Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
03/01/2016 00h59
O BÊ-Á-BÁ DO AMOR

            Percebo que vai ser necessário ensinar o Amor verdadeiro, o Amor sem nenhum tipo de condicionamento, romântico, materno, filial, fraterno, etc., de forma muito parecida como aprendemos o alfabeto, na base do bê-á-bá, na junção de sílabas.

            Teremos que construir uma cartilha com essa sistemática. Uma cartilha onde cada forma de relacionamento, pessoal, interpessoal ou com qualquer aspecto da Natureza esteja presente esse tipo de Amor, o incondicional.

            O primeiro ensinamento é fazer a diferenciação do amor romântico do Amor Incondicional. Enquanto aquele desenvolve o egoísmo, a exclusividade, este desenvolve o altruísmo, a inclusividade. A estrutura social sofrerá então um grande impacto, uma grande transformação. As famílias que se desenvolveram com o amor romântico e formaram estruturas nucleares, fechadas, permissivas pra si e restritiva para os outros, agora, com o Amor Incondicional se transformam em famílias ampliadas, universais, abertas, restritivas com o egoísmo do Behemot e fraternas com as outras.

            Cada filho de cada pessoa pode ser considerado meu filho também. Se os pais de uma crianças falecem num acidente de carro e qualquer pessoa que passe no local, irá adotar como sua, até o momento que chegue algum parente biologicamente mais próximo. Não será mais visto pessoas desamparadas pelos campos ou pelas cidades; não existem mais crianças nos semáforos, na prostituição, no trabalho forçado... a Justiça e a liberdade imperam em todos os relacionamentos.

            O bê-á-bá do Amor será ensinado a todas as crianças logo cedo, dentro de casa ou nos bancos escolares. Logo será ensinado a todas as crianças o que todos os adultos já sabem. Que o Pai Universal nos criou com um monstro dentro de cada um, com a finalidade de lutar pela preservação do corpo biológico no qual ele está abrigado. Mas, sua energia deve logo ser entendida, e aprendida a melhor forma de conter os seus impulsos, para que não prejudique a ninguém ou a nenhum aspecto da Natureza.

            Cada criança será educada sabendo utilizar constantemente a importante bússola que o Mestre Jesus nos ensinou: “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.

            O grande teste para cada pessoa é quando chegar o momento da adolescência, quando os hormônios inundarem o sangue de cada um e desperte a voracidade do Behemot, em busca de segurança, alimento, sexo, ociosidade, orgulho, vaidade... enfim, os sentimentos relacionados ao egoísmo tendem a emergir no pensamento e no comportamento. É aqui que as lições feitas na fase infantil, na meninice, mostram a sua importância. O bê-á-bá do Amor que cada um aprendeu agora servirá para conter as emoções fortíssimas ligadas ao desejo sexual, da posse do parceiro, da exclusividade de afetos, da transformação do Amor Incondicional em amor romântico ou qualquer tipo de condicionamento.

            Imagino uma sala de aula com essa estrutura curricular. Os pequenos alunos aprendendo que Deus está presente em todos os povos, principalmente no próximo, tanto que em algumas culturas as pessoas cumprimentam não a si próprios, mas ao Deus que cada um carrega de dentro de si: Namastê (o Deus que habita o meu coração, saúda o Deus que habita em seu coração).

            Será que eu sei soletrar o Amor em meus relacionamentos, todos que ocorrem em minha vida? Ou será que eu não passo de um analfabeto funcional do Amor, que só sei falar e escrever sobre tal, mas que não sei ainda colocá-lo nas minhas práticas?

            Se isso acontece eu tenho uma boa desculpa, pois ninguém me ensinou tal em momento algum, a não ser o Mestre de Nazaré, há mais de 2.000 anos. Mesmo assim ainda dizem que ninguém pode realizar tais lições, somente Ele... mas eu continuo a teimar, que um dia saberei amar tão puro quanto Ele.

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em 03/01/2016 às 00h59
 
02/01/2016 00h59
MÃE DE DEUS

            Hoje é o dia consagrado pela igreja católica à memória de Maria, a mãe de Deus. Começa assim uma polêmica que até hoje divide os cristãos, aqueles que acreditam nessa informação, de que Maria é a mãe de Deus, e aqueles que não acreditam que Deus tenha tido necessidade de ser gerido por uma mulher, por mais perfeita que ela tenha sido. Mesmo dentro de suas argumentações, a igreja não consegue escapar das incoerências que gerou.

