A ideia da Família Universal está lançada para a humanidade como um desafio, condição para se alcançar o Reino de Deus, com Jesus ensinou, a partir da transformação do nosso próprio coração.¹ foi instituído o casamento e com ele a Família Nuclear, como forma de garantir a continuidade do relacionamento homem-mulher, assim garantindo um mínimo de justiça, evitando a lei do mais forte, mantendo os cuidados com a prole de uma forma mais contínua. Mas isso trouxe dificuldades, por bloquear os instintos de forma radical e o núcleo familiar se impor com prioridade frente ao coletivo, se afastando assim da ideia de Família Universal, do Reino de Deus. Isso é o que observamos na sociedade, a maioria dos casamentos se destruindo e muitos dos que permanecem ficam na base da hipocrisia, fingindo uma fidelidade que não mais existe.
Observando esse contexto com as lentes do Amor Incondicional, podemos verificar que o amor exclusivo, orientado e exigido pelo Amor Romântico, deve se transformar no amor inclusivo, característico do Amor incondicional.
Na condição de portador da mensagem cristã, devemos fazer a reflexão se não é necessário fazer os ajustes na forma do casamento atual, para o tornar mais coerente com o Amor Incondicional e com o Reino de Deus. O homem e/ou mulher devem ser livres para incluir outras pessoas quando o coração assim pedir e não existir impedimento do Amor Incondicional.
Passando essa ideia pelo crivo da razão e da lógica, deve ser colocada em prática corajosamente, pois vai de encontro’ a todos os padrões culturais. Mas assim deve ser feito, se a proposta realmente passa e não é repelida pelo bom senso. Sei que é melhor repelir 10 verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea. Isso porque, sobre essa teoria falsa poderia se edificar um sistema completo, que desabaria ao primeiro sopro da verdade.²
Acontece que já observamos esse desabamento no casamento tradicional. Continuamos a persistir nele, apesar de se constituir um núcleo de egoísmo e que impede o desenvolvimento do Reino de Deus. Apenas certas pessoas abnegadas, vocacionadas para o lado espiritual com muita determinação e força de vontade, controla os seus instintos e tem um comportamento digno de cidadão do Reino do Céus. No entanto, geralmente essas pessoas não se casam, e portanto não forma um paradigma apropriado para uma sociedade que deve se manter e perpetuar com base na reprodução biológica.
Por todos esses motivos acredito que seja determinante que façamos a correção da atual forma de construir famílias, aceitando com prioridade o Amor Incondicional e respeitar o Amor Romântico apenas como algo fugaz que pode ser sentido mas não entendido como eterno, como o Amor Incondicional deve ser.
Como eu tenho essa compreensão, depois de profundas reflexões a esse respeito, resolvi aplicar esses princípios à minha vida, pois se assim não fizesse eu não estaria aplicando o meu discernimento na prática, e seguindo na vida uma Maria-vai-com-as-outras, uma atitude que não é aconselhada pelo mundo espiritual.
O mundo pode se nos apresentar na forma real ou ilusória. Geralmente não percebemos de início a forma ilusória, pensamos ser real, daí a justificativa do termo ilusão: algo que parece ser real ao nossos sentidos.
Vejamos a questão da matéria. Parece incontestável que ela é um composto sólido, que pode ser apresentado nos três estágios clássicos da matéria: sólido, liquido e gasoso. Quando avaliamos com profundidade a questão do estado sólido, pensamos que isso é real, que não existe espaço vazio no corpo sólido. Mas quando investigamos mais a fundo, percebemos que o átomo que constitui a matéria, é formado por um núcleo maciço e envolvido por uma nuvem de elétrons que estão bem distantes. Existe um grande espaço vazio entre o núcleo e os elétrons. Esse espaço vazio, apesar de ser bem maior que o espaço ocupado pelo sólido núcleo, não conseguimos perceber. Daí, a percepção de que tudo é sólido ao nosso redor é o primeiro equívoco, a primeira ilusão.
