O SAPO
Asa aberta no horizonte voa o pássaro
Volta ao ninho ao cair o sol no ocaso
Peito aberto no espaço vou andando
Porém sem ninho ando ao léu pelo caminho
O colorido que a vida me oferece
No ocaso da existência que já chega
Mesmo com tintas tão alegres, tão visíveis
É percebido como tristes quadros cinzas
Falhei na vida no que havia de sagrado
De ser amado como sou, como fui feito
Jamais eu tive de ninguém a compaixão
Ninguém me disse, ao meu lado, “amo você”
Eu já pensei num encanto virar sapo
E com os outros coaxar no charco úmido
Talvez assim algum dia eu ganhe um beijo
De sonhadora que procura por um príncipe
Mas se não for dessa maneira que aconteça
E velha bruxa me seqüestre pra seus fins
Rogo a Deus que no feitiço que eu esteja
Cure as feridas de um amor que eu nunca tive.
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 29/12/2011
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