OCASO
É triste a tarde...
Quando os pássaros em revoada procuram seus ninhos
Quando as flores vistosas fecham as suas pétalas
Quando as cores do horizonte se tingem de vermelho
Como as lágrimas de sangue de um sol morrente
Assim penso nos pássaros e nas flores
Que se despedem do dia sem remorsos
Sem pensarem que as cores da ribalta
São sofrimentos de adeus do sol poente
Quanto sofrer, quanta dor há no ocaso
Neste carmim que tinge minhas lágrimas
Ao ver o dia sumindo ao som do tempo
Sem poder ter, a noite, sua amada.
Vai, triste sol, que aqui direi à noite
Quão melancólica foi sua partida
Darei a ela o doce regozijo
De saber que por amor tu ardes sempre
Talvez assim eu esqueça a minha dor
Tão parecida com a tua, caro sol
Esperando, esperando a minha amada
minha esperança desvanece com teus raios
Somente resta ter da noite simpatia
Que suas sombras me envolvam e minha amada
Como um único cobertor pra nossos corpos,
Onde ela esteja sinta lá meu coração
Assim compenso meu amor, por não te ouvir
Dizer palavras de carinho, me beijar
Guardo meu corpo neste manto, breu da noite
E meu coração, espera o seu, quando virá?
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 29/12/2011
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