A segunda ilusão se refere ao campo psicológico. Nós temos a máscara da personalidade que é dirigido na vigília pelo consciente. Mas se aprofundarmos o estudo, veremos que existe um inconsciente muito maior que o consciente e associados, e que representa a figura do iceberg, onde a ponta visível é a consciência e o grande bloco de gelo submerso, o inconsciente, cheio das memórias de vivências acontecidas nos reinos da natureza: mineral, vegetal, animal e humano.
Iremos verificar que nossa personalidade sofre alternância de expressões, de acordo com as circunstâncias e conforme os acontecimentos. Essa alternância de expressões vai penetrando na aparência do indivíduo, desvela a realidade, desperta o adormecido, amplia a manifestação do Eu e desvela o ser legítimo.
Essa alternância de expressões vai imprimindo características à expressão comportamental, onde o Espírito como aluno das forças da natureza material, funciona como uma luz, no início embaçada, mas à medida que evolui, que conhece o inconsciente, tem maior lucidez, provoca burilação dos defeitos encontrados, se tornam aptos a ultrapassagem para um nível vibracional melhor.
Na herança evolutiva devemos lembrar que todos os registros de nossas experiências estão armazenados no inconsciente que damos o nome de atavismo. Do descontrole desse atavismo surge surgem as perturbações psíquicas como transtornos psicológicos, angústia, inquietação, depressão e desordens mentais de todos os níveis. Devemos nutrir os valores legítimos de duração permanente, como solidariedade, justiça, fraternidade, bondade, etc. Existem também os valores secundários que servem como recurso pedagógico, como memória, inteligência, atenção, etc.
Surge no psiquismo o grande desafio, de vencer a hipocrisia, os preconceitos, a confusão dos códigos, os escapismos, as justificativas e até a consciência de culpa, para se fazer a seleção de valores, identificando nossas ações: dentro de um comportamento ético e moral? A ética está para a moral, assim como a musicologia está para a música. A ética é a ciência da cultura e a lei de ouro do ponto de vista passivo é: “Não faças ao outro o que não queres que o outro faça a ti”; e numa atitude proativa: “Faça ao outro o que queres que o outro faças a ti.”
As reflexões errôneas podem nos levar a ausência de padrões corretos em minha conduta, surgindo daí os desvarios, a agressividade, o pessimismo, a anarquia, a corrupção, etc.
Os valores éticos são bem identificáveis quando são saudáveis em todas as culturas, são aceitos e recomendáveis, e são classificados como expressão do bem. Podemos citar: gentileza, respeito, bondade, sinceridade, amizade, bom senso, honestidade, etc.
O princípio ético imbatível é a ação do bem dirigido primeiro para si, depois em favor do grupo social e da comunidade. Todos podem ser considerados como frutos do amor. Monicka Christi explicava que: Priorizando a ação no bem, diluímos nossos defeitos, acentuamos nossas virtudes e nos capacitamos para o aperfeiçoamento.
As atitudes perniciosas geralmente derivam do primarismo atávico, na forma das manifestações egoístas: perversidade, desamor, traição, ódio, ciúme, orgulho, inveja, maledicência, ira, etc. Se o Espirito não consegue dominar esse atavismo primário, ele vai encher o coração e daí se expressa nas palavras perniciosas, para si e os outros.
Observamos agora dois paradigmas bem distintos. O primeiro baseado na ilusão, que tem a matéria usando a máscara da solidez dentro de uma personalidade inconsciente; o segundo paradigma está baseado na realidade espiritual, do que existe de verdade, dentro de uma personalidade consciente.
Na seleção dos valores dentro do variado espectro de ações, iremos fazer o julgamento de qual conduta adotar frente a determinada circunstância. Deve existir o maior cuidado com o erro do prazer imediato, seja por drogas, por sexo, por alimento, que são as ações mais comuns. Esse prazer embriagador trazido pelo gozo e fascínio, logo gera a dependência. O gozo fugaz na mente do indivíduo vai levar ao tédio, a frustração que provoca a deterioração biológica começando pelas áreas mais frágeis.
Quando conseguimos a superação dos atavismos, veremos surgiu um novo patamar evolutivo, alcançamos novas conquistas, novos descortinos, e estaremos em marcha ascensional, em busca da realidade profunda, da vida plena.
