a Vida, então, o promotor dessas existências, energia condensada ou sutil, matéria inerte ou vida, é também uma forma de energia altamente organizada nos padrões vibratórios sutis, capaz de preencher todas as lacunas do Universo, se sentir dentro e fora da Natureza. É o conceito de Deus, mais próximo dos seus significados energéticos e mais distantes dos dogmas religiosos.

            Hoje foi dia que ministro a primeira aula teórica no curso opcional de Medicina, Saúde e Espiritualidade, que aproveito para expor a teoria da Vida alicerçado nas energias vibracionais. Na Academia prevalece os conceitos materialistas, e essa aula que aborda questões abstratas, fora do alcance dos cinco órgãos dos sentidos, gera a princípio muita desconfiança.

            Nesta aula são abordadas as dimensões energéticas que formam a vida, e que é representada na forma mais densa pelo corpo físico e na forma mais etérea, pelo espírito. A explicação sobre o corpo físico não traz nenhuma desconfiança, mas quando se aborda os seis restantes, se entra numa área de dúvidas onde a fé racionalizada se torna importante na aceitação dos conteúdos.

            Esses estudos são mais aprofundados e compreendidos no Oriente, onde escolas como a Ioga e a Rosa Cruz aceita discípulos que podem gastar a vida toda na formação de um sacerdócio, onde as habilidades psíquicas e sensibilidades sutis são desenvolvidas com o objetivo da percepção dessas energias mais etéreas. Estruturas como Duplo Etéreo, Perispírito ou Corpo Astral, Corpo Mental Superior e Corpo Mental Superior, Corpo Búdico, Espírito, e os diversos Chacras, são novidades que se defrontam com o pensamento materialista e logo surge a desconfiança.

            Não tenho a capacidade de perceber nenhuma das energias mais sutis, não tenho comigo nenhuma experiência anômala, para quem conceitua a Natureza com base nas relações materialistas. Porém, a minha capacidade lógica, a minha imaginação, consegue alcançar a coerência do mundo espiritual, o processo evolutivo no qual estão engajados tanto as forças espirituais quanto a forças materialistas.

            Esta minha convicção da existência do mundo espiritual como mais um aspecto da Natureza, é o que transmite uma força de realidade aos meus alunos ou ouvintes. Posso estar errado, e se assim for eu estarei induzindo ao erro quem estiver me escutando e procurando pratica as minhas lições.

            Acontece que sigo as lições de um Mestre de grande perfeição, Jesus de Nazaré, e Ele também demonstrou com fortes convicções que estava certo ao falar do Mundo espiritual, da inexistência da morte e da existência de um Pai, criador de tudo que existe, que sua energia sutilíssima pode ser representada pelo Amor Incondicional.

            Portanto, mesmo que eu não perceba essas energias condensadas, só consiga avaliar racionalmente o que meus sentidos não conseguem captar, tenho plena confiança na existência do mundo espiritual, na influência do Pai constantemente ao meu lado, e a fé que eu possuo procuro transferir com o mesmo grau de certeza para quem esteja me ouvindo e dando atenção.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/02/2017 às 23h59
 
21/02/2017 23h59
NIILISMO

            O Niilismo é uma corrente filosófica que defende o prazer imediato sem preocupações com o futuro. Defende que não existe nada além desta existência, nega qualquer princípio religioso, social ou político.  

            O livro escrito por Allan Kardec, “O Céu e o Inferno”, abre no primeiro capítulo as considerações sobre o papel do niilismo na filosofia. Coloca que se todos decidissem adotar o niilismo como filosofia de vida, o mundo seria muito mais materialista e os valores morais seriam mais facilmente corrompidos. O homem estaria mais preocupado em gozar a vida enquanto tivesse energias para tal, e mais ainda, poderia usar e abusar do esforço do próximo para a sua evolução e sobrevivência, sem qualquer tipo de pudor. Para essa pessoa praticante do niilismo, era justificado usar a lei do mais forte no interesse pessoal, usar a inteligência para burlar a confiança do próximo, numa estratégia de vitalizar o quanto mais sua capacidade de sucesso reprodutivo. O niilismo seria a prática por excelência do materialismo.