            A igreja diz que Maria recebeu a missão de Deus e acatou para si, conceber através do Espírito Santo. A Anunciação aconteceu em 25 de março, que Maria iria carregar em seu seio o Filho Unigênito de Deus.

            Depois a igreja ensina que Deus se fez carne por meio de Maria, que Ele é o ponto de união entre o céu e a Terra.

            Formou-se assim a confusão entre o Pai (que mandou), o Filho (que nasceu) e o Espírito Santo (que engendrou). A melhor forma encontrada para sair desse labirinto de incoerências foi dar uma personalidade única aos três: Pai-Filho-Espírito Santo.

            Quando falamos assim, “Mãe de Deus”, quem possui uma compreensão de Deus acima dos preconceitos e dogmas religiosos, percebe logo a incoerência. Como uma mulher, por mais perfeita que seja, é capaz de gerar Deus?

            Procuro evitar todo esse malabarismo religioso, dogmático, e compreender todo esse relato dentro de uma perspectiva natural, mesmo que tenha pitadas de misticismo, justificada pela minha fé no mundo espiritual e na ignorância do muito que ainda não sei.

            Maria nasceu de pais muito religiosos, que pediram a Deus, já em idade avançada, para terem um filho, uma vez que um casal estéril era muito criticado e discriminado na sociedade em que viviam. Deus atendeu os seus pedidos e como uma compensação para a divindade, foi oferecida ao Senhor e foi morar no templo. Mas logo que chegou a menarca os sacerdotes a tiraram do templo, pois entendiam que uma mulher menstruada era impura e Maria poderia contaminar a casa de Deus.

            Observo mais uma vez a força dos preconceitos e dogmas direcionando comportamentos, mesmo dentro de uma casa de Deus. Como uma mulher que obedece a natureza criada por Deus com a menstruação, pode ser considerada impura? São esses pensamentos e comportamentos que ainda hoje existem dentro de igrejas que me afastam delas e me aproximo da Natureza.

            Então, Maria sai do templo e é oferecida a José, bem mais velho, viúvo, com filhos. Maria aceita e logo em seguida aceita também a proposta do anjo de ser a mãe do filho de Deus. Ficou confusa com a suspeita de traição que José certamente iria ter a respeito dela. Mas o anjo ajudou, entrando no sonho de José e explicando a situação. A fé dos dois conseguiram suportar a situação anômala.  

            O que importa é que hoje sabemos que ela foi a mãe de Jesus, o Mestre do Amor, que nos deixou o Evangelho como bússola e medicamento, e por esse motivo merece ser reconhecida no primeiro dia do ano, dia também consagrado à paz, a confraternização universal.

            É bastante aceitável que ela permaneça com esse destaque da paz e da solidariedade e que represente as mães de todo o planeta, uma vez que o seu filho é considerado o Governador espiritual do planeta.

            Enquanto isso, Deus, inteligência suprema do universo, energia sublime do Amor, continua integrando cada minúscula ou maiúscula parte de sua criação, expressa na Natureza visível ou invisível aos nossos olhos ou artefatos tecnológicos.  

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em 02/01/2016 às 00h59
 
31/12/2015 12h59
PERSPECTIVAS 2016

          Tenho um pastor que adotou o meu nome, que por outro lado o recebi devido a favores recebido do seu verdadeiro dono: Francisco, da cidade de Assis. O novo papa, de nacionalidade argentina, adotou esse nome com o objetivo de deixar bem claro suas intenções de seguir a Cristo e administrar a igreja católica com base na humildade e no encontro com os pobres, com as comunidades.

            Com essa identificação com o novo papa, de seguir os mesmos caminhos que o Cristo nos indicou, sinto-me mais fortalecido, pois sinto o eco de meus pensamentos, sentimentos e ações, no discurso e no comportamento do Papa Francisco.

            Com essa base espiritual tenho três campos de atuação em perspectivas para ser realizado ou incrementado neste ano que irá começar: campo comunitário, acadêmico e familiar.

            No campo comunitário devo incrementar as ações na comunidade da Praia do Meio, através da Associação de Moradores e do Projeto Foco de Luz. Até agora as ações se realizam principalmente na Escola Olda Marinho, com a realização de algumas atividades para as crianças e organização de eventos sociais em datas significativas. É necessário que seja explicitado a missão evangélica da Associação com o foco na geração de trabalho associado ao compromisso social com a Associação, na capacidade de reproduzir a ajuda recebida para outros moradores do bairro. Também vai ser preciso a criação de um grupo na internet onde possamos nos comunicar com textos administrativos mas de prática evangélica. Existem as páginas no facebook onde já são colocadas as atividades, mas com um cunho mais informativo. Precisamos atingir um nível formativo.