A busca da felicidade implica no início pelos recursos para atender as necessidades fisiológicas e sociais. No início pode parecer um despertar deprimente, cansativo e sem significado real. Porém, quando nos engajamos na vida psicológica em busca da realidade, atingimos a conduta mental apropriada, uma vida sem conflitos e eu me torno responsável pelos meus atos.
O físico AE já dizia que: “Se quer viver uma vida feliz, amarre-se a uma meta, não as pessoas nem as coisas.”. Nesta aula percebemos a ilusão gráfica numa folha de papel, onde a ponte representa o atavismo animal e se contrapõe à caravela que cada vez mais que se aproxima da consciência se permite os detalhes que iriam fazer o papel.
Na próxima aula iremos abordar essa questão com o título “Força Criatura”.
As 19h do dia 06-07-16, na casa do Sr. Neto, na Rua do Motor, foi realizada mais uma reunião da AMA-PM e Projeto Foco de Luz, com a presença das seguintes pessoas: 01. Paulo; 02. Davi; 03. Edinólia; 04. Ana Paula; 05. Graça; 06. Marise; 07. Maria Barbosa; 08. Rosália; 09. Luzivan; 10. Ruziane (1ª vez); 11. Manoel artesão (1ªvez); 12. Washington; 13. Ezequiel; 14. Medeiros; 15. Mano; 16. Nazareno; 17. Nivaldo; 18. Neto; 19. Francisco; 20. Gustavo (Banco do Nordeste); e 21. Reginaldo Lobato (Banco do Nordeste). Após os 30 minutos iniciais, foi lido a ata da reunião do dia 22-06-16 que foi aprovada com uma observação de Paulo, sobre o sorteio do balaio na escola Padre Monte, e que foi realizado. Em seguida foi lido o comentário sobre a festa junina do dia 28-06-16, que mais uma vez foi muito boa, mas que faltou uma ação evangélica mais evidente, já que essa é a meta da Associação e que a festa tinha conotação cristão. Ficou a observação de que precisamos nos organizar com antecedência para eventos futuros. COMUNICAÇÕES – Gustavo e Reginaldo, funcionários do Banco do Nordeste, apresentaram as características do CREDIAMIGO e que podiam voltar a comunidade para orientar na formação de grupos para adquirir empréstimos com baixos juros, num mínimo de 4 e no máximo 10 pessoas que já comercializem com algo. Luzivan informa que já foi entregue os ofícios à direção da EMATER e que depende agora de agendar o dia para os técnicos fazerem a visita à escola Padre Monte. Diz também que pode ser feita uma parceria da EMATER com o Banco do Nordeste no sentido de financiar cursos de profissionalização dentro da escola Padre Monte. Medeiros apresentou a necessidade de apadrinhamento das crianças do grupo Curumim com certa urgência, para a participação nos eventos do 7 de setembro. Foi sugerido o levantamento do número de crianças necessitadas do apadrinhamento e do valor necessário para cobrir as necessidades, como forma de ir em busca dos padrinhos de forma mais objetiva. Ezequiel sugere que a AMA-PM poderia assumir o custo dessas necessidades com os recursos que tem em caixa. Também faz considerações sobre a festa junina que considera que foi boa, que foram enviadas fotos para São Paulo para divulgação, mas que se sentiu muito sozinho sem ajuda das pessoas que só pensavam em ganhar dinheiro com as mercadorias. Davi distribuiu entre os presentes exemplares do Folha Comunitária Reis Magos com matérias da AMA-PM. Neto apresenta sugestões de se solicitar uma passarela e recipiente para colocação de entulhos. Graça informa que a festa de Santana será realizada no período de 23 a 26-07-16 e que está reservada uma noite para a AMA-PM. Francisco informa que os livros de ata (3) devidamente assinados, já se encontram com a secretária Damares para a entrega a Rosário para levar ao cartório através do advogado Adriano, em busca do CNPJ. As 20h30m foi encerrada a reunião, Neto conduziu a oração do Pai Nosso e todos posamos para a foto coletiva.