            A filosofia espiritualista, principalmente esta trazida pelos espíritos e que aponta como principal ator ou personalidade, a figura de Jesus de Nazaré, o que se tornou Cristo por sua extrema capacidade de harmonização planetária. Trouxe a informação do Pai transcendental, o que criou tudo que pertence a Natureza. Passamos a entender que além deste mundo material e das exigências que ele faz para a sobrevivência do corpo biológico, existe uma outra forma de vida, que não podemos apontar de forma objetiva para ela. Sabemos da sua existência pela intuição da Verdade, por acreditar naquilo que o Cristo ensinou e demonstrou. O niilismo passa a ser apenas um componente dos instintos que procuram o prazer para manter a subsistência corporal. Sabemos que além dessa evolução biológica estruturada nos instintos, possuímos também uma evolução espiritual baseada nos valores morais.

            Nós, que tivemos conhecimento dessa Verdade espiritual trazida pelo Cristo, podemos encarar o niilismo apenas como uma forma de pensamento ligado ao prazer corporal, ao egoísmo, à lei do mais forte ou mais inteligente. Se ficarmos associados ao niilismo, a esse prazer instintivo, estaremos privilegiando a evolução biológica em detrimento da evolução espiritual.

            Sabemos que o mais importante para a vida real, não é a vida aparente representada pelo corpo físico, corpo esse que o tempo logo se encarregará de destruir. O mais importante é a vida espiritual que anima o corpo físico, mas que não deve ser subjugado por ele. Deve aprender a controlar esses instintos com a consciência educada pelos valores espirituais, capaz de segurar a força que pode emergir dos subterfúgios mais profundos da mente.

            Quando adquirimos essa condição, o corpo e o niilismo que o instrumentaliza ficam em segundo plano. O prazer que aprenderemos a sentir é o prazer vindo das estruturas mais sublimes, de vibrações mais altas, da proximidade com o Criador.   

Publicado por Sióstio de Lapa
em 21/02/2017 às 23h59
 
20/02/2017 22h50
CARTAS PARA DEUS

            Ao começar um curso de “Formação de Escritores” pela internet, o professor falou de uma obra muito importante do escritor Austregésilo de Athayde. Foram cartas que ele fez diariamente à sua esposa e que hoje é guardada como relíquia da História do Brasil, pois não se tratava apenas de relatos afetivos, mas do que ele percebia sobre o nosso País. Fiquei a pensar que faço algo parecido com este diário, que tenho mantido com bastante regularidade. Um diário de minhas atividades e lucubrações, em todas as áreas, dirigidas a Deus. Sim, dirigidas a Deus, pois o que faço é na forma de um compromisso onde o meu comportamento é colocado de forma pública, no sentido de eu servir como um tipo de cobaia do comportamento humano, no que ele tem de dificuldade em entender e seguir a vontade do Criador.

            Por outro lado, não é bem cartas para Deus, pois não faço esse endereçamento. Simplesmente procuro colocar de forma transparente o que está acontecendo comigo, desde que esse relato não vá trazer sofrimento desnecessários para terceiros. Tanto é verdade, que mesmo colocando informações que não poderia deixar de colocar, mesmo assim deixa algumas pessoas que estão ligadas a mim e que não seguem o mesmo pensamento que tenho, constrangidas. Algumas chegam a evitar ler o que escrevo, pois percebem que vivem melhor sem saber o que penso e o que faço. Essa é uma relação instável, pois a verdade sempre vai surgir e as reações podem ser muito negativas, levando a conflitos, raiva, agressividade. Quando chega a esse ponto é necessário o afastamento físico, pois a relação tende a piorar cada vez mais, desde que não posso mudar o meu modo de pensar para agradar a ninguém.

            Este relato serve de bom exemplo para o que quero dizer. Estou falando do que aconteceu na minha segunda aula de “Formação de Escritores” na forma de crónica para um público externo que muitos não me conhecem. O que é válido é o acontecimento e a minha forma de reação. Esta transparência do que aconteceu e da minha reação, é o compromisso que tenho com Deus, de mostrar como funciona um organismo humano, que sofre todas as pressões dos instintos, e que por outro lado, como um compromisso espiritual, deseja fazer a vontade do Pai.  