            No campo acadêmico tenho a perspectiva de realizar um seminário dirigido aos profissionais da saúde, com base no material que recebi do Mednesp 2015. Esse seminário servirá de atividade amplificador do congresso, levando à compreensão do Evangelho do Cristo como importante ferramenta na atividade terapêutica, qualquer que seja o tipo de profissional que o realize.

            E, finalmente, no campo familiar, reforçar os relacionamentos com base no modelo da Família Universal, como o Cristo ensinou que deveria formar os cidadãos para o Reino de Deus. O maior adversário a ser enfrentado nesse campo é o egoísmo na forma de ciúme que impede a solidariedade como construtora de harmonia. Sei que terei o problema de não poder estar em todos os locais a todo momento, como seria o ideal. Deverei ser guiado pelos impulsos do coração e rogar a Deus para ajudar a todos a compreenderem as ausências.

            O pastor Francisco adverte que o nosso lema deve ser o servir a todos, cada vez com maior intensidade, dentro das famílias e da comunidade. Ele mesmo dá o exemplo de como isso pode ser realizado, não se deixando corromper pela tendência vaidosa do importância do cargo.

            Finalmente, considero que as perspectivas para o próximo ano sejam alvissareiras em todas as áreas. O Trabalho deve ser a virtude mais requisitada a fim de implementar todas as outras.

           

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em 31/12/2015 às 12h59
 
31/12/2015 00h59
FORÇA INTERIOR

     

            A filósofa Ruth Change fala sobre a Força Interior necessária para tomar decisões que podem mudar nossa vida e a importância de encarar as escolhas de maneira correta.

            Como tenho interesse nesse assunto, pois enfrentei uma decisão radical de pautar o meu comportamento dentro da ideologia cristã, aquela que considero correta de acordo com os princípios da minha consciência, e não aquela que é ensinada de acordo com os ditames eclesiásticos, passei a viver o que entendi ser coerente com o Amor Incondicional. Passei a praticar esse paradigma com a maior pureza possível, dentro de todos os meus relacionamentos, principalmente os afetivos: passados, presentes e futuros. Entendo que assim estarei construindo uma nova forma de família diferente, saindo do padrão nuclear, do amor exclusivo, para o padrão ampliado ou universal, do amor inclusivo.

            Necessito a todo momento dessa força interior para me manter dentro desse caminho que escolhi como o correto e como uma missão, uma vez que estou cercado de pessoas que pensam de forma contrária, que, mesmo desenvolvendo sentimento de amor por mim, não conseguem fazer a distinção do amor romântico para o incondicional. Em decorrência, sou atacado implícita ou explicitamente por todos, por isso é que preciso da Força Interior para me manter no caminho.

            Não imaginava a princípio que a escolha que fiz fosse necessitar de tanta Força Interior. Tudo me parecia tão natural, parecia que a maior dificuldade que eu iria encontrar seria vencer as minhas próprias resistências, o machismo que impedia dar a mesma liberdade que eu tinha à minha companheira. O tempo veio mostrar que eu estava equivocado. Sei que foi difícil, realmente, vencer meus preconceitos machistas, mas venci-os a todos! Porém os preconceitos da família nuclear, do amor exclusivo, das minhas diversas companheiras, constantes ou eventuais, isso eu não consegui. Mesmo porque não depende da minha Força Interior, e sim da Força Interior de cada uma delas. Por mais inteligente, espiritualizada ou autônoma que sejam, sempre se envolvem com os critérios do amor romântico e esquecem dos princípios do amor incondicional.

            O outro cuidado que devo ter é o de escolher o caminho de maneira correta. Nesse ponto eu observo uma incoerência constante em todas as minhas companheiras, que parece muito com injustiça na melhor das hipóteses, e de hipocrisia na pior.