A “Vontade de Deus” se tornou um foco em minha vida, um objetivo a ser alcançado, mas com uma certa dificuldade do ponto de vista cognitivo e materialista. Não tenho recursos objetivos para justificar porque isso se tornou prioridade em minha vida. No mundo materialista e dentro da academia na qual sou graduado, não tenho ferramentas capazes de ser reproduzidas qualitativa e quantitativamente em nenhum laboratório do mundo, que seja equipado com as mesmas condições de controle externo e interno, para provar a existência de Deus neste nível. Tudo isso partiu do campo subjetivo, das minhas elucubrações e intuições. No entanto ficou consolidado como uma verdade prioritária, de características pessoais, mas com muitos exemplos ao redor do mundo, principalmente aquele exemplo fornecido por Jesus de Nazaré.
Entendo que sou filho deste Deus Criador, e que possuo uma dupla cidadania, uma temporária no mundo efêmero das formas e outra no mundo perene do Espírito. Por isso me sinto bem adaptado no meu projeto de vida, obedecendo as leis e consequências do tempo, sem controvérsias ou tentativas de mudar o que está determinado por Deus.
Meus colegas de academia às vezes falam comigo com ironia quando tocam no assunto “espiritual” da “existência de Deus”. Acreditam que eu estou “viajando” e perdendo muito do que a vida pode me oferecer, como eles, que geralmente planejam custosas viagens para o exterior nas férias regulares, e por minha cabeça não passa essa necessidade, justamente por entender que, por enquanto, Deus me quer aqui, onde estou, usando os recursos, as virtudes que Ele me deu para fazer Sua vontade.
Até isso eu não posso dizer a eles com muita ênfase, pois podem passar da ironia para a seriedade de uma internação psiquiátrica. Como fazer a “vontade de Deus” e deixar em segundo plano a própria vontade? Prejudicar a si mesmo e aos parentes mais próximos?
Por outro lado, eu escuto os seus argumentos, as suas convicções, e apenas lamento eles não terem a mesma compreensão que eu tenho. Dizem que não existe nada do outro lado da vida, e que devemos aproveitar aqui, tudo que for possível. Eu digo que do outro lado é que a vida real se processa, aqui deste lado é apenas um momento de aprendizado, como uma escola temporária que devo frequentar e que logo devo retornar ao mundo real, espiritual, onde verificarei o meu nível de aprendizado.
Um de nós está errado. Se eu estiver errado, não terei chance de comprovar isso do outro lado, pois nada existe. Porém, durante o tempo que eu passei aqui eu vivi confortado por um Pai bondoso, compreensivo, que me auxiliava sempre nas minhas dificuldades, que me ofereceu uma família imensa para a minha integração; se ele, o ateu estiver errado, vai logo perceber quanto tempo perdeu na sua oportunidade de aprendizado, pois tudo que fez foi em benefício próprio, e que vivia cercado de ansiedade como um filho órfão que não tinha a quem recorrer nos momentos difíceis. Mesmo que, se um desses filhos conscientes da paternidade de Deus lhe ajudasse sem nenhuma preocupação com o benefício próprio, somente porque ele era um irmão espiritual, mesmo assim essa pessoa não consegue reconhecer essa paternidade que proporciona isso. Certamente irá voltar a escola material no mesmo nível em que a deixou, uma repetição de estudos e oportunidades será necessária.
Sei que apesar dessa minha decisão e intenções tão consistentes, as vezes a dúvida pode nos assaltar e posso ficar novamente encantado pelo apelo das formas, dos desejos materiais... afinal sou humano, com muita força instintiva dentro de mim. Nos momentos de dificuldade mais extrema posso recorrer ao conselho de Norman Vincent Peale, que dizia da sua experiência: “Eu me entrego com todos os meus problemas, e com todos os que amo, bem como com o meu futuro, nas mãos de Deus, e nEle confio”. Ele dizia ainda: três vezes por dia agradeça ao Senhor por todas as suas bondades. Depressa sua vida se encherá de Deus, e se esvaziará de apreensões.