            Para ser uma carta dirigida ao Pai, eu deveria começar diferente, aproximadamente dessa forma: “Querido Pai, hoje tive acesso a segunda aula do curso de “Formação de Escritores” e foi dado a informação de um escritor que fazia diariamente cartas para sua esposa, como faço diariamente para Ti.”

            Mesmo que na forma, os meus escritos não pareçam ter esse formato de carta, mas para quem me acompanha desde o início, pode muito bem ter a mesma sensação que tenho de estar falando com o Pai quando coloco os textos deste diário.

            Não vou mudar a forma que tenho de escrever. Talvez os conteúdos do curso que estou fazendo venha me trazer informações úteis para melhorar minha forma de escrever, mas não quero deixar de falar com o Pai, mesmo que não tenha a formalidade de uma correspondência tradicional.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 20/02/2017 às 22h50
 
19/02/2017 23h59
PASTORES E CÃES; LOBOS E CARNEIROS

            Nunca a nossa vida chegou tão perto da metáfora do pastoreio das ovelhas, quando o pastor usa os cães para a proteção de seu rebanho.

            Hoje, nós, cordeirinhos que queremos seguir as lições do Mestre Jesus, vivemos na Selva de Pedra, cheia feras, de lobos em cada esquina, em cada estrada, em cada local.

            O Pastor é aquela pessoa que pela fé (espiritualista) ou por Portarias de Estado (servidor), tem a missão de proteger as pessoas da violência ou agressividade, seja qual for o motivo.

            O Pastor que se guia pela fé, tem como referência uma personalidade forte ligada ao Criador. Em nosso caso, no ocidente, essa Personalidade é referida a Jesus de Nazaré, o modelo de comportamento a ser seguido, conforme ensina a doutrina espírita. Apesar de estarem dentro do clima emocional e ambiente social propício, alguns pastores se desviam de suas altas funções e passam a explorar a fé das ovelhas para seu benefício pessoal.

            O fato de desvio de função dos pastores com relação ao cuidar de suas ovelhas, acontece com maior frequência e com maior poder de prejuízo, se acontece mais no âmbito da burocracia estatal, onde um servidor, quer tenha um mandato pelo voto ou uma indicação política para o cargo, pratica o suborno, a corrupção, em prejuízo perverso da confiança de suas ovelhas.

            Esse Pastor temporal também tem a condição de criar a figura do cão para a proteção das ovelhas, na forma de um policial recrutado do meio social. Acontece que esse policial, que irá fazer o papel de cão para a proteção das ovelhas, pode ter sido recrutado do meio das feras e por isso tem todo o cheiro delas e provoca duas reações diferentes: primeira reação entre as ovelhas, que apesar do trabalho que os cães realizam em favor da proteção do rebanho, sempre imaginam que por baixo daquela pele de cão existe um lobo disfarçado; a segunda reação é com relação aos lobos que ficam à distância, que não podem atacar as ovelhas porque estão sob a guarda dos cães. Passam a olhar para estes com uma raiva indisfarçável e capaz de dirigir para eles e seus familiares o foco de seus ressentimentos.

            A situação dos cães fica assim muito desconfortável. Trabalham sob essas duas pressões, das ovelhas desconfiadas e dos lobos ressentidos. Para complicar ainda o seu trabalho, a sociedade, com a justificativa de proteger o rebanho, cria leis severas para limitar o uso da força pelos cães, já que eles estão armados pelo Estado para fazer o enfrentamento pela força. Acontece que os lobos também estão armados, e muito melhor armados e equipados que a força dos cães, mas as leis que a sociedade produz traz mais benefícios aos lobos que aos cães. Chega ao cúmulo do lobo que é preso pelo trabalho dos cães, receber muito mais apoio do chamado “direitos humanos” do que os cães que também foram vítimas de violência.