            O caminho que escolhi de acordo com os princípios da consciência, do que ela avaliou como sendo amor incondicional, implicou em abrir o meu relacionamento para a prática do amor inclusivo. A inclusão de outra pessoa dentro do meu relacionamento afetivo implica no afastamento temporal e espacial com a primeira companheira. Essa primeira companheira sente o impacto negativo desse afastamento, mas a nova companheira que foi incluída sente o impacto positivo da aproximação. Compreendo que, se ambas estivessem sentindo e se comportando dentro do amor incondicional, esses impactos emocionais, negativo e positivo, seriam atenuados. A Força Interior delas está sintonizada com o amor romântico e isso faz potenciar a força emocional do impacto negativo e positivo. A primeira sente a dor pungente de uma separação, mesmo que seja temporária. Não existe Força Interior que conduza as emoções em outra direção, para compreender e sentir como positivo o prazer que o seu companheiro tem com outra companheira. A segunda sente o prazer inusitado do amor ao seu lado, com harmonia, com tolerância, com fraternidade, e não existe uma Força Interior que advirta que esse é um momento que não pode ser eterno, que um dia irá terminar, mesmo que seja temporariamente.

            A incoerência surge quando a terceira companheira acontece e a segunda, sem nenhuma Força Interior que ajude a harmonizar, passa a sentir sentimentos de raiva e despeito pela situação que ela um dia proporcionou. Daí eu considerar essa condição emocional ser um sentimento de injustiça ou de hipocrisia, pois mesmo agindo dentro dos princípios do amor romântico, devia saber que ela mesma proporcionou tais sentimentos em outra pessoa, poderia ficar no mínimo compensada psicologicamente.

            Enfim, cada pessoa que faça os seus devidos diagnósticos e procure encontrar a Força Interior necessária para realizar as escolhas que sua consciência tiver aprovado.

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em 31/12/2015 às 00h59
 
30/12/2015 00h59
TRABALHO

        

            De todas as virtudes parece que aquela que é o motor, que impulsiona todas as outras, é o trabalho. Tenho cada vez mais convicção dessa intuição, pois vejo que tenho ao meu redor uma série de atividades bem intencionadas, recheadas de amor, de obediência à vontade do Pai, mas se o Trabalho não se impor para realiza-las, nenhuma sairá do papel.

            O adversário que se contrapões ao Trabalho é a Preguiça. Como fazer para vencer essa força associada ao poder do Behemot? Sei que neste próximo ano de 2016 que está chegando, tenho que focar minhas energias na realização do trabalho.

            Não sei bem como irei iniciar essa ação, pois tudo ao redor implica em trabalho, e eu já realizo uma boa quantidade, mas relacionado com a vida material. O que eu pretendo investir agora é no trabalho associado à vida espiritual.

            Com relação ao outro adversário, a Gula, eu tenho uma boa estratégia para vencê-la, pelo menos em algum momento significativo. É com relação ao período da Quaresma. Eu faço uma relação com o esforço que Jesus fez, passar 40 dias no deserto, em jejum, e agora que eu vim a saber que Joaquim, pai de Maria, a mãe de Jesus, também passou 40 dias no deserto, pedindo a Deus que lhe favorecesse e tirasse a pecha da indignidade de não gerar filhos, então, eu pego esses exemplos e tento associar o meu comportamento de querer seguir a vontade do Pai, ao exemplo do Mestre, mesmo que não seja com toda a energia que ele despendeu naquele período. Mesmo assim é uma boa estratégia, consigo reunir forças ancoradas no exemplo do mestre e realizar um jejum suficiente para conter a energia da gula do Behemot.

            Mas com relação ao Trabalho eu não tenho algo semelhante. Estou pensando em associar o trabalho material, acadêmico, com o trabalho espiritual. Talvez essa seja uma saída para o meu dilema. O curso de Medicina, Saúde e Espiritualidade que eu coordeno pode ser a ponte. Acabei de receber o congresso do MEDNESP 2015 que foi realizado em Goiânia, muito bem produzido e gravado em pendrive. Já fiz toda a programação do que foi realizado nesse congresso e pretendo apresentar aos colegas da AME-RN um projeto de fazer um seminário usando esse material, colocando um debatedor a cada dia, de preferência um professor ligado à academia e que necessariamente não tenha nenhuma religião. Essa atividade servirá para mostrar aos colegas a importância de conhecer a espiritualidade no cuidado com os pacientes, e ao mesmo tempo servirá de caixa de ressonância para as atividades realizadas em Goiânia.

            Com a realização deste trabalho eu consigo vencer um pouco da minha inercia espiritual, na questão de realizar trabalhos diretamente relacionados com a espiritualidade. Certamente isso irá me ocupar mais de 40 dias, aqueles que eu pretendo passar na quaresma, e talvez até esse tempo do trabalho seja concomitante com o jejum; seria então a dupla, jejum e trabalho, vencendo a dupla gula e preguiça, respectivamente.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 30/12/2015 às 00h59
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