Ele nasceu com uma deficiência, no início imperceptível, mas à medida que crescia e amadurecia, mais ficava evidente. Quando passou a compreender as razões do mundo, da natureza, e as consequências para os seres que se engalfinhavam na lutas pela sobrevivência, sempre encontrava motivos para lastimar algum fato, alguma interpretação. Este era o seu defeito, essa interpretação sentimental de algo doloroso por algo que não conseguia ficar contido no seu peito, tinha que explodir na mente e extravasar nas lágrimas.
Quando assistia um documentário e via a leoa correr desabaladamente no ataque a uma gazela indefesa, para se alimentar e aos filhotes que deixara esperando, o resultado sempre era lágrimas, lastimando a gazela se a leoa tivesse sucesso, ou sintonizando com a frustração da leoa por ela não ter alcançado o alimento para si e seus filhotes.
As lágrimas fluíam também quando ele passava na igreja e testemunhava um casamento, batizado ou missa de corpo presente. Eram lágrimas de alegria por ver um casal mergulhado no oceano de amor resolvendo viverem como uma só pessoa durante toda a vida; eram lágrimas de júbilo ao perceber o choro da criança que recebia o frio da água batismal sinalizando a chegada de mais um cristão, mais um irmão para lhe fazer companhia na Terra; as lágrimas podiam também ser de tristeza por ver aquele corpo inerte, que com certeza criou tantos sonhos, mas agora partia sem atingir sua meta, como já presenciara tantas vezes.
Ele percebia que o seu problema se aprofundava a cada dia, mês e ano que amadurecia e agora, que o tempo enchia de neve os seus escassos cabelos, que as rugas desenhavam uma melancólica alegoria nos traços de sua face, que ele não se reconhecia mais no espelho, aquele jovem de 20 anos que ele nunca deixou de ser, agora ele não conseguia controlar os rios dos seus olhos em nenhum momento.
Nem mesmo o sono conseguia lhe trazer alívio, pois acordava sempre banhado nas lágrimas, qualquer que fosse a natureza sonho: dramático, lúdico, festivo... sempre existia uma interpretação, vigil ou sonífera que provocava as lágrimas.
Estava entrando num nível psicótico, pois apenas na reflexão do que acontecia no ato da respiração, ele ficava sensibilizado: pelo oxigênio ser capturado nos pulmões através das hemácias e ser mantido sob trabalho forçado dentro das células, da mesma forma que ficava solidário com as reclamações que ele imaginava o gás carbônico estava fazendo, por ter sido criado dentro da célula e agora ser expulso sem receber satisfações. E ele sabia que era o causador desse ciclo “desumano” dentro do seu corpo, que não queria dar para ninguém, já que não queria que isso acontecesse com ele, numa bela atitude cristã. Ele até que tentou em algumas ocasiões nas quais as lágrimas jorravam com volúpia devido essa compreensão, a parar o ato da respiração, sem capturar oxigênio ou expulsar gás carbônico, mas não conseguia manter esse clima de justiça interna, celular, bioquímica, por mais de um minuto.
Assim ficou conhecido aquele homem que jorrava rios. Ele sentia-se diferente, percebia que não havia sentido emocional para tanto, e que era vítima de um distúrbio fisiológico, sem precedentes. Rogava a Deus o benefício da cura, mesmo que durante o ato as lágrimas jorrassem com força. E Deus parecia não se incomodar com essa aflição, não acontecia nada que atenuasse o problema. Mas Deus nunca fica indiferente ao sofrimento dos seus filhos, mesmo sabendo que tudo que acontece é porque cumpre o pagamento de alguma dívida do passado, na obediência da Lei de Causa e Efeito.
Ele não sabia, ou melhor, não lembrava, que havia causado torrentes de lágrimas em milhares de pessoas na sua última experiência de vida, quando pertencente ao Partido Nazista tinha liderado com frieza a morte de tantos nos campos de concentração. Foram aquelas lágrimas que antes falharam na irrigação de sua consciência, que agora fluíam sem nenhum controle, num mecanismo perfeito de compensação sideral. Ele que saíra deste mundo sem ter sido alcançado pela justiça humana, jamais iria fugir também da justiça divina.