            A situação das ovelhas também não é fácil, pois a maioria é ignorante, quando não analfabetas. Não sabem o que é feito para usá-las como massa de manobra, para aquisição de direitos antiéticos ou de abusos criminosos, por pessoas inescrupulosas. Pessoas que nos palanques eleitorais, no congresso nacional, nas cortes judiciais ou nas salas de empresas públicas ou privadas, promovem os maiores ardis para ludibriar a inocência de quem vai às urnas, fazendo muitas votarem contra os seus interesses, sem saber que aquele pretenso candidato que diz ser um pai, e se apresenta na pele de um Pastor, é um lobo disfarçado. Chegamos ao cúmulo de um verdadeiro lobo, pego pela verdadeira justiça, mesmo assim ser defendido por ovelhas ignorantes ou lobos disfarçados, ou candidatas a lobo.

            O redil fica dessa forma contaminado, com as verdadeiras ovelhas servindo de pasto para os verdadeiros lobos, tanto para os que assumem suas peles, como aqueles que colocam sobre elas as peles de pastores ou cães.

            Como sair de tal situação? Fazer o que Jesus ensinou: separar o trigo e queimar o joio definitivamente!  

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em 19/02/2017 às 23h59
 
18/02/2017 23h24
JALAL AD-DIN MUHAMMAD RUMI

            Ainda na procura dos mestres espirituais para tentar entender o amargo processo de violência e barbárie que estamos vivendo, como orientou o Mestre Sai Baba, encontrei o pensamento do Mestre espiritual persa, do século XIII, Jalai ad-Din Muhammad Rumi em forma de perguntas e respostas, que reproduzo abaixo:

            O que é veneno?

            Qualquer coisa além do que precisamos é veneno. Pode ser poder, preguiça, comida, ego, ambição, medo, raiva, ou o que for.

            O que é o medo?

            Não aceitação da incerteza. Se aceitamos a incerteza, ela se torna aventura.

            O que é inveja?

            Não aceitação do bem no outro. Se aceitamos o bem, se torna inspiração.

            O que é raiva?

            Não aceitação do que está além do nosso controle. Se aceitamos se torna tolerância.

            O que é ódio?

            Não aceitação das pessoas como elas são. Se aceitamos incondicionalmente, então se torna amor.

            O que é maturidade espiritual?

  1. É quando você para de tentar mudar os outros e se concentra em mudar a si mesmo.
  2. É quando você aceita as pessoas como elas são.
  3. É quando você entende que todos estão certos em sua própria perspectiva.
  4. É quando você aprende a “deixar ir”.
  5. É quando você é capaz de não ter “expectativas” em um relacionamento, e se doa pelo bem de se doar.
  6. É quando você entende que o que você faz, você faz para a sua própria paz.
  7. É quando você para de provar para o mundo, o quão inteligente você é.
  8. É quando você não busca aprovação dos outros.
  9. É quando você para de se comparar com os outros.
  10. É quando você está em paz consigo mesmo.
  11. Maturidade espiritual é quando você é capaz de distinguir entre “precisar” e “querer” e é capaz de deixar ir o seu “querer”.

E por último, mas mais significativo:

  1. Você ganha maturidade espiritual quando você para de anexar “felicidade” em coisas materiais.

            Vejo que a opinião do Mestre da Pérsia se refere aos relacionamentos, digo, normais. Os relacionamentos anormais que vivemos na atualidade, dentro da violência, onde podemos considerar que vivemos na selva, na condição de cordeiros, cercados por feras de todos os lados. E essa fera é considerada o meu próximo e que quer me destruir para atender os seus desejos. Se aceitamos a incerteza de amanhã continuarmos vivos, então estamos vivendo uma aventura. Se aceito a violência que foi instalada na minha comunidade, então sou tolerante, deixo de ter raiva. Se aceitamos as pessoas como elas são, essas feras como elas são, essa aceitação irá se tornar em amor? Amor incondicional que passa por cima de qualquer coisa que essa pessoa/fera tenha feito?

            Não, em tempos de selvageria não posso tratar o outro que se comporta como uma fera como u ser humano que é o meu próximo. Com esta minha compreensão, se por acaso eu me tornasse fera, a tentar destruir os seres humanos ao meu redor, eu iria pedir a minha extinção. É como a história do Médico e do Monstro, quando aquele repudiava todo comportamento violento que o Monstro praticava com o seu próprio corpo.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/02/2017 às 23h